Aprovado no concurso do TJ-CE
“Busque sempre fazer exercícios, alimentar-se bem e dormir bem. Isso tudo te ajuda a manter por mais tempo a sua rotina de estudos. Achar um equilíbrio na rotina de estudo, ter uma técnica adequada de estudos à sua situação pessoal, já ter estudado as matérias que sempre caem, fazer o máximo de questões que puder e saber que a sorte é uma aliada (e, com isso, não me preocupar tanto se não terminei o edital) foram essenciais pra minha aprovação. Mas, acima de tudo isso, contar com o apoio material e emocional das pessoas que estiveram ao meu redor, principalmente meu pai e minha mãe, foi o que me trouxe até aqui”.
Confira nossa entrevista com Yuri Moreira, aprovado em 3º lugar no concurso do Tribunal de Justiça do Ceará no cargo de Técnico Judiciário:
Estratégia Concursos: Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Yuri Moreira: Sou formado em direito pela UFC desde 2017. Tenho 26 anos. Moro em Fortaleza/CE (e sou natural daqui).
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Yuri: Desde que iniciei a faculdade de Direito, meu objetivo sempre foi concurso público.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Yuri: Durante a minha faculdade, fiz estágio por dois anos, mas fora desse pequeno período, durante a graduação, não exercia qualquer atividade remunerada, à exceção de ajudar o meu pai, que é advogado, em alguns processos administrativos em que ele costuma atuar (isso era esporádico e eu fazia quando precisava de dinheiro para consumir algo, seja produto comum, cursos ou viagens). Desde o final de 2017, cerca de 8 meses após ter me formado, momento em que me dediquei exclusivamente aos estudos, eu fui chamado para tomar posse no concurso da UFC. A partir de então, trabalho e estudo. Logo em fevereiro de 2019, cerca de 5 meses após entrar na UFC como servidor, pedi redução de carga horária, com redução de salário, para poder estudar melhor (a minha carga horária era de 8 horas e passou a ser de 6. Era possível pedir para reduzir para 4, mas, em razão da demanda do meu setor ser alta, não tive como pedir essa redução pela metade).
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Yuri: O único concurso em que eu fui aprovado dentro das vagas, ou seja, sem ficar em cadastro de reserva, foi esse do TJ/CE, em que fiquei em 3º lugar da ampla concorrência. Houve outros em que fiquei em cadastro de reserva: IBGE – 2016 (Técnico em Informações Geográficas e Estatísticas, 40º lugar); UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – 2016 (Técnico Administrativo em Educação, 38º lugar. Fui chamado para assumir esse concurso mesmo dentro do cadastro de reserva); CÂMARA MUNICIPAL DE FORTALEZA – 2019 (Consultor Técnico Jurídico, 7º lugar).
Fora esses concursos, fiz vários outros, mais de 15, eu diria, e não fiquei nem perto das primeiras colocações (MPU, TCE-CE, UFC 2013, UFC 2015, CGE/CE 2019, TJCE-Juiz Leigo, dentre vários outros de que nem me lembro).
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados(as)?
Yuri: Primeiro foi de surpresa, quando saiu o resultado da primeira fase (correção das provas objetivas), em que vi que tinha ficado em 9º lugar. Logo depois, de satisfação, ao saber que o estudo do final de 2018 e todo o ano de 2019 deram um resultado melhor do que o esperado. Não me importava tanto assim com a prova de redação, pois, como não tinha estudado com tanto foco para esse concurso, o mero resultado na fase objetiva mostrava que o estudo do conteúdo das matérias da prova objetiva estava me dando condições de ficar em boas colocações em concursos mais concorridos. Desse modo, vi como uma indicação de que a minha forma de estudo estava, na maior parte, correta. Uma das partes que eu acho mais complicadas em fazer concurso é que você, até fazer a prova e ver como foi, não sabe ao certo se o seu estudo está correto, se você está no ritmo necessário etc. Essa ansiedade é uma das piores sensações que eu, como concurseiro, tenho.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Yuri: Eu nunca tive uma vida social muito agitada (ir a festas a noite, balada etc). Sempre fui muito caseiro. Namoro a mesma pessoa há 9 anos, desde o ensino médio. Tenho um grupo de amigos (alguns estão comigo há mais de 12 anos) que sempre me apoiam muito e uma família (pai mãe e irmão) excelente , que também nunca deixou faltar nada pra mim e me dá todo o suporte necessário, tanto emocional quanto material. Nunca abdiquei da minha vida social com essas pessoas e isso me ajudou bastante a encarar os momentos mais pesados de estudo, que são solitários e estressantes. Em alguns momentos, por estar perto de algum concurso ou por estar com um cronograma atrasado, deixei de sair com meu grupo de amigos, ver minha namorada ou ter momentos com a família, mas nunca com exagero, pois a minha relação com essas pessoas é a coisa mais importante pra mim.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Yuri: Não sou casado, mas namoro há 9 anos com a mesma garota, que também estuda pra concurso público, assim como eu. Isso facilita bastante, pois um entende a situação do outro e isso é essencial pra quem quer ter um relacionamento enquanto se dedica aos estudos para concurso público. Minha família sempre entendeu e, mais importante, sempre me apoiou. E eu acho que o apoio que tenho da família é o mais importante dentro de toda a caminhada de estudo, que é cheia de frustração e insegurança. Meu pai e minha mãe não me cobram por aprovações e não me comparam com outras pessoas que já passaram em concurso (isso é extremamente chato e frustrante para um concurseiro. Muitas pessoas próximas a mim reclamam e se ressentem bastante disso, e com razão). Meu pai, mesmo eu trabalhando e ganhado meu salário, ainda pergunta se eu estou precisando de algo pra estudar (livros, cursos etc). Por muitas vezes, com carinho e preocupação verdadeiros, me acordava com um beijo pela manhã, quando eu dormia além do meu horário de estudo, e falava pra eu estudar. Não era com cobrança, como sei que muitos pais e mães, infelizmente, fazem, mas sim com preocupação com meu futuro. Caso eu voltasse a dormir, ele deixava, pois sabia que, se eu voltasse pra cama, é porque realmente não dava. Ou seja, ele sempre confiou em mim. Minha mãe me dá, e sempre me deu, um grande suporte emocional e chama minha atenção quando percebe que estou muito preocupado com os estudos. Como eu saio para o trabalho às 11 horas (trabalho com horário reduzido de 6 horas e minha jornada é de 11:00 as 17:00), sempre que ela pode, mesmo sem eu pedir, faz o almoço pra levar ao trabalho, o que me ajuda bastante, pois já me poupa um tempo de preparação da comida, além de que a comida caseira sempre é melhor que a comida de fora de casa. Isso eleva bastante meu estado de espírito ao longo do dia. Comer bem é um dos prazeres diários que eu tenho, graças à mãe (risos).
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Yuri: Sim! Principalmente se as matérias, em sua maioria, baterem com as matérias da carreira/concurso em que você está focando. A depender da sua condição financeira, não creio que valha à pena viajar grandes distâncias e gastar muito dinheiro com passagens e hotéis para fazer concursos fora do seu foco, mas, caso sejam na sua cidade/estado, creio que, mesmo que não sejam muito compatíveis é importante fazê-los. Meu foco nunca foi Técnico Judiciário, mas era um concurso que eu faria aqui em Fortaleza e cuja maior parte dos conteúdos batiam com os conteúdos de carreiras jurídicas, nos quais eu foco (atualmente, meu foco é o concurso de promotor de justiça do MP/CE). Eu, desde o final de 2018, estudo com foco em promotoria/magistratura e o estudo pra esse tipo de concurso me ajudou a passar no TJ/CE.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Yuri: Meu estudo é separado em momentos ao longo do meu horário : 1) PDF e/ou videoaula, 2) lei, 3) jurisprudência e 4) questões. O momento mais importante, pra mim, é o das questões, pois, afinal, passa quem acerta mais questões na prova. Uma vez que o estudo para técnico de tribunais tem um nível de conteúdo diferente daquele exigido para magistratura/ministério público (meu objetivo maior), eu mantive o tempo e profundidade de estudo do conteúdo dos PDFs, videoaulas, jurisprudência e legislação. Ocorre que, nas questões, assim que saiu o edital para o TJ/CE, eu passei a focar para esse tipo de concurso (técnico e analista de tribunais). Portanto, os PDFs do Estratégia, principalmente na parte das questões, que estão em boa quantidade, bastante focadas e muito bem comentadas, ajudaram na minha preparação pra esse concurso. Ter assinado o plano anual do Estratégia ajudou bastante, pois, ao longo do ano, como no concurso da CGE/CE, por exemplo, adotei esse tipo de técnica (utilizar para o estudo do concurso, as questões dos PDFs). Quando eu tinha alguma dúvida ou era um conteúdo que eu nunca havia visto, usava o PDF em sua integralidade.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Yuri: Sim! Na verdade, eu prefiro estudar sem edital, pois me sinto mais tranquilo e com maior possibilidade de revisar o conteúdo e me planejar a longo prazo. O que me ajuda a manter a disciplina é minha família, que sempre me estimula a estudar para concursos e me dá todo o suporte possível (me sinto realmente privilegiado por isso). Além disso, a minha disciplina para estudar também vem da visualização do estilo de vida que eu desejo ter e proporcionar para os que estão ao meu redor, o que demanda a estabilidade de um concurso público.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Yuri: Conheci por meio de um colega da faculdade, que vivia, durante as aulas e intervalos, lendo os PDFs do Estratégia por meio de um tablet.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Yuri: Especificamente, para esse concurso, revisei os conteúdos já vistos pelo meu caderno de resumo e fiz as questões dos PDFs do Estratégia específicos para o TJ/CE. Para os conteúdos que não tinha visto (legislação específica), eu utilizei todo o conteúdo e questões dos PDFs do Estratégia respectivos. O que funciona melhor pra mim, na questão do estudo inicial de determinada matéria, atualmente, é PDF. Para revisar, recorro a anotação que faço em meu caderno de estudos. Para a ver se a matéria foi entendida corretamente, utilizo as questões, como um termômetro. Se estou acertando as questões, considero que meu estudo foi bem sucedido naquele determinado conteúdo. Caso contrário, busco outro material e tento rever e entender melhor o conteúdo. Para assuntos que eu nunca vi, eu gosto muito de videoaulas, pois considero que, quando não se tem qualquer tipo de base na matéria, é o material que me faz aprender mais em menos tempo. Quando eu já estudei determinada matéria ou já tenho uma noção, prefiro os PDFS, pois, nesse caso, acaba sendo a forma mais eficiente de ver o conteúdo. Quando eu considero que já domino determinado conteúdo, utilizo apenas os cadernos de resumo e me atualizo na jurisprudência e leio a legislação correspondente.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Yuri: De fato, para qualquer concurso hoje, a quantidade de matéria a ser estudada é imensa. E eu acho que não há fórmula mágica para isso, pelo menos no meu caso. Acho que você deve buscar a forma de estudar que te permite aprender com um nível de dificuldade um pouco acima do que te será exigido no menor tempo possível (e isso não quer dizer que esse tempo será pequeno). E, para saber como é isso, é preciso praticar. Você aprende e se conhece com o tempo, como em tudo na vida. Eu estudo pra concurso há cerca de 8 anos, entre altos e baixos (com seriedade, ou seja, foco e disciplina, seria cerca de 2 anos) e, até hoje, me sinto inseguro e encontro novas formas de tornar meu estudo mais eficiente. Uma das coisas que aprendi ao longo desse tempo é que o número de questões que você acerta (por isso, assinar um bom site de resolução de questões é importante) em determinado assunto é a melhor forma de você saber se o seu estudo está correto ou não. Além disso, a constância é mais importante que a quantidade. Por muito tempo, eu passava um dia todo estudando e via 10, 12 videoaulas por dia e passava os outros dias sem paciência ou achando que já tinha estudado bastante. Seria muito melhor se eu tivesse visto 2 videoaulas por dia, por seis dias, durante um ano todo, do que fazer isso uma ou duas vezes por semana durante 6 meses (e ainda teria um dia da semana totalmente dedicado ao descanso), sem qualquer técnica, revisão ou objetivo específico. Dito isso, durante esses dois anos de estudo mais focado, estudei cerca de 4 horas “líquidas” por dia, de segunda a sexta (raramente, utilizava sábado ou domingo), tendo estudado uma matéria por dia. No dia de estudo de conteúdo de uma matéria, eu faço cerca de 20 a 30 questões da matéria do dia anterior). Caso sobre tempo ou eu tenha tempo de fazer questões no trabalho, eu faço questões os outros assuntos dos dias anteriores de estudo e do próprio dia. Meu foco principal é de questões, mas, quando vejo que começo a errar muitas, eu volto para o caderno de resumo e legislação, revejo o assunto e volto às questões. Meu plano de estudos eu montei conforme minha possibilidade. Trabalho às 11:00 e saio às 17:00. Após o trabalho, eu vou à academia, volto para casa, como algo, descanso e o tempo que sobra (geralmente, durmo às 22:00, no máximo) eu dedico a revisar o conteúdo do dia ou, caso não tenha necessidade, dos dias anteriores e resolvo o máximo de questões que posso até dormir. Por dormir cedo, acordo cedo, então, das 4:30 até as 10:20, eu dedico ao estudo. Por sorte, moro perto do trabalho (10 minutos de bicicleta) e, geralmente, tenho almoço em casa (algo que me ajuda muito, pois não gasto tempo com isso), então esse tempo de quase 6 horas é dedicado quase que completamente ao estudo (tirando os descansos, alimentação etc). Sendo assim, eu me organizo para estudar por 4 horas líquidas por dia e, para mim, é impossível estudar mais de uma matéria, com a profundidade de que necessito, durante esse tempo. Compenso isso fazendo questões das matérias dos outros dias, para poder revisar o conteúdo e deixar os assuntos sempre frescos. Essa foi a melhor forma que eu encontrei para estudar até o momento, ou seja, fazer o melhor que posso, no tempo que eu tenho, dentro das minhas limitações pessoais, utilizando questões como um termômetro da qualidade do meu estudo.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Yuri: Na verdade, eu tenho dificuldade em praticamente todas as matérias de Direito. Apesar de ter feito faculdade de Direito, não tenho muita afinidade com a maior parte dos conteúdos. Tenho uma tendência a ser melhor em exatas. Desse modo, como eu tenho dificuldade de gostar de quase todo assunto, eu acabo querendo estudar com mais profundidade todos eles. Assim, apesar de ter dificuldade, por conta do esforço aplicado, me sinto mais seguro, o que acaba por compensar a minha falta de afinidade. Pensando nisso, eu creio que a melhor forma de vencer a dificuldade em uma disciplina é estudando e entendendo. Veja bem, você não precisa descobrir ou criar teorias sobre determina disciplina. Você apenas precisa entender o suficiente para marcar a questão correta. Acho que pensar assim tira bastante o medo de determinados assuntos.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Yuri: Eu não acho que as pessoas devam se estressar estudando muito antes de uma prova. Saber fazer prova é tão importante quanto saber estudar. Estar o mais tranquilo possível é essencial. É impossível em duas semanas estudar tudo o que você não estudou. Criar um cronograma de revisão e ver assuntos estratégicos (legislação específica, assuntos quentes, etc.) e ler artigos importantes das leis principais, para mim, tem funcionado muito mais do que me desesperar antes da prova, o que leva a tomada de decisões desesperadas e, quase sempre, equivocadas. Acho que a gente tem de assumir que, dificilmente, terminaremos um edital por completo, e creio que isso nem seja necessário na maior parte dos casos. Ora, no TJ/CE, por exemplo, pessoas que fizeram 60 questões, na ampla concorrência, foram aprovadas. Isso corresponde a 85% de toda a prova. De uma forma bem simplista, saber 85% de todo o conteúdo, garantiria a você uma vaga. E vou um pouco mais além, muitas questões eram de um mesmo assunto, ou seja, na prática, se você tivesse estudando bem 70% de todo o conteúdo (e dominado esses assuntos), ou menos, haveria chance de aprovação. Isso puxa o assunto pra outra questão: sorte. A gente tem de saber também que há sempre, em maior ou menor intensidade, o fator sorte na aprovação pra um concurso. As vezes, você não estuda tudo, mas, o que cai, você estudou (foi esse o meu caso na prova do TJ/CE quanto à matéria de direito processual penal). Obviamente, estudar o máximo possível com qualidade reduz a necessidade do fator sorte, mas eu acredito muito de que ele sempre estará lá e, quanto mais você estuda, parece que mais sorte você tem! O dia anterior à prova eu passei com meu pai, dando apoio emocional e ajudando em questões burocráticas (ir a cartórios, dar entrada em pensão por morte, etc.) que precisava resolver muitas coisas em razão da morte do meu avô, cujo enterro ocorrera no dia anterior. Eu realmente não estava nesses dias anteriores com a cabeça no concurso, e sim na minha família. Como minha prova foi no período da tarde, na manhã do dia do concurso, eu reli os artigos mais importantes da lei de licitações, lei de improbidade, lei do processo administrativo e artigos do código de processo penal que o professor Nilmar de Aquino “bizurou” pros alunos dele. Dei uma revisada no caderno, também, em controle de constitucionalidade e olhei, na constituição, os artigos que tinham relação com os estados membros. Tudo sem correria, pois eu sabia que não tinha como ver tudo o que não tinha visto. Foquei o último momento na revisão e em assuntos que sempre caem.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Yuri: Meus maiores erros durante boa parte do meu tempo de estudo foram ligados à falta de disciplina e imaturidade, ou seja, não estudar com seriedade, constância. Se você tem 1 hora por dia, faça essa hora valer à pena e não se culpe por não poder estudar mais. Estudar bem uma hora por dia ao longo de 1 ano é mais do que a esmagadora maioria das pessoas que prestam concurso faz, apesar de eu acreditar que essa mesma maioria tem total condição de fazê-lo. Saiba também seus limites. Eu não acredito que alguém (salvo as exceções que sempre existem, mas que nem valem à pena serem utilizadas como parâmetro) mesmo com todo o dia livre, consiga estudar 10 horas líquidas por dia ao longo de muito tempo sem prejuízo de sua saúde física, psicológica, social, etc. Momentos de lazer, exercícios, alimentação adequada e um bom sono fizeram parte da minha preparação pra concurso. É muito melhor um trabalho, mesmo que pequeno, mas constante e sólido, do que um trabalho imenso, sem técnica nem constância. O meu maior acerto foi sempre investir muito na resolução de questões. Pra mim, desde o ensino médio, resolver questões é o principal. Em concurso, infelizmente (ou felizmente), não passa quem sabe mais. Passa quem acerta mais questões. E, pra isso, é preciso treino e ter muita experiência fazendo provas. Não houve um ano desde que eu entrei na faculdade em que eu não tivesse feito, no mínimo, um concurso. E isso quer dizer outra coisa: falhei bastante, mas continuei e sei que ainda vou falhar em várias outras provas. O importante é não desistir e buscar o apoio de pessoas queridas (e dar apoio a elas também).
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Yuri: Eu tenho um plano de vida bastante claro na minha cabeça e ser aprovado em um concurso público é parte importantíssima desse plano. Assim, para ter a vida que eu considero ideal, ser aprovado nos concursos que eu já citei é parte fundamental na realização desse plano de vida.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Yuri: Primeiro de tudo: essa caminhada, pelo menos pra maioria, é mais cheia de reprovações do que aprovações. Ocorre que as aprovações são festejadas e, por isso, aparecem mais. Assim, não fique triste com uma reprovação, nem com 10, nem com 20, nem com 100. Ser concurseiro é um trabalho e, como tal, exige disciplina, cansa e precisa de seus momentos (mesmo que pequenos) de “férias”. Estude com constância, pelo tempo que for possível manter essa constância pelo maior número de anos possível. Revise o que viu. Faça questões e não estude apenas com edital. Há matérias que, geralmente, a depender do tipo de concurso, sempre vão cair: português, matemática/raciocínio lógico, direito administrativo, direito constitucional, etc. Estude essas matérias e vire um especialista nelas, mesmo sem edital. Após isso, você precisará apenas se atualizar em uma coisa ou outra, e fazer questões para manter o nível que atingiu nelas. Quando o edital chegar, revise-as e dedique mais tempo àquelas que você não estudou. Você já sai à frente dos outros desse jeito. Não deixe, jamais, para estudar apenas quando sair um edital. Concurso é acúmulo de conhecimento, e isso demora certo tempo (mais para uns, menos para outros, mas não acredito que seja algo que, pra maioria, dure menos de 1 ano). E busque o apoio daqueles que te amam. Se a sua família não te der apoio, se aproxime dos seus amigos ou namorado/namorada. E busque sempre fazer exercícios, alimentar-se bem e dormir bem. Isso tudo te ajuda a manter por mais tempo a sua rotina de estudos. Achar um equilíbrio na rotina de estudo, ter uma técnica adequada de estudos à sua situação pessoal, já ter estudado as matérias que sempre caem, fazer o máximo de questões que puder e saber que a sorte é uma aliada (e, com isso, não me preocupar tanto se não terminei o edital) foram essenciais pra minha aprovação. Mas, acima de tudo isso, contar com o apoio material e emocional das pessoas que estiveram ao meu redor, principalmente meu pai e minha mãe, foi o que me trouxe até aqui (acho que, se você não tem uma família que te apoia, você deve buscar apoio em outras pessoas, como já falei).
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