Aprovado no concurso TJMG
“Aprender com os erros é essencial nesse processo, só assim o candidato vai entendendo a melhor maneira de se preparar e começa a sentir a aprovação cada vez mais próxima”
Confira nossa entrevista com Eduardo Fazza Dielle, aprovado no concurso TJMG no cargo de Oficial de Apoio Judicial:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Eduardo Fazza Dielle: Sou formado em Engenharia Sanitária e Ambiental, tenho 30 anos e sou de Juiz de Fora – Minas Gerais.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Eduardo: Durante meu período de graduação, principalmente a parte final, já tinha praticamente certeza de que não seguiria dentro da minha área de formação. Já pensava em outras possibilidades, caso realmente essa fosse a minha decisão. Pensando a longo prazo, na estabilidade e na possibilidade de ter um bom salário diante do cenário difícil que nosso país vive, acabei tomando a decisão de me dedicar aos estudos para concursos.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Eduardo: Eu larguei o emprego em que estava para me dedicar totalmente aos concursos. Sei que não é uma decisão fácil e muitas pessoas não têm condição de tomar a mesma decisão que eu tomei. Eu me planejei para isso e, dentro da minha realidade, foi uma decisão que valeu a pena e da qual não me arrependo.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Eduardo: Fui aprovado em dois concursos. O primeiro foi o de Escrevente do TJSP, que prestei em 2017, assumi em 2018 e fiquei por quase dois anos. O segundo foi o de Oficial de Apoio Judicial do TJMG, onde estou desde outubro de 2019.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Eduardo: A sensação é indescritível, me senti orgulhoso da minha conquista. Vi que eu era capaz de conquistar meus objetivos, foi realmente uma sensação de dever cumprido. Além da minha satisfação pessoal, ver a alegria dos meus familiares e das pessoas mais próximas fez tudo ser ainda melhor.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Eduardo: Durante a semana era dedicação total, acordava e ia estudar, só parava totalmente para dormir. Nesse meio tempo, claro, fazia pausas para alimentação, hidratação, etc.
Aos sábados, eu estudava durante o dia e tirava a parte da noite para descansar. Domingo era meu dia de descanso total. Somente quando estava muito próximo das provas que eu utilizava uma parte do domingo para estudo também.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Eduardo: Sou solteiro, tenho namorada e moro sozinho, atualmente, mas morava com minha mãe na época que prestei os concursos. O apoio da minha mãe foi fundamental para que eu tivesse sucesso, uma vez que larguei o emprego e contei com a ajuda dela para que eu pudesse me manter durante o período de estudo. Estudar para concurso envolve planejamento, mas não temos realmente certeza de quanto tempo vai durar até a aprovação, então precisei do apoio dela para me dar tranquilidade e dedicar totalmente aos estudos. Minha namorada foi e ainda é meu grande apoio para tudo na vida, e a ajuda dela também foi essencial. Talvez tenha sido a pessoa que mais teve paciência comigo durante toda essa fase, ouvindo minhas reclamações e incertezas, coisas que todo concurseiro sabe como é.
Sem dúvida não me faltou apoio, mas com certeza minha mãe, minha namorada e minha sogra, também, foram essenciais para o meu sucesso.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Eduardo: Com certeza vale, mas acho que tem que ser algo pelo menos próximo do seu foco principal. Durante todo o meu período de estudos, eu procurava outros concursos que tinham matérias parecidas com as que eu já estudava. Usava esses concursos para testar minha preparação e também para adquirir experiência na realização das provas.
Atualmente não tenho ideia de prestar outro concurso, mas também não descarto a possibilidade, isso vai muito do momento, das necessidades. Mas, atualmente, não é um objetivo meu.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Eduardo: Foram três meses de preparação especificamente para o TJSP, o que eu considero pouco. Tenho um certo cuidado ao responder essa questão, pois fica parecendo, pelo pouco tempo, que foi algo fácil de conseguir, o que não é verdade. Eu sabia que o pouco tempo de preparação era uma desvantagem enorme minha, além do fato de eu não estar, naquela época, familiarizado com as matérias de direito. Isso, na verdade, poderia me desanimar, mas me deu mais motivação para me dedicar muito mais para tirar essa desvantagem competitiva. Além disso, eu já estudava há pelo menos dois anos as matérias básicas, como português e informática, e tenho formação na área de exatas, o que também me ajudou a ter uma dedicação maior às matérias de direito nesses quatro meses.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Eduardo: Estudei durante dois anos para a área bancária, com foco no Banco do Brasil. Foi um período difícil, pois não foi publicado nenhum edital, o que acabou sendo um dos fatores que me fizeram mudar e decidir estudar para os tribunais.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Eduardo: Fiz um período curto de aulas presenciais, mas acabei optando pelas videoaulas e cursos em PDF. Seguir o cronograma de aulas presenciais, além do tempo de deslocamento, acabou não sendo produtivo para mim. Preferi montar meu cronograma, estudando as matérias que eu escolhia nos dias e horários que eram melhores para mim.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Eduardo: Quando decidi largar os estudos para a área bancária, comecei a pesquisar sobre outros concursos para decidir qual seria meu novo foco. Lembro de ter visto uma matéria no site do Estratégia, dizendo que aquele era o momento dos concursos de tribunais. Isso foi o que me despertou para essa possibilidade e acabei seguindo nessa área.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Eduardo: Sem dúvida essa é uma questão complicada, pois a maioria dos editais são extensos e estudar tudo é realmente difícil. O que mais fez diferença para mim foi a repetição. Eu me programei para estudar de maneira que eu revisitasse os conteúdos várias vezes e com certa frequência, só assim conseguia entender e memorizar tudo que era necessário. Eu estudava mais de uma matéria por dia, normalmente duas horas por disciplina, mas isso variava de acordo com a importância da matéria dentro do edital e o tamanho do conteúdo.
Estudava uma média de 10 horas por dia, mas não ficava cronometrando horas. A preocupação em contar cada minuto de estudo era algo que não me fazia bem. Às vezes eu tinha um dia produtivo de estudo, mas ia dormir preocupado por ter estudado meia hora ou vinte minutos a menos do que meu objetivo, e isso me afetava negativamente no dia seguinte. Então resolvi estudar sem essa preocupação, mais focado na sensação de ter tido um dia produtivo.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Eduardo: Sem dúvida foram as matérias de direito, uma vez que sou formado na área de exatas e nunca tinha estudado matérias de direito antes. Como eu sabia dessa desvantagem, montei meu cronograma de forma que eu passasse mais tempo estudando essas disciplinas e menos tempo as matérias que eu tinha mais facilidade. Uma estratégia simples, mas que deu muito certo comigo.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Eduardo: Minha preparação foi bem sólida durante todo o período. Apesar da incerteza normal de todo concurseiro, eu tinha certeza de que estava bem preparado e que não seria mais um no dia da prova, eu seria um candidato, estaria ali para disputar uma vaga. Isso acabou me ajudando, porque na semana da prova eu estava bem tranquilo, não tinha que correr pra estudar nada, pois já tinha dado conta de todo o edital. Usei os últimos dias para revisão e muitos exercícios, estudei da mesma forma como se não fosse fazer a prova naquela semana.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS.
Eduardo: Durante meus dois anos de estudo para a área bancária, eu cometia muitos erros, estudava sem planejamento, não dividia muito bem as disciplinas e os horários de estudo, e isso me atrapalhava muito. Quando comecei a estudar para o TJSP, eu já tinha uma certa bagagem de estudo e meu grande acerto foi entender o que funcionava melhor para mim, que era uma estratégia de planejamento, disciplina e repetição.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Eduardo: O mais difícil é manter o foco, a disciplina e vencer o cansaço. A dedicação sem retorno imediato é difícil e manter uma mentalidade positiva e a confiança de que o retorno virá não é tarefa fácil.
Cheguei a pensar em desistir durante a minha preparação para a área bancária. Passei dois anos estudando e nenhum edital foi publicado. Isso me desanimou em algumas ocasiões. Como eu disse antes, nesse período eu estudava com muito menos planejamento e a falta de confiança acabava contribuindo para o meu desânimo.
Quando você estuda certo e sente o resultado da sua preparação, a confiança no bom resultado é uma motivação enorme para não desanimar.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Eduardo: A motivação foi tranquilidade que ser um servidor público traz, apesar de a cobrança existir e ser muito maior do que a sociedade pensa em geral. A estabilidade, que também é necessária para uma boa prestação do serviço público, é um privilégio do servidor público, principalmente no momento difícil que vivemos.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Eduardo: Acho que o mais importante é o concurseiro ter um planejamento bem feito, dentro da sua realidade, e procurar entender e desenvolver uma forma de estudos que se encaixe nas suas características. Ter autoconhecimento é fundamental para ter sucesso nos concursos. Não adianta buscar um método que deu certo com outra pessoa e tentar aplicar para você, sem adequações. A chance de não dar certo é enorme. Aprender com os erros é essencial nesse processo, só assim o candidato vai entendendo a melhor maneira de se preparar e começa a sentir a aprovação cada vez mais próxima.
Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: [email protected]
Abraços,
Thaís Mendes