
“Frustração é um sentimento natural e esperado para quem estuda para concursos, não deixe ela te afastar dos estudos.”
Confira nossa entrevista com Anderson Alves De Carvalho, aprovado em 1º lugar no resultado provisório da discursiva do concurso TCE-TO para Auditor de Controle Externo – Engenharia Civil:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Anderson Alves de Carvalho: Nasci em Pimenteiras, no Piauí, mas já morei tanto no Piauí, quanto no Pará e Tocantins. Tenho 27 anos e sou engenheiro civil.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Anderson: Minha mãe, em especial, e minhas tias são professoras e dedicaram suas vidas ao serviço público. Então, para mim, sempre me pareceu natural estudar para concursos. É claro que no meio do caminho você se questiona se tomou a decisão certa, mas é nessa hora que a disciplina e o foco entram em cena.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Anderson: Sim, já sou servidor público; mas minha carga horária é de apenas 6 horas diárias, o que facilita conciliar.
Ultimamente, o que tem me ajudado muito é importante definir “espaços” na minha vida para cada coisa. Especialmente nesses últimos meses, evitei levar ao máximo assuntos do trabalho para casa para conseguir focar o máximo possível nos estudos.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado?
Anderson: Recentemente, além do TCE TO, fui aprovado no Ministério Público do Pará (MP-PA) em 3º lugar. Além disso, fui aprovado em 1º lugar na Prefeitura Municipal de São Félix do Xingu – PA e em 4º lugar na Funsaúde – CE. Não pretendo parar de estudar por enquanto; na realidade, estou, atualmente, me preparando para a CGE SC e, também, farei a prova do TCE ES.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos?
Anderson: Saía raramente. Acredito que saí mais vezes em pós-provas do que no resto do ano. No entanto, tento não me distanciar das pessoas e sempre conversei bastante com meus amigos, tanto da época da universidade, quanto dos concursos e do trabalho.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Anderson: Não sou casado nem tenho filhos. Minha família sempre foi bastante compreensiva sobre a jornada dos concursos. Em relação aos meus amigos, sempre foram um excelente um apoio; inclusive, uma boa parte é concurseira e outra boa parte já foi concurseira.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso?
Anderson: É difícil informar quanto tempo estudei especificamente para um concurso no último ano. Em 2022, fiz 7. Mas diria que, focado na área de controle, tenho estudado a quase (02) dois anos.
De modo mais intenso e regular, diria que a pouco mais de um (01) ano. Mas estudo para concursos desde 2018, mais de quatro (04) anos.
Com relação à disciplina, força de vontade nunca foi meu forte, mas a pior parte de estudar, para mim, é começar – então eu só começo. Sento em frente ao computador e começo a estudar; depois que estou estudando fica mais fácil continuar.
Mas a rotina é MUITO PODEROSA, então tentei “encaixar” os estudos logo depois de atividades que eu fazia todo dia, para que o estudo se tornasse automático.
Todo dia eu trabalho, então logo depois do trabalho, almoço e começo a estudar.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Anderson: Usei, principalmente, PDFs de teoria e questões comentadas. Recentemente, o estudo com resolução de questões passou a ser a maior parte do meu estudo.
Às vezes, assisto videoaulas, quando não consigo mais ler, quando não consigo entender bem um assunto ou quando quero ver alguém calculando ou mostrando como algo é feito.
Os PDFs são uma excelente fonte de informação, especialmente quando combinada a leitura das questões comentadas; mas terminei dedicando muito tempo aos mesmos assuntos e fiquei, durante muito tempo, sem progredir direito nas disciplinas. Resolver muitas questões me auxiliou a progredir nos assuntos, sem negligenciar alguma disciplina.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Anderson: Meus amigos que estudaram/estudam para concursos a mais tempo que eu me recomendaram o Estratégia.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu diferença na sua preparação?
Anderson: Antes de assinar o Estratégia, estudava por livros e videoaulas e o estudo era pouco objetivo e, geralmente, estudava assuntos. Desde que comecei a utilizar o material do Estratégia, o estudo se tornou bem mais linear, focado, baseado no que é cobrado em concursos.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Anderson: Normalmente, verificava o peso de cada disciplina e determinava a proporção de estudos que cada disciplina ocuparia na minha semana – na realidade, quando aumentei quantidade de disciplinas que estudava, rotacionar todas as disciplinas como programado levava cerca de 15 dias. Atualmente, estou estudando onze disciplinas.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Anderson: Eu não tenho o hábito de fazer resumos, mas quando quero decorar algo, ou acho que algo é muito importante de lembrar/aprender, eu crio uma pergunta e uma resposta, e tento responder de cabeça. Revejo essas perguntas de tempos em tempos. Eu uso esse sistema como revisão e como autoteste.
Fiz alguns simulados ao longo de 2022; hoje em dia sei que é bem menos do que eu gostaria de ter feito. Pouco antes da prova do TCE TO, passei a ser acompanhado pelo Leonardo Costa (@leonardoconcursos), auditor do TCE RO, e desde então tenho resolvido bem mais questões e feito muito mais simulados.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Anderson: Durante bastante tempo, dediquei menos tempo às questões do que hoje julgo necessário. Mas resolver exercícios é ESSENCIAL para progredir bem nos estudos. Resolvendo questões você consegue identificar em quais assuntos você está melhor, em quais está pior, o que priorizar na teoria. As bancas também cobram os assuntos de modos diferentes e resolver questões ajuda a saber como as bancas cobram cada assunto.
Em relação à quantidade, não sei, realmente, quantas resolvi; nesse último ano, sempre que sentava para estudar resolvia questões. Hoje em dia, a maior parte do minhas seções de estudo são ou resolvendo questões ou lendo questões resolvidas.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade?
Anderson: Tenho, até hoje em dia, dificuldade em algumas disciplinas. Auditoria e Contabilidade eu diria que são as que mais tenho dificuldade e, nessas duas especificamente, resolver questões e prosseguir com a matéria ajudaram bastante. Mas em toda disciplina tem algum assunto que meu desempenho é ruim, assuntos que sei pouco; e é importante saber disso e tentar, pouco a pouco, melhorar.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Anderson: Na semana anterior à prova, foquei em resolver e ler as soluções comentadas de provas recentes da FGV para Engenharia Civil e Controle, inclusive na noite anterior à prova.
No dia anterior à prova, saí com um amigo concurseiro para organizar água, comida, documentos, horário de saída para o local de prova etc., para diminuir as chances de transtornos no dia da prova e diminuir a ansiedade. Mas isso não levou muito tempo, e no restante do dia resolvi questões de provas anteriores da FGV.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame?
Anderson: Aquilo que é cobrado nas discursivas varia muito de banca para banca e, inclusive, de edital para edital. Tive, ainda este ano, desempenhos ruins em discursivas e reconheço, inclusive, minha culpa nisto; por não ter dedicado mais tempo de estudo para isto. Fui eliminado no concurso da SECONT-ES por não ter feito a mínima na discursiva.
Então, para o TCE-TO especificamente, vi discursivas anteriores da FGV e as resolvi. Eu já esperava que as discursivas envolvessem habilidades de cálculo da área de engenharia, então treinei, também, assuntos de cálculo que foram recorrentes nas questões da FGV.
Aconselho a todos:
– Não negligenciem a discursiva, estudem como são, normalmente, as discursivas das bancas para o cargo que você está concorrendo e tente se preparar com o estilo da banca em mente;
– Respondam as questões do melhor modo que você conseguir, todo ponto é ponto e todo ponto importa.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Anderson: Em relação ao ERROS, acho que o principal foi não escutar meus amigos que me alertaram que eu deveria aproveitar dos meus pontos fortes. Tentei, por um tempo, estudar para a Área de Controle, na área “geral”, apesar de normalmente ter um bom desempenho em provas de engenharia. Alguns amigos, também concurseiros, me avisaram que minhas chances eram maiores se estudasse para a especialidade de engenharia. Apesar de não ter sido estudo em vão, se tivesse focado na Especialidade de Engenharia desde o começo, teria me preparado melhor para os concursos que tinha maiores chances.
Em relação aos ACERTOS, acredito que o principal é não desistir. Por mais longa que a jornada pareça, seguir adiante é necessário. Todo dia é uma oportunidade de aprender e melhorar em algo. Saber disso me faz entender que, mesmo que existam dias em que eu não consiga estudar, todo dia em que eu estudo é um dia de progresso.
Além disso, aprender a lidar com frustrações é essencial: reprovações, eliminações não devem ser obstáculos. Uma prova “ruim” é uma chance de entender no que é preciso melhorar – seja em conteúdo, seja em saber o que a banca cobra de você.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir?
Anderson: Sim, diversas vezes. O cansaço mental, físico, as reprovações, o sentimento de ignorância frente a um resultado ruim pesam e muitas vezes me fizeram questionar se isto é ou não o que desejo.
Nestes momentos, eu tentava me convencer – e quase sempre é muito difícil – que pensar em desistir não vai me aprovar em um concurso e que, ao invés de remoer esses sentimentos ruins, eu devia estudar.
Para me ajudar com isso, tenho exercitado analisar o que espero da minha vida de um modo mais racional. Avalio os cenários mais prováveis entre continuar estudando para concurso, trabalhar como autônomo, tentar a carreira acadêmica ou continuar trabalhando onde trabalho: em geral, o cenário que mais me agradava era continuar estudando para concursos até colher os frutos deste estudo.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Anderson: – Comece o quanto antes pois fixar conteúdo leva tempo;
– Use a rotina ao seu favor, todo mundo tem hábitos (bons ou ruins), grude o estudo em alguns deles;
– Frustração é um sentimento natural e esperado para quem estuda para concursos, não deixe ela te afastar dos estudos.