
“As dificuldades e dúvidas aparecem no caminho, mas nós só aprendemos com a adversidade. Muitas questões que acerto hoje são frutos dos incontáveis erros que cometi na minha jornada.”
Confira nossa entrevista com Afonso Ferreira Ávila, aprovado em 1º lugar no concurso Sefaz AP para Auditor Fiscal:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Afonso Ferreira Ávila: Meu nome é Afonso Ferreira Ávila, sou natural de Macapá-AP e tenho 30 anos. Sou formado em Direito, pela Universidade Federal do Amapá.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Afonso: Meus pais são servidores públicos e me via seguindo os mesmos passos deles. Sempre acreditei no serviço público como uma ferramenta para melhorar a vida da sociedade e queria fazer parte disso. Além do mais, percebi que o serviço público proporcionava uma remuneração justa e a estabilidade que almejava.
Resolvi cursar Direito já pensando em fazer concursos públicos. A princípio, queria ser Delegado da Polícia Federal, mas, no decorrer do curso, percebi que a área fiscal era mais o meu perfil.
Estratégia: Você trabalhava e estudava?
Afonso: Sim, sou servidor público do Estado do Amapá. Atualmente ocupo um cargo efetivo de nível médio, no qual ingressei em 2020, após a aprovação no ano de 2018.
Para conciliar, eu buscava dividir minhas horas de estudo em blocos menores durante o dia. Assim, uma meta que parece grande se torna mais fácil de cumprir. Além disso, aproveitava o final de semana para estudar mais, abrindo mão de outras atividades.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado?
Afonso: Fui aprovado para o cargo de assistente administrativo no Estado do Amapá, em 2018, ficando na 47ª posição. Agora, consegui a aprovação em primeiro lugar para o cargo de Fiscal da Receita Estadual, na Secretaria de Estado da Fazenda do Amapá.
Como iniciei meus estudos na área fiscal com o objetivo de me tornar Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil, acredito que devo continuar estudando para esse concurso.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos?
Afonso: Desde 2021, eu decidi focar o máximo possível na mina preparação e renunciei a praticamente todas as atividades de lazer e comemorações.
Abri pequenas exceções, como jantares rápidos com a minha namorada, o aniversário da minha avó e passeios com meus pais. Isso acontecia quando eu não estava estudando para um edital já publicado.
A partir da publicação de edital, a rotina ficava mais restrita. No concurso da Sefaz-AP, deixei de ir na comemoração do aniversário do pai, que ocorrera uma semana antes da prova para Fiscal da Receita Estadual.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Afonso: Meus pais foram os meus maiores incentivadores. Antes de eu estar empregado, me ajudaram a comprar os materiais de estudo e, nos últimos tempos, me pouparam de muitos problemas, para que eu estudasse tranquilamente.
Da mesma forma, a minha namorada foi muito paciente comigo nesse período. Meus amigos mais próximos também respeitaram o meu momento.
Outras pessoas do meu convívio no trabalho chegaram a reclamar da minha ausência em atividades de socialização, mas eu soube lidar com essas situações, pois meu objetivo era claro.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso?
Afonso: Para o concurso da Sefaz-AP, eu redirecionei o meu estudo no pós-edital. No entanto, já vinha focado na área fiscal há aproximadamente 1 ano e meio.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Afonso: Cada matéria demandou uma abordagem diferente. Naquelas relacionadas a exatas ou a áreas muito distantes do Direito, eu precisei assistir videoaulas quando leitura do PDF ou de livros era insuficiente. Embora as aulas em vídeo levem mais tempo do que a leitura, assuntos complexos ficam mais fáceis de entender com a explicação de um professor.
Nas matérias de Direito e outras similares, a leitura do PDF ou de livros associada à marcação dos trechos mais importantes me permitiam avançar no conteúdo e posteriormente revisar.
Por fim, em todas as matérias, a resolução de questões foi essencial para o verdadeiro aprendizado dos assuntos.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Afonso: Conheci por meio de colegas de faculdade, ainda quando estava na universidade.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu diferença na sua preparação?
Afonso: Além da qualidade do material e dos professores, acredito os simulados realizados pelo Estratégia foram o diferencial na minha aprovação. Eu fiz todos como se fosse uma prova real.
Os simulados me permitiram melhorar a estratégia de resolução de prova e corrigir os meus erros nas questões.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Afonso: Por muito tempo eu sofri para organizar planos de estudos que conseguisse cumprir. Precisei da ajudar de um professor para me ajudar a montar o meu cronograma de estudos.
As matérias foram organizadas em ciclos, o que me dava um certa flexibilidade, e eu estudava em média quatro matérias por dia. A meta de horas de estudo era de 5 horas líquidas nos dias de semana e 6 horas nos finais de semana.
Como qualquer concurseiro, eu tinha as minhas semanas boas e ruins. Então, nem sempre alcançava a meta estabelecida. De toda forma, eu fazia questão de estudar todos os dias, mesmo que fosse por meia hora.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Afonso: As minhas revisões variavam conforme a matéria. Nas disciplinas de exatas, eu escrevia as fórmulas em fichas e as revia quando necessário. Quando era uma matéria mais voltada à leitura, eu revisava os grifos no texto.
Sempre tive dificuldade para cumprir as metas de revisão. Assim, buscava sempre fazer questões para revisar e, quando sentia dificuldade, voltava ao material para tirar a dúvida.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Afonso: A resolução de questões é essencial para o aprendizado, tanto do conteúdo quanto das características das bancas organizadoras de concursos públicos.
É difícil totalizar quantas questões eu fiz, pois algumas foram em materiais, como livros, PDFs e simulados, e outras em site de questões. Só em um desses sites, desde setembro de 2021, eu resolvi 9570 questões.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade?
Afonso: As disciplinas de exatas, Contabilidade e Tecnologia da Informação me tiraram o sono. Para vencê-las, foi preciso ver seus conteúdos em formatos diferentes, como leitura e vídeo, com professores diferentes, bem como tentar entender as suas cobranças por meio de questões.
Além disso, percebi que não precisava saber tudo sobre determinados assuntos, e sim como resolver questões. Procurei identificar padrões de cobrança e gravá-los, uma vez que muita coisa se repete em concurso público.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Afonso: Eu tirei férias na semana anterior à prova. Então, pude me dedicar 100% à revisão dos assuntos.
Em complemento, eu caminhei ou andei de bicicleta por 30 minutos, todos os dias, para diminuir a ansiedade.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Afonso: Acredito que o meu principal erro foi não entender desde o início da minha preparação que a resolução de questões é o diferencial para a aprovação. No começo, muitas vez lia conteúdos e simplesmente passava para outros, sem exercitar o que tinha aprendido. Na hora, parecia que aprendemos tudo, mas rapidamente o que estudei ia embora.
Outro erro foi não ter uma estratégia para a resolução de provas. Eu fazia as questões na ordem da prova e perdia muito tempo.
Hoje reconheço que a minha aprovação decorre principalmente de estudar as questões da banca e diminuir a possibilidade de ser surpreendido.
Além disso, hoje resolvo as questões da prova na ordem da minha afinidade e dificuldade com as questões. Isso me faz ganhar tempo para resolver as mais difíceis no final.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir?
Afonso: Mesmo com toda a dificuldade, eu nunca pensei em desistir. É claro que em alguns dias parecia impossível aprender determinados assuntos, mas eu sabia que eu só precisava insistir um pouco mais para conseguir.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Afonso: Eu sei que é clichê, mas tudo começa com acreditar que é possível. As dificuldades e dúvidas aparecem no caminho, mas nós só aprendemos com a adversidade. Muitas questões que acerto hoje são frutos dos incontáveis erros que cometi na minha jornada.
Outro ponto que quero destacar é que a aprovação tem um preço. Enquanto ele não for aceito, você dificilmente fará o que for necessário para passar. A minha relação com os estudos só melhorou quando percebi isso e acredito que cada um tem um tempo específico para chegar a essa conclusão.
No mais, desejo tudo de melhor para as colegas e os colegas que estão nessa batalha.