“Para a aprovação, acho que é preciso de muita disciplina e dedicação, além de, claro, bons materiais. Mas acredito que o mais importante é jamais deixarmos de acreditar em nós mesmos, independente das barreiras existentes. A briga pelas vagas de um concurso é uma grande fila e certamente, com perseverança, paciência e acreditando em seu sonho, sua hora chegará!”
Confira nossa entrevista com Carlos Eduardo Martins Grangeiro da Silva, aprovado em 4º lugar no concurso SEFAZ-SC para o cargo Auditor Fiscal da Receita Estadual:
Estratégia Concursos: Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Carlos Eduardo Martins Grangeiro da Silva: Tenho 30 anos, sou natural de Campinas-SP e sou formado em Engenharia Mecânica pela UNICAMP.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Carlos Eduardo: Próximo ao término da faculdade, depois de experimentar dois estágios em áreas distintas, constatei que não tinha muita afinidade com as matérias cursadas e não me imaginava mais trabalhando na área de Engenharia. Por ter familiares trabalhando na área pública, pude cedo perceber alguns benefícios da dedicação ao concurso público e decidi focar todas minhas energias para conseguir a aprovação o quanto antes.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?) ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Carlos Eduardo: Na primeira etapa de concurseiro, antes da minha primeira aprovação, que ocorreu para o cargo de Auditor de Controle Interno na Controladoria Geral do Município de São Paulo (AMCI/CGM-SP), tive o privilégio de ter o dia todo para estudar.
No entanto, na preparação para o concurso da SEFAZ-SC, eu já estava trabalhando na Auditoria da CGM-SP. Nessa segunda fase, foi uma rotina muito intensa, pois, além de trabalhar, eu perdia, todos os dias, pelo menos 2 horas no percurso de casa para o trabalho, além das 8 horas dedicadas à Controladoria.
Não sinto que nessa segunda fase fui prejudicado pelo menor tempo disponível de estudo, pois, além da maturidade adquirida pela experiência anterior e do entendimento da necessidade de uma rotina de estudos, o fato de estar empregado auxilia imensamente na realização da prova com maior serenidade e calma, já que não existe mais aquele “peso” da obrigação de ser aprovado.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Carlos Eduardo: Fui aprovado em 4º lugar (área de Auditoria e Fiscalização) no concurso para Auditor Fiscal da Receita Estadual de Santa Catarina (Banca FCC – 2018, nomeação em 2020) e em 15º (área de Geral) para Auditor Municipal de Controle Interno da CGM-SP (Banca VUNESP – 2015, nomeação em 2016).
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Carlos Eduardo: A sensação ao ver o nome dentre os aprovados é de um alívio imenso. Nós, concurseiros, ficamos com uma carga gigantesca nas costas durante a jornada de estudo e eu, principalmente, via meus colegas de faculdade e amigos já crescendo no mercado de trabalho e sentia que poderia estar perdendo algumas oportunidades. É importante ressaltar que a nossa luta não acaba na publicação da aprovação, pois a batalha só termina depois que o concurseiro é efetivamente nomeado e entra em exercício. Por isso, minha sugestão aos amigos que estão estudando é de que se dediquem e não percam oportunidades de editais interessantes, mesmo que já aprovados: é melhor pecar por excesso de estudo, do que se lamentar posteriormente de chances que se foram.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Carlos Eduardo: Nas duas aprovações, me comprometi inteiramente aos concursos. Quando eu não trabalhava, tentava utilizar meu tempo de lazer nos finais de semana com minha família e namorada, mas tive grande ajuda e compreensão deles, já que, no pós-edital, ficava praticamente trancado no quarto.
Na segunda etapa, quando já estava trabalhando, a abdicação foi maior, pois meu tempo de estudo era mais restrito, então qualquer momento vago era uma oportunidade para ler mais ou fazer mais questões. Acordava sempre muito cedo e dormia tarde, aproveitando os trajetos de casa ao trabalho para escutar aulas e tentar absorver qualquer coisa.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Carlos Eduardo: Eu estou noivo e moro com minha noiva atualmente. Sempre tive o apoio dela e de minha família, que compreenderam minhas vontades e sei que esse é um privilégio imenso, que, de fato, antecipou minha aprovação. Na primeira etapa, quando eu só estudava, houve também o apoio financeiro de meus pais, crucial para que eu dirigisse meus esforços integralmente aos estudos.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Carlos Eduardo: Sim, fazer outros concursos, mesmo que diferentes do objetivo maior, é extremamente importante. No meu caso, para melhor ilustrar, iniciei com o objetivo do ICMS-SP, mas desde que iniciei minha jornada, em 2015, até hoje, o concurso ainda não saiu. Esse é o primeiro ponto, e acredito que o principal, para não manter um foco único e se tornar “cego” a grandes oportunidades. A segunda vantagem desse “desvio” do objetivo maior é a possibilidade de concretizar a aprovação em menor tempo e, com isso, garantir uma renda para posteriormente mirar concursos mais interessantes. Contudo, faço a ressalva de que esse “desvio” também não pode ser muito brusco, sendo que os concursos devem ter matérias similares.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Carlos Eduardo: Para a CGM-SP estudei praticamente um ano, durante todo o período de 2015. Já para a SEFAZ-SC, voltei aos estudos no início de 2018, sendo a prova realizada em novembro desse mesmo ano.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Carlos Eduardo: Sim, a fase de estudos sem edital exige muita disciplina. Eu sempre estudei por meio do ciclo de estudos, no qual é feita uma divisão de carga horária por matérias. Portanto, tentava cumprir a quantidade de horas semanais que projetava mensalmente. Também fazia um acompanhamento por meio de uma planilha que criei, na qual observava a quantidade de horas estudadas, quantidade de exercícios resolvidos e percentual de acertos de exercícios, o que me estimulava a estudar cada vez mais.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Carlos Eduardo: Conheci o Estratégia por indicação de alguns aprovados em concursos da área fiscal.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Carlos Eduardo: Utilizei majoritariamente material em PDF. No início, assistia a muitos vídeos e utilizei alguns livros, já que minha formação é em Engenharia e não tinha nenhuma familiaridade com a área jurídica, que tem muitos termos específicos. À medida que compreendia mais sobre o assunto, passava a focar em leitura de cursos em PDF e prática de exercícios, utilizando videoaulas somente como um suporte em momentos em que estava cansado de ler ou que não conseguia estudar pela leitura (dirigindo ou no metrô).
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso?
Carlos Eduardo: Eu iniciei focando em matérias básicas, que são cobradas sempre em provas de concursos para área fiscal. Também fazia algumas fichas e mapas mentais, para facilitar a revisão de matérias estudadas. Eu nunca tive um número certo de matérias a estudar durante o dia, mas fazia uma programação por meio de um ciclo de estudos, baseado na quantidade de horas semanais que estudaria. A partir da carga horária semanal, fazia uma divisão de matérias, intercalando as relacionadas a direito e que exigiam raciocínio. A parte essencial (e também a mais chata) era a revisão, por isso, eu sempre iniciava meu dia fazendo a revisão. Esse procedimento me ajudou muito, porque na manhã, que é o período em que eu sou mais produtivo, eu já terminava a parte mais chata dos estudos. Quanto à carga horária por dia, nunca tive uma meta fixa, mas sempre tentei o máximo que pude dentro da disponibilidade.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Carlos Eduardo: Tinha dificuldade em algumas matérias como Direito Civil e Direito Empresarial. Nelas, tentava focar em estudar a lei seca, porque as questões geralmente cobram exatamente os artigos das leis. Mas são matérias extremamente extensas e complexas, que para área fiscal, para minha sorte, não são tão relevantes.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Carlos Eduardo: A reta final é extremamente importante, especialmente para a preparação psicológica para a prova. Sinto maior conforto utilizando o máximo do tempo disponível para estudo, desde que minha mente não esteja cansada. Na véspera da prova, sempre fazia revisões gerais, mas nada muito excessivo, porque o descanso, especialmente para provas extensas, de dois dias, é vital. Acredito que, na véspera, a escolha entre estudar e descansar deve se pautar no que lhe trará maior tranquilidade e segurança para o dia seguinte, mas uma boa noite de sono é indiscutivelmente essencial (só não esqueça de colocar alarme).
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Carlos Eduardo: O principal erro inicial foi não estudar pelo material correto. O material (professor e curso) são essenciais e hoje, o acesso a ele é muito fácil. Nas primeiras provas, outro erro foi manter uma rotina de estudos intensa sem a prática de exercícios físicos. Pelo menos uma vez na semana, o exercício é necessário para o bem estar físico, psicológico e emocional.
Quanto aos acertos, acredito que fazer revisões diariamente e registrar tudo o que fazia (quantidade de exercícios, horas de estudo, percentual de acertos e comentários de questões que eu errava).
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Carlos Eduardo: Acredito que o mais difícil é enxergar que o concurso é uma longa caminhada, na qual a evolução é constante, mas vagarosa. Com raras exceções, não é da noite para o dia que o concurseiro vai conseguir a aprovação em um concurso dos sonhos. Com dedicação e aos poucos, a aprovação pode ser alcançada.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Carlos Eduardo: Minha principal motivação foi ter uma boa qualidade de vida, com uma boa remuneração e maior estabilidade.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar onde você chegou!
Carlos Eduardo: Não existe fórmula mágica para aprovação, pois são diversas pessoas, com realidades muito diferentes, de maneira muito distintas, que conseguem passar em concurso público. Para a aprovação, acho que é preciso muita disciplina e dedicação, além de, claro, bons materiais. Mas acredito que o mais importante é jamais deixarmos de acreditar em nós mesmos, independentemente das barreiras existentes. A briga pelas vagas de um concurso é uma grande fila e certamente, com perseverança, paciência e acreditando em seu sonho, sua hora chegará!