Aprovado no concurso TJ-MA
“Um conselho bem legal para quem está começando é pensar sempre a longo prazo, ou seja, organize seus estudos de forma que consiga voltar a eles, rapidamente, sempre que precisar – priorizando resumos e estabelecendo metas pequenas a cada prova. Caso você não tenha nenhuma bagagem anterior, como eu não tinha, a aprovação pode demorar um pouco mais. E a mensagem que eu deixo a todos é a do autoconhecimento: você, melhor do que ninguém, sabe até onde pode ir e quais seus pontos positivos e negativos; use-os a seu favor”
Confira nossa entrevista com Weslley Juvêncio, aprovado no concurso TJ-MA no cargo de Técnico Judiciário / Apoio Técnico Administrativo:
Estratégia Concursos: Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Weslley Juvêncio: Sou formado em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Ceará, tenho 26 anos e moro em Fortaleza – CE.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Weslley: Em 2015, eu participei de um processo seletivo de estágio e consegui uma vaga no TRT da 7ª Região, onde trabalhava num setor de fiscalização de contratos de terceirização. Lá, eu conheci a Raimundinha (chefe do setor) e, devido à forma como eu trabalhava, ela dizia que eu tinha jeito para atuar no setor público e que faria uma carreira profissional muito brilhante, caso eu fosse por esse caminho. Nesses 2 anos de estágio, ela me incentivou muito. Então, em junho de 2017, logo depois de defender o TCC da faculdade, decidi me dedicar integralmente ao mundo dos concursos, uma vez que já tinha terminado as minhas obrigações na faculdade e meu vínculo de estágio já estava se encerrando. Além disso, conversei com o meu companheiro e decidimos juntos que eu estudaria integralmente para concursos e ele cuidaria das despesas de casa, uma vez que já morávamos juntos.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Weslley: Decidi me dedicar integralmente aos estudos para concursos.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Weslley: Tive 2 aprovações dentro das vagas: IBGE (1º lugar para o cargo de Contador/Ceará) e TJ-MA (8º lugar para o cargo de Técnico Judiciário). E várias aprovações no cadastro reserva: Prefeitura de Campinas (Contador), TRT-15 (AJAA e TJAA), TRE-TO (TJAA), STM (Contador), dentre outros.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados(as)?
Weslley: Com relação ao resultado do concurso do TJ-MA, eu abri o resultado descrente que havia passado dentro das vagas. Procurei meu nome logo nas últimas posições, porque ele sempre ficava lá em baixo devido à ordem alfabética. Dessa forma, achei que não tinha me classificado nem para o cadastro reserva. Assim, resolvi usar a ferramenta de localização de nomes e me deparei com o meu nome entre os aprovados. Fiquei extremamente feliz, porque achava que a minha aprovação ainda demoraria um pouco mais.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Weslley: Passei esses 2 anos totalmente afastado do convívio social. Cheguei a abdicar de muitos momentos em família e encontros com amigos, já que precisava me dedicar inteiramente aos estudos. Eu tinha 2 amigas que estudavam comigo na Biblioteca da Universidade (Décya e Valquíria); elas eram as únicas pessoas com quem eu convivia diariamente, pois também se preparavam para concursos.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Weslley: Tenho um companheiro e estamos casados há mais de 5 anos. Ele e a minha família sempre me apoiaram bastante nessa trajetória.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Weslley: Eu sempre discordei bastante da ideia, muito comum, de “concurso escada”. A maior parte das pessoas que eu conheço, que tinham ido por esses caminho, se acomodaram e eu não queria isso pra mim. Diante disso, procurei concursos com uma remuneração próxima à que eu queria ganhar e busquei alinhar o conteúdo programático próximo ao que eu já estava estudando. Esse ainda não é o concurso dos meus sonhos. Sonho em trabalhar na Justiça Eleitoral, que é a área do Poder Judiciário que considero mais próxima da sociedade, depois da Justiça do Trabalho. Continuo estudando para outros concursos, inclusive estou me preparando para o concurso da Assembleia Legislativa do Estado do Amapá.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Weslley: 4 meses.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Weslley: Não. Nesses 2 anos, sempre tive editais dentro do meu cronograma de estudos. Talvez, devido a isso, consegui manter a disciplina nesse longo período de tempo.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Weslley: Conheci o Estratégia Concursos com uma amiga que havia feito a prova do TRE-PE e era a única pessoa que, assim como eu, queria estudar para os cargos da Justiça Eleitoral. Desde então, sempre utilizei os materiais do Estratégia Concursos. Ela sempre elogiava bastante o material e realmente pude constatar isso: desde as variações de cores do conteúdo até as fotos da coruja em situações inusitadas (ria muito daquilo), tudo funcionava muito bem pra mim. Além do mais, como não tinha muito dinheiro na época, eu baixava os materiais gratuitos esquematizados (foram extremamente importantes para a minha aprovação: Lei 8.666 e LRF), acompanhava as aulas ao vivo (as aulas de Regimento Interno e de História e Geografia do Maranhão me ajudaram demais), principalmente as revisões de véspera. Ademais, ainda cheguei a comprar pela Internet alguns livros dos próprios professores do Estratégia, porque gostava também de ter o material em papel.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Weslley: Inicialmente, eu usei quase que integralmente o curso do Estratégia em PDF. Ao longo do tempo, fui incluindo os livros que eu comprava e algumas leis que imprimia para que eu pudesse fazer anotações livres. Durante esse período, usei muito pouco as vídeo aulas, porque não funcionava muito bem pra mim, apenas quando assistia as revisões semanais de alguns professores do Estratégia e sempre assistia a revisão de véspera.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Weslley: No início, eu estudava cerca de 4 a 5 matérias por dia (sempre abria uma planilha do Excel e organizava o conteúdo programático do concurso escolhido). Logo em seguida, resolvia exercícios e deixava para revisar na semana seguinte. No entanto, essas revisões mais distantes dificultavam o meu aprendizado. Diante disso, eu alterei o meu plano de estudos. Na segunda e na terça, estudava cerca de 4 a 5 matérias, deixando os exercícios para o final desses dias. Na quarta, eu fazia a revisão de todo conteúdo estudado nos dias anteriores e olhava para os meus erros nas questões. Na quinta e na sexta, estudava novamente os conteúdos com os exercícios ao final do dia. No sábado, eu revisava o conteúdo desses dois dias e via os erros das questões resolvidas. Fazendo dessa forma, eu consegui melhorar o meu desempenho, sem esquecer o que estudava, porque as revisões estavam sempre acontecendo. Com relação aos resumos, eu sou totalmente a favor. Eu não resumia tudo, apenas aquilo que eu poderia usar a longo prazo, ou seja, tentava priorizar o que eu julgava importante, já que o caminho da aprovação leva um tempo. Além disso, sempre que terminava um resumo, mostrava a uma colega para saber se ela compreendeu o que fiz, assim, eu consegui organizar um resumo claro e objetivo. No início dos estudos, a gente sempre foca mais na leitura do conteúdo, para solidificá-lo. No entanto, eu sabia que a realização de exercícios fazia o meu estudo ficar mais dinâmico. Eu sempre tinha uma carga horária de 9 a 10 horas líquidas diárias, assim eu organizava meu plano de estudos focado nesse tempo, excluindo o domingo (dia que não estudava). Eu organizava tudo numa planilha do Excel com todo o meu cronograma diário de estudos.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Weslley: No início, eu tive dificuldade em Raciocínio Lógico e Informática, e algumas outras que fui superando ao longo do tempo. Uma técnica muito válida pra mim foi a percepção dos horários de estudo, isto é, os horários que eu tinha um aprendizado considerado ótimo, e os horários que meu aprendizado era baixo. Com base nisso, eu colocava as disciplinas que eram mais difíceis pra mim nesses horários de aprendizado ótimo e, nos horários que o meu aprendizado era baixo, colocava as disciplinas que gostava mais. Isso me ajudou muito a perder a raiva de determinadas disciplinas. Além do mais, havia momentos em que isso era inaplicável, porque já não detestava nenhuma disciplina, daí, nesses momentos de baixa aprendizagem, eu sabia que precisava ser mais dinâmico, então, fazia mini testes (exercícios) como uma forma de me estimular.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Weslley: De acordo com a minha planilha de estudos, no mês que antecede as provas, eu faço apenas exercícios e revisões frequentes. Dessa forma, na semana que antecede a prova, eu sempre estou fazendo inúmeros exercícios. Na véspera da prova, eu passo o dia todo assistindo a revisão de véspera do Estratégia. A equipe de professores sempre filtra o que é mais importante para revisar. E no dia da prova, eu separo um conteúdo dos meus resumos para ficar lendo até o momento da realização da prova.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Weslley: Na prova do TJ-MA, teve prova discursiva e eu sempre me recusava a estudar redação, porque achava que era bom o suficiente. No entanto, mudei essa realidade desde a prova do TRT6 (Pernambuco), na qual fui muito bem na parte objetiva e tirei uma nota super baixa na discursiva, o que impossibilitou a minha chegada às vagas. Fiquei muito triste nesse dia e resolvi entender melhor a dinâmica da redação. Dessa forma, vi um vídeo curtinho de um professor do Estratégia indicando uma revista para leitura e resolvi comprá-la. Quando comecei a lê-la, percebi que as bancas pediam conteúdos bem atuais, mas que eu precisava ter um embasamento teórico de pensadores e ainda achava o conteúdo da revista bem raso pra mim. Diante disso, pegava alguns livros emprestados na Biblioteca da Universidade de filósofos e sociólogos para leitura. Como o meu horário de 08hs às 20h45min já estava preenchido, eu incluía essas leituras no ônibus, antes de chegar na Biblioteca (cerca de 40min) e quando eu ia embora (cerca de 30min), que me ajudaram bastante. Além disso, um dia por semana (segunda pela manhã) fazia cerca de 3 redações para que uma amiga minha, chamada Patrícia, corrigisse e me desse um feedback (quarta à tarde), o que foi essencial para a melhora das minhas notas.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores Acertos?
Weslley: Eu cometi 2 grandes erros nessa minha trajetória: primeiro, como eu não tinha condições financeiras, fazia os concursos que apareciam na minha cidade, além de outras cidades, porque era ansioso e queria passar logo; o segundo foi escutar as pessoas opinando sobre quais concursos eu deveria fazer. Só você conhece o seu nível e só você pode decidir em qual prova suas probabilidades de aprovação são maiores. Meus 2 maiores acertos foram os seguintes: o primeiro, o estudo mais aprofundado das discursivas que me ajudou muito com o conteúdo de outras matérias, principalmente Português; o segundo, é que sempre fui muito focado e consegui manter uma carga horária elevada com muita dedicação e persistência.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Weslley: O mais difícil era se manter bem depois de uma prova, principalmente, porque fazia provas em vários finais de semana seguidos e, no seu íntimo, você sabe quando vai bem ou mal. Por exemplo: fiz o concurso do TJ-MA na última semana de setembro, mas nas 4 semanas seguintes já tinha feito outras 4 provas em estados diferentes e, muitas vezes, o meu psicológico me deixava na mão. Mesmo assim, foi exatamente nesse mês que consegui as duas aprovações: IBGE e TJ-MA. Na primeira prova que fiz, já pensei logo em desistir, no entanto, ao longo do tempo, percebia que esse era o meu caminho, apesar de todas as dificuldades. Uma técnica que eu tinha, com relação às provas, era estabelecer metas pequenas a cada prova que fazia. Por exemplo, nessa prova X quero gabaritar Português e assim fui me motivando. No entanto, havia momentos que eu estava muito triste, daí ia conversar com a minha ex-chefe do TRT e ela sempre me motivava muito e me dava inúmeros conselhos, os quais levantavam o meu ânimo.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Weslley: Eu sempre sonhei em dar uma vida melhor para a pessoa que estou hoje e para a minha família que era muito pobre, principalmente para minha irmã menor. Não queria que ela tivesse uma educação de má qualidade.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Weslley: Um conselho bem legal para quem está começando é pensar sempre a longo prazo, ou seja, organize seus estudos de forma que consiga voltar a eles, rapidamente, sempre que precisar – priorizando resumos e estabelecendo metas pequenas a cada prova. Caso você não tenha nenhuma bagagem anterior, como eu não tinha, a aprovação pode demorar um pouco mais. E a mensagem que eu deixo a todos é a do autoconhecimento: você, melhor do que ninguém, sabe até onde pode ir e quais seus pontos positivos e negativos; use-os a seu favor.
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