Aprovado no concurso TCE MG
“Procure entender quais motivações te levam a adentrar neste mundo dos concursos públicos e sempre que alguém tentar te desmotivar busque inspiração nessas motivações que estão bastante claras para você. Seja crítico em relação ao seu método de estudo, busque sempre aprimorá-lo para que a todo o momento você esteja cada vez mais perto do seu objetivo. Por fim, seja muito disciplinado nesse período de estudo, mas não restrinja a sua vida social demasiadamente. Os momentos de lazer, de descanso e de diversão também são importantes para otimizar os momentos de estudo”
Confira nossa entrevista com André Viana, aprovado em 1º lugar no concurso TCE MG para o cargo de Analista de Controle Externo, especialidade Direito:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
André Viana: Meu nome é André Viana. Tenho 34 anos, moro em Belo Horizonte. Sou casado e possuo um filho de 2 anos de idade. Possuo dois cursos superiores, sou formado em Psicologia e em Direito. Minha primeira graduação foi em Psicologia, profissão que exerci de 2010 até o início de 2019. A graduação em Direito cursei entre os anos de 2010 e 2016. Após a formatura no curso de Direito estudei entre os anos de 2016 e 2018 para concursos públicos, vindo a ser aprovado no concurso para o cargo de Analista de Controle Externo – Área: Direito, do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais. Exerço o cargo desde fevereiro de 2019.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
André: No final da minha primeira graduação, resolvi estudar para um concurso na área de Psicologia. Naquela época, tive contato com as disciplinas de Direito Constitucional e Direito Administrativo. Fiquei fascinado com o conteúdo e, como já cogitava cursar uma nova graduação, optei por prestar novo vestibular para Direito. Após a aprovação no vestibular, comecei a trabalhar durante o dia como psicólogo e à noite cursava a graduação em Direito.
Durante todo o período da graduação, já sabia que queria me formar em Direito e ir realizar concursos públicos. Em específico, tinha interesse pelas carreiras que possuíam intensa atuação no campo do Direito Público como Procuradorias, Tribunais de Contas e, em alguma medida, Ministério Público.
Estratégia: Como foi a escolha pela área de controle? O que te atraiu?
André: Não fiz uma escolha propriamente dita. No período em que estava me preparando para concursos públicos estudava com foco nos concursos para Procuradorias. No entanto, nesse período surgiu o concurso do Tribunal de Contas de Minas Gerais. A perspectiva de trabalhar na cidade em que nasci e onde resido com minha família, em um órgão em que teria grande atuação no campo do Direito Público e com um salário atrativo me fez alterar o foco inicial de estudo e voltá-lo para esse concurso na área de controle.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
André: Durante todo o período de preparação trabalhei e estudei. Trabalhava durante meio período como psicólogo concursado em uma cidade da região metropolitana de Belo Horizonte. Além disso, no ano anterior a minha aprovação no concurso do Tribunal de Contas, ainda conciliei o trabalho com os cuidados com meu filho recém nascido. Obviamente, sendo bastante apoiado pela minha esposa que sempre esteve ao meu lado e foi fundamental para a minha aprovação.
Um aspecto que considero muito importante na preparação é a disciplina e o planejamento. Acho que, inegavelmente, é desafiadora a conciliação entre trabalho, vida familiar e amigos e a preparação para concursos públicos, mas não é impossível. E não só, considero que é muito importante que as pessoas que se preparam para concursos públicos não tenham uma vida social extremamente restrita, pensando 24 horas por dia em concurso. É importante que a pessoa se dedique a outras atividades no decorrer da semana, sejam atividades profissionais, de lazer ou atividades físicas, desde que, obviamente, seja capaz de desenvolver uma rotina de estudos que seja qualitativamente boa.
É possível, por exemplo, que uma pessoa que estude três ou quatro horas por dia e que mantenha outras atividades ao longo da semana tenha um aproveitamento muito superior na preparação para concursos públicos do que uma pessoa que tenha todo o dia livre para estudar, mas o faz de forma pouco organizada e sem planejamento.
Esse é um aspecto que gostaria de ressaltar para aqueles que, eventualmente, têm vontade de estudar para um concurso, mas não o fazem porque precisam trabalhar. O trabalho, em si, não é incompatível com a rotina de estudos. A maioria das pessoas que foram aprovadas no mesmo concurso que eu também estava trabalhando no momento da preparação. O fundamental é que a pessoa faça um bom planejamento da rotina de estudos com as horas disponíveis que possua e que seja bastante disciplinada no cumprimento das atividades planejadas.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
André: Fui aprovado em alguns concursos para o cargo de psicólogo, minha profissão anterior, em um concurso para Técnico do Tribunal Regional Federal e no concurso para Analista de Controle Externo do Tribunal de Contas de Minas Gerais, cargo que ocupo atualmente. No Tribunal de Contas fui aprovado em primeiro lugar na área jurídica, haja vista que o concurso do Tribunal é dividido por área de formação ao contrário do que ocorre em outros Tribunais de Contas.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados(as)?
André: A sensação é indescritível. De uma felicidade imensa… Uma sensação de que todo o esforço valeu a pena e de dever cumprido…
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
André: Sempre mantive minha vida social no decorrer da preparação. Obviamente, não tive uma vida social extremamente intensa no período, mas aos finais de semana sempre tive períodos destinados ao lazer. Gostava de sair à noite, ir ao cinema, ao teatro, a restaurantes, etc. Como disse, acho importante que a pessoa que está se preparando para concursos não restrinja demasiadamente sua vida social.
Pode parecer paradoxal, mas os períodos em que estamos nos divertindo são também importantes para que consigamos aproveitar ao máximo os períodos em que necessitamos de uma maior produtividade intelectual. Não adianta estudar até a exaustão mental se o estudo é qualitativamente ruim e se o seu cérebro já não é capaz de reter e processar informação de forma proveitosa. O ideal é buscar conciliar os momentos de estudo com momentos de lazer e descanso.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
André: Sou casado e durante o meu período de preparação para concursos tive um filho. Meu filho nasceu em setembro de 2017 e o concurso para o Tribunal de Contas ocorreu no segundo semestre de 2018. Minha esposa foi fundamental para o meu êxito no concurso. Sabendo que a aprovação era importante para mim e para a nossa família, ela sempre se esforçou, ao máximo, para que eu tivesse tempo e um espaço disponível para estudar.
Na véspera da prova, por exemplo, nosso filho ainda era muito pequeno e acordava várias vezes durante a noite. Eu dormia no sofá para que conseguisse ter uma boa noite de sono e render nos estudos no dia seguinte, enquanto ela acabava tendo que acordar sozinha várias vezes para ficar com nosso filho. Foi um período extremamente cansativo para mim e para ela, mas hoje nós colhemos os frutos do que plantamos.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
André: Por volta de dez meses.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
André: Estudei sim. Desde o momento em que tive a notícia de que o concurso sairia já comecei a estudar, tendo como foco as disciplinas que haviam sido cobradas no concurso anterior do órgão. Para manter a disciplina sempre estudei utilizando uma planilha com as atividades diárias que deveria realizar.
Sendo assim, havendo ou não edital publicado, o meu foco sempre foi cumprir as atividades que constavam na planilha. Acho que a utilização de planilhas com metas diárias de estudo auxiliam muito. Elas evitam que a pessoa se perca e acabam servindo de motivação, já que pouco importa se a prova é daqui a dois dias ou seis meses, o fundamental é que você cumpra o que foi previamente planejado para aquele dia.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
André: Conheço o Estratégia há muitos anos. Um amigo que foi aprovado em um concurso para o cargo de Analista de Comércio Exterior há muitos anos é que me falou do site na época e, desde então, em diversos momentos, recorri aos materiais do site.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Cursos em PDF, videoaulas? O que funcionava melhor para você?
André: Utilizei livros, cursos em PDF e videoaulas. Acho que cada material tem a sua vantagem. Se a pessoa nunca teve contato com a disciplina ou tem muita dificuldade na matéria, considero que videoaulas ministradas por um professor bastante didático sejam o mais indicado. Por outro lado, se a pessoa já tem um domínio da matéria ou acha que conseguirá aprendê-la com alguma facilidade, eu recomendaria o estudo através de livros ou cursos em PDF, concomitantemente à elaboração de resumos ou fichamentos que auxiliarão nos momentos de fixação da matéria e de revisão. Basicamente, foram esses materiais e essa estratégia de estudo que utilizei.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
André: Estudava por volta de 5 a 6 horas por dia. Acho que estratégia de estudo é algo bastante pessoal. No meu caso, retenho muita informação quando, além de ler, faço resumos ou fichamentos utilizando minhas próprias palavras. Sendo assim, buscava estudar fazendo fichamentos. Para ter uma melhor capacidade de reter conhecimento eu seguia o seguinte sistema:
Aos finais de semana eu revisava os fichamentos que havia feito nas duas semanas anteriores. Quando chegava a esgotar o estudo de uma disciplina e, portanto, não havia mais matéria a ser fichada, eu permanecia somente revisando o material que já havia fichado. Concomitantemente, durante minha semana, sempre deixei horários específicos na planilha de estudos para a realização de exercícios. Fiz milhares de questões no meu período de preparação, focando, especialmente, nas questões elaboradas pelas bancas que fariam os concursos para os quais estava me preparando.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
André: Minha maior dificuldade foi o aprendizado de contabilidade. Em razão de ter feito duas graduações na área de humanas, o aprendizado de contabilidade para mim foi um grande desafio. O que me ajudou bastante foi a preparação através de videoaulas com professores com boa didática.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
André: Na semana que antecedeu a prova eu, basicamente, revisei todos os fichamentos das matérias. Ademais, procurei ler a legislação seca, especialmente o Regimento Interno e a Lei Orgânica do Tribunal, para que os dispositivos legais estivessem bem “frescos” na minha memória no dia da prova. No dia anterior da prova também estudei normalmente.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
André: Fiz uma preparação específica para a prova discursiva. Basicamente, procurei responder diversas questões discursivas da banca para a qual estava me preparando, buscando comparar a resposta que havia elaborado com o espelho de correção ou mesmo com a sugestão de resposta que havia sido elaborada previamente por algum professor. Acho fundamental esse tipo de treinamento, pois os temas e a forma como as questões são cobradas pelas bancas se repetem. Além disso, é importante que, no período de preparação, a pessoa se habitue a dar respostas bem construídas e com conteúdo adequado respeitando o limite de linhas proposto no Edital. Essa habilidade só se adquire com treinamento, ou seja, é necessário que se responda, previamente, diversas questões.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
André: Acho que, no início, errava na forma como elaborava meus fichamentos e resumos. Muitas vezes tentava fazer resumos com muita informação ou mesmo com frases bem construídas, o que me tomava muito tempo. Com o passar do tempo, fui me habituando a fazer fichamentos sintéticos, utilizando setas e palavras-chave, e assim conseguia estudar uma quantidade maior de matéria em um menor espaço de tempo.
Meu maior acerto foi sempre ter uma postura crítica em relação ao meu método de estudo. Somente consegui ser aprovado em primeiro lugar nesse concurso porque fui reprovado em concursos anteriores e fiz, dessas reprovações, oportunidades para que eu repensasse o meu método de estudo, buscando sempre aprimorá-lo e deixá-lo mais adequado a minha forma de aprender.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
André: Estudar para concursos é muito difícil. É desgastante, muitas vezes frustante e, normalmente, todo esse esforço não é reconhecido no momento da preparação. Infelizmente, o reconhecimento familiar e social, habitualmente, só vem após a aprovação. Ainda assim, nunca pensei em desistir, pois sabia que estava me dedicando a algo que era minha vocação e que seria muito positivo para mim e para minha família.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
André: Durante toda a preparação tive três grandes motivações. A primeira delas era a minha vocação para trabalhar no campo do Direito e, em especial, do Direito Público. A segunda era a perspectiva de atuar em um órgão de controle, haja vista que o resultado do meu trabalho traria um impacto positivo para a coletividade. A terceira era a perspectiva de trazer melhorias financeiras para a minha família e proporcionar um melhor bem estar para mim, meu filho e minha esposa.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
André: Procure entender quais motivações te levam a adentrar neste mundo dos concursos públicos e sempre que alguém tentar te desmotivar busque inspiração nessas motivações que estão bastante claras para você. Seja crítico em relação ao seu método de estudo, busque sempre aprimorá-lo para que a todo o momento você esteja cada vez mais perto do seu objetivo. Por fim, seja muito disciplinado nesse período de estudo, mas não restrinja a sua vida social demasiadamente. Os momentos de lazer, de descanso e de diversão também são importantes para otimizar os momentos de estudo.
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