Aprovado em 175° lugar para Auditor Fiscal no concurso SEFAZ-MG
Concursos Públicos
“Estudar também não é um processo linear, haverá momentos de cansaço, até mesmo de desesperança, que afetarão o ânimo do concurseiro. O importante é sempre seguir em frente. Perseverança e constância! […]”
Confira nossa entrevista com Raphael Dias Mariano, aprovado em 175° lugar no concurso SEFAZ-MG para o cargo de Auditor Fiscal:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Raphael Dias Mariano: Tenho 31 anos e sou de Petrolina (PE), mas toda a minha vida foi em Salvador (BA). Possuo graduação e mestrado em Engenharia Civil, ambos pela Universidade Federal da Bahia.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Raphael: Meu pai é engenheiro civil e eu cresci vendo a loucura que era a sua vida. Ele viajou bastante a trabalho por muito tempo, ficando em casa somente nos finais de semana. Não era a vida que queria para mim, portanto estudar para concursos sempre foi uma possibilidade, principalmente pela estabilidade, já que a engenharia vive de altos e baixos. Ao ingressar no mestrado logo após a graduação, comecei a pensar em seguir a carreira acadêmica. Porém, ao término do mestrado, desisti dessa ideia. Graduação, mestrado e doutorado totalizariam 11 anos de estudo e a remuneração, para mim, não fazia jus a todo esse esforço. Foi aí que eu decidi estudar para a área fiscal.
Estratégia: Você trabalhava e estudava?
Raphael: Não, dediquei integralmente meu tempo aos estudos.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado?
Raphael: Além da aprovação nas vagas no concurso da SEFAZ MG, consegui ficar no cadastro de reserva no concurso do ISS Aracaju.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos?
Raphael: Pela dedicação aos estudos, a vida social era bem reduzida. Raramente eu saía durante meu tempo livre, sempre fui mais caseiro.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro?
Raphael: Minha família foi a grande incentivadora para que eu começasse a estudar para concurso. Quanto aos amigos, foram pouquíssimos aqueles que consegui manter contato durante esse tempo. Alguns até eram concurseiros e entendiam os sacrifícios envolvidos.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso?
Raphael: Desde o começo, sempre estudei para a área fiscal. Para o concurso da SEFAZ MG, comecei a estudar após o edital ser lançado, mas tinha bagagem de estudo dos anos anteriores, já que esse foi o meu décimo concurso.
Para manter a disciplina, eu tinha uma rotina de estudos bem definida, com hora para começar e hora para terminar. Descansar ajudava a me recuperar da semana, então eu aproveitava para fazer o que quisesse (menos estudar!) no sábado à noite e no domingo. Fazer atividade física também me ajudou bastante, principalmente a lidar com a ansiedade.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Raphael: Os PDF foram os meus materiais principais durante os estudos. Eu só recorria às videoaulas quando eu precisava de uma explicação diferente ou mais clara do que estava escrito no PDF. Também usei alguns livros, mas foi no começo dos estudos e hoje não faria isso.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Raphael: Conheci o Estratégia quando pesquisei por materiais na época em que se falava na realização do concurso para auditor da SEFAZ BA.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos?
Raphael: Comecei minha vida de concurseiro estudando para a Receita Federal em um curso presencial em Salvador. Como não sabia nada de concurso e quase nada das matérias para a área fiscal, foi interessante ter o primeiro contato e construir uma base, mas os materiais eram bem mais enxutos que os PDF, sendo insuficientes para a preparação. Acabaram servindo para fazer anotações, consultas e algumas leituras de lei seca.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material?
Raphael: Não fiz concurso nessa época, foi um período curto.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação?
Raphael: Foi imediata a percepção de melhoria da qualidade do material quando migrei do curso presencial para o Estratégia. Inicialmente, usava somente os PDF e as videoaulas (quando julgava necessárias). Com os anos, o Estratégia apresentou novas ferramentas para serem usadas nos estudos, mas, como eram inúmeras, usei somente aquelas que achei serem úteis para mim, como as trilhas e o sistema de questões. Também utilizei o passo estratégico, mas pouco e de forma pontual.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Raphael: Eu iniciei fazendo meu próprio plano de estudos, que foi amadurecendo e modificando ao longo da preparação. Depois passei a adotar as trilhas, seguindo as atividades propostas. Independentemente do método, a essência sempre foi a mesma: definir horários para cada matéria/atividade durante o dia e estudar durante seis dias da semana. As horas de estudo dependiam de eu estar em pós-edital ou não. Quando não estava em pós-edital, estudava entre 36 e 40 horas semanais. Para o concurso da SEFAZ MG, minha carga horária variou entre 43 e 47 horas semanais.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Raphael: Revisões sempre foram uma dificuldade para mim. Como eu estudava por grifos, eu gastava muito tempo lendo tudo aquilo que destacava, porque tinha receio de esquecer alguma coisa importante. E isso pesava bastante principalmente nas matérias que tinham muita leitura, pois gastava muito tempo.
Para a SEFAZ MG, eu mantive essa revisão por grifos, mas adicionei a revisão por questões nos estudos. Separei aquelas que eu tinha errado ou tinha tido dificuldade e aquelas que eu entendia ter uma importância teórica interessante em um arquivo no word, colocando o comando da questão, a sua resolução e a parte teórica relacionada. Isso me ajudou na organização da revisão. Tornou esse processo mais direto, dinâmico e rápido, já que conseguia ver os assuntos que tive dificuldade sendo aplicados nas questões. E era bastante prático: só precisava acessar o arquivo.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios?
Raphael: A resolução de questões é essencial, não existe aprovação sem questões. No início dos meus estudos, não dei importância a isso e pratiquei pouco. Achei que estava seguindo o caminho certo, porque meus primeiros resultados mascararam essa deficiência. Cheguei até a fazer 80% da prova de auditor da SEFAZ BA. Mas, no concurso seguinte, a conta chegou e meu desempenho foi bem ruim. A partir daí, comecei a me preocupar muito mais com as questões. Durante esse tempo de estudo, fiz mais de 25 mil.
As resoluções e, principalmente, as revisões por questões durante a preparação para a SEFAZ MG foram o que me levaram a ter meu melhor desempenho em provas objetivas em relação a todos os concursos que fiz.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Raphael: Direito Civil, Direito Empresarial e Tecnologia da Informação foram as disciplinas que tive mais dificuldade.
Como Direito Civil e Empresarial tinham peso baixo na prova da SEFAZ MG, dei preferência aos assuntos com maior incidência estatística segundo o histórico da banca, focando mais as questões quando próximo da prova. Apesar do peso baixo, não negligenciei, porque todo ponto é importantíssimo em um concurso concorrido como esse.
No caso de Tecnologia da Informação, felizmente não caiu para o cargo que escolhi. Um pouco de sorte não faz mal para ninguém!
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Raphael: A última semana foi dedicada exclusivamente para revisões. Como eu defini uma hora para começar e terminar de estudar, diminuí o tempo de estudo para cada matéria, conseguindo estudar mais matérias no dia. E, por mais que quisesse ver o maior número possível de coisas para refrescar a memória, o planejamento inicial nunca era seguido à risca, pois tinha a viagem para fazer a prova, os deslocamentos…ou seja, a ideia era fazer o melhor com o tempo que tinha.
A véspera foi dedicada a revisar os assuntos de maior peso na prova. E, para não ficar ansioso demais pensando nos infinitos assuntos que poderiam cair, eu defini estudar até o final da tarde e nada mais. Daí em diante era acreditar em tudo que tinha sido feito.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Raphael: O interessante da discursiva foi ter sido feita dois meses depois das provas objetivas, então consegui focar estritamente nela.
Treinar para discursivas é praticar. Minha primeira preocupação foi entender como a banca queria que os textos fossem estruturados. Aproveitei os materiais de discursiva do Estratégia e contratei outro curso de discursivas para conseguir ter o maior número de questões possíveis para praticar, sendo de provas anteriores ou inéditas. Isso foi fundamental, pois na prova eu não tive dificuldade em estruturar meu texto. E quando digo “estruturar” quero dizer como começar os parágrafos, como conectá-los, quais palavras usar para iniciar e concluir. Como foram quatro questões discursivas de até 30 linhas para serem feitas em quatro horas, eu não poderia perder minutos preciosos pensando em como escrever. Além disso, mantive as revisões diárias das matérias.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Raphael: Errei demais, mas isso fez parte do meu processo de amadurecimento nos estudos. Não dar importância à resolução de questões no início, não se familiarizar com a cobrança da banca, principalmente estratégias de como fazer a prova (alô, Cespe!), e não entender a realidade de um concurso público para o cargo de auditor fiscal foram alguns dos erros. Em relação a esse último, acreditei, por desconhecimento, que seria algo semelhante a um vestibular, mas um pouco mais difícil. A realidade mostrou que é muito mais complicado e as reprovações iniciais me ensinaram isso.
Quanto aos acertos, posso citar a disciplina e a dedicação. Desde o momento que decidi estudar para concursos, defini os horários e os dias de estudo e assim mantive até a aprovação. Entender que o descanso faz parte da preparação também foi importante.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Raphael: Nunca pensei em desistir e desistir nunca foi uma escolha. Óbvio que há dias que bate o cansaço e o desânimo, mas isso faz parte do processo. Passar em um concurso sempre foi meu plano A, B e C.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Raphael: Para quem está começando, o importante é decidir para qual área estudar, saber as possibilidades de cargos dentro dessa área e ter um bom material de estudo. Estudar também não é um processo linear, haverá momentos de cansaço, até mesmo de desesperança, que afetarão o ânimo do concurseiro. O importante é sempre seguir em frente. Perseverança e constância!
Além disso, não abdique totalmente da vida social. Os sacrifícios são necessários para alcançar o objetivo, isso é inquestionável. Porém, ter momentos de lazer é importante e faz bem para a mente, ajudando a renovar as forças e a disposição para estudar. Jogue bola, vá para a academia, converse com seus amigos… escolha aquilo que te faz bem. Cuide do corpo e da mente, porque você não sabe quanto tempo vai levar até a aprovação. Tudo, claro, com moderação.