Aprovado no Concurso do TRF-1 (Pará)

“Lembre-se que você pode deixar de passar em vários concursos, mas basta dar certo em apenas um para tudo mudar”.
Confira nossa entrevista com Anderson Alves Vasconcelos, aprovado em 4º lugar no concurso TRF 1 (Pará) para o cargo de Analista Judiciário – Área Administrativa:
Estratégia Concursos: Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Anderson Alves Vasconcelos: Meu nome é Rossi Anderson Alves Vasconcelos, tenho 38 anos e sou de Fortaleza/CE. Sou formado em Administração pela Universidade Federal do Ceará (UFC), em Direito pela Faculdade de Teologia, Filosofia e Ciências Humanas da Gamaliel (FATEFIG) e tenho Pós-Graduação em Direito Administrativo pela Universidade Cândido Mendes.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Anderson: Sou de família humilde. Antes de interessar-me pelos estudos e durante um bom tempo, a vida era extremamente regrada financeiramente. Deus nunca deixou faltar, mas vivíamos com o mínimo. Minha mãe, separada, recebia um salário mínimo. Meu pai não ajudava em casa, o que levava minha mãe a arcar com todas as despesas do lar. A família era constituída por mim, minha irmã mais nova (quatro anos de diferença) e a minha mãe.
Aos 18 anos, após concluir o ensino médio, vi-me totalmente sem direção: sem qualificação profissional; sem orientação do que fazer; sem recursos financeiros; com pai desempregado; com mãe assalariada e um peso enorme nas costas de querer ajudar a família. Em meio a todo esse contexto, vi que a única saída que tinha era estudar. Foi então que comecei a interessar-me pelos estudos.
Depois de várias tentativas, com muito esforço, ingressei no curso de Bacharelado de Administração da Universidade Federal do Ceará (UFC). No curso, conheci amigos que tinham o mesmo interesse de estudar, sobretudo para concursos. Então, começamos a nos dedicar aos concursos. Tanto eu como meus amigos da faculdade buscávamos estabilidade, boa remuneração, valorização e tínhamos o desejo de prestar um serviço público de qualidade. Para mim, além de tudo isso, tinha como objetivo maior dar uma vida melhor à minha família, sobretudo, minha mãe.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Anderson: Como sou de família humilde, tive que trabalhar para custear meus estudos para os concursos públicos. Minha rotina consistia basicamente em trabalhar no turno da tarde e cursar a faculdade de Administração à noite. Trabalhava em uma escola da prefeitura, localizada em um bairro distante da minha casa. Para chegar ao trabalho eu tinha que pegar dois ônibus para ir e dois para voltar, além de mais um para ir e outro para voltar da faculdade, totalizando 6 conduções diárias.
Percebi que durante o dia eu passava cerca de 3 horas e 30 minutos nos ônibus. Foi então que decidi estudar durante o trajeto. Em um dia normal, passava uma média de 2 horas lendo dentro dos ônibus. As vezes a leitura era em pé, com uma mão no corrimão do ônibus e outra na apostila, mas não deixava de fazer minha leitura, sempre conciliando o trabalho com os estudos.
À noite chegava da faculdade por volta das 22 horas. Relaxava um pouco e voltava a estudar novamente, quase sempre das 23:30 à 01:00 hora (dividindo os assuntos entre os da faculdade e dos concursos). Quando havia edital publicado, eu esforçava-me mais. Alguns dias cheguei a ver o sol nascer enquanto estudava.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Anderson: Cargo de Agente Administrativo – Prefeitura de Fortaleza;
Cargo de Administrador – Assembléia Legislativa do Ceará (2012);
Cargo de Analista Judiciário/Área Administrativa – TRF da 1º Região, em quarto colocado no Pará, cargo que ocupo atualmente;
Oficial de Justiça Avaliador – TRF da 1º Região – oitavo lugar para Tucuruí/PA.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Anderson: De gratidão a Deus, superação, conquista e saber que todo o esforço estava sendo recompensado.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Anderson: Nunca fui muito de sair. Entretanto, tinha alguns amigos do futebol e da banda da qual eu era integrante. Afastei-me de tudo e todos por um bom tempo. Até hoje sinto que alguns amigos não entenderam minha decisão. No entanto, a vida é difícil e se você decide estudar para concurso, cedo ou tarde, vai ter que abrir mão de muitas coisas que gosta de fazer. A boa notícia é de que vale muito à pena. A minha família sempre me deu apoio, mesmo sendo uma realidade totalmente diferente do que haviam vivido até então.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Anderson: Sou casado há 4 anos. Estamos esperando o nascimento da nossa princesa Angélica, que nasce agora em fevereiro de 2021. Gostaria de ressaltar que conheci a minha esposa no Pará, onde fui nomeado para o cargo no qual ocupo atualmente. Por isso, brinco dizendo que um concurso pode te dar muito mais que uma boa remuneração, pode trazer para perto de você várias pessoas maravilhosas, no meu caso, a minha amada esposa e minha princesa Angélica.
Minha mãe e irmã sempre apoiaram e respeitaram a minha decisão de estudar. Até porque elas viram a mudança que o estudo estava fazendo na minha vida. Atualmente minha esposa me apoia e me incentiva muito. Respeita meu tempo de estudo e dedicação aos concursos.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Anderson: Eu posso dizer que cometi um grande erro na preparação para concurso: foi o de ter estudado para todo edital que era publicado. Fazer isso me fez passar muito tempo estudando assuntos aleatórios. Quando passei a focar em Tribunais, passei a ter melhores resultados.
Quando era publicado qualquer edital, eu sempre enxergava ali uma oportunidade e passava a me dedicar, principalmente, por precisar passar em algo. Entretanto, analisando hoje, vi que não era bem o caminho ideal.
Hoje posso dizer que estou no cargo dos meus sonhos, entretanto, continuo estudando para concursos mais desafiadores: Promotoria, Defensoria Pública, Magistratura. Portanto, se fosse para dar um conselho, eu diria para traçar uma linha de estudo coerente, um plano de carreira.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Anderson: Durante os cinco anos que cursei Administração, dividia os estudos entre as matérias da faculdade e dos concursos. Consegui uma boa base durante esses cinco anos, sobretudo, em Direito Constitucional e Administrativo. Ao concluir o curso acadêmico, fiquei um ano e meio focado só nos estudos de concursos para tribunais (TRE, TRT e TRF). Assim, na prova de Analista Judiciário – Área Administrativa, do TRF da 1º Região, realizada em 2011, obtive o quarto lugar do Pará.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Anderson: Estudei bastante sem edital publicado. Sabia que não daria tempo de preparar-me adequadamente se estudasse apenas após sair o edital. Isso porque já tinha acumulado várias eliminações em concursos, sabia da dificuldade.
Quanto à disciplina nos estudos, creio que quando você passa a saber o que quer, então passa a dedicar-se plenamente para conquistar seus objetivos.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Anderson: Conheci o Estratégia Concursos através de um amigo do meu trabalho atual. Esse amigo estuda para magistratura federal através do Estratégia Concursos. Assim que conheci o material, logo me interessei bastante. Vi que o conteúdo era completo, perfeito para uma boa preparação.
Lá no começo dos meus estudos, eu passava horas e horas só para selecionar um bom material, filtrar questões da banca examinadora, para só então começar a estudar. Vi que com o Estratégia eu teria tudo reunido em um só material. Interessante que cada vez mais o Estratégia Concursos cria meios de facilitar a vida dos alunos. Estou impressionado com a qualidade do passo estratégico lançado recentemente.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Anderson: Na época eu comprava apostilas das bancas de jornal. Outras vezes, matriculava-me em cursos preparatórios localizados na minha cidade. Hoje, prefiro o material do Estratégia Concursos, pois tem a doutrina, a lei, a jurisprudência e questões: tudo que se precisa para uma boa preparação.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Anderson: Entendo que é necessário tempo. Além do tempo em si, cada pessoa tem seu tempo de aprendizagem. No meu caso, eu comecei pelas matérias básicas (Constitucional e Administrativo), que estão presentes em quase todos os concursos. Como dividia meu dia com a faculdade e com o trabalho, não conseguia estudar muitas disciplinas. Então pegava essas matérias e buscava deixá-las em nível de aprovação (fazendo o número de questões que os aprovados faziam). Depois que chegava a esse nível, passava para outras disciplinas, como português, administração financeira e orçamentária, gestão de pessoas.
Estudava uma média de 3 horas por dia, um pouco mais, um pouco menos, a depender das obrigações diárias. No meu caso, percebi que me dedicar a uma ou duas matérias me trazia mais resultados. Eu fazia resumos dos temas que tinha mais dificuldade, juntamente com as matérias que continham muitos detalhes para memorizar, como os artigos 20 ao 24 da CF.
Na época, 2008 a 2011, não tinha acesso às questões como ocorre hoje. Por isso, aproveitem o sistema de questões do Estratégia Concursos, é fundamental para uma aprovação.
Estratégia: Você tinha mais dificuldade em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Anderson: Quando comecei a estudar para os concursos públicos, tinha muita dificuldade para entender alguns termos jurídicos. Então, como não podia parar os estudos, nem tinha com quem obter a informação, eu decorava. Tempos depois eu acabava sabendo o que significava. Adotava um entendimento no sentido de que “se não dá para entender agora, eu vou decorar”.
Outra dificuldade que me tirou muito das disputas dos concursos foi a matéria de português. Como eu não tinha uma boa base no ensino fundamental e médio, tive que começar quase do zero. Então, descobri que resolvendo questões de português, principalmente da banca examinadora, ajudava demais.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Anderson: Pergunta interessante. Normalmente estudava uma média de 3 horas por dia, alguns dias mais, outros menos. Ao sair o edital eu fazia um plano de estudos e o seguia. Faltando 2 semanas para a prova, eu passava a maior parte do dia revisando e a outra parte estudando matérias que não havia estudado ainda, tal como o regimento interno dos tribunais. Nas duas semanas antes da prova, eu tirava férias, marcadas com bastante antecedência (planejamento). Nesse período, estudava de 8 a 10 horas por dia, menos no domingo, quando ia para a igreja. Não conseguia passar desse tempo de 8 a 10 horas diárias, nem me prolongar por mais de 15 dias nesse ritmo. No dia antes da prova, fazia uma super revisão, passando os olhos nos prazos, nas teorias, entre outros, de forma bem superficial. O estudo no dia antes da prova é muito subjetivo.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Anderson: No meu concurso houve prova de redação. O tema se tratava de conceitos da Teoria Geral da Administração, o que requereu do candidato conhecimentos sobre alguns conceitos teóricos da área. No caso, como eu tinha me preparado bem para a prova objetiva e sabia bem a estrutura e as técnicas da redação, obtive êxito.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Anderson: Planejamento. Como comecei a estudar sem orientação e à época não havia a internet que temos hoje, cometi muitos erros por falta de orientação, o que levou à falta de planejamento. Estudava para bancos, tribunais, polícia civil, enfim, não foquei em uma carreira. Confesso que, se hoje eu pudesse voltar atrás, traçaria um plano de carreira, e seguiria fielmente, poupando-me tempo, estresse e alguns outros erros.
Por isso indico que procure ver os vídeos que o Estratégia Concursos promove, sobre como são as diversas carreiras no setor público, as dicas dos professores e suas orientações. Fazendo isso o aluno conseguirá muito mais direção.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Anderson: Cheguei várias vezes a pensar em desistir, principalmente quando chegava bem perto da aprovação e não conseguia. Mas quando pensava em desistir, via que eu não queria outro caminho para minha vida e que poderia sim superar minhas limitações e dificuldades. Olhava para todo o esforço que eu já tinha colocado nos estudos, as noites e madrugadas lendo, várias renúncias, dinheiro investido, tempo, etc. Por fim, sempre voltava para o caminho dos estudos.
Para mim, o mais difícil foi encontrar bons materiais e foco no que eu queria. Como já mencionei, muitas vezes embarquei na aventura de tentar vários concursos diferentes um do outro. Quanto ao material, gostaria muito de ter conhecido o Estratégia Concursos há mais tempo, teria me ajudado muito.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Anderson: A busca incessante em ver minha mãe feliz, orgulhosa de mim, dando a vida tranquila que ela merece. Creio que consegui. Confiando sempre em Deus, Ele não desampara.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Anderson: Sempre digo às pessoas próximas que a vida é difícil, é dura, que na maior parte da história da maioria das pessoas é recebendo não, é caindo, é reprovando. Entretanto, há um Deus que vê todo o esforço, que vê cada momento de dificuldade, cada lágrima e que está vendo você agora.
Se você chegou a ler essa entrevista, é porque está buscando atingir seus sonhos. Continue! Concurso é estudo, é persistência. Se eu tivesse desistido lá nas primeiras provas, hoje não estaria aqui digitando isso.
Se estiver começando, não tenha medo, não tenha vergonha. Comece com uma apostila, uma página, um artigo que for. Na minha preparação, quando não tinha nenhum tempo para estudar, decidia decorar (muitas vezes por não entender) 1 único artigo da Constituição, repetia ele o dia todo. Lembre-se que você pode deixar de passar em vários concursos, mas basta dar certo em apenas um para tudo mudar.