Aprovado em 92° lugar no concurso SEFAZ-MG para o cargo de Auditor Fiscal
Concursos Públicos
“O básico todos falam: adquira o melhor material, faça muitas questões da banca do seu concurso, estude bastante porque não tem sorte que te faça passar se você não tiver estudado […]”
Confira nossa entrevista com Rodrigo Serpellone, aprovado em 92° lugar no concurso SEFAZ-MG para o cargo de Auditor Fiscal:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Rodrigo Serpellone: Meu nome é Rodrigo, tenho 30 anos, nasci em Limeira/SP, mas moro atualmente no Rio de Janeiro. Minha formação de nível superior é de jornalista e no momento estou cursando Ciências Contábeis (que tem mais a ver com a área fiscal).
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Rodrigo: Quando casei em 2018, minha esposa Sabrina já estudava para concursos. Ela abriu meus olhos para esse mundo que eu desconhecia, pois não tenho parentes ou amigos no serviço público. Demorei um pouco, mas em 2019 tomei coragem de começar a estudar, pois na iniciativa privada meu salário era baixo e não tinha muita perspectiva de melhora (o que realmente se confirmou ao longo desses anos).
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Rodrigo: Sim, ainda trabalho e ainda estudo, para ser sincero. Meu emprego é por escala, então trabalho de fim de semana, feriado, qualquer dia ou qualquer hora. No entanto, somando as horas de trabalho semanais, acredito que eu trabalhe menos do que a média, além de fazer alguns dias de home office, o que é uma pequena vantagem ao meu favor. Por causa dessa volatilidade dos meus horários, nunca consegui fazer um planejamento certinho de horas líquidas de estudo por dia. Simplesmente estudava o máximo que eu podia.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Rodrigo: Já fiz muitos concursos nessa trajetória, mas aprovado com chances de ser chamado até agora são quatro. O primeiro deles foi o ISS-BH. Fiquei em 46º na ampla concorrência, o que me coloca em 67º no geral. Havia uma previsão de nomearem 80 pessoas até o fim da validade, mas infelizmente estão chamando menos pessoas do que o previsto, então não sei se serei nomeado.
Outro em que fiquei bem colocado foi para Analista Judiciário do TRT/MG, na área de contabilidade. Fiquei em 6º lugar e até agora chamaram dois aprovados. Também fiquei em 22º lugar para Contador na CGM/RJ, posição na qual serei nomeado em algum momento, pois são 40 vagas previstas no edital.
Nesses dois últimos concursos que citei, aliás, passei sem expectativa nenhuma. No primeiro me inscrevi para acompanhar minha esposa na viagem, pois ela fez para Analista da área judiciária. Já o segundo só fui fazer a prova para treinar, porque seria aplicada na minha cidade e a banca era FGV também. De repente, meu nome aparece na lista dos aprovados, gratas surpresas.
E por fim a Sefaz/MG, que teve o concurso homologado recentemente e onde espero tomar posse em breve. Tentei estudar para Sefaz/MT e ISS/SP ainda, mas a notícia da aprovação me fez perder um pouco do gás. Agora estou recuperando o fôlego para tentar para Consultor da Câmara dos Deputados, concurso que definitivamente me faria aposentar da vida de concurseiro.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Rodrigo: Por ter que conciliar estudo e trabalho, cortei boa parte da minha vida social. Deixei um pouco de tempo para sair com a família, mas na maior parte do tempo me dediquei aos estudos mesmo. Infelizmente é um sacrifício necessário para quem quer mudar de vida, mas vale a pena.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Rodrigo: Entenderam sim. Recebi bastante apoio nessa caminhada, e sem eles teria sido bem mais difícil.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Rodrigo: Especificamente para a Sefaz/MG eu estudei a partir do momento em que foi publicado o edital. Esse concurso teve um pós-edital mais longo do que o normal (6 meses), o que deu tempo suficiente para destrinchar as especificidades. Mas é claro que eu já carregava uma base de 3 anos de estudos que me auxiliou muito. Graças a Deus sou muito focado, então não tenho tanta dificuldade em manter a disciplina. Além disso gosto de estudar, aprender coisas novas, o que também ajuda.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Rodrigo: Nesse concurso usei exclusivamente o material do Estratégia. Segui a Trilha Estratégica, mas com alguns pequenos ajustes. Quando me cansava de ler PDFs, parava para resolver algumas questões do que eu havia estudado na semana anterior ou na retrasada (sempre ativando a memória de curto prazo para o conhecimento se transferir para a de longo prazo).
Também imprimi os passos estratégicos, e os lia um pouco por dia (para tirar os olhos da tela). Às vezes via alguma videoaula em 2x quando estava fazendo outra coisa (por exemplo, sempre lavo louça com o fone no ouvido). No caso da videoaula, foquei em assuntos que achava mais difíceis ou até na Legislação Tributária de MG, que é mais específica e eu precisava ver mais vezes até decorar.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Rodrigo: Acho que qualquer concurseiro hoje conhece o Estratégia. Quando você procura no Google ou no Youtube por materiais de concurso, o primeiro com o qual você se depara é o Estratégia. Foi assim que o conheci.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Rodrigo: Cheguei a ser assinante de um concorrente nos dois primeiros anos de estudo. O principal problema que percebi foi a irregularidade de professores, pois em algumas matérias eles tinham ótimos professores, e em outras alguns não tão bons assim. Isso acontece em qualquer curso, óbvio, mas na minha opinião o Estratégia tem uma parcela maior de ótimos professores, além de materiais diferenciados.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Rodrigo: Fiz muitas provas de concursos estudando pelo concorrente. Aproveitei o material do outro curso para fazer uma base sólida em algumas matérias e bati várias vezes na trave, mas somente quando mudei para o Estratégia as aprovações começaram a surgir.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Rodrigo: Além de uma maior regularidade na qualidade dos professores (que já citei anteriormente), essas ferramentas de Trilha, Passo, Bizu e o Sistema de Questões são diferenciais importantes. Dentro do próprio curso você já tem um coach que te guia pela Trilha, e que não é golpe como muitos por aí. Por ali você já tem um norte, que é algo muito importante.
Antes eu estudava meio perdido, sem saber se pegava uma matéria inteira do começo ao fim, se intercalava. Os Passos e Bizus também são muito bons para uma rápida revisão na semana da prova, ou simplesmente para refrescar sua memória sobre um assunto que você já não estuda há um tempo.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Rodrigo: Depois de muito apanhar estudando do jeito errado (pelo menos para mim), descobri que estudar todas as matérias ao mesmo tempo é a melhor forma. Por um lado, você não fica cansado de estudar a mesma matéria sempre, e por outro, isso ajuda a ir consolidando conhecimentos diversos em menos tempo. Em relação a horas líquidas nunca fiz as contas, até pela minha rotina diferente, como expliquei lá no início.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Rodrigo: Como já disse, fazia questões para revisar o que havia estudado na semana anterior. Fiz alguns simulados do Estratégia também, mas esses servem mais para testar o tempo que o corpo consegue manter a concentração, pois os estilos das questões às vezes destoam demais da realidade (principalmente da FGV, no caso).
Nunca fiz meus resumos próprios, o que eu fazia (e ainda faço) é tirar print da tela do celular em partes da matéria ou em esquemas que acho mais relevantes. Na semana anterior à prova eu passei o olho em todos esses prints. Também li os Bizus na semana da prova e, confesso, ainda estudei parte da matéria, pois estava atrasado na Trilha Estratégica (nas últimas semanas pulei direto para os arquivos finais, de revisão).
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Rodrigo: Não sei exatamente quantas questões fiz na trajetória, mas aposto que estão na casa das dezenas de milhares. Na maioria das disciplinas é importantíssimo fazer muitas questões, principalmente da banca do concurso, para se familiarizar com o estilo dela. Só português da FGV que eu não perco meu tempo estudando. Nem professor entende o idioma daquela banca.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Rodrigo: Estatística, Economia e Direito Empresarial acho que são as piores para mim. Em estatística, fiz tantas questões e vi tantas vezes as fórmulas que as decorei. Inclusive foi uma das que fui melhor na prova, por insistência mesmo. Economia e Direito Empresarial só Jesus na causa. Estudei bastante, li os PDFs, vi videoaulas, fiz questões, mas o conteúdo não entrava na minha cabeça.
Acabou que em Empresarial eu acertei uns chutes na prova, enquanto Economia foi uma tragédia mesmo (se não me engano só acertei uma), mas por sorte não precisei desses pontos. Acredito que, além da minha dificuldade, há uma lacuna de bons professores nessas duas disciplinas no mercado de concursos como um todo, principalmente em Economia.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Rodrigo: Sobre a semana que antecedeu a prova acho que já falei bastante aqui. No dia da véspera, eu fico igual um doido. Quando viajo na sexta para a cidade do concurso, acordo meio cedo, tomo café da manhã no hotel e começo a ver as lives de véspera de todos os cursos em velocidade 2x. Quando chego no “ao vivo” em um, migro pro outro, depois volto para o que estava antes, e assim vou o dia todo.
Minha prioridade é sempre a do Estratégia, pois é nela que a maioria da concorrência está, então não posso ir para a prova perdendo qualquer detalhe que todo mundo viu na véspera. Dos outros cursos priorizo as matérias que tenho mais dificuldade. Nessa toada eu vou até meia-noite ou quase isso, chego a dormir com dor de cabeça. Mas uma noite de sono já resolve e chego novo em folha na prova com o máximo de informações possível (não recomendo isso para quem precisa de 8 horas de sono para se recuperar de um dia cansativo).
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Rodrigo: Como sou jornalista, acredito que tenho mais facilidade do que a maioria com palavras. Ainda assim pratiquei algumas vezes com alguns temas sugeridos na trilha estratégica e uns simulados grátis avulsos de professores (teve uma questão de auditoria do Estratégia que caiu igualzinha e gabaritei na prova). Também acho válido treinar a escrita no papel para pegar um pouco de prática. Nesse mundo moderno ninguém escreve mais com caneta, então é bom para aquecer o braço, até porque é bem cansativo escrever quatro discursivas como foi nessa prova.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Rodrigo: No início eu via muita videoaula e praticamente não lia PDFs. É mais divertido estudar por videoaula, mas não chega a ser tão produtivo quanto o texto, mesmo em 2x. No meu caso, pelo menos, percebi que absorvo muito mais informações na leitura.
Outra coisa, que até já disse aqui, foi a forma de estudo misturando disciplinas. No início eu via, por exemplo, todo o curso de Direito Administrativo. Depois eu passava para o curso inteiro de Constitucional. Mas meu desempenho melhorou muito quando intercalei os PDFs de todas as matérias, às vezes parando para fazer questões.
Outro erro que cometi no início da minha trajetória foi ficar em dúvida entre a área fiscal e a área de controle. Acabou que eu focava no que estava com edital publicado, ou seja, ficava variando. Isso me fez ficar mediano nas duas áreas, o que não é suficiente para ser aprovado.
Para se ter uma ideia, fiz Sefaz/CE e ES, mudei para o TCE/RJ, fui para a Sefaz/AL e por fim tentei o TCU. Em várias dessas provas bati na trave, mas essa sequência intercalada de áreas fiscal e controle me prejudicou muito. Quando finalmente foquei na área fiscal as aprovações vieram.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Rodrigo: Desistir jamais! Todo mundo é capaz de passar, o segredo é só não desistir. Fácil não foi, em duas provas fiquei a um ponto de ir para a discursiva, em outra fui aprovado na objetiva e não consegui os mínimos na discursiva (era um tema que eu não sabia mesmo), em outra fiquei em 24º e só nomearam os 20 que passaram dentro das vagas, porque o concurso não teve cadastro reserva. Enfim, houve muita coisa que poderia ter feito eu desistir, mas a oportunidade de mudar minha vida e a da minha família foi o gás que me levou adiante e que me fez nunca pensar em desistir.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Rodrigo: O básico todos falam: adquira o melhor material, faça muitas questões da banca do seu concurso, estude bastante porque não tem sorte que te faça passar se você não tiver estudado, etc. Mas o segredo mesmo eu acho que é ter noção de que é difícil sem duvidar da sua capacidade. São milhares de candidatos, e só a publicação da quantidade de candidatos já assusta.
Boa parte vai olhar para esse número e já vai desistir (ultimamente as provas têm tido pelo menos uns 30% de abstenções). E se você considerar que mais da metade dos candidatos vai para a prova sem ter estudado quase nada, não são tantos concorrentes reais assim. Outra coisa, ninguém passa de primeira, quase ninguém de segunda, pouquíssimos de terceira, alguns na quarta, um pouco mais na quinta, e assim vai. Não desista e a vaga será sua!