aprovado no concurso SEFAZ RS
“Nessa pegada, passei os anos de 2016 e 2017 estudando de forma muito pesada, sempre tentando me blindar das notícias apocalípticas que permearam os noticiários, sobretudo na área dos concursos. De fato, foi dificílimo me manter focado todo esse tempo, e mesmo com essa tentativa de blindagem, muitos dias acabavam por se tornar menos produtivos – e outros até completamente improdutivos. Nesses casos, eu costumava fechar o dia ali mesmo, saía para uma volta na rua, dar uma corrida, colocando a cabeça em modo de suspensão, o que me ajudava a refletir sobre as minhas aspirações e voltar a clareza do porquê e para que eu estava realmente estudando. Para aqueles que estão lendo esse depoimento, não se preocupe caso esses dias apareçam, pois oscilações no desempenho são muito naturais, principalmente quando já estudamos há um bom tempo.”
Confira o depoimento de Daniel Mendonça Moreira, aprovado no concurso SEFAZ RS para o cargo de Auditor Fiscal:
Fala, pessoal! Me chamo Daniel Moreira, sou engenheiro mecânico formado pela UFF – Niterói e tenho 29 anos. Fui aprovado na 29° colocação para o concurso de Auditor Fiscal do Rio Grande do Sul, certame com um grande pós-edital e extremamente disputado. Ao longo desse depoimento, contarei minha história e espero que sirva de inspiração para outros que estão nessa luta.
O início da minha trajetória nos concursos remonta ao final de 2015, quando um grande amigo meu foi aprovado para o ISS-Niterói, o que me fez abrir os olhos para esse mundo. À época, eu ainda trabalhava num escritório de Propriedade Intelectual no centro do Rio, e comecei a pensar sobre minha própria carreira e minhas aspirações. Por mais que eu gostasse do ambiente de trabalho em que estava, e dos próprios colegas que dividiam comigo meus dias, eu não conseguia me enxergar ali por muitos anos, e não via muitos caminhos de crescimento, e a ideia de sair distribuindo currículos também não me agradava – estávamos no pico da crise do governo Dilma, e as perspectivas nacionais eram bem negativas. Além disso, a ideia da estabilidade no serviço me atraía muito.
Nesse cenário, e com o exemplo próximo do meu amigo recém aprovado, comecei a ler sobre a área fiscal, sobre as histórias dos aprovados e métodos de estudo, e o meu interesse foi só aumentando. Fiquei nesse “começo ou não” por alguns meses, e nesse período eu me formei e fui efetivado no trabalho. Mesmo assim, meu interesse já estava no mundo dos concursos, sendo só nisso que conseguia pensar, e assim decidi começar.
Com isso, segui a dica de outro amigo que também já estava estudando, e contratei um serviço de consultoria (Coaching) para que a minha preocupação fosse apenas uma: sentar e estudar o que precisava ser estudado, sem mais, nem menos. Julgo que essa foi uma das decisões mais acertadas que tomei nessa longa caminhada, uma vez que facilitou demais minha vida, seja na decisão do que fazer, ou por onde e como estudar. De toda forma, reconheço que não é algo extremamente essencial, e muitos conseguem se virar sem esse tipo de serviço.
Voltando, o início dos estudos propriamente foi em abril de 2016, ainda trabalhando e com uma rotina bem pesada, sendo assim, acabei pedindo demissão alguns meses depois para me dedicar completamente aos estudos. Essa decisão foi tomada depois de avaliar com muito cuidado como estava me saindo nos estudos, pesando o que era mais importante para mim na época e sempre com a visão de longo prazo. Hoje, olhando para trás, não me arrependo de ter seguido por esse caminho.
Durante toda minha trajetória, eu fui muito rígido com minha rotina de estudos, e só me permitia momentos de lazer quando minhas metas estavam batidas e não havia tarefas de reforço a serem feitas. Mas a regra era sobrar uma noite de sábado e/ou um domingo na semana para essas atividades, que se mostraram muito importantes nessa longa caminhada, na medida em que era o momento que recarregava as baterias, viabilizando entregar mais uma meta batida na semana seguinte.
Nessa pegada, passei os anos de 2016 e 2017 estudando de forma muito pesada, sempre tentando me blindar das notícias apocalípticas que permearam os noticiários, sobretudo na área dos concursos. De fato, foi dificílimo me manter focado todo esse tempo, e mesmo com essa tentativa de blindagem, muitos dias acabavam por se tornar menos produtivos – e outros até completamente improdutivos. Nesses casos, eu costumava fechar o dia ali mesmo, saía para uma volta na rua, dar uma corrida, colocando a cabeça em modo de suspensão, o que me ajudava a refletir sobre as minhas aspirações e voltar a clareza do porquê e para que eu estava realmente estudando. Para aqueles que estão lendo esse depoimento, não se preocupe caso esses dias apareçam, pois oscilações no desempenho são muito naturais, principalmente quando já estudamos há um bom tempo.
No início de 2018, já com boatos fortes para o ICMS Goiás, RS e SC, eu apertei o passo. Já estava fazendo 18 tarefas semanais que terminavam em 4 a 5 dias, em mais ou menos 40 horas de estudo líquidas, ritmo que se manteve nos pós-editais de Goiás e SC. Infelizmente, cometi alguns erros que falarei adiante, e apesar de aprovado, fiquei longe da classificação em ambos os concursos. Mas, sinceramente? Mesmo não tendo um resultado expressivo, sempre soube que o que era meu estava guardado.
Eu percebi que estava muito afoito, com pressa para acabar as tarefas, de fazer o máximo de exercícios que eu podia. Nessa pressa em avançar, não reli várias e várias vezes a legislação. Errava um exercício e não o analisava com frieza. Nesse momento, quantidade estava mais importante que qualidade para mim. No meio do caminho para o fisco catarinense ainda teve a prova do ISS-Maricá, concurso cuja aprovação me possibilitaria ficar perto da minha família, onde nas provas objetivas eu estava em 12° de 27 vagas e a ansiedade pela nota da redação acabou minando minhas energias para a prova de SC. Quando veio o resultado em que soube que caí para 59° posição, tomei um baque forte. Fiquei bem mal e não consegui voltar ao meu ritmo. Claro que, no final, isso afetou meu desempenho no ICMS – SC.
Entretanto, me reestruturei para o fisco gaúcho e mudei minha mentalidade, inclusive por já estar exausto e não conseguir por vários dias o desempenho e carga horária a que estava acostumado (já estava há quase 1 ano em ritmo alucinante), aumentando bastante a qualidade do estudo.
O que fiz foi algo simples, mas que sempre dei uma negligenciada. Já sabia que tinha obtido uma boa bagagem em todas as matérias e mudei a estratégia. Durante o pós-edital do RS, eu comecei com a operação que chamo de “Tapa-Buraco”: em todos os exercícios que errava e tinha dúvida, eu passava para um documento em Word minhas dificuldades, fazendo isso para todas as matérias. Em todas as revisões, lia meu resumo e o “Tapa- Buraco” e, ainda, refazia TODAS as questões (nunca refiz só as que errei ou tive dúvida). Na semana da prova, lá se mostrou a importância dos resumos bem feitos e do “Tapa-Buraco”. Guias rápidos, fáceis, extremamente visuais (olha a importância dos esquemas aí) que me levaram para a 29ª colocação, dentro das vagas e aprovado no ICMS-RS.
Em relação aos materiais especificamente, a maioria dos indicados pela consultoria eram do Estratégia, e em muitas disciplinas só os PDF bastaram, não havendo necessidade de livros ou materiais adicionais. Posso citar como mais importantes, os cursos de Direito Constitucional do Ricardo do Vale e Nádia Carolina, Direito Tributário do Fábio Dutra, Administração Geral e Pública do Rodrigo Rennó, Auditoria Fiscal do Fontenelle, Direito Administrativo do Erick Alves e por último, mas não menos importante, Legislação Tributária do Eduardo da Rocha. Aliás, esse último foi o que efetivamente me ensinou a estudar essa matéria, que é cobrada, na esmagadora maioria dos casos, de forma literal, e me fez acertar 35/40 questões na minha prova. Costumo brincar que para esse professor eu tenho uma obrigação moral de pagar uma cerveja um dia rsrs.
Por fim, deixarei a seguir uma série de dicas de forma resumida que foram importantíssimas para a construção dessa aprovação, e espero que de alguma forma os ajude a conquistar seus objetivos.
• Cerque-se de pessoas que te levantem emocionalmente e que servirão de exemplo para você. Na sua caminhada haverá muitas pessoas que tentarão te desestimular. Evite isso ao máximo, mas esteja vacinado para caso aconteça. Confie em você e no trabalho que está desempenhando todos os dias. Sempre.
• Use e abuse da tecnologia. As ferramentas disponíveis hoje servem para fabricar nossos próprios materiais e são de grande valia, tanto na organização, como na qualidade dos resumos e na economia de tempo.
• Seu local de estudo é aquele que você deve se sentir o mais confortável possível. Por aqui, eu mudei três vezes de lugar e várias vezes a configuração do local onde sento, onde ficam o notebook e os monitores. Se algo não está legal, mude. Não importa se vai ficar bonito ou feio, faça do seu local de estudo o seu refúgio.
• E sim, eu uso 3 telas: notebook + 2 monitores. Pode parecer exagero, mas na hora de estudar matéria nova, eu colocava o pdf/ videoaula em um, lei seca no outro e o resumo no terceiro. Aumentou DEMAIS a produtividade. Na reta final eu acabei usando só uma segunda tela. Então fica a dica: tenha pelo menos uma segunda tela para estender sua área de trabalho.
• Sua aprovação e sua felicidade podem não estar naquele concurso que começou sonhando. Aproveite as oportunidades que estão por vir e/ou as use para aumentar sua bagagem teórica. Nada melhor que um pós-edital para se lapidar e entrar realmente na briga junto com os mais bem preparados.Sempre, é claro, de acordo com seu planejamento. Não se afobe, concurso é algo de longo prazo.
• Faça muitos, muitos, muitos e muitos exercícios. E quando achar que fez o suficiente, faça mais.
• Ao longo da sua preparação, é muito provável que você travará naquela matéria que não encaixou com você. Tenha paciência. Respire. Pegue outro dia para ler. Respeite o seu tempo. Muitas matérias geralmente têm um tempo mais longo de maturação. É normal. Acontece com todos.
• Operação “Tapa-Buraco”: Separe um documento com seus erros e dificuldades e use-o para se tornar ainda mais preparado. E essa é a mais importante dica que dou. Fará uma GIGANTESCA diferença, principalmente na semana da prova. Não vejo outra forma mais efetiva de atacar suas dificuldades. E foi de grande importância para mim na semana da prova.
• Separe um momento na semana para relaxar e para fazer o que ama. Serão esses momentos que servirão para te dar um gás e aguentar toda essa caminhada que será árdua, solitária, sinuosa. Vá ao cinema, veja os amigos, veja a namorada(o)/esposa(o), vá a praia, trilhas… Enfim, o lazer é extremamente importante para recarregar. Com organização e planejamento, há tempo para tudo. Sempre, é claro, com moderação e com as metas batidas.
Um grande abraço,
Daniel