Aprovado nos concursos AFRE-RS e TTRE-RS
“O fato de não haver concursos na praça não me desanimava, pelo contrário, aumentava o meu ânimo, motivando-me, pois acreditava que possuía mais tempo para aperfeiçoar o meu conhecimento. O tempo é o ativo mais precioso na mão de qualquer “concurseiro”. Creio que nada adianta haver concursos na praça, se eu ainda não estou competitivo para os certames.”
Confira nossa entrevista com Amilton Balbino Anacleto, aprovado nos concursos AFRE-RS como Auditor Fiscal da Receita Estadual e TTRE-RS como Técnico Tributário da Receita Estadual:
Estratégia Concursos: Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Amilton Balbino Anacleto: Sou formado em Ciências Sociais (2009) e Direito (2015) pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e cursei Ciências Contábeis (2012-2015) pela Universidade Paulista (UNIP). Tenho 41 anos. Sou de Taquaritinga, em São Paulo.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Amilton: Até o ano de 2015 eu não tinha pretensão alguma de prestar concursos públicos. Na época, estava cursando Mestrado em Política Social na UFMT e pretendia seguir uma carreira acadêmica concomitantemente ao exercício da advocacia privada, quando possível.
Entretanto, em dezembro de 2015, fui transferido de Cuiabá-MT para Curitiba-PR, por razão de serviço, o que me fez alterar um pouco o planejamento anterior.
Em Curitiba, conheci um grupo de amigos que já estudava para concurso e que me incentivou a aceitar esse desafio.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Amilton: Sou militar da Força Aérea Brasileira desde 1999, durante toda a minha preparação eu trabalhei, ora cumprindo escala de serviço de 160 horas mensais, ora cumprindo expediente administrativo de 144 horas mensais de segunda a sexta-feira. Contudo, como militar, também era escalado para serviços excepcionais, inerentes à carreira durante as minhas folgas.
Eu estudava durante as folgas, quando trabalhava em escala, e à noite quando cumpria expediente administrativo. Por não saber antecipadamente em qual regime trabalharia no mês posterior, mantive uma rotina diária de 4 (quatro) horas líquidas de estudo, no mínimo, estendendo para 6 (seis) a 8 (oito) horas líquidas aos sábados, domingos e quando as folgas na escala assim o permitiam.
Mantive essa rotina de primeiro de maio de 2016 até primeiro de fevereiro de 2019.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado(a)? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Amilton: Eu fui aprovado no Curso de Especialização de Soldados de Primeira Classe (CESD) em 1999, no Curso de Formação de Cabos (CFC) e no Curso de Formação de Sargentos (CFS), ambos em 2002. Todos, concursos de carreira na Força Aérea Brasileira.
No final de 2018, fui aprovado no meu primeiro concurso na área fiscal: Técnico Tributário da Receita Estadual do Rio Grande do Sul (TTRE). Em 2019, fui aprovado no concurso público para o cargo de Auditor Fiscal da Receita Estadual do Rio Grande do Sul (AFRE).
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Amilton: Eu penso que não tive a dimensão da conquista no primeiro momento em que vi meu nome na relação de aprovados no Diário Oficial do Rio Grande do Sul. Entretanto, quando a “ficha caiu”, foi sensacional, sentimento de dever cumprido. É incrível como a glória de alguns minutos de alegria fez valer o sacrifício de 4.620 (quatro mil, seiscentas e vinte) horas, 27 (vinte e sete) minutos e 15 (quinze) segundos de estudo para concurso público.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Amilton: Bem, nos primeiros 2 (dois) anos, eu adotei uma postura radical, como o tempo que tinha para estudar, geralmente, era nos dias em que as pessoas se divertem (por exemplo, final de semana), abdiquei do convívio social o máximo que consegui. Não foi uma tarefa tão difícil, visto que não tenho filhos, a minha esposa também estuda para concursos e estávamos nos adaptando a Curitiba, constituindo novas relações sociais, fato comum para quem já vivenciou uma mudança.
Depois dessa primeira fase, já havia construído um bom material de revisão que me proporcionou “otimizar” o tempo de que dispunha. Sendo assim, passei a conseguir algumas horas de lazer em meio à empreitada.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Amilton: Sou casado e não tenho filhos. Em razão da carreira militar já morei em Natal-RN, Guaratinguetá-SP, Cuiabá-MT, atualmente, moro em Curitiba-PR, e tantas mudanças fizeram com que minha esposa e eu nos acostumássemos com certo distanciamento de nossas famílias extensas, imposto pela distância geográfica, assim mantivemos a mesma rotina que adotamos nos últimos 20 (vinte) anos.
Quanto a minha esposa, como disse anteriormente, ela também estuda para concurso e entende bem a necessidade do sacrifício e abdicação inerentes à rotina de preparação.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior? (Se esse ainda não é o concurso dos seus sonhos, se possível, citar qual é e se pretende continuar se preparando para alcançar esse objetivo).
Amilton: No meu caso, eu preferi adotar a conduta do foco em área específica de provas. Desde o início, eu planejei só fazer concursos na área fiscal.
A primeira prova que fiz foi a do ISS-Criciúma (2017), só havia estudado 5 (cinco) disciplinas do edital, conclusão: fui classificado, mas bem distante das 3 (três) vagas ofertadas no certame. No entanto, obtive excelentes resultados nas provas das disciplinas que já havia estudado. Isso aumentou a minha motivação, mostrando-me que estava no caminho certo.
A segunda prova que realizei foi a da SEFAZ-SC. Nessa prova tive que fazer uma escolha no meio da minha preparação: ou eu estudava, celeremente, disciplinas que ainda não tinha estudado; ou mantinha o meu ritmo e esgotaria as disciplinas básicas e intermediárias comuns à área fiscal. Eu escolhi a segunda opção, conclusão: mais uma reprovação.
No entanto, apesar da reprovação em Santa Catarina, um mês antes da prova de TTRE-RS e três meses antes da prova de AFRE-RS, só precisei revisar a maioria das disciplinas do edital e inserir o estudo inédito das disciplinas Tecnologia da Informação (TI) e Legislação Tributária do Rio Grande do Sul. Resultado: aprovação em ambos os concursos.
Relatei toda essa trajetória para demonstrar que optei pelo foco na área fiscal, não obstante a minha afinidade sempre tenha sido com a área jurídica. Como na época acreditava que não estava preparado para enfrentar concursos mais robustos na área jurídica, decidi enfatizar especificamente na área fiscal. No entanto, desde março de 2020, comecei um programa específico para carreiras jurídicas e abandonei os certames da área fiscal.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Amilton: Como eu estudei com foco exclusivo na área fiscal desde o início da minha preparação, registro como tempo direcionado ao concurso em que fui aprovado o período de 2 (dois) anos e 9 (nove) meses.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Amilton: Sim. Estudei. Aqueles que estão na estrada há algum tempo devem lembrar-se da escassez de concursos nos anos de 2016 e 2017.
Para manter a disciplina, eu creio que foi importante a ideia que tenho sobre concurso público que é a de “estudar até ser aprovado”. Portanto, com concurso ou não, sem estar aprovado, eu creio que a jornada não está terminada.
Ademais, o fato de não haver concursos na praça não me desanimava, pelo contrário, aumentava o meu ânimo, motivando-me, pois acreditava que possuía mais tempo para aperfeiçoar o meu conhecimento.
O tempo é o ativo mais precioso na mão de qualquer “concurseiro”. Creio que nada adianta haver concursos na praça, se eu ainda não estou competitivo para os certames.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Amilton: Conheci o “Estratégia Concursos” pela indicação de amigos que já estudavam para o certame da Receita Federal com material do Curso Preparatório.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Amilton: Tenho orgulho de dizer aqui que sou um aprovado que estudou exclusivamente pelo material do “Estratégia Concursos” (PDF e videoaulas). Sobretudo, estudei pelos PDFs, só assisti a videoaulas quando tive dificuldade em entender alguma disciplina apenas com a leitura do material escrito.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Amilton: A princípio, para tranquilizar os amigos que ainda estão na jornada, como eu, digo que até o presente momento não participei de nenhum certame em que tenha exaurido o conteúdo do edital. Busco estudar, pelo menos, 90% (noventa por cento) do edital, mas sempre focando naquilo que foi mais cobrado em provas anteriores das bancas mais tradicionais.
O método de estudo que utilizei na minha preparação foi o “Estudo por Ciclos”. Comecei estudando 2 (duas) disciplinas por dia. No final da preparação, como estava praticamente no “Modo Revisão”, cheguei a estudar 8 (oito) disciplinas diariamente.
Não fiz resumos, mas usei o conjunto das minhas marcações no material do “Estratégia Concursos” para revisar.
Foquei mais na leitura e releitura, mas me arrependo de não ter dado o devido valor ao estudo por questões. Na minha atual preparação, esse é um ponto que estou tentando melhorar, aumentei a carga de resolução de questões no meu “Ciclo de Estudos”.
Montei meu plano de estudos seguindo as recomendações do time de coachings do “Estratégia Concursos” disponíveis no BLOG do Curso e nos vídeos disponibilizados em mídias sociais.
Mantive uma constância de pelo menos 4 (quatro) horas líquidas diárias, estendendo até 8 (oito) horas líquidas, quando possível. Isso em situações de pré-edital. No pós-edital, como li no depoimento de uma aprovada no site do “Estratégia Concursos”, vivemos um “Estado de Exceção”, é estudar todo o tempo que dispuser.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Amilton: Tive muita dificuldade com as matérias da área de Exatas. Minha formação foi em Ciências Humanas. Nas Exatas, tive que partir do “zero” em várias oportunidades. Também tive dificuldade em matérias que traumatizam muitos candidatos, como Tecnologia da Informação. Em compensação, não me esforcei muito nas disciplinas do Direito, visto que possuo afinidade com o estudo jurídico e cursei com esmero o Bacharelado, buscando absorver o máximo possível do conteúdo disponibilizado pelos professores.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Amilton: Infelizmente, na reta final da prova de AFRE-RS eu não pude gozar férias, pois havia solicitado desconto em férias três meses antes para estudar para a prova de TTRE-RS. Na época, acreditei que possuía mais chances de ser aprovado na prova de Técnico Tributário que na prova de Auditor (ledo engano, a minha nota na prova de AFRE foi maior que na prova de TTRE). Portanto, tive que aproveitar qualquer segundo disponível para estudar. Cheguei a estudar 11 (onze) horas líquidas por dia, mas não recomendo, pois sentia que no dia seguinte estava um pouco disperso para revisar.
Eu estudei até a véspera da prova. Todavia, na semana da prova, eu reduzo a intensidade dos estudos, apenas reviso assuntos indicados nas aulas de “Reta Final” do “Estratégia Concursos”.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Amilton: Um erro crucial na minha preparação foi o baixo volume de questões que resolvi na preparação. Para o concurso de AFRE-RS eu fiz o registro, e só com os PDFs do “Estratégia Concursos”, resolvi mais de 10.000 (dez mil) questões. Entretanto, faltou-me resolvê-las em “Sistemas de Questões”. Creio que essa falha valeu-me alguns pontos e posições na classificação do concurso.
Já o meu maior acerto, creio que tenha sido a constância no estudo, pois nesse período de preparação não passei, reunindo os dias alternados de ausência no propósito, mais de 2 (duas) semanas sem estudar.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Amilton: O mais difícil nessa jornada foi conciliar trabalho e estudo, visto que o meu serviço é caracterizado pela imprevisibilidade, não conseguia montar um planejamento prefixado em dias. Contudo, creio que aprendi que um bom planejamento é flexível e como pela circunstância do meu trabalho tive que fazer da flexibilidade uma aliada da constância, não fui surpreendido pelos sobressaltos do acaso, tão comuns em nossa vida cotidiana.
Não pensei em desistir em nenhum momento. Não vou poder dividir essa experiência com ninguém.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Amilton: A minha principal motivação foi a possibilidade de entregar uma vida melhor para os meus familiares e, sem dúvida, a expectativa de superação a um desafio imposto, mesmo que posto por nós mesmos.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Amilton: Aconselho não desistir diante dos percalços que certamente aparecerão em sua jornada e, sobretudo, manter a constância nos estudos, usando da melhor forma todo o tempo que tiver disponível, pois o tamanho do sacrifício na preparação diminui perante a grandeza gloriosa da aprovação.