“Eu recomendo que tenha paciência e compreensão de que a jornada é de médio/longo prazo e que procure ajuda profissional, especialmente para os concursos de alto nível.”
Confira nossa entrevista com Guilherme Niobey Frossard, aprovado em 214° lugar no concurso do SEFAZ-MG para o cargo de Auditor Fiscal:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Guilherme Niobey Frossard: Sou Engenheiro Civil. Tenho 39 anos. Sou de Santos-SP.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Guilherme: Muito antes da aprovação na SEFAZ-MG eu já era concursado em uma estatal na Bahia, na qual eu era empregado público na função de Engenheiro Civil. Também tinha sido aprovado e nomeado para Engenheiro Civil na Prefeitura de Osasco, mas optei pela Bahia. Ambos em 2017.
Então eu já conhecia de certa forma o mundo dos concursos. Porém sempre “corri” dos concursos que fugiam da minha área de formação e sobretudo que exigiam Direito e Contabilidade como disciplinas. Universos que eu desconhecia totalmente até então.
Em meados de 2019 resolvi finalmente estudar para concursos de alto nível e, por conseguinte, encarar essas disciplinas que eu nada sabia sobre e muitas outras que são exigidas nesses concursos.
Acho que minha principal motivação para estudar para a Área Fiscal foi a carreira em si do Auditor Fiscal. Logo me identifiquei. Entendo como uma função típica de Estado e essencial para que a máquina gire e o poder público obtenha os recursos para executar as políticas públicas em benefício da população. Além disso, as remunerações são muito atrativas.
Estratégia: Você trabalhava e estudava?
Guilherme: A esmagadora maioria do tempo eu trabalhava durante os estudos. Como dizem os concurseiros e professores da Área Fiscal, o “ciclo básico” das disciplinas da Área Fiscal eu fiz todo enquanto trabalhava.
Em setembro de 2022 pedi as contas do meu trabalho para poder apenas estudar.
A minha ideia era prestar para Auditor da Receita Federal, pois o edital estava na iminência e eu já conhecia bem as disciplinas mais específicas da carreira (legislação aduaneira, IPI, IR). No entanto, bastante já em cima da prova de Minas Gerais (2 meses antes) acabei mudando os planos e optando pela SEFAZ-MG em detrimento da RFB.
No fim, inclusive as provas da Receita Federal e a discursiva de MG foram aplicadas no mesmo dia. Assim, seria impossível prestar os dois concursos. O concurseiro teria que optar.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado?
Guilherme: A SEFAZ-MG foi o primeiro concurso da Área Fiscal que prestei. Porém já tinha prestado concursos na minha área de formação. Foram os seguintes:
Engenheiro Civil – Prefeitura de Osasco/2017 – 1º colocado
Engenheiro Civil – Embasa/2017 – 13º colocado
Além disso, fiz um concurso para emprego público temporário para trabalhar na Universidade Paulista Júlio de Mesquita (Unesp), emprego inclusive que assumi, por cerca de seis meses, era função de nível médio:
Assistente Administrativo I – Unesp/2016 – 1º colocado
Eu pretendo continuar estudando apenas até a nomeação em Minas Gerais.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos?
Guilherme: Foi bem restrita especialmente na fase final da prova de Minas Gerais (2 meses antes da prova) e entre a prova objetiva e a prova discursiva. Até porque eu desisti da RFB e resolvi pela SEFAZ-MG muito em cima da hora. Então eu tinha muitas lacunas para preencher. Muitas disciplinas para ter até um primeiro contato e outras para aprimorar.
Nesse período eu quase não saía, apenas tentava fazer alguma atividade física, quando possível.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro?
Guilherme: Eu acho que os únicos que entendem plenamente o concurseiro são outros concurseiros ou quem já foi concurseiro e passou pelo processo.
Porém tenho bons amigos que sempre me deram palavras de apoio e acreditaram no meu potencial. Acho que tanto os familiares quanto os amigos compreendem os períodos de ausência na vida social devido à dedicação aos estudos.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso?
Guilherme: Para a Área Fiscal em si foram uns 3 anos no total. Para a SEFAZ-MG, eu comecei em novembro/2022. A prova objetiva foi no início de janeiro/2023. Foram apenas 2 meses, pois como disse estava optando pela RFB até então.
Depois foram mais 2 meses entre a objetiva e a discursiva.
Para manter a disciplina, eu sempre pensava no meu propósito final, que era ser aprovado no concurso dentro do quadro de vagas. A minha vontade era muito forte.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Guilherme: Eu usei livros mais no começo dos estudos, no primeiro ano de estudos. Livros até bem fora do escopo de concursos públicos, o que pode ter sido bom para o desenvolvimento no longo prazo, mas que talvez tenham me atrasado, pois não são materiais que vão direto ao ponto.
Usei incessantemente PDFs do Estratégia. Acho vantajoso os PDFs para a construção do conhecimento no longo prazo. É um material bastante completo. O que pode ser uma desvantagem (e o estudante deve saber dosar isso) é que pode ser que o PDF seja mais do que o estudante precisa para uma determinada prova, levando em conta também que tempo é um recurso limitado.
Videoaulas também utilizei, mas em um grau menor. Acho interessante videoaulas para estudo de véspera de prova (poucas semanas antes da prova) e para o estudo de disciplinas de exatas.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Guilherme: Eu conhecia o Estratégia pela própria publicidade da empresa. Porém tenho amigos que utilizaram o Estratégia e me recomendaram.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação?
Guilherme: Eu senti melhora sim. Eu acho que o que mais diferencia o Estratégia é o material humano. Os professores são excelentes nas respectivas disciplinas que lecionam, porém não é só isso: eles são adaptados à realidade do concurso público.
Por exemplo: você estuda matemática financeira, mas essa disciplina na faculdade geralmente é ensinada para resolver problemas utilizando uma calculadora. Acontece que lá na hora da prova não vai poder utilizar uma calculadora e muitas vezes o candidato tem que executar muitas contas com números quebrados. Assim, os professores treinam os alunos para que possam executar de maneira rápida essas contas, para uma prova com mais de 100 questões e com, às vezes, mais de 20 disciplinas, em um tempo limitado.
Esse é só um exemplo, o que quero dizer é que os professores do Estratégia são bastante adaptados à realidade do concurso. Considero isso um diferencial.
Eu utilizei tanto os PDFs quanto videoaulas. Para a prova discursiva eu utilizei a ferramenta Trilha Estratégica, que era dedicada à prova discursiva que iria fazer.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Guilherme: Estudava várias disciplinas ao mesmo tempo. Para a prova objetiva de Minas Gerais, eu lembro que planejava meus estudos de 10 em 10 dias. Ou seja, a cada dez dias fazia um novo cronograma para os próximos 10 dias. Costumava fazer o estudo de 3 a 4 disciplinas distintas por dia.
Basicamente, eu estudava mais as disciplinas que eu era mais fraco e estudava menos as que eu era mais forte. Porém levando em consideração também o peso na pontuação de cada disciplina na prova. Além disso, tiveram algumas disciplinas que eu comecei do zero ou praticamente do zero (Ex: Economia, Direito Penal, Direito Civil), então dei um pouco mais de atenção para elas, já que zerar qualquer delas implicaria eliminação do concurso.
Eu não chegava a marcar com exatidão as horas de estudo. Porém acredito que fiz de 45 a 50 horas líquidas semanais nos dois últimos meses para a prova objetiva.
Para a prova discursiva, eu só estudei as matérias que seriam cobradas nessa prova, mas continuei com o ritmo forte. Nesse caso, eu utilizei pela primeira e única vez a Trilha Estratégica do Estratégia. Achei que foi uma boa escolha.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Guilherme: Eu fazia revisões de materiais meus, feitos no word na maioria das vezes. Também refazia questões como forma de revisar. Descobri só nas duas últimas semanas para a prova objetiva o “Hora da Verdade”, achei fantástico esse recurso do Estratégia. Utilizei como forma de fazer revisão, até mesmo no hotel em BH, antes da prova.
O Estratégia tem os simulados. Acredito que seja uma ferramenta poderosa. Eu queria ter utilizado, mas como eu estava muito atrás no conteúdo do edital eu não tinha tempo. Eu tinha muito que cobrir ainda de parte teórica.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios?
Guilherme: Fiz muitas questões. Acho que a resolução de questões é fundamental para o concurseiro consolidar o conhecimento. Acredito que no meu primeiro ano de estudo eu praticamente não fiz questões, o que eu não recomendo a ninguém. Porém depois disso fiz bastante. Costumava fazer inúmeras questões ao fim dos PDFs do Estratégia.
Um outro ponto é que a resolução de questão é essencial para que o concurseiro entenda como a banca que ele vai encarar cobra determinado assunto ou disciplina.
Eu não faço a menor ideia de quantas questões fiz, nunca contabilizei esse número.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Guilherme: Eu não tenho uma disciplina para apontar como difícil. Eu acho que nos concursos de alto nível o difícil é o todo. São muitas disciplinas. Saber administrar isso tudo acho o mais difícil.
Porém se tivesse que citar uma disciplina como difícil, eu citaria TI (que não foi cobrada na SEFAZ-MG), que inclusive me afastou de prestar a prova da SEFAZ-MT devido ao seu peso imenso na prova, o tempo limitado que tinha até a prova e o meu desconhecimento dessa disciplina, que eu considero mais difícil.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Guilherme: Na semana que antecedeu a prova eu estudei bastante, não diminui o ritmo. Até mesmo no sábado anterior à prova estudei bastante, no hotel.
No entanto, fiz um estudo mais passivo. Utilizei bastante o “hora da verdade” do Estratégia, no caso da prova objetiva. Utilizei vídeos de dicas e revisões direcionados para a SEFAZ-MG do Estratégia, no caso da discursiva.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Guilherme: Como falei acima, houve discursiva. Eu só estudei a discursiva no período entre a prova objetiva e a prova discursiva.
Nos primeiros 20 dias (foram 2 meses entre uma e outra prova) eu cheguei à conclusão de que tinha que mudar minha letra, pois eu escrevia uma redação, aí dava o papel para alguém ler, mas as pessoas não entendiam direito o que eu havia escrito.
Assim resolvi mudar a minha letra que era de forma para letra cursiva. Então pratiquei bastante para que conseguisse escrever de uma maneira compreensível e relativamente rápida.
Como material, eu utilizei a Trilha Estratégia do Estratégia direcionada para a discursiva da SEFAZ-MG. Sempre escrevia bastante. Depois de um tempo, fazia outra atividade, esperava algumas horas, e relia o que havia escrito e tentava compreender. Perceber se havia coesão, se a resposta estava de acordo com a pergunta ou com o tema, tentando ter bastante senso crítico. Assim, ia corrigindo os pontos que achava que não estavam adequados.
A minha recomendação para a prova discursiva é que o concurseiro pratique bastante, seja direto, e atenha sua resposta à pergunta ou ao tema. Também, se possível, tenha alguém para reler o seu texto e dar um feedback (de preferência profissionais) para que constantemente aprimore a escrita.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Guilherme: Acho que como principal erro talvez eu pudesse ter prestado alguns concursos na Área Fiscal anteriormente à SEFAZ-MG, passado por essa experiência anteriormente. Um outro ponto, eu acho que eu poderia ter procurado alguma consultoria para acelerar o processo, poupando tempo, especialmente para gerenciar o planejamento dos estudos.
Acho que posso citar como acerto, mesmo cansado, continuar estudando, ainda que já na véspera da prova, nos dias anteriores.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Guilherme: Eu jamais pensei em desistir.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Guilherme: Eu recomendo que tenha paciência e compreensão de que a jornada é de médio/longo prazo e que procure ajuda profissional, especialmente para os concursos de alto nível.