Aprovada nos concursos da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal:
“Minha principal motivação era saber que eu tinha me identificado com a carreira policial e, assim, poderia ajudar o meu país de uma maneira tão nobre. Ser policial está fortemente ligado ao significado de servir”
Confira nossa entrevista com Luciana Belo de Sousa, aprovada nos concursos da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formada em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Luciana Sousa: Sou de Pernambuco, nasci em 92 e sou formada em Ciências Contábeis pela UFPE. Eu decidi estudar para concurso em 2016 e, poucos meses depois que comecei, eu escolhi a área policial, especificamente, PF ou PRF.
O primeiro concurso que fiz foi o da PCMS, mas, como meu objetivo era o cargo de APF ou PRF, continuei a estudar. Fiz, em seguida, as provas de agente penitenciário de PE e FO, PCSC e, por fim, os concursos da PF e PRF.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial?
Luciana: Eu comecei a estudar para concursos pela desilusão que tive com a carreira na minha área profissional. Passei por escritórios de contabilidade durante a faculdade e não me encaixei naquilo que eu desenvolvia.
Quando comecei a estudar para concursos, eu não sabia que área seguir, fui sem rumo, queria servir ao país, mas não conseguia definir como. Quando conversei com um amigo da minha faculdade que também estudava, ele comentou da área policial, como era o processo do concurso e o trabalho que o policial desenvolvia (ele, inclusive, tinha um primo aprovado na PF e PRF, que já era policial e que ele o admirava). Foi daí que me interessei.
Comecei a pesquisar e achei um trabalho muito nobre, decidi que era o que eu queria. Estudei focada na PF e PRF e fui até o fim.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseira, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Luciana: Desde o começo dos estudos eu tinha meu tempo dedicado somente a ele. Acho que meu caso é bem peculiar, no caso, a forma que estuda. Eu só conseguia estudar durante a tarde/noite/madrugada, sempre foi meu período de maior rendimento, eu começava a estudar fim de tarde e acabava de seis da manhã.
Eu acordava tarde, não suportava acordar cedo, para mim, foi assim que deu certo. O silêncio da madrugada me ajudava bastante.
Minha rotina era acordar duas da tarde, malhava depois do almoço, tomava banho e me organizava para estudar e seguir direto até de manhã.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovada? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Luciana: Eu fui aprovada nos concursos de agente penitenciário de PE e FO; PCMS para o cargo de agente; PCSC para o cargo de agente e escrivão; PF e PRF. Minha melhor colocação foi na PRF, fiquei em quarto lugar no estado de GO no concurso de 2018, foi um concurso regionalizado.
Acredito que foi a melhor colocação pela minha dedicação a ele, era o concurso que estava focada. Achava que ele seria o primeiro edital a ser lançado, já que o histórico me mostrava uma alternância entre os concursos da PF e PRF e, então, como a PF tinha realizado concurso em 2014 e a PRF antes disso, conclui que o concurso a ser priorizado seria a PRF (pelo menos seria lançado um pouco antes). Mas, foi ao contrário. Então, fiz a PF por experiência, tive sorte com a grade de conteúdo, contabilidade e informática tiveram grande peso e, como sou formada em Contábeis e tenho facilidade em informática, consegui obter êxito, mesmo com minhas falhas.
Com os erros que tive na prova da PF, principalmente em português e redação, consegui entender a lógica da banca, compreendi essas falhas e obtive o sucesso almejado na PRF (por exemplo, minha redação saltou de 9.73/13.00 para 18.35/20).
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados na primeira fase do certame?
Luciana: Eu fiquei surpresa com o resultado do concurso da PF. Na verdade, eu esperava uma melhor colocação, as anulações não me ajudaram como achei que iria.
Já, em relação à PRF, foi bem diferente. Eu saí bastante desnorteada da prova objetiva, achei a prova confusa, então, ter visto que tinha me dado tão bem, foi bem revigorante. Tive a sensação de que tudo que eu tinha feito na jornada de estudo tinha sido recompensado, que eu andei pelo caminho certo.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Luciana: Eu praticamente não tinha vida social. Meus finais de semana e feriados eram estudando, minhas irmãs voltavam de madrugada das baladas e eu estava sentada na mesa da sala estudando. Só saía quando era aniversário dos meus melhores amigos e dos meus pais e irmãs, e uma ou duas vezes no mês para ver amigos.
Estratégia: Você é casada? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseira? Se sim, de que forma?
Luciana: Eu namoro com um também aprovado do concurso da PF, morava com meus pais na época dos estudos e agora estou em SP, esperando o curso de formação da PF.
Meus pais não colocavam muita fé na minha aprovação, achavam que era bem difícil conseguir. Eu nunca fui de discutir isso, falava para eles que eu ia até o fim, que eu não tinha um plano B. Quem tem plano B, começa enfraquecido.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Luciana: Eu acredito que vale a pena fazer concursos da mesma área. No caso de PF e PRF, os concursos da PC são bem oportunos, há muitas matérias em comum, principalmente, entre a PF e PC (ambas são polícias judiciárias). Pelo menos, fazer provas de concursos que sejam da mesma área com a banca provável do seu concurso.
Os concursos da PF e PRF têm um histórico com o CESPE, logo concursos da PC desenvolvidos por essa banca, são bastante válidos para entender a organizadora e fixar o conteúdo.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovada?
Luciana: Para Polícia Federal, comecei a estudar mais ou menos um mês depois do edital e fui focando cada vez mais até o dia da prova. Para PRF, foi de 2016 até a data da prova, em fevereiro de 2019.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Luciana: Eu comecei a estudar desde o dia que decidi fazer concursos, mas dei o gás mesmo a partir do momento que decidi ser policial. Como não havia edital na época, meus estudos se basearam no último edital. Consegui manter a disciplina durante todo o tempo, pela expectativa de sair o edital a qualquer momento.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Luciana: Eu assisti praticamente todos os vídeos de um cursinho que comprei logo no início dos meus estudos, mas eu não me identifiquei com os professores e nem com o material, consegui achar vários erros. Mas, mesmo assim, insisti por mais de um ano nesse material.
Depois fiz mentoria. A mentoria me indicava os materiais e as tarefas da semana, daí conheci o Estratégia e me apaixonei (de verdade… rsrs).
Como eu já tinha uma noção das matérias, eu consegui fazer minha própria dinâmica, assistia os vídeos do Estratégia de matérias que tinha dificuldade e lia quase todos os PDFs, mas fazendo ponderação sempre. Eu destacava o que achava importante, fazia resumos e resolvia muitas questões – quase todas as questões do PDF e mais algumas de sites de questões.
A videoaula acho mais leve, mas é superficial, muitas vezes. O PDF te deixa bem segura pela vasta informação que existe nele, e os do Estratégia são excelentes.
Outra coisa que é bastante válida é aula presencial, mas penso que só aulas de professores que você se identifica e cujas aulas sejam bem proveitosas. Isso te permite sair de casa e viver de perto o mundo dos concurseiros.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Luciana: Eu conheci o Estratégia através da monitoria que fiz. Meu orientador indicou o Estratégia para quase todas as matérias que estudei.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Luciana: Eu estudava, geralmente, umas duas, no máximo, três matérias por dia. Quando comecei a mentoria, eu segui direitinho as tarefas determinadas. Elas alternavam entre teoria e exercício e, cada vez que começava uma nova tarefa de uma matéria, eu revisava aquilo que eu tinha estudado dela da última vez.
Eu estudava em torno de 8 a 10 horas por dia, de domingo a domingo, e fazia quase sempre resumo das matérias (para mim, escrever o que estava estudando facilitava meu aprendizado).
O que me ajudou bastante a ganhar tempo na reta final, com o edital aberto, foi revisar as matérias que eu já estava avançada, fazendo somente os exercícios, procurava fazer quase todos do PDF do Estratégia da matéria em questão.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Luciana: As disciplinas que eu tinha dificuldade: Português (na parte de interpretação de texto), Redação e Física. Eu melhorei em português assistindo vídeos de questões comentadas, assim entendia a lógica da banca e anotava todas as dicas que os professores davam.
As minhas redações melhoraram quando eu compreendi o que a banca esperava do candidato, fiz cursinho específico de redação com uma professora que me identifiquei e fui melhorando minhas notas com as correções que ela fazia.
Física foi a matéria que quase me fez desisti da PRF, mas a minha lógica quando tenho dificuldade e medo de algum assunto é estudar ele o máximo que posso, inclusive, se for preciso, mais do que qualquer outra matéria. Revisei várias e várias vezes as fórmulas, as explicações dadas pelo professor e entendi como a banca poderia perguntar. Consegui acertar cinco questões das seis da prova da PRF, a outra eu deixei em branco.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Luciana: Nos últimos dias antes do edital eu dei meu máximo para esgotar aquilo que faltava estudar e revisei o que achava bem importante (gostava muito de revisar por meio de questões comentadas).
Na véspera da prova, eu assisti a revisão de véspera do Estratégia no Youtube.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Luciana: Aconselho não negligenciar. A redação tem um peso alto na classificação e, no caso do Cespe, basta seguir os pontos de direcionamento que a banca manda dissertar que você consegue uma ótima nota.
Dito isso, é só praticar e mandar um professor competente corrigir, se possível, toda semana.
Estratégia: Como foi sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Luciana: Meu calo no TAF foi a corrida. Eu passei os últimos anos em casa estudando, então, mal caminhava, muito menos corria. Assim que passou a prova objetiva, eu comecei a me dedicar. Corria 3 vezes na semana, com um professor de atletismo maravilhoso me guiando.
Com relação à natação, eu não tive problemas. Assim que comecei as aulas, antes mesmo de fazer a prova objetiva (2 meses antes), eu já conseguia bater o índice mínimo. Nos demais exercícios, não precisei de esforço, a barra e o salto consegui desde a primeira tentativa.
Para os exames médicos, não me preparei. Imaginei que estaria tudo certo e foi o que aconteceu.
Na etapa do psicotécnico, houve tensão de todos, não sabíamos como era o perfil do policial que eles queriam. Então, respondi tudo no dia da avaliação com o meu melhor entendimento e de acordo com o meu perfil.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Luciana: O meu maior erro foi ter estudado por mais de um ano em um cursinho que concluí ser péssimo.
O meu maior acerto, creio que foi estudar a banca do meu concurso e aceitar minhas deficiências e trabalhar nelas. Não existe a possibilidade de deixar uma matéria de lado e ter grandes chances de passar. Você precisa se dedicar de corpo e alma.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Luciana: O mais difícil é saber que você pode falhar e isso não te faz um perdedor. Não pensei em desistir, sabia que era o que queria e que só dependia de mim.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Luciana: Minha principal motivação era saber que eu tinha me identificado com a carreira policial e, assim, poderia ajudar o meu país de uma maneira tão nobre. Ser policial está fortemente ligado ao significado de servir.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Luciana: Tenha expertise. Escolha um material que você se identifique, o melhor material para cada uma das matérias e faça muitas e muitas questões. Não tem mistério. Quando se sentir bem preparado, faça provas de concursos afins ao que você deseja e aprenda com os seus erros. E, o mais importante, escolha um concurso pela atividade que você vai realizar e não pelo dinheiro.
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Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: [email protected]
Um abraço,
Thaís Mendes