Aprovada no concurso TJ PR
“Como tudo na vida, é necessário que você defina aonde quer chegar e, a partir daí, trace pequenos passos até que possa alcançar a sua meta”
Confira nossa entrevista com Clara Luchtemberg, aprovada no concurso do Tribunal de Justiça do Paraná no cargo de Técnico Judiciário:
Estratégia Concursos: Você é formada em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Clara Luchtemberg: Sou formada em Direito, pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Colei grau em 26/02/2019. Tenho 23 anos e sou de Curitiba/PR.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Clara: Fiz meu primeiro estágio no 3º ano da faculdade, na JFPR, e gostei bastante do trabalho. Muitos me diziam que a vida de servidor seria entediante, mas, pelo contrário, aprendi muito na 8ª Vara Federal e, ao lidar com causas previdenciárias, percebi que poderia efetivamente contribuir com a sociedade como funcionária pública, se futuramente seguisse a carreira.
Também tive boas experiências de estágio no MPFPR e TJPR, ambos na área criminal. Além de me sentir motivada com o trabalho em si, também me atraí pela estabilidade financeira advinda de um cargo público.
Pela minha personalidade, prefiro receber um salário constante do que me aventurar pelas incertezas do setor privado.
Meu objetivo final é ser juíza federal, pois realmente foi a profissão que, até então, mais me atraiu e para a qual melhor me sinto vocacionada. A partir dessa decisão, comecei a prestar concursos que me ajudassem a crescer profissionalmente para a meta final.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseira, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Clara: O primeiro concurso que fiz foi para agente administrativo da DPU, em 2016, quando estava na faculdade. Naquela época, tinha acabado de começar a estagiar na JFPR e tive um estudo bem desorganizado, não conseguindo um bom resultado na prova.
Quando noticiaram a ocorrência do concurso de técnico judiciário para o TJPR, em 2017, adquiri o cursinho do Estratégia. Passei, então, a assistir às videoaulas, a ler o material e a fazer os exercícios no PDF no meu tempo livre, que não era muito grande – afinal, naquele ano eu fazia faculdade, estágio, monitoria, dança e espanhol.
Basicamente, aproveitava férias, dias mais tranquilos e feriados. Ao longo do ano, acabei me desanimando nos estudos, pois a prova demorou a sair e eu estava em um ritmo muito acelerado com outros compromissos.
Em seguida, saiu o edital de técnico do TREPR, mas também fiz um estudo pouco efetivo pela correria do cotidiano e não fui sequer habilitada.
Em 2018, no último ano da faculdade, fiz minha monografia e passei na prova da OAB no primeiro semestre, o que me ajudou bastante, pois em agosto saiu o edital para técnico e analista do MPU e eu estava menos atarefada.
Ainda havia as aulas da faculdade (das 7h30 às 11h50) e meu estágio (do 12h30 às 16h30), mas eu chegava em casa cedo (cerca de 17h) e já começava a estudar, por materiais acumulados ao longo do tempo e por um curso de reta final.
A prova foi em outubro e cheguei perto, mas não consegui a aprovação. Logo depois fiz a prova da AGU, mas também não obtive pontuação suficiente.
Finalmente, em 2019, colei grau e logo comecei a fazer pós-graduação na ESMAFE (com aulas de segunda a sexta, das 19h às 22h30) e a realizar um estágio de pós-graduação no TJPR (das 12h às 18h). Assim, passei a estudar para a magistratura federal durante as minhas manhãs (vendo aulas) e à noite, quando chegava da pós-graduação (lendo leis e fazendo questões). No final de semana, fazia revisões e estudava jurisprudência.
Em março, acrescentei algumas matérias municipais nos estudos e prestei o concurso de PGM, especialmente para testar como seria fazer uma prova de 100 questões.
Tive um resultado razoável, com aproveitamento um pouco superior a 60%, mas também não logrei a aprovação. Finalmente, houve nova movimentação do concurso do TJPR e também surgiu indicativa de que haveria edital para o TRF4. Passei, então, a focar meus estudos primeiramente no TRF4 (para técnico e analista) e dei um gás especialmente durante as férias da pós-graduação, aproveitando as manhãs e as noites dos dias da semana.
Logo após a prova do TRF4, fiz um estudo estratégico para o TJPR nas minhas manhãs e finais de semana, conciliando as aulas presenciais da pós-graduação com o meu estágio.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado(a)? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Clara: Fui aprovada em dois concursos: no TRF4 (como técnico judiciário, em 36º lugar, e como analista judiciário, em 10º lugar) e no TJPR (como técnico judiciário).
Em relação ao TJPR, ainda não saiu a classificação ordenada, mas pelos meus cálculos, passei em 4º ou 5º lugar. A provação em ambos os concursos veio em 2019, sendo que o último resultado foi do TJPR.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Clara: Foi uma sensação de incredulidade no que se refere ao TJPR, porque não acreditava que teria um resultado tão bom, em especial na prova discursiva.
Foi também uma sensação de alegria, por certo, e de reafirmação da minha concepção de que vale a pena fazer provas, mesmo que você não se sinta 100% preparado.
Em relação ao TRF4, quando saiu o resultado, eu esperava uma classificação melhor em técnico e foi a primeira lista que vi. Logo, me senti um pouco desapontada. Contudo, quando vi que havia ficado bem classificada para analista (o cargo que mais queria!) e que tenho chances reais de ser chamada, fiquei boquiaberta e muito feliz.
Também me deu uma sensação de alívio ter as portas do TJ/PR e do TRF4 abertas, tendo em vista que estou em um estágio temporário. Me deu a sensação de que posso ficar um pouco mais tranquila quanto ao futuro.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Clara: Nunca deixei de sair com amigos e família, mas diminui o ritmo, procurando deixar disponíveis horas suficientes de estudo, conforme meu cronograma pessoal.
Estratégia: Você é casada? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseira? Se sim, de que forma?
Clara: Não sou casada nem tenho filhos. Namoro há 4 anos e moro com meus pais. Tanto a minha família como meu namorado me entenderam e me apoiaram na minha caminhada.
Meus pais me apoiaram financeiramente na aquisição de alguns materiais. Todos ajudaram com palavras de apoio e compreendendo certo sacrifício de tempo de convivência para que eu pudesse estudar.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior? (Se esse ainda não é o concurso dos seus sonhos, se possível, citar qual é se pretende continuar se preparando para alcançar esse objetivo)
Clara: Certamente para mim valeu a pena. Meu concurso dos sonhos, como antes disse, é o de magistratura federal e pretendo continuar me preparando para alcançar esse objetivo.
No entanto, passar nos concursos do TJPR e do TRF4, para cargos mais baixos, com certeza me ajudará a alcançar a prática jurídica que necessito para o cargo de juiz, assim como incrementará minha experiência profissional.
No que se refere ao estudo, acredito que vale a pena a depender da posição em que você está. Se já tem a prática jurídica e não pretende assumir outro cargo que não aquele “dos sonhos”, por exemplo, talvez não valha a pena parar para estudar para outros concursos.
Talvez, seja melhor fazer outros concursos sem parar o seu estudo regular, apenas pela prática de prova, eventualmente apenas acrescentando algumas matérias divergentes próximo ao dia do certamente.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovada?
Clara: Apenas direcionada ao concurso em que fui aprovada, creio que menos de 6 meses, contando o tempo de estudo em 2017 e em 2019.
Contudo, é importante ressaltar que desde agosto de 2018 fui acumulando conhecimento conforme estudava para o MPU, para a AGU, para as provas seletivas de estágio de pós-graduação, para a magistratura federal, para o cargo de PGM, para as provas da ESMAFE e para o TRF4.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Clara: Como mencionei anteriormente, estudei em 2017 quando havia o edital do TJPR, mas não havia data definida para realização do concurso.
Confesso que a demora em tal definição prejudicou a minha disciplina nos estudos (rotina muito acelerada). Por outro lado, tenho estudado para magistratura federal mesmo sem edital e sem ter ainda a prática jurídica necessária.
Mantenho a disciplina especialmente por meio do uso de planner e organizando meu dia em horários bem definidos. Também, nesse caso, me relembro que se trata de concurso que exige no mínimo 2 anos de estudos intensos e me forço a não perder o hábito de estudar ao menos um pouco cada dia. O chamado “poder do hábito”, pode-se dizer.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Clara: Na preparação para o concurso do TJPR, eu variei os materiais utilizados.
Em 2017, fiz uso tanto das videoaulas como dos PDFs do Estratégia Concursos. Via as aulas anotando em um caderno à mão, revisava a matéria lendo os PDFs e fazia as questões ali contidas.
Eu acredito que ver videoaula é menos cansativo e mais interativo do que ler PDF. Por outro lado, é um método que toma mais tempo, especialmente se acompanhado com a escrita em um caderno.
Em 2019, como fiz um estudo estratégico mais perto da prova, realizei apenas a leitura dinâmica de alguns PDFs do Estratégia selecionados e escolhi questões da banca CESPE e recentes para solucionar nesse mesmo material.
Nesse contexto, a vantagem foi a rapidez com que consegui absorver uma boa gama de conteúdo. A dificuldade, porém, foi manter o foco nos momentos de leitura prolongada.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Clara: Conheci por meio de indicações de outros concursandos (amigos próximos e familiares).
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou 0na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Clara: Em 2017, eu variava as matérias de estudo, vendo, por dia, uma aula mais pesada ou extensa (como Português) e uma aula mais tranquila ou curta (como Atualidades).
Como antes mencionei, assistia às aulas acompanhando com um caderno em que as transcrevia e, em seguida, revisava o texto do PDF e fazia as questões ali contidas.
Tentei abarcar tanto a leitura e releitura da teoria como a resolução de exercícios e levava cerca de 4 horas para tanto. Montei meu plano de estudo com a expectativa de ver sete aulas por semanas e conseguir terminar a matéria no final de junho, para revisá-la em julho.
Conforme antes relatei, porém, a falta de andamento do concurso e a minha rotina pesada, acabaram me fazendo parar os estudos intensos em poucos meses. Consegui, contudo, naquele ano, ver todas as aulas de Português e Informática e iniciar um pouco dos outros assuntos.
Em 2019, quando retomei meus estudos, priorizei a leitura dinâmica de todos os PDFs de Matemática e a resolução de questões atualizadas da CESPE nesse material, aproveitando cerca de 3 horas que tinha disponíveis nas minhas manhãs.
Ainda, reli os clips de notícias selecionados pelo Estratégia na matéria de Atualidades e vi as aulas de redação e fatos do Paraná no YouTube do professor do Estratégia Rodrigo Gracioli.
Por fim, revisei Informática e Português. Por ser formada em Direito e ter estudado tal matéria para outros concursos, inclusive para o TRF4 pouco antes da prova do TJPR, não o priorizei em meus estudos, apenas dei uma olhada nas tabelas, disponibilizadas pelo Estratégia, sobre as principais normas estaduais e internas do TJPR.
Foquei, basicamente, nas matérias com mais peso (Português: 20 questões; Matemática: 15 questões) e naquelas que tive menos contato em outros estudos (Informática e Atualidades).
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Clara: Tinha mais dificuldade em Informática e Matemática.
Em relação a Informática, por nunca ter tido contato com a matéria antes, priorizei um estudo mais intenso e detalhado em 2017, revisando meus escritos no ano de 2019.
Quanto a Matemática, por já ter estudado a disciplina na escola, valorizei a revisão estratégica das fórmulas pouco antes do concurso e a resolução de exercícios da banca.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Clara: Na semana que antecedeu a prova, foquei em um estudo intenso, buscando vencer as metas estipuladas de revisão estratégica das matérias selecionadas. Deu certo!
Na véspera, por outro lado, estive em uma viagem a São Paulo/SP com uma amiga, passeando no Bairro Liberdade durante a tarde e assistindo a um concerto à noite. Foi, então, um dia de descanso.
O mais relevante é mencionar que essa viagem estava marcada antes de anunciarem a data da prova do TJPR, e inclusive minha volta estava planejada para o final do dia em que houve o concurso.
Meio a contragosto (porque não esperava passar), antecipei a minha passagem para de manhã cedo, a fim de poder realizar o certamente. E não tenho arrependimentos.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Clara: Para essa parte do certame, eu investi em assistir bastante aos vídeos do professor do Estratégia Rodrigo Gracioli no YouTube, bem como assistir às dicas de discursiva do professor do Estratégia Décio Terror.
Além disso, fiz uso dos PDFs do Estratégia direcionados a essa etapa. No mais, me aproveitei dos estudos anteriores para outras provas, em que inclusive havia praticado a escrita de redações.
Acredito que o estudo deve ser feito de acordo com a necessidade de cada pessoa, a depender do tema a ser abordado na discursiva e a sua familiaridade ou não com o modo de escrita de redações argumentativas e expositivas.
Caso não esteja acostumado, vale a pena treinar e simular a prova. Ah, sempre deve-se prestar atenção ao que pede o enunciado. No caso do TJPR, a banca foi bastante específica sobre os assuntos que deveriam ser abordados na discursiva.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS.
Clara: Acredito que errei ao tentar exaurir o edital inteiro no primeiro momento de estudo em 2017 e acabar me desmotivando por não dar conta.
Graças à experiência, acho que um dos meus maiores acertos foi realizar uma preparação estratégia nos últimos meses que antecederam a prova do TJPR. E, claro, não desistir de realizar o exame por uma mera inconveniência como adiantar um voo.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Clara: Penso que o mais difícil foi crer que era possível ser aprovada com poucos meses de estudo específico. Percebi que tinha muito conhecimento acumulado de outras provas e que isso contou muito no concurso. Além disso, me dei conta da importância da realização de um estudo estratégico na reta final.
Apenas pensei em desistir quando a data da prova foi estabelecida no mesmo dia em que estaria em São Paulo/SP. Pensei em desistir exatamente porque não acreditava ter chances de ser aprovada.
Ainda bem que amigos e familiares me fizeram refletir sobre a importância de ao menos tentar e, no mínimo, ganhar experiência de prova.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Clara: Para ser sincera, a famosa frase “o não você já tem”. Tive que deixar meu medo de falhar de lado e entender que, independente do resultado, eu não tinha nada a perder.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Clara: Querido colega concursando, como tudo na vida, é necessário que você defina aonde quer chegar e, a partir daí, trace pequenos passos até que possa alcançar a sua meta.
Primeiro, conheça em detalhes, o edital do seu concurso, a banca que o realizará e o nível de conhecimento cobrado do cargo que almeja. Pesquise muito!
Em seguida, faça um plano de estudos que priorize o que será mais fundamental na sua preparação, isto é, as matérias e os pilares mais importantes e recorrentes na prova que prestará. No caso do Direito, vale a pena verificar se a prioridade deve ser com lei, doutrina ou jurisprudência, sendo que a preparação mais completa abrange os três campos.
Também inclua em seu plano de estudos muitas questões e revisões. Nosso esquecimento é bastante rápido e precisamos, portanto, fazer revisões periódicas de matéria e pôr em prática o conhecimento novo adquirido.
Por fim, execute seu plano de estudos, adequando-se conforme perceba necessidade em seus simulados e na sua rotina, sem nunca, contudo, perder o hábito de estudar durante sua semana.
À parte do estudo, recomendo que tome bastante água, durma ao menos 7 horas por dia, tenha alguns momentos de descanso, faça exercício físico e cuide de sua saúde física e mental. Desejo-lhe sorte e perseverança!
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Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: [email protected]
Um abraço,
Thaís Mendes