Aprovado no concurso TSE Unificado (TRE-MS) para o cargo de Analista Judiciário - Área Judiciária
Tribunais“Pode levar o tempo que for até sua aprovação, mas não desista. Se for preciso reduza, mas não pare até a nomeação.”
Confira nossa entrevista com Gabriel Luís Lacerda Oliva, aprovado em 43° lugar no concurso TSE Unificado (TRE-MS) para o cargo de Analista Judiciário – Área Judiciária:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Gabriel Luís Lacerda Oliva: Eu sou o Gabriel L.L Oliva, sou de Campo Grande – MS, formado em direito e tenho 27 anos.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Gabriel Luís: A minha formação possibilita muitas opções de carreira, e eu acredito que a advocacia não é para o meu perfil. Acho que antes de saber o que eu queria, foi mais fácil determinar o que eu não queria.
Cortando a advocacia, eu achei mais interessante ir para concursos.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Gabriel Luís: Não, “apenas” estudava.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Gabriel Luís: Eu “só” fui aprovado no do TRE-MS. Comecei por esse, foi meu primeiro.
Vou continuar estudando, afinal ficar em 43 para AJAJ tendo pouco mais de 1 ano de formado e poucos meses de estudo é uma marca bacana para um primeiro concurso. Então, sigo firme até a nomeação.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Gabriel Luís: Foi extremamente restrito, acredito que saía uma vez a cada 15 dias, com família e amigos, mas ficava bastante tempo com minha namorada. Acho que ela foi quem mais sofreu nesse período, pois nossos fins de semana foram “sequestrados” pelos meus estudos. Além disso, durante o período de 8 meses entre o edital e a prova eu não bebi, nem assisti futebol, pois entendia que era um “risco” ao meu desempenho dos dias seguintes.
Se meu time ganhasse eu beberia uma cerveja a mais do que deveria, se meu time perdesse eu ficaria triste e no dia seguinte ficaria remoendo. Pude focar 100% no concurso ao cortar o álcool e o futebol da equação…
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Gabriel Luís: Minha família me deu apoio incondicional, meus amigos não gostaram do afastamento, ainda mais por perder momentos importantes, como aniversários e formaturas. Quando conversei com eles, entendi que sentiram minha ausência e ficaram chateados, não por serem contra meus estudos, mas por sentirem saudades de um amigo que não podia estar presente como estava antes.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Gabriel Luís: Aproximadamente 8 meses, que eu divido em três períodos.
1- Abril até fim de maio, quando estudava cerca de 3 horas líquidas por dia.
2- Maio até agosto, quando estudei sozinho, mas com uma carga de 6 a 8 horas líquidas, usando medicamento para tratar o TDAH diagnosticado por um especialista.
3- Por fim, de agosto até a prova com o Estudo Acompanhado (EA), que me proporcionou, em média, 8:30 líquidas por dia.
A disciplina foi uma questão de tempo, nos dias que eu estava com preguiça eu pensava, brincando, “o que o Cristiano Ronaldo pensaria disso?”… e ia estudar.
Com o tempo comecei a escrever uma frase de uma música ou poema por dia, até montar um mural na minha sala de estudos. Depois disso ficava cada vez mais fácil seguir os estudos, afinal, cada dia de estudos era uma frase na parede…
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Gabriel Luís: Durante o primeiro e segundo períodos que descrevi, entre abril e agosto, eu basicamente fazia a transcrição da lei e algumas questões. Depois disso, quando entrei para o Estudo Acompanhado, passei a fazer a leitura e grifo dos PDF’s e milhares de questões.
A desvantagem do primeiro período era a força bruta sem direção. Poderia transcrever mil páginas, sem o direcionamento correto, seria um esforço em vão. Com o EA, eu ganhei mais de um ano de estudo em 4 meses.
Avancei, completei o edital estudando, revisando e fazendo questões, depois voltei e revisei e fiz mais questões. Completei o edital duas vezes.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Gabriel Luís: Na faculdade eu já ouvia sobre o Estratégia, então já sabia que era o melhor material.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Gabriel Luís: Nos dois primeiros períodos eu escolhi uma matéria e zerava ela no edital. Então, primeiro estudei tudo de direito constitucional, quando completei fui para administrativo, e assim sucessivamente. O problema é que chegando na terceira matéria eu já havia esquecido a primeira.
Já com o Estudo Acompanhado, o meu plano de estudos foi montado pelos professores do Estratégia, aí minha vida ficou fácil, era só seguir o que estava escrito na plataforma. Com isso, pude chegar nas 8:30 líquidas por dia.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Gabriel Luís: Eu montei um “caderno de erros” conforme eu fazia as baterias de questões, depois eu revisava os erros de cada matéria. O pessoal do EA me mostrou uma ferramenta chamada “Anki” e eu comecei a montar meus cadernos de erros por lá. Aí ficou fácil…
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Gabriel Luís: Impossível mensurar, as questões tiveram um papel essencial, não só fixaram o conteúdo, mas os erros faziam parte da revisão. Assim eu não esquecia o que sabia e corrigia minhas dúvidas.
No período de agosto até dezembro, eu fiz aproximadamente 15 mil questões, sem contar os 13 simulados.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Gabriel Luís: Direito administrativo e processo civil. Apenas segui o plano e não parei de estudar. Hoje ainda sofro com processo civil, mas já tenho uma base muito boa.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Gabriel Luís: Tentei fazer o máximo de revisões possíveis durante a semana, assisti às aulas dos professores ao vivo, porém na véspera eu não fiz nada, limpei a mente. Fui pra academia, assisti desenho, joguei boliche, comi porcaria, mas não abri um caderno, não haveria nada que eu poderia estudar na véspera que eu já não tivesse estudado antes. Aquele era o momento de esfriar a cabeça e concentrar pro dia seguinte.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Gabriel Luís: Eu apenas segui o planejamento do Estratégia e fazia uma discursiva por semana, todos os domingos. Acho que não tem muito para onde fugir, pegue um dos 20 temas selecionados, escreva e peça para alguém corrigir da maneira mais crítica possível.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Gabriel Luís: Meus erros foram de tentar na base da força bruta, transcrevendo leis e seguindo uma matéria inteira por vez, além de uma má gestão de tempo na hora da prova, meu desempenho em português caiu por esse motivo.
Já meus acertos foram o caderno de erros no “Anki”, e o descanso/concentração na véspera da prova.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Gabriel Luís: Em momento algum pensei em desistir. Eu tenho um plano infalível que é continuar. Como diria a Dory, do “Procurando Nemo”, “continue a nadar”.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Gabriel Luís: Existe uma única maneira para ser aprovado em concurso público, uma fórmula pronta. O plano infalível é não desistir. Pode levar o tempo que for até sua aprovação, mas não desista. Se for preciso reduza, mas não pare até a nomeação.