Aprovado no concurso SEFAZ SC
Já aviso que, na maioria das vezes, você não terá o menor ânimo para estudar e isso é completamente normal. Mas foque no seu sonho, siga em frente, estude com constância e pague o preço, pois a cada dia estudado você estará um dia mais perto de obter seu cargo público
Confira nossa entrevista com Gustavo Caroprezo Terra, aprovado em 8º no concurso SEFAZ SC no cargo de Auditor Fiscal/área Auditoria e Fiscalização:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Gustavo Caroprezo Terra: Sou formado em Engenharia de Produção pela UFSCar, tenho 30 anos, moro atualmente em Jundiaí-SP e no aguardo de ser chamado no concurso da Sefaz-SC.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Gustavo: Eu via e ouvia falar de algumas coisas na iniciativa privada que não me agradavam, entre elas: processos seletivos com muita subjetividade envolvida; salário iniciais baixos para os requisitos pedidos; e pessoas que tinham um salário alto, mas que chegavam a trabalhar 60 horas na semana e não tinham tempo de lazer.
Assim, vi no cargo público uma oportunidade de ter um melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional, ganhando bem e fazendo algo que traz retorno para a sociedade.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Gustavo: Decidi me dedicar exclusivamente aos estudos, pois a decisão de conquistar um cargo público já era certa.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Gustavo: Obtive a 42ª colocação no concurso para Analista Judiciário – área Administrativa do TRE-SP (primeiro concurso que prestei).
Além disso, fiquei em 8º lugar no concurso para Auditor Fiscal da Receita Estadual de Santa Catarina em 2018, na área de Auditoria e Fiscalização.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Gustavo: Foi algo que nunca havia sentido antes. Quando abri o arquivo com a lista, nem olhei as primeiras colocações, pois não achava que estaria no topo. Localizei um Gustavo na 18ª colocação, mas não era eu. Mais abaixo, já quase no final da lista, havia outro Gustavo, mas não era eu de novo. Continuei até o final da lista na parte dos aprovados e não achei meu nome. Nessa hora, já achei que não tinha sido aprovado.
Estava difícil raciocinar, porque eu tinha me dedicado demais e sabia que meu desempenho tinha sido bom. Finalmente, resolvi olhar os nomes que estavam no começo da lista, e não é que eu estava lá?
Foi uma mistura maravilhosa de alívio e dever cumprido depois de todo o empenho e sacrifícios feitos, uma sensação de realização muito boa que desejo a todos que estão em busca do cargo dos seus sonhos.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Gustavo: A vida social variou nos períodos pré-edital e pós-edital. Como eu me dedicava exclusivamente aos estudos, minha rotina era como se eu tivesse um trabalho normal, estudando por volta de 7:30h líquidas por dia, de segunda a sexta, no período em que não havia edital publicado. Assim, tinha tempo suficiente para o lazer.
A partir da publicação do edital da Sefaz-GO, aumentei minha carga horária de estudos. Já quando o edital da Sefaz-SC foi publicado (pouco tempo depois), adotei uma postura radical, passando a estudar praticamente todos os dias até a prova. Fiz refeições mais rápido, deixei de sair de casa e o tempo de lazer foi drasticamente reduzido.
Acredito que, no último 1 mês e meio até a prova de Santa Catarina, eu tenha estudado por volta de 55 horas líquidas por semana. Mas, apesar do ritmo ter se intensificado bastante, eu estava tão motivado que nem via o tempo passar. Estava sendo mais fácil estudar por volta de 9:30h líquidas por dia com edital publicado do que 7:30h sem nenhum edital.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Gustavo: Sou solteiro, morei com meus pais e namorei durante toda minha preparação. Minha família aceitou minha decisão de estudar e providenciou o básico para que eu pudesse me dedicar o máximo possível, por isso, sou muito grato.
Entretanto, por não entender bem como funciona esse mundo dos concursos, algumas vezes eles ficavam preocupados por eu estudar a tanto tempo e não estar fazendo nenhuma prova (afinal, os editais não estavam saindo). Nessas horas, tentava tranquilizá-los, dizendo que as coisas eram assim mesmo, incertas, mas que deveria continuar me dedicando para estar preparado quando o edital saísse.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Gustavo: Isso depende muito de cada caso, mas, no geral, eu acredito que é válido sim prestar outros concursos, desde que a pessoa não desvie muito o foco daquele que é o objetivo maior. Essa mudança de foco pode ser positiva se, no concurso com foco diferente, a pessoa tiver conhecimento de mais de 50% do edital e tempo disponível para ver novas disciplinas.
Por exemplo: eu já tinha estudado praticamente duas vezes todo o conteúdo do edital da Receita Federal, quando saiu o edital do TRE-SP. Como não havia sinal do concurso da Receita, resolvi encarar a prova do TRE-SP, pois seria perto de casa e eu poderia aproveitar várias disciplinas que já tinha estudado (apesar de ser um concurso de outra área). Por dois meses, tive que estudar disciplinas que não são cobradas na área fiscal, mas eu tinha condições (tanto de nível de preparo, quanto de tempo) para fazer esse pequeno desvio. No final, foi muito bom pois, além de pegar experiência de prova, fiquei satisfeito com meu desempenho e vi que é possível sim ser aprovado em um concurso de alto nível.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Gustavo: Estudei para a área fiscal durante 2 anos e meio aproximadamente. Para o concurso da Sefaz-SC, especificamente, acredito que tenha sido por volta de 6 meses.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Gustavo: Estudar sem ter edital na praça é imprescindível. Quem começa a estudar para um concurso de alto nível só depois que sai o edital, tem chances de aprovação baixíssimas.
No meu caso, comecei a estudar em 2016 e o primeiro concurso da área fiscal que eu gostaria de prestar, teve edital publicado somente na metade de 2018. Ou seja, grande parte da minha preparação foi sem edital.
Para manter a disciplina nos estudos, eu encarava como uma rotina de trabalho. Na maioria das vezes, não tinha empolgação ou ânimo para estudar, mas, mesmo assim, abria os PDFs e fazia o que tinha de ser feito, afinal, sabia bem os motivos pelos quais estava fazendo aquilo e que valeria a pena no final.
Vou repetir aqui uma frase que li uma vez e que sintetiza um pouco isso: não é necessário ter sempre motivação, basta ter ação.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Gustavo: Usei somente PDFs (acredito que 90% do Estratégia), sistema de questões e lei seca.
O estudo por PDF é, sem dúvida, o melhor caminho, por apresentar um conteúdo focado que pode ser estudado praticamente em qualquer lugar, de acordo com o ritmo de cada um.
Eu não sabia se iria me acostumar estudando pelo computador. Contudo, fiz o teste e, já na primeira semana de estudos, vi que a leitura pelo notebook não seria problema. Desse modo, fica mais fácil organizar o estudo, grifar trechos, apagar grifos e pesquisar por palavras específicas rapidamente, além de economizar com a impressão de milhares de folhas.
Assim, recomendo que passem longe de aulas presenciais, telepresenciais e livros. Quanto às videoaulas, pode ser interessante para algumas pessoas em disciplinas de difícil assimilação, mas deve-se tomar cuidado para não perder muito tempo com elas. Sugiro que sempre aumentem a velocidade de reprodução do vídeo, pois a explicação de um conteúdo em vídeo é muito mais demorada do que simplesmente ler o PDF.
Já um sistema de questões é fundamental na preparação. Para obter a aprovação, é essencial: resolver o maior número possível de questões relacionadas ao concurso alvo; que as questões tenham comentários bem fundamentados; e registrar os erros e acertos em cada disciplina, para saber onde é preciso melhorar.
Por último, a lei seca é muito importante quando estamos em uma fase avançada de estudos (em que é possível estudar somente através de exercícios + lei seca).
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Gustavo: Conheci a partir de uma pesquisa no Google sobre materiais de estudo para o concurso da Receita Federal. Logo vi que os índices de aprovação eram muito altos, sendo que vários aprovados no último concurso da Receita tinham estudado pelo material do Estratégia. Além disso, um amigo me confirmou que os materiais eram muito bons e que eu poderia estudar por eles tranquilamente para ser aprovado. Ele estava certo.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Gustavo: Montei um ciclo de estudos sem querer, antes mesmo de saber o que era um ciclo de estudos, baseado no último edital da Receita Federal.
Fiz uma planilha com as disciplinas que eu iria estudar e ia marcando o que já tinha sido visto. Eu costumava estudar por volta de seis matérias durante o mesmo período, passando de uma para outra ao terminar um PDF de cada aula. Assim, estudava por volta de 2 a 3 disciplinas por dia. Quando finalizava todos os PDFs de uma disciplina, adicionava outra no ciclo.
Eu não tinha uma rotina pré-estabelecida, cada dia de estudo abria minha planilha e via as disciplinas que estavam mais para trás no planejamento em relação ao número de aulas lidas.
Meu estudo começou baseado em ler a teoria e resolver os exercícios do PDF. Na primeira semana tentei fazer resumos por escrito, mas percebi que estava gastando muito tempo. Além disso, eu nem sabia se o que estava colocando no resumo era realmente importante.
Portanto, não recomendo que façam resumos. Vale a pena fazer anotações pontuais dos assuntos mais importantes, mas depois que já tiver um certo domínio do conteúdo.
Após terminar todo o conteúdo do edital, voltei a estudar novamente os PDFs e realizar os exercícios, mas de maneira mais rápida. Contudo, chegou um ponto em que eu já tinha lido tantas vezes os mesmos PDFs e resolvido os mesmos exercícios, que passeia a utilizar um sistema de questões, montar um caderno de erros e priorizar a leitura de lei seca quando cabível.
Mais ou menos nesse período, comecei a incluir no meu ciclo disciplinas cobradas em fiscos estaduais.
Quanto às revisões, no começo eu fazia a cada 30 dias aproximadamente, através da resolução de questões. Em uma fase mais intermediária dos estudos, tentei revisar a cada 7 e 30 dias. Não conseguia fazer as revisões direitinho nessa periodicidade, as coisas acabavam se embolando um pouco, mas a planilha me ajudava muito a ter uma visão geral do que eu já tinha visto e ainda precisava ver, possibilitando fazer os ajustes necessários.
Por fim, como mencionei, minha carga horária de estudos foi de 7:30h líquidas, em média, no pré-edital, e de 9:30h líquidas, em média, no pós-edital.
Gostaria de aproveitar para dizer que, talvez, eu não precisasse ter estudado tantas horas quanto estudei. Por ter o dia todo disponível, eu acabei revisando várias vezes assuntos que eu já tinha consolidado na minha mente, além de ter dado muita atenção para alguns pontos com chances baixas de cobrança em prova. Se eu tivesse menos tempo disponível para estudar, não teria feito isso. Ou seja, acredito que um estudo focado, mesmo com poucas horas disponíveis por dia, é suficiente para obter a aprovação.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Gustavo: A disciplina mais complicada de entender, a princípio, foi contabilidade. Apesar de eu já ter estudado na faculdade, não lembrava nada.
Portanto, no começo, foi necessária muita paciência para entender o sistema de débitos e créditos e memorizar a natureza de cada conta. Mas, depois que peguei o jeito, passei a gostar da disciplina.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Gustavo: Sou daqueles que estudam até os fiscais pedirem para guardar o material, na esperança de dar a sorte de ler algo que apareça na prova.
Na semana que antecedeu a prova da Sefaz-SC, minha rotina foi quase que normal. Só não foi no mesmo ritmo das demais semanas porque tive que ir para Florianópolis. Cheguei lá em uma quinta-feira antes do final de semana da prova e, todos os dias, acabou a energia onde eu estava hospedado. Como eu estudava pelo computador e ele estava sem bateria, não consegui revisar o tanto que queria nesses últimos dias. Entretanto, eu já tinha estudado tanto que acho que, mesmo se tivesse revisado os pontos que ficaram faltando, não teria feito grande diferença no meu resultado.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS.
Gustavo: Acredito que tenha cometido alguns erros antes de iniciar minha preparação. Eu deveria ter me informado melhor: sobre as opções de concursos (só fui descobrir que o trabalho e salário de um fisco estadual podem ser tão bons ou até melhores quanto na Receita Federal depois de 1 ano e meio estudando); importância da resolução de exercícios da banca específica que fará o concurso desejado; e verificar o índice de incidência de cada assunto em provas, para saber onde deveria dar mais ou menos atenção. Um último ponto foi ter descoberto muito tarde a importância de introduzir a leitura de lei seca nos estudos.
Em relação aos acertos, acredito que tenham sido optar por estudar com um material de qualidade excelente, ter tido paciência e não ter parado de estudar.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Gustavo: O mais difícil foi justamente estudar sem a menor perspectiva de edital, não sabendo o que vinha pela frente. Entretanto, nunca pensei em desistir. Sempre acreditei na minha capacidade e segui firme nos estudos, pois sabia que a aprovação era uma questão de tempo.
Apesar da falta de editais e todas as notícias negativas sobre concursos, estudava com constância, sempre imaginando que, a qualquer momento, um edital poderia aparecer (e foi assim que ocorreu).
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Gustavo: Minha principal motivação era pensar na qualidade de vida que o cargo público iria me proporcionar e saber que, para obtê-lo, eu dependia somente de mim.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Gustavo: Se você está iniciando e ainda nem sabe muito bem para qual concurso estudar, pesquise com calma sobre todas as oportunidades existentes no mundo dos concursos antes de tomar uma decisão em relação a qual caminho escolher (que pode ser focar em um concurso específico ou em uma determinada área).
Estando seguro(a) da sua escolha, faça uma assinatura do Estratégia, caso ainda não tenha feito, pois vale muito a pena. Com ela, você não vai perder tempo caçando materiais em diferentes lugares, pois terá os melhores materiais do mercado em um só lugar. Dê uma conferida nos índices de aprovação, assim como eu fiz no início dos meus estudos, para ver que o Estratégia é a melhor opção.
Também aconselho que, antes de partir para os estudos, pesquise sobre histórias de aprovados, dicas, métodos de estudo e como montar um bom planejamento, assim, você poderá evitar erros na sua jornada e perderá menos tempo.
A partir daí, basta acreditar, se esforçar, se dedicar muito e persistir, pois uma hora a aprovação chega. Saiba que não será fácil, todos os aprovados fizeram sacrifícios em maior ou menor grau e você certamente também terá que fazer.
Já aviso que, na maioria das vezes, você não terá o menor ânimo para estudar e isso é completamente normal. Mas foque no seu sonho, siga em frente, estude com constância e pague o preço, pois a cada dia estudado você estará um dia mais perto de obter seu cargo público.
No final, verá que tudo valeu a pena.
Bons estudos!
Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: [email protected]
Abraços,
Thaís Mendes