
“Não existe um jeito certo e universal de estudar para passar em um concurso. É preciso descobrir o que funciona para você. Acho que essa é uma das tarefas mais difíceis e também a mais importante para um concurseiro […]”
Confira nossa entrevista com Gabriela de Araújo Cabral, aprovada em 18° lugar no concurso SEFAZ-PE para Auditor Fiscal do Tesouro Estadual – Afte:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Gabriela de Araújo Cabral: Sou formada em Direito, tenho 25 anos e sou de Recife/PE.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Gabriela: Escolhi a faculdade de Direito visando os concursos públicos, a princípio na área jurídica, mas sem saber ao certo qual carreira escolheria. A qualidade de vida e a estabilidade financeira sempre foram grandes atrativos. Depois de 6 meses estudando para concursos, inicialmente para a área policial e depois para a jurídica, que eu decidi mudar meu foco para a área fiscal.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Gabriela: Não. Me formei em meados de 2021 e, desde então, me dedico exclusivamente aos estudos para concursos.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Gabriela: Ao iniciar meus estudos, os concursos da área policial estavam, e ainda estão, em alta. Como sempre tive interesse pelo Direito Penal durante minha faculdade, foi a escolha óbvia para iniciar minha trajetória no mundo dos concursos.
No primeiro concurso que fiz, fui aprovada na primeira fase para Escrivã da Polícia Civil do Estado de Alagoas (PC/AL), mas desisti da carreira antes de realizar o teste de aptidão física. Em busca de uma maior qualidade de vida, mudei meu foco para a área jurídica, mas fiz apenas o concurso para Escrevente Judiciário do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, conseguindo ficar no cadastro de reserva.
O concurso da Sefaz/PE foi meu primeiro na área fiscal para o cargo de Auditor Fiscal e minha primeira aprovação dentro das vagas. Era o cargo e órgão que eu almejava quando decidi que focaria nessa área.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Gabriela: Como me dedicava exclusivamente aos estudos, eu os via como um trabalho: tinha meus horários estabelecidos e minhas metas definidas, de forma que não atrapalhassem tanto minha vida social. Já nos estudos pós-edital, foi preciso abdicar de algumas coisas. Não me isolei completamente, ainda frequentei aniversários e casamentos, por exemplo, mas tive que fazer escolhas para conseguir alcançar a aprovação que tanto desejava, principalmente no mês que antecedeu a prova.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira? De que forma?
Gabriela: O apoio da minha família e amigos foi essencial nessa jornada. Desde o suporte financeiro até o apoio psicológico e mental, eles sempre estiveram do meu lado e acreditaram em mim e nesse sonho, mais do que eu mesma acreditava muitas vezes. Eu tenho certeza que não teria conseguido alcançar esse objetivo se não tivesse eles do meu lado.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Gabriela: Iniciei os estudos para a área fiscal no início do ano passado. Na metade do ano, saiu o edital para Auditor Fiscal do Estado de Minas Gerais. Como o período entre o edital e a prova era considerável, decidi focar nesse concurso e fortalecer minha base através dele.
Quando começaram os rumores de que o edital do concurso da Sefaz/PE estava para sair a qualquer momento, deixei de lado os estudos da legislação específica de Minas Gerais, mas continuei estudando as demais matérias, já que a grande maioria era característica da área fiscal.
Finalmente, quando saiu o edital em outubro, me dediquei exclusivamente a esse concurso até a data da prova, que ocorreu em dezembro. Era o cargo que eu desejava e que permitiria que eu continuasse no meu Estado e retribuísse toda a ajuda que eu recebi durante esse percurso. Era isso que eu visualizava e repetia para mim mesma nos dias mais difíceis.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Gabriela: Os materiais que eu utilizava dependiam muito da matéria. Por exemplo, contabilidade e estatística foram matérias que eu aprendi majoritariamente por videoaulas. Apesar de tomarem mais tempo que a leitura dos PDF’s, as videoaulas foram essenciais nessas disciplinas em que sentia a necessidade de um maior aprofundamento nas explicações. Já quanto às demais, estudava pelos PDF’s e, em algumas disciplinas de menor peso, até pelo PDF simplificado, o que otimizava bastante meu tempo.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Gabriela: Meu primeiro contato com o Estratégia foi através do Prof. Sílvio Sande e seu curso “Contabilidade de A a Z”. Acompanhei o curso, inicialmente, pelo Youtube e, após pesquisar sobre o Estratégia Concursos, decidi fazer a assinatura premium, que foi a minha melhor escolha.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Gabriela: No início da minha trajetória, que ainda não era focada na área fiscal, eu fiz outros cursos, para a área policial e um específico para o concurso de Escrevente Judiciário do TJSP. Quando meu foco mudou, me matriculei em um curso para carreiras fiscais, para que pudesse montar uma base sólida.
No entanto, o curso não atendeu às minhas expectativas. A proposta era majoritariamente videoaulas e, adicionalmente, apostilas de matérias específicas (que demoravam a ser liberadas). Dessa forma, ficava limitada à liberação durante a semana das poucas videoaulas determinadas pelo curso, bem como limitada em relação às poucas disciplinas ofertadas, o que não condizia com meu horário de estudo integral.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Gabriela: Fiz alguns concursos, mas nenhuma nomeação até o momento.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Gabriela: Senti uma diferença enorme quando me tornei aluna do Estratégia. Fiz a assinatura premium, o que permitiu que eu me matriculasse simultaneamente em até três cursos do meu interesse. Uma vez matriculada, a grande maioria dos materiais já estavam disponíveis e podiam ser acessados a qualquer momento, o que foi uma grande melhoria em relação ao curso que fiz anteriormente.
Além disso, tive acesso às Trilhas Estratégicas, que com certeza foi o diferencial para a minha aprovação. O direcionamento que as Trilhas proporcionam é um facilitador imensurável na nossa preparação. Não precisar dedicar tempo dos meus estudos para planejar quais matérias estudar, em que momento estudá-las, quais tópicos focar e quais questões responder foi o que possibilitou meu crescimento em relativamente pouco tempo.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Gabriela: Eu seguia as Trilhas Estratégicas específicas. Utilizei a Trilha Estratégica da Sefaz/MG como direcionador dos meus estudos para construir uma base na carreira fiscal. Estudava em torno de quatro matérias por dia, variando de 7h a 8h líquidas diárias, alguns dias mais, alguns dias menos. Depois que saiu o edital de Pernambuco, mudei para a Trilha Estratégica específica da Sefaz/PE e, nos dias que conseguia, aumentava minha carga horária de estudos.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Gabriela: Minhas revisões consistiam na resolução de questões e na realização de simulados, esse último apenas no pós-edital. Se continuasse com alguma dúvida em algum ponto da matéria, recorria ao PDF ou, em último caso, à videoaula.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Gabriela: Não sei ao certo quantas questões resolvi ao longo da minha trajetória, foram inúmeras. Tanto as questões ao fim dos PDF’s quanto as diversas questões do Sistema de Questões do Estratégia foram essenciais para visualizar a forma de cobrança, descobrir o entendimento de cada banca sobre os assuntos e saber quais os tópicos de maior incidência.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Gabriela: Estatística e contabilidade foram matérias com as quais eu só tive contato no ano passado. Assim, as videoaulas foram essenciais para o melhor entendimento dessas disciplinas. Assistia as videoaulas de estatística na velocidade 2.5 (outro ponto extremamente positivo da plataforma do Estratégia) e logo depois partia para a resolução de questões para consolidar o que havia aprendido. Já em contabilidade, as aulas do Prof. Sílvio Sande foram o meu guia desde a contabilidade geral até a avançada.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Gabriela: Na semana que antecedeu a prova, eu foquei em algumas videoaulas da preparação turbo do curso específico para auditor fiscal da Sefaz/PE, principalmente as das matérias de maior peso, como legislação tributária. Como já havia resolvido muitas questões durante minha preparação, dei preferência à videoaula, que, para mim, é a melhor ferramenta para a construção da memória de curto prazo. No dia pré-prova não poderia ser diferente. Assisti à Revisão de Véspera do Estratégia transmitido no Youtube, que foi essencial para relembrar alguns pontos chaves de todas as matérias.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Gabriela: Acredito que meu principal erro tenha sido no início da minha trajetória e que é um erro que muitos cometem: não definir uma área específica. Aquela sensação de querer “abraçar o mundo” e encarar todo e qualquer concurso que aparecer pela frente. Consequentemente, meu maior acerto foi ter definido a área fiscal como meta. Depois que direcionei meus estudos para essa carreira, pude desenvolver e fortalecer uma base que otimizasse a realização dos futuros concursos.
Assim, no início dos meus estudos para carreira fiscal, não me inscrevi em concursos como Sefaz Bahia e Sefaz Amazonas por ainda não estar preparada para encará-los. Já o concurso da Sefaz/MG, por haver um grande lapso entre a data da publicação do edital e a data da prova (mais de cinco meses) e um edital característico da área fiscal, encarei-o como uma forma de me motivar e direcionar meus estudos, que com certeza serviriam para outros concursos (que foi o que de fato aconteceu).
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Gabriela: Creio que não cheguei a pensar em desistir do mundo dos concursos, mas cheguei a pensar que talvez o cargo de Auditor Fiscal não estivesse no meu alcance. Em alguns momentos, pensei que deveria sonhar “mais baixo” e focar em cargos menores e menos disputados. Mas minhas maiores motivações foram a qualidade de vida que aquele cargo poderia me proporcionar e meus pais, que em nenhum momento duvidaram da minha capacidade e que fizerem de tudo para que eu pudesse me dedicar exclusivamente aos estudos e alcançar esse tão sonhado cargo.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Gabriela: Não existe um jeito certo e universal de estudar para passar em um concurso. É preciso descobrir o que funciona para você. Acho que essa é uma das tarefas mais difíceis e também a mais importante para um concurseiro. Não adianta você ler o PDF porque foi orientado a estudar por ele para otimizar seu tempo se você não consegue absorver aquela matéria por esse método. Não se sinta culpado por isso, nem ache que está perdendo tempo. O que você precisa fazer é otimizar a ferramenta que funciona para você.