Aprovado no concurso TRF-5
“Posso dizer pra todos que não se sintam mal em não dar certo de primeira: tomei um grande baque com o concurso da Petrobrás em que quase passei em 2014. É uma vida bandida e sofrida essa de concurseiro… Mas a sensação quando você passa vale muito a pena! Sem falar na qualidade de vida e sensação de estar criando algo bom para a sociedade, sendo um bom servidor.”
Confira nossa entrevista com Rodrigo Máximo, aprovado em 1º lugar no concurso TRF-5 para o cargo de Técnico Judiciário:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Rodrigo Maximo: Meu nome é Rodrigo Maximo Menezes de Lima, tenho 28 anos e sou natural de Natal/RN. Sou formado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Rodrigo: A vida bandida que eu levava sendo terceirizado de uma empresa de TI (rs). Mas, falando sério agora, me atraía muito a perspectiva de ser um servidor do povo brasileiro, em vez de trabalhar para uma empresa com fins lucrativos.
Estratégia: Por que a área judiciária? Você tinha alguém na família que o inspirou? O que te fez estudar para esse concurso?
Rodrigo: Minha área principal quando comecei a estudar era a área fiscal. Aquele sonho de ser Auditor da RFB, rs… Mas todos tivemos que nos adaptar à realidade dos concursos a partir da EC do Teto de Gastos, e os concursos para Técnico Judiciário me atraíram pela frequência de realização e por serem relativamente gerais, cujas disciplinas estão geralmente presentes em qualquer concurso.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Rodrigo: Pedi demissão para só estudar, de maio de 2017 a setembro de 2018, quando tomei posse no meu cargo.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Rodrigo: Dentro das vagas, somente este do TRF5. Sou o segundo na lista pra ser chamado para este mesmo cargo de TJ-AA, mas no TRT 21.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Rodrigo: No início comecei com uma mentalidade espartana demais, até criei alguns problemas de convívio com minha namorada, agora esposa. Depois relaxei mais… Tentei me manter são saindo de casa, visitando amigos, vendo séries… coisas normais que eu fazia antes de estudar para concursos, mas agora em menor quantidade. Hoje vejo como é necessário esse equilíbrio, aprendido na tentativa e erro, para uma preparação a médio e longo prazo para concursos.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Rodrigo: Sou casado hoje em dia, sem filhos ainda. Moro com ela em Mossoró/RN. Minha família entendeu muito bem e, sem o apoio deles, eu nunca teria conseguido me dedicar exclusivamente aos estudos para concursos, o que me foi essencial para conseguir uma aprovação relativamente rápida.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Rodrigo: Acredito que é algo muito importante ter essa estabilidade em um cargo de menor dificuldade para conseguir alçar voos maiores. Sem falar na complexidade em se focar somente em concursos de alto nível, visto que eles têm acontecido com pouca frequência… Se eu não tivesse agarrado a oportunidade do TRF5, estaria até hoje esperando esse concurso mítico para a RFB, rs.
Mas tenho sim o objetivo, agora, de ser Auditor do TCU. Conheci o órgão e seu trabalho depois de já ter passado para o meu cargo atual, e me apaixonei pelo que eles desenvolvem lá.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Rodrigo: Foram pouco mais de quatro meses focado nos concursos do TRF 5 e do TRT 21 (foram realizados com duas semanas de distância, então estudei para os dois concomitantemente).
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Rodrigo: Estudei antes sim, alguns poucos meses. Por sorte, foram os meses em que eu ainda estava de “lua de mel” com estudar para concursos, então foi relativamente fácil. Sempre mantive um controle de ciclo de estudos e revisões por planilha própria de MS Excel, então me ajudou bastante a manter o foco.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Rodrigo: Conheci pelo ebook de Bibliografia para Área Fiscal do Alexandre Meirelles. Também ouvia falar muito sobre o Estratégia no finado Fórum Concurseiros.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Rodrigo: Não usei aulas presenciais, pois considero inconveniente pela questão do deslocamento, custo, alimentação fora de casa, etc… Não sou muito fã de aulas em vídeo, então não usei para o TRF 5. Meu método principal foram cursos em PDF… Comprei uma impressora do tipo ink tank e imprimi todos os cursos do Estratégia que eu pude. Li todos antes da prova, grifando para saber o que revisar, o que eu fazia regularmente.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Rodrigo: Usava o método de ciclo de estudos e revisões. Estudava várias matérias ao mesmo tempo, tendo cuidado para intercalar matérias jurídicas com outras como Raciocínio Lógico, Estatística, Administração… Meu ciclo variou durante a preparação, mas costumava ter entre 8 e 12 matérias. Não gosto de resumos na parte inicial da preparação, mas fiz alguns já na reta final, para aqueles assuntos que são uma pedra no sapato (Poder Judiciário em Constitucional, Lei 8666 em Administrativo, etc). Dica: Não façam leitura e releitura de teoria!!! Leia a teoria uma só vez, e revise pelos grifos regularmente. Você vai ver que o seu inconsciente vai absorver a matéria gradualmente, holisticamente, conforme você for avançando na matéria. Os exercícios são fundamentais! Fazia todos os exercícios do material, e na reta final, depois de ter “matado” o edital, fazia diariamente centenas de exercícios variados por sites de resolução de questões. Estudava em torno de 4 a 6 horas líquidas por dia.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Rodrigo: Lembro-me da disciplina de Direito Administrativo ser uma “pedra no sapato”, pela quantidade de normativos a serem “decorados”. O que me ajudou muito foi usar os normativos esquematizados como Lei 8112, Lei 8666, que eram disponibilizados no site do Estratégia.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Rodrigo: Na semana anterior, estudei normalmente, mas descansei no dia anterior à prova… Sempre me ajudou muito relaxar e dormir bem no dia anterior, para chegar descansado.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Rodrigo: Recomendo fazer muitas redações sobre temas variados, para se acostumar com a parte “mecânica” de escrever. Lembro-me da minha mão chegar a ter cãibras no início. Outra dica que me ajudou na hora da prova foi escrever um rascunho rapidamente, sem pensar demais, para ter tempo de refinar o texto antes de passar em definitivo. Ajuda bastante a ter uma visão completa do seu texto, se ele está balanceado, com suficiente argumentação, conciso, etc.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Erro: começar com toda a velocidade, para cansar e ter que diminuir o ritmo à força logo no início da preparação. Cuidado com o burnout, é algo real…
Acerto: focar na resolução de exercícios. Sempre digo que é fundamental para a preparação.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, o que te motivou a seguir em frente?
Rodrigo: Não cheguei a pensar em desistir, mas tive momentos complicados. Eu e minha namorada estudávamos para concursos na mesma época, então acabávamos os dois estressados na época das provas rs. Mas deu certo no final.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Rodrigo: Posso dizer pra todos que não se sintam mal em não dar certo de primeira: tomei um grande baque com o concurso da Petrobrás em que quase passei em 2014. É uma vida bandida e sofrida essa de concurseiro… Mas a sensação quando você passa vale muito a pena! Sem falar na qualidade de vida e sensação de estar criando algo bom para a sociedade, sendo um bom servidor.