Eliezer Santos: Fala, nação concurseira! Tenho 29 anos e sou formado em tecnologia em segurança no trânsito. Sou natural de Goiânia-GO, onde resido atualmente. Muitos me perguntam sobre minha formação. A resposta é simples: um tecnólogo EAD me proporcionou uma graduação em dois anos e principalmente tempo livre para me dedicar ao objetivo maior (ser auditor fiscal de tributos). Agora, muito próximo da realização de meu sonho, posso me dedicar a vida acadêmica. Assim, já estou cursando Ciências Contábeis e pretendo me especializar até o “talo” em Direito Tributário.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área fiscal?
Eliezer: Meu pai sempre dizia: “o maior bizu é ser concursado”. Desde cedo, ele me falava das vantagens do cargo público, quais sejam estabilidade, boas remunerações, flexibilidade. No que se refere à área fiscal, antes de me apaixonar pela futura profissão, a questão financeira foi a mais atrativa. Eu ficava horas admirando um contracheque de um auditor fiscal, inclusive fiz a impressão de um para servir de motivação.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Eliezer: Desde quando comecei a estudar para área fiscal, tive que conciliar os estudos com o trabalho. Confesso que não é uma tarefa fácil, mas sim possível, desde que haja muita disciplina. Às vezes chegava do trabalho “morto”, mas não deixava de cumprir minha meta.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Eliezer: Minha trajetória no mundo dos concursos foi feliz, graças a Deus. Já aos 18 anos (2010) passei no concurso de Sargentos de carreira do Exército Brasileiro (EsSA), sendo o primeiro colocado do curso de formação de sargentos em 2011. Aos 23 (2015), passei no concurso de técnico em regulação da Agência Nacional de Transportes Terrestres -ANTT, entre os 15 primeiros na classificação geral.Já na área fiscal, meu primeiro concurso foi ISS Criciúma. Como era minha primeira experiência na área fiscal, fui bem animado, estudando como nunca, super motivado. Nesse momento, eu já tinha dois anos de bagagem nessa área, pois até o momento, esperava com foco único o concurso da Receita Federal. Pós prova de Criciúma, vi que havia feito algo entre 90 e 91%, foi êxtase total, pensei que tinha arrebentado e cravado uma vaga em meu primeiro concurso. Mas para minha surpresa, fiquei em 31° lugar. Eram somente 3 vagas imediatas. Passei por um momento desmotivado, pensando que área fiscal era para gênio ou extraterrestre, mas sacodi a poeira e mantive a preparação.Logo em seguida, fui premiado com o edital da SEFAZ-GO, ou seja, o cargo dos sonhos em minha terra natal. Mas sabia que seria um dos mais concorridos da época, pois havia um bom tempo que não saia um concursos desse “nipe”. Estudei como nunca na vida, peguei férias, licença no trabalho para me dedicar exclusivamente no pós edital.
Aqui foi umas das maiores alegrias da vida. Consegui ser aprovado no Cadastro reserva (CR) e aguardo com fé a nomeação.
Pouquíssimo tempo depois e aproveitando o embalo, fiz SEFAZ-SC. Sem muita expectativa, pois meu foco total foi em Goiás, tive a grata surpresa e benção de ser aprovado no CR ( 82°), sendo 60 vagas imediatas. Logo depois, ISS-MANAUS, também aprovado no CR (33°). E, por fim, SEFAZ-DF, onde consegui ficar em 4° lugar na primeira fase e aguardo ansiosamente pela realização da segunda fase.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados(as) na primeira fase do certame?
Eliezer: Foi a melhor prova e classificação durante a jornada. Fiquei muito feliz e com sentimento de dever cumprido.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Eliezer: No pré-edital, sempre tirei o domingo para curtir a família, curtir um lazer e ir à igreja. No pós-edital, estudo de domingo a domingo, adotando uma postura bem radical. Agora, o convívio social durante toda a jornada foi mínimo. São poucas pessoas que entendem o quanto é preciso focar para ser aprovado num concurso desses. Assim, restringia meu convívio a minha família.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Eliezer: Quando comecei a estudar para área fiscal já era casado e minha esposa estava grávida. Hoje, tenho uma linda filha de 04 anos e uma maravilhosa esposa que sempre me apoiou na realização de nosso sonho. Abro até parêntese para agradecer muito minha esposa, pois criou nossa filha praticamente sozinha para me possibilitar mais horas de estudo. Suportou muita coisa sozinha, em momentos que estive trancado no quarto estudando.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Eliezer: Creio que a melhor arma para o sucesso nessa jornada é o foco por área (fiscal, policial, etc). Até conheço alguns colegas que conseguiram conciliar área fiscal e controle. Para essas duas áreas em especifico acho possível, embora tenha optado por seguir com foco exclusivo na área fiscal. Quanto a objetivo, se Deus quiser meu último concurso foi SEFAZ-DF. Tenho muita fé e esperança de ser nomeado nos concursos que fiquei no CR, especialmente SEFAZ-SC.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Eliezer: Especificamente para área fiscal, estudo há 05 anos. O caminho é longo e difícil, mas a vitória chega.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Eliezer: Ao começar em 2015, sempre mantive o estudo de médio longo prazo para fiscal. Sem edital, sempre busquei cumprir as metas e melhorar meus pontos fracos. Sempre enxerguei o pós-edital como revisão e estudo de matérias surpresas (aquelas matérias ou assuntos que não constou no último edital).
Quanto a disciplina, sou bastante suspeito. Sendo oriundo das forças armadas, tenho como pilar a disciplina para o desempenho de todos os projetos. Sempre busquei focar no futuro resultado e não na dor do processo.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Eliezer: Estudei praticamente por PDF´s em todas as matérias. Buscava uma videoaula somente em último caso, quando não conseguia avançar com bons resultados pelo PDF, especialmente em contabilidade e exatas.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Eliezer: Conheci o Estratégia por um amigo que também estava na jornada para área fiscal. Desde o primeiro contato com o PDF, me identifiquei muito com a organização, qualidade do conteúdo e professores, questões comentadas e principalmente com a quantidade de conteúdo gratuito de extrema qualidade disponibilizado no YouTube.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Eliezer: Olha, creio que cada um deve identificar seu próprio processo de aprendizado, que pode ter pontos em comum. Eu seguia a seguinte sequencia: 1) base geral do assunto com PDF; 2) resumo do assunto com recortes para o word; 3) 50 a 100 questões comentadas do assunto; 4) caderno de questões focadas nos erros 5) revisão + questões. Assim, avaliava periodicamente meu rendimento: <70% (voltava na teoria); entre 70% e 80% (continuava relendo os resumos e novas questões); > 80% (somente questões e lei seca quando era o caso a exemplo de legislação tributária).
Sempre estudei várias matérias no mesmo dia (3 ou 4 matérias diferentes). Em dias que tinha que conciliar trabalho e estudos, fazia em média 5h líquidas de estudos. Sábado e feriado 7 a 8h líquidas. Férias para pós-edital atingia uma meta de 10h líquidas.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Eliezer: Minha maior dificuldade, no início, foi contabilidade. Nesse ponto quero agradecer aos mestres Marcondes Fortaleza ( “é lenha ilustres”) e Silvio Sande (“vc vai aprender nem que seja por osmose”) hehe.
Passei horas assistindo às videosaulas desses professores e fazendo muita questão.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Eliezer: Na semana que antecedeu a prova, mantive intacto o planejamento: muita revisão, questões e lei seca (legislação tributária).
Eu, particularmente, nunca descansei na véspera. Não acredito no benefício desse descanso. Mas não critico quem o faça. Conforme eu disse, cada um tem um processo próprio. No dia da prova da SEFAZ-DF, eu comecei as 05h da manhã, consegui revisar toda legislação tributária. Sou daqueles que jogam o resumo fora na hora de entrar na sala e me sinto super confortável assim.
Estratégia: Como está sendo seu estudo para a fase discursiva do certame? O que você aconselha?
Eliezer: Está sendo uma experiência única. Pois o nível de aprofundamento é outro. Não basta marcar o “X” da questão. Na discursiva, temos que escrever sobre aquele assunto. Desse modo, procuro treinar bastante e me aprofundar cada vez mais nos assuntos mais concursáveis.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS.
Eliezer: Todos erramos em algum momento, seja por inexperiência ou por negligência. Meu maior erro foi ter focado exclusivamente para o concurso da Receita Federal. Fiquei de 2015 até 2017 estudando somente as matérias desse concurso. O que me fez perder boas oportunidades na área fiscal.
Meu maior acerto foi procurar ajuda de pessoas que foram aprovadas. Suas informações e conselhos agregaram demais em minha preparação.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Eliezer: O momento mais difícil na minha preparação foi também o mais triste da minha vida. Em meados de 2015, minha esposa e eu perdemos nosso filho com 12 dias de vida. Foi o único momento em que tudo perdeu sentido, especialmente os estudos. Mas, nesse momento, Jesus nos concedeu forças e me ajudou a encontrar a motivação para continuar na jornada.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação? (como está fazendo para mantê-la enquanto a segunda fase do certame não é marcada?)
Eliezer: Minha principal motivação é minha família, especialmente minha filha Ana Ligia de 4 anos. Por eles nunca vou desistir. Pois sei que logo vamos colher os frutos dessa jornada.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde, até o momento, você chegou!
Eliezer: O conselho é nunca desista dos seus sonhos. Frase emprestada de um livro que mudou minha vida. No quartel, aprendi uma oração que levo para toda a vida e compartilho com vocês:
“O estudo como um meio, a abnegação como rotina, a fadiga como reflexão, a paciência como reação e o cargo sonhado como fim”