Aprovado em 8° lugar para Analista de Controle Externo no concurso TCE-GO
Concursos Públicos“O conselho mais honesto que eu poderia dar é ter fé em Deus e não desistir. Todo mundo reprova em um monte de provas até passar, o importante é persistir e se manter firme no propósito.”
Confira nossa entrevista com Hugo Fernando de Souza, aprovado em 8° lugar para Analista de Controle Externo no concurso TCE-GO:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo.
Hugo Fernando de Souza: Sou formado em engenharia mecânica pela FEI, tenho 34 anos e sou natural de São Paulo (capital).
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Hugo: Eu trabalhei no setor automotivo a minha vida inteira, mas em determinado ponto algumas coisas começaram a me incomodar. Primeiro eu percebi que o setor era muito saturado (principalmente em SP), e por conta da alta concorrência, os salários estavam cada vez mais baixos. Segundo que um profissional de engenharia se torna caro (e consequentemente um “marginal”) por volta dos 45 anos. Depois dessa idade, ou o engenheiro vira gerente ou vai dar aula em alguma faculdade para ganhar um salário de início de carreira. Terceiro, e mais importante, me faltava propósito na engenharia – aquilo não passava nem perto do que eu queria fazer para o resto da vida.
A partir daí, comecei a estudar para concursos apenas com o objetivo de ter um salário melhor e depois ver o que faria da minha vida. Nesse momento, eu ainda achava que serviço público era um monte de gente carimbando uma pilha de papéis numa sala com um ventilador de teto quase parando, e um sol de fim de tarde entrando numa janela com uma cortina faltando.
Mas graças a Deus, pesquisando sobre quais concursos iria prestar, eu descobri a área de controle e me identifiquei completamente com a atividade dos Tribunais de Contas. Hoje afirmo com certeza, e com uma clareza que nunca antes tive, que esse é o meu propósito de vida e que fui abençoado com essa oportunidade maravilhosa.
Estratégia: Você trabalhava e estudava?
Hugo: Eu passei por diferentes fases na minha aprovação. No começo, eu trabalhava, depois fiquei desempregado, depois trabalhei de novo, e agora estou (temporariamente, graças a Deus rs) desempregado novamente.
Quando trabalhava, eu tinha uma rotina dura, como a de qualquer outro concurseiro. Eu acordava às 03h50 da manhã, tomava banho rapidinho uma xícara de café em jejum (não repita isso em casa rs) e começava a estudar às 04h15 – daí eu ia até às 05h15. Fazia uma pausa de 15 min e comia algo (também rapidinho). Depois estudava das 05h30 às 06h30 e aí ia para o trabalho.
No trabalho, sempre no horário de almoço, eu lia lei seca TODOS OS DIAS no tempo que me sobrava do almoço. Dava mais ou menos uns 35 minutos por dia.
Quando chegava em casa, tomava um banho rapidinho e começava a estudar por volta das 18h15 – daí ia até 19h15. Fazia uma pausa de 30 minutos para jantar, e depois estudava das 19h45 às 20h45. Sempre conseguia no mínimo 4 horas e meia de estudo por dia.
Aos sábados eu estudava o dia todo, sempre 7 horas líquidas. Aos domingos eu nunca estudei.
Fiz isso por 1 ano e meio.
Inclusive, no meu trabalho teve um pessoal do jurídico que desconfiou que eu estava estudando para concursos depois de uma reunião sobre contrato de concessão pública em que acabei falando demais, e a partir daí eu passei a usar um nome fantasia no site do Estratégia para não ser descoberto no fórum de dúvidas rsrs.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado?
Hugo: Fui aprovado no TCE-AM – auditor de controle externo – na posição 146, na Telebrás – analista administrativo – na posição 30 e agora no TCE-GO – analista de controle externo – em 8º lugar.
Não pretendo mais estudar para nenhum concurso.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos?
Hugo: Se existe uma pessoa que irá precisar fazer um curso de recolocação social, sou eu. Eu não tive quase nada de vida social durante todo o meu período de estudos. Todo o meu tempo livre foi para minha esposa e meu filho, SÓ. Não vejo amigos desde 2019. No geral, eu tirava o sábado a noite para curtir com a família e o domingo o dia todo.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Hugo: Amigos não entenderam e sumiram já no primeiro ano de estudos, mas eu acho que isso é normal. Agora, a minha família no geral apoiou. Basicamente eu tenho a minha esposa, meu filho de 1 ano e pouco, minha mãe e minha tia. A minha mãe custou um pouco a entender, mas sempre se sacrificou para que eu pudesse ter o máximo de tempo de estudo possível. Já a minha esposa e a minha tia, desde o princípio sempre me apoiaram.
A minha esposa às vezes reclama que eu não passo todo o tempo com a família que ela gostaria, mas faz parte. Ela reclama na melhor das intenções.
Outra coisa, é necessário deixar claro que sem o apoio das três (esposa, mãe e tia) eu jamais teria conseguido nenhuma aprovação. Por muito tempo elas me bancaram, pagaram com tempo, dinheiro e sacrifício para que eu pudesse viver este sonho.
Sou um abençoado pela família que tenho e afirmo com convicção que qualquer concurseiro que tenha apoio da família está 3 passos à frente da concorrência.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso?
Hugo: Direcionado especificamente ao último concurso, eu estudei aproximadamente 6 meses. Mas no total, eu estudo há 3 anos para a área de controle.
Manter a disciplina foi simples, mas muito, muito trabalhoso. Basicamente o meu pensamento sempre foi seguinte: “- Eu não nasci com nenhuma habilidade que faça com que eu me destaque da população. Não há nada, absolutamente nada, em mim que tenha nascido comigo e que me faça realizar algo grande na vida. Se eu quiser ter qualquer conquista, eu preciso focar nas habilidades que podem ser adquiridas ao longo da vida e me tornar o melhor em cada uma delas.”
A partir daí eu foquei na dedicação e no trabalho duro, eu sempre tive uma obsessão por melhorar a execução do meu estudo, por melhorar os meus resultados nas provas. Com paciência e muito esforço, as aprovações começaram a aparecer. Como eu acredito que a aprovação está muito relacionada ao meu propósito de vida, manter a constância acabou se tornando algo natural (mas sempre demandou muito esforço, nunca foi fácil).
Por outro lado, eu nunca gostei de depender da motivação. A motivação te ajuda a estudar contabilidade geral na última hora da semana, no finzinho do sábado, mas só. Qualquer coisa além disso me atrapalharia. O foco sempre foi em me manter constante, fazer o que precisava ser feito.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Hugo: Meu tempo fica dividido entre PDFs e vídeo aulas. Eu diria que 85% para PDFs e 15% para vídeo aulas. A vantagem do PDF é a velocidade com que você avança no conteúdo, já a vantagem da vídeo aula é uma explicação mais detalhada de algum tema que você tenha mais dificuldade. Eu costumo assistir vídeo aula na última hora de estudo do dia, quando já estou cansado demais para ler ou fazer questões, mas ainda consigo absorver algum conteúdo em vídeo.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Hugo: Antes de comprar o material para o meu primeiro concurso, eu pesquisei tudo o que podia sobre as escolas da época. Na ocasião, eu passei uns dois dias no youtube apenas vendo vídeos sobre os concursos e as escolas. Depois de muita pesquisa, ficou claro para mim que o estratégia possuía as melhores ferramentas e os melhores professores para me auxiliar na minha aprovação.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Hugo: Só estudei pelo estratégia.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Hugo: Senti uma diferença enorme, e sinto até hoje. Eu acredito que os melhores professores de concurso entregam no material somente o que irá cair na prova, nem mais nem menos. E quando eu olho para o material do estratégia, eu vejo aulas formuladas especificamente em torno de questões de prova. Isso facilita muito o aprendizado e aumenta rapidamente os resultados na resolução de questões.
Agora, o maior diferencial do estratégia é a estrutura enorme com ferramentas para todos os gostos. Não importa qual o seu método de estudo/revisão, você irá encontrar alguma ferramenta no estratégia desenhada para você. No meu caso, o passo estratégico na reta final de prova sempre me ajudou demais. Sempre tem questão de prova no passo estratégico, sempre!
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Hugo: Como atualmente estou desempregado, eu dividi meu ciclo de estudos em três. Nas primeiras duas horas do dia, eu estudo as duas matérias que considero mais relevantes para o concurso, todos os dias. Depois eu faço um ciclo de 4 horas com as matérias restantes, e na última hora eu assisto vídeo aula de alguma matéria específica que gostaria de me aprofundar.
Geralmente eu estudo 7 horas líquidas de segunda a quinta, 6 horas líquidas na sexta, e 4 a 5 horas líquidas no sábado. Em média eu estudo entre 35 e 38 horas líquidas na semana. Nunca mais, nunca menos.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Hugo: Eu fiz resumo de todas as matérias. Sei que muitos especialistas são contra, mas como faço no power point, não me consumiram tanto tempo assim e são as melhores ferramentas de revisão. Simulados eu faço alguns, mais perto da prova.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios?
Hugo: A hora da verdade é a resolução de questões né. Tem que fazer o máximo possível, entender a “jurisprudência” da banca, quais matérias a banca costuma “apertar” mais, e como as bancas focam em determinados assuntos. Pelas minhas contas, eu passei das 20 mil questões. Difícil dizer porque eu sempre foco muito nas questões que já vêm no PDF, elas são suficientes para aprovação em qualquer concurso.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Hugo: Eu percebi estudando para concursos que eu saí da faculdade com algum nível de analfabetismo funcional. Mal que assola a maior parte dos brasileiros e a gente não percebe. Essa balela de que “não pode ficar na decoreba, tem que aprender” atrasou muito o meu aprendizado no mundo dos concursos. Posso dizer que até compreender a forma necessária de interpretar e memorizar um determinado tema, buscar uma unidade e uma conexão entre as matérias e diferentes assuntos, eu tive dificuldade em todas as matérias, exceto as de exatas.
Por ser engenheiro, eu nunca precisei ler um texto enorme como nós fazemos no direito constitucional, por exemplo. Mas depois de um tempo, mais ou menos 1 ano, eu desenvolvi o meu próprio método de aprendizado e, de novo, com a obsessão por melhorar a execução, eu consegui aprender com mais eficiência e sofrer menos.
Eu nunca gostei de aceitar que tinha dificuldade em uma disciplina específica, ou de pensar que não gostava de tal disciplina. Esse tipo de pensamento gera um preconceito no cérebro e trava o seu aprendizado ainda mais. Gosto de pensar que tive dificuldade na maioria das matérias, aprendi a estudar (a muito custo), e hoje adoro estudar todas elas.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Hugo: Na semana anterior à prova eu apenas faço revisões, nada de questões. No dia da prova eu não estudo.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Hugo: A preparação para a prova discursiva eu acho que está na sua capacidade de explicar o que acabou de aprender, se focar nisso já é o bastante para tirar uma boa nota.
Geralmente as bancas não focam tanto no método da resposta, mas sim no conteúdo. Aconselho que os concurseiros façam o mesmo.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Hugo: Como disse anteriormente, no começo do meu estudo eu sentia que eu não sabia ler. Eu lia e não compreendia, memorizava o que não era para memorizar, errava até o nome na prova rsrs.
Eu acho que o meu principal erro foi não me perguntar o porquê eu estava estudando. Qual era o meu objetivo para aquela próxima hora? Por muito tempo, eu estudava apenas para cumprir a obrigação de passar mais uma hora estudando, como se aquilo fosse contar algum tipo de ponto na minha aprovação.
Mas não é essa a realidade. Esse tipo de atitude despropositada só te faz perder tempo e te obriga a assistir outras pessoas que começaram a estudar depois de você passando na sua frente.
A sua rotina precisa ter propósito. Demorei para descobrir isso, mas foi também o meu maior acerto.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Hugo: Para ser honesto, eu nunca pensei em desistir. Como disse anteriormente, eu já não sou um colecionador de qualidades naturais, então desistir significaria abrir mão das qualidades que adquiri durante o meu percurso, e isso nunca foi uma opção. Quanto à motivação, é claro que trazer uma vida melhor para a minha família sempre me deu forças, mas depender da motivação sempre me incomodou. O segredo é se manter constante.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Hugo: O conselho mais honesto que eu poderia dar é ter fé em Deus e não desistir. Todo mundo reprova em um monte de provas até passar, o importante é persistir e se manter firme no propósito.