Aprovado no concurso TJMG
Confiemos em Deus, o Criador. Parafraseando Santo Inácio de Loyola, com uma pequena mudança: “Estude como se tudo dependesse de você, mas sabendo que, na realidade, tudo depende de Deus”.
Confira nossa entrevista com Bruno Henrique Cruz, aprovado em 1º lugar no concurso TJMG no cargo de Oficial de Apoio Judicial:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Bruno Henrique Cruz: Olá! Eu sou natural de Ipatinga-MG, mas moro atualmente em Igarapé, região metropolitana de Belo Horizonte. Tenho 31 anos. Sou formado em Direito pela Faculdade de Direito de Ipatinga – FADIPA.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Bruno: Meu emprego anterior era digno, mas não me proporcionava uma boa remuneração e estabilidade. Decidi me aventurar no mundo dos concursos, pois sabia que, obtendo sucesso, eu resolveria estes problemas e mudaria a história de minha família.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Bruno: Na época que estudei para o concurso do TJMG, eu trabalhava em horário comercial e ainda fazia faculdade à noite. Contudo, eu tinha uma vantagem: eu trabalhava na loja do meu pai. A loja não tinha movimento intenso, razão pela qual eu conseguia estudar boa parte do horário comercial. Mas estudei muito fora do horário de trabalho também, principalmente nos sábados, domingos e feriados.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Bruno: Minha primeira e por enquanto única aprovação foi no TJMG. Fui reprovado nos concursos da Caixa Econômica Federal e do INSS. Aprendi muito com as reprovações, principalmente no que diz respeito a estratégias de estudo.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Bruno: Foi incrível! A reação na hora foi de desabafo, mas conforme a ficha foi caindo, a mistura de sentimentos bons só aumentaram. Até hoje, quando me lembro da aprovação, da classificação, enfim, de tudo que passei, eu me sinto feliz e realizado.
Foi também engraçado. Eu estava na faculdade fazendo prova. Quando acabei a prova, vi no grupo de WhatsApp que tinha saído o resultado. Como o 4G não estava legal, corri para sala de informática da faculdade, local onde o silêncio é obrigação. Uma colega baixou o PDF para mim. Quando li o meu nome no topo da lista, dei um soco na mesa, soltei um grito de desabafo, desconcentrando todos que estavam ali estudando. Na hora, fui exortado pelo funcionário da faculdade, mas assim que minha colega explicou a situação, o silêncio ganhou espaço para palmas. Foi um momento único. Aqueles minutos de emoção estão marcados para sempre na minha memória.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Bruno: Eu fui bem radical. Mas fiz isso porque necessitava de uma aprovação para ontem. O Brasil estava passando por uma crise política, econômica e fiscal terrível. A loja do meu pai passava por uma crise. Eu tinha uma família para cuidar. O medo do desemprego e de suas conseqüências tomou conta de mim. Não tinha muitos editais na praça. Eu vi no concurso do TJMG minha única chance.
Paguei, então, o preço, sacrificando finais de semana, feriados e os momentos livres.
Como meu local de estudo era a própria loja que trabalhava, seja no horário de trabalho, seja fora dele (eu tinha a chave), quando não estava na faculdade, estava na loja estudando. Todos os dias, saia de casa às 08h e chegava em casa depois de 0h. Foi um grande sacrifício.
Para não surtar, às vezes, tirava uma tarde do sábado ou do domingo para curtir minha filha e esposa.
Sinceramente, o esgotamento físico e mental foi terrível. Não recomendo o que fiz, salvo para aqueles que passam pelo mesmo aperto que eu passava. O ideal é tirar um tempinho para convívio social e atividade física. Isso ajuda demais. Digo, pois continuo concurseiro e faço isso hoje.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Bruno: Sou casado com a Ludimila, sem a qual não conseguiria a aprovação. Ela foi uma guerreira, cuidando praticamente sozinha do lar e da nossa Cecília. Hoje, temos duas filhas. A Manuela chegou depois da aprovação.
Meu pai também foi essencial para minha aprovação. Sem o estudo no ambiente de trabalho, seria impossível. O Toninho Padronista é um grande pai.
Família sempre foi minha inspiração. Tudo que faço é pensando neles.
É normal algumas pessoas próximas não apoiarem, sobretudo ao me ver sacrificando quase um ano da vida em algo incerto. Mas as críticas foram e são bem-vindas. São como combustíveis para quem vive de desafios.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Bruno: Eu amo o que faço no TJMG. Estou lotado em uma Vara Criminal, trabalhando com as matérias que estou me especializando. Enfim, não tenho do que reclamar. Agora, eu continuo estudando para alcançar um cargo das carreiras jurídicas, talvez passando primeiro por um cargo de analista judiciário. Estudo sem pressa, sem ansiedade, sem exageros. Se vier outra nomeação, ótimo. Se não vier, como disse, não tenho do que reclamar. Estou feliz e satisfeito.
Seria legal também lecionar um dia. Eu gosto muito de ensinar. Estou me especializando para eventual oportunidade neste concorrido e exigente mercado.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Bruno: Eu comecei a estudar a partir do momento que fiquei sabendo do contrato que a banca assinou com o TJMG. Entre o contrato e o edital, foram quatro meses. Entre o edital e a prova, foram mais 5 meses. Ou seja, estudei nove meses para esse concurso.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Bruno: Como disse, estudei quatro meses antes do edital. Eu sabia que os aprovados normalmente estudam antes do edital. Então, peguei o edital anterior e estudei como se já houvesse edital.
Confesso que a demora do edital me desestabilizou um pouco, mas não deixei de estudar. Sabia que a matéria estudada poderia ser aproveitada em outros concursos, caso o do TJMG não saísse. Felizmente o edital saiu.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Bruno: Eu usei PDF e videoaulas, com foco maior nos PDFs, pois gosto muito de ler. Entretanto, sempre que surgia alguma dificuldade, eu recorria à videoaula para contar com os esclarecimentos dos professores.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Bruno: Conheci por meio de uma matéria do próprio Estratégia, explicando sobre o concurso. Gostei do que vi e comprei o curso. Foi um ótimo investimento.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Bruno: No concurso, havia quatro tópicos (português, informática, atos de ofício e noções de Direito).
Em um primeiro momento, estudei português e informática, pois eram as matérias de maior dificuldade para mim, embora já as conhecessem de outros concursos. Fiz os cursos das matérias, resumi tudo e até a prova fiz periódicas revisões, com resoluções de muitos exercícios da banca.
Só depois de ter feito os cursos e resumos de português e informática que comecei a estudar atos de ofício e noções de direitos, que eram basicamente texto de lei. Foram 14 diplomas legislativos. Li, reli e reli todos os artigos, buscando compreendê-los. Sempre marcava as partes que podiam ser apresentadas como “pegadinhas” e recorria a videoaulas quando precisava de esclarecimentos.
Na prática, eu revisava português e informática em um dia, no outro lia ou relia texto de lei. Ia alternando até passar por todo o edital. Dificilmente passava um dia sem resolver questões da banca.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Bruno: Até 10 dias antes da prova, segui o cronograma da resposta anterior. Faltando 10 dias, foquei nos exercícios, voltando no material apenas quando tinha dificuldade em alguma questão.
Estudei até na noite anterior à prova. Não tive aquele pré prova de descanso.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS.
Bruno: Eu creio que o principal erro foi não me dar mais tempo de descanso. Depois de tudo, fiquei muito cansado por um bom tempo.
Os acertos foram estudar todo o edital, revisar bastante, resolver muitas questões, viajar um dia antes da prova, ficar em um bom hotel, etc.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Bruno: O mais difícil foi a pouca convivência com minha filha, na época um bebê. O atraso no edital quase me fez desistir. Mas segui em frente, pois sabia que quem planta, um dia colhe.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Bruno: Minha família. O desejo de proporcionar qualidade de vida para quem amo.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Bruno: Colegas concurseiros, só nós podemos mudar o rumo de nossas histórias. Tudo está em nossas mãos. Superemos nossos medos, nossas limitações, nossos complexos. Vamos para cima com tudo e conquistemos nosso seu lugar ao solo.
Por fim, confiemos em Deus, o Criador. Parafraseando Santo Inácio de Loyola, com uma pequena mudança: “Estude como se tudo dependesse de você, mas sabendo que, na realidade, tudo depende de Deus”.
Abraço e sucesso sempre!