Aprovado no concurso TRF 3
“Vai demorar uns meses e provavelmente uns anos para sua primeira aprovação. Hoje, há 6 anos como escrevente no TJ-SP e aguardando algumas nomeações, posso dizer que vale muito a pena investir nos concursos públicos”
Confira nossa entrevista com Daniel Granato, aprovado em 1º lugar (PCD) no concurso TRF 3 no cargo de Técnico Judiciário Área Judiciária:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Daniel Granato: Sou formado em Gestão de Recursos Humanos e estou fazendo pós-graduação em Direito Tributário. Tenho 33 anos e sou de Birigui, interior de São Paulo.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Daniel: Queria ter uma boa remuneração e estabilidade profissional.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?
Daniel: Sempre conciliei trabalho e estudos. Era sempre um esforço para estudar o máximo possível. Acordar duas horas antes de entrar no trabalho para conseguir estudar um pouco. Depois do trabalho, tentava estudar o quanto possível. Fim de semana eu tentava estudar 3 ou 4 horas por dia.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Daniel: Costumo dividir essa lista em duas: antes e depois de saber que era uma pessoa com deficiência. Eu enxergo apenas com o olho direito desde que nasci. Disseram-me que eu não era deficiente e eu prestava concursos para as vagas da ampla concorrência. Após entrar no TJ-SP conheci a Súmula 377 do STJ e comecei a prestar concursos nas vagas para deficiente. As aprovações são:
Concursos na ampla concorrência:
Técnico da Fazenda Estadual de São Paulo – 2011 – 91º lugar (exerci o cargo por 2 anos e meio)
Operador de Triagem e Transbordo dos Correios – 2011 – 1º lugar
Oficial de Promotoria do MP/SP – 2011 – 44º lugar
Escrevente Técnico Judiciário do TJ/SP – 2012 – 24º Lugar (atual cargo e tomei posse há 6 anos)
Concursos nas vagas para deficientes:
Técnico Judiciário Área Administrativa TRE/SP – 2016 – 8º lugar
Técnico Judiciário Área Administrativa TRE/PR – 2017 – 10º lugar
Técnico Judiciário Área Administrativa TRT/15 – 2018 – 7º lugar
Analista Judiciário Área Administrativa TRT/15 – 2018 – 1º lugar
Técnico Judiciário Área Administrativa TRT/2 – 2018 – 5º lugar
Analista Judiciário Área Administrativa TRT/2 – 2018 – 7º lugar
ISS Guarulhos – 2019 – 6º lugar
Técnico Judiciário Área Administrativa TRF/3 – 2019 – 1º lugar
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Daniel: A primeira vez é inesquecível. Fiz a prova de Técnico da Fazenda Estadual de São Paulo e ver meu nome entre os 100 primeiros dentre 55 mil inscritos foi uma mistura de alívio, alegria e missão cumprida.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Daniel: Diria que adotei uma postura meio radical. Diminui o futebol, que era 4 vezes por semana para uma vez na semana. Cortei tudo o que não acrescentava nos estudos, como assistir filmes, televisão, jogar vídeo game, passar horas nas redes sociais. Não deixei de fazer essas e outras coisas, mas fazia com muito menos frequência. Não deixei de sair com amigos e família. Os passeios de fim de semana nunca pararam, afinal a nossa mente sempre precisa de uma pausa.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Daniel: Sou casado há 1 ano e meio e ainda não tenho filhos. Minha esposa está comigo desde antes da primeira aprovação, que foi em 2011. Não diria que sempre entendeu, afinal acordar às 5 da manhã para estudar ou colar papéis pela casa para tentar decorar a matéria não é uma coisa muito comum de se fazer. Ela me via fazendo essas e outras coisas e me dava um voto de confiança, que iria dar certo. Porém, posso dizer que sempre me apoiou. Não me deixava desaminar nas reprovações e me parabenizava muito nas aprovações.
Minha família estava sempre admirada com meu foco e minha determinação e apoio nunca faltou. Quem me apresentou para os concursos foi meu irmão mais velho. Ele disse: vou fazer um curso preparatório para o concurso do Banco do Brasil, vamos fazer? E lá foi eu para minha primeira experiência.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Daniel: Vale a pena se você tiver bastante tempo para estudar ou se já tiver uma boa bagagem nos estudos. Esse ano eu estudei para área fiscal. Prestei ISS Guarulhos, ISS Campo Grande e ISS Rio Preto. Um mês após a última prova lá estava eu prestando o TRF 3. Só comecei a estudar para o TRF 3 um mês antes da prova. Com certeza era pouco tempo, mas como eu já havia estudado muito para tribunais pude chegar para a prova bem preparado.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Daniel: Essa pergunta é difícil de responder. Comecei a estudar um mês antes da prova, pois estava estudando para o ISS Rio Preto. Mas o que conta mesmo é o que eu já estudei antes para concursos com matérias parecidas. Prestei duas vezes escrevente do TJSP, duas vezes técnicos do TRE-SP, oficial de promotoria, técnico e analista do TRT 2, técnico e analista do TRT 15, técnico do TRE-PR, técnico da fazenda estadual. Quanto tempo isso dá de estudo? Não sei dizer.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Daniel: Já tentei estudar sem edital e estou tentando no momento. Sinto dificuldades em manter a disciplina, preciso de um edital para me motivar. Estudo uma ou duas horas por dia. Quando sai o edital aí vem a animação para estudar mais.
Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Daniel: Como tive pouco tempo, estudei apenas com os PDFs do Estratégia, foi muito bom. Material focado no concurso, centenas de questões para praticar o conhecimento, possibilidade de estudar a matéria que quiser a hora que quiser.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Daniel: Amigos do trabalho há alguns anos, falando de um curso que era bom e mais barato que a concorrência.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Daniel: Sempre estudei várias matérias ao mesmo tempo. Eu estudo por ciclos. Monto o meu ciclo e sigo. No TRF 3, por exemplo, era a seguinte sequência: Raciocínio Lógico 30 minutos, Sustentabilidade 30 minutos, Governança e Gestão Estratégica 30 minutos, Processo Civil 1 hora, Processo Penal 1 hora, Previdenciário 1 hora e Redação 1 hora. As outras matérias não deram tempo de ler.
Quando terminava o tempo de uma matéria eu anotava onde tinha parado e começava a próxima matéria. Quando terminava o ciclo era só o recomeçar.
Sempre faço resumos, eles ajudam bastante. Gosto de resolver exercícios, diria que passo 50% do tempo em que estudo resolvendo exercícios. Ler a teoria geralmente é entediante.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Daniel: Minha maior dificuldade é a redação. Escrever sempre foi, e ainda é, difícil para mim. Isso tanto por falta de prática quanto por preguiça de escrever. Essa dificuldade ainda não superei.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Daniel: Na semana antes da prova eu sempre foco nos resumos, tento ler o máximo possível. Véspera de prova é dia de estudar, com certeza. Além de resumos eu anoto “o que estudar no dia da véspera”. Com o tempo, o concurseiro ao ler acaba pensando: isso aqui é muito importante, preciso ter em mente no dia da prova. Daí anoto num caderno. Já foram muitas as questões que na hora da prova eu pensei: nossa, eu li isso aqui ontem!
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Daniel: Discursiva é meu ponto fraco, tenho preguiça de escrever redações. Meu conselho é: não seja como eu!
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS.
Daniel: Meu erro é não dar atenção para redação, ela realmente faz a diferença nos concursos.
Acertei em fazer resumos. Quando falta uma semana para prova, tem coisas que você estudou há dois ou três meses e não estudou mais. Pensar nisso pode dar um pequeno desespero. Ler um resumo geral serve para diminuir essa minha preocupação.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Daniel: O mais difícil é a reprovação. Vem a primeira, a segunda, a terceira… Daí vem o pensamento no dinheiro gasto, nas centenas de horas estudadas sem o resultado desejado, pessoas falando para deixar para lá, que é muito difícil.
No começo estudei para um concurso e parei. Depois voltei e parei de novo. Um dia decidi que ia estudar até passar e estou nessa até hoje, com algumas pequenas pausas entre concursos, mas sem parar, até passar no concurso dos sonhos.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Daniel: Ter uma boa remuneração e estabilidade no trabalho, coisas que não tinha na iniciativa privada.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Daniel: Aconselho aos concurseiros iniciantes que tenham em mente que é um projeto não imediato. Vai demorar uns meses e provavelmente uns anos para sua primeira aprovação. Hoje, há 6 anos como escrevente no TJ-SP e aguardando algumas nomeações, posso dizer que vale muito a pena investir nos concursos públicos.
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Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: [email protected]
Um abraço,
Thaís Mendes