Aprovado em 1° lugar no concurso do UFSC para o cargo de Assistente em Administração - Blumenau

“Comece, não perca tempo, faça o que tiver de fazer e não se preocupe. Eu não tinha nada a esperar da vida além de viver me matando pra pagar contas atrasadas, ajudar nas dificuldades dos meus pais; tudo no passado foi complicado, deu errado e consegui […]”

Confira nossa entrevista com Cristiano Goulart Schulter, aprovado em 1° lugar no concurso do UFSC para o cargo de Assistente em Administração – Blumenau:

Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?

Cristiano Goulart Schulter: Sou natural de Tubarão, vim de uma família que sempre viveu com pouco. Embora nunca tenha faltado comida na mesa, passou muito trabalho e sempre vivemos sem muitas expectativas. Hoje tenho 41 anos e sou graduado em Processos Gerenciais e estudante de Administração.

Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?

Cristiano: A recessão econômica na qual o país entrou a partir de 2015 foi o fator decisivo. Durante toda a vida, sempre desconfiei de que vivia uma vida abaixo do padrão humano. Passei por péssimas experiências no setor privado, e outras tantas boas. Fiz muitas amizades, mas percebia intimamente que a vida não ia pra lugar algum e achava isso um absurdo. Só não sabia o que fazer, eu me resignava a trabalhar, receber e pagar contas. Só isso.

A recessão econômica, o sucateamento industrial desencadeados a partir de 2015, e três árduos anos de desemprego foram os gatilhos que me bastaram para fazer uma drástica transição de carreira. Foi quando escolhi na marra, sem opções, estudar pra concursos.

Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?

Cristiano: No início eu estava desempregado, fazendo parte das estatísticas dos desalentados do IBGE. Eu já tinha parado de procurar trabalho pra não gastar. Então comecei estudando em tempo integral. Mas conforme surgiram as aprovações e as oportunidades de trabalho, fui dividindo o tempo como a maioria faz.  Eu evitava qualquer tipo de ritual de estudo, estudava como desse, até de pé no celular enquanto andava pela casa. Às vezes deixava a videoaula rodando e deitava na cama pra descansar, aprendi muito por “força bruta”, abusando da audição. Não interessava o jeito, o que importava era reter conteúdo.

Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?

Cristiano: Fui aprovado em 2º lugar pra Auxiliar Administrativo no Coren-SC (2020), em 3° lugar pra Assistente em Administração na UFSC (2022), em 2° lugar pra Agente Fiscal no CRO-SC (2022), em 1° lugar pra Assistente Administrativo no CRM-SC (2022), em 1° lugar pra Assistente em Administração na UFSC (2023) e em 2° lugar pra Assistente em Administração no IFC (2023). Além de várias prefeituras pelo estado de SC que já me convocaram.

Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?

Cristiano: Bem discreta. Só o necessário para manter a saúde.

Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?

Cristiano: A família e a minha atual esposa entenderam, dos demais eu escondi até começarem as aprovações. Recomendo a todos que escondam, principalmente dos seus atuais empregos. Só revelem depois da aprovação. 

Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?

Cristiano: Até o momento eu não estudo direcionado para algum concurso, mas para um conjunto semifixo de matérias. E vou aproveitando todos os concursos cujas matérias estão incluídas nas minhas. Considero esse método recomendável para quem ainda não está disposto a viajar pra outros estados e que faz mais provas de nível médio. Isso diminui a escassez de oportunidades e a fragilidade emocional. 

Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação? 

Cristiano: Ao longo do tempo testei métodos diferentes, tive fases diferentes. Comecei com aulas gratuitas no Youtube, passei por livros, e depois que comecei a trabalhar em prefeituras fiz a assinatura do Estratégia pra ganhar mais tempo com a organização e a disponibilidade dos materiais. E aí revezo entre materiais escritos e gravados, eu aprendo melhor impressionando os sentidos de formas diferentes. A vantagem de ter os materiais organizados em grupos e em sequências é que você não perde tempo, está tudo no mesmo espaço. Isso gera um alavancamento na qualidade do seu aprendizado mesmo que você não seja tão metódico. 

Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos? 

Cristiano: Conheci na época em que estudava só por aulas gratuitas no Youtube.

Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia? 

Cristiano: Sim, a diferença no ganho de profundidade foi significativa. E com isso também pude começar a prestar concursos fora da esfera municipal. Os PDFs simplificados e os Bizus Estratégicos são os que mais me ajudam hoje, porque me passam a estrutura do que realmente importa pra prova. Os livros de doutrina convencionais não me dão isso.

Estratégia: Como montou seu plano de estudos? 

Cristiano: Nesse ponto não sou base pros outros. Nunca me preocupei com plano ou horas de estudo, eu queria realmente entender as coisas e estudar enquanto tivesse disposição. Se eu entendesse e acertasse as questões, reduzia os estudos do tema ao mínimo, e ia encaixando outras matérias e assuntos. Basicamente o meu plano foi estudar bastante o que esqueço mais vezes, e o que lembro deixar de lado para ganhar tempo. Isso não é suficiente para concursos de ponta, mas foi a opção que escolhi até o momento, procurando conciliar concursos com trabalho, casamento, graduação e pós graduação. Nunca fui de fazer “draminha”, faço as coisas como posso e tá tudo certo. O autoconhecimento é fundamental, você deve ser responsável e saber o que está fazendo. Senão será um concurseiro com angústias e crises, como vejo ocorrer com os mais jovens.

Estratégia: Como fazia suas revisões?

Cristiano: Inicialmente fazia materiais de resumo dos assuntos completos, mas perdia muito tempo. Hoje faço questões e guardo as dúvidas e erros, anoto em blocos no celular, em pedaços de papel e vou me alimentando dos meus próprios erros. Volto nas teorias quando erro muito. O que acerto eu deixo de lado. 

Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?

Cristiano: Os exercícios são importantes, mas nunca me preocupei em contar. Preocupo-me muito com o mapeamento dos assuntos que não domino. Também não sou uma máquina de fazer exercícios, faço por amostragem ao longo dos assuntos e vou guardando os erros para reforçar os estudos só naqueles pontos. Minha preocupação é a de evitar ficar estudando coisas que já sei. Quanto mais você avança, mais deve encontrar e focar nos buracos da sua bagagem de conhecimento e deixar de lado a bagagem adquirida.

Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?

Cristiano: As disciplinas de exatas e de contabilidade. Não superei, faço estudos e exercícios de emergência para evitar o pior e tento compensar no restante da prova. Eu trabalho com o edital debaixo do braço, o edital me ensina o que devo fazer.

Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?

Cristiano: Na semana que antecede a prova, muitas questões. No dia que antecede a prova, alguns áudios para relaxar.

Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?

Cristiano: ACERTOS: Fazer questões, mapear falhas, responder mais questões do que errar, reestudar erros. Não perder tempo no que está bem.

ERROS: Não ter escolhido a trajetória dos concursos públicos logo que terminei o Ensino Médio em 1999. 

Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?

Cristiano: Nunca pensei em desistir. Quando tomei a decisão em 2018, após o colapso econômico de 2015/16, tinha certeza de que era isso e que daria certo. A principal motivação foi o caos, eu não tinha mais nada e orientação alguma do que fazer na vida. O concurso foi uma ponta de corda para que eu pudesse reorganizar a minha vida.

Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!

Cristiano: Comece, não perca tempo, faça o que tiver de fazer e não se preocupe. Eu não tinha nada a esperar da vida, além de viver me matando pra pagar contas atrasadas, ajudar nas dificuldades dos meus pais; tudo no passado foi complicado, deu errado e consegui. Você também consegue.