Aprovado no concurso SEFAZ AL
“Tenha consistência. Não dê ouvidos a pessoas negativas. Pare de acompanhar política (isso atrapalha muito!), pois a prova um dia vai chegar, e quem se manteve estudando vai se beneficiar. Faça exercícios físicos (ao menos umas 2 ou 3 vezes na semana). Tire um dia (ou período de um dia) para descansar. Não há segredo, não existe fórmula mágica! Existem milhares de formas de se estudar, então, encontre a que mais se adapta à sua realidade. Olhe para o espelho e se veja como um aprovado. Não se veja como um fracassado, senão é isso mesmo que você vai ser. Fazendo isso, sua hora vai chegar, mais cedo ou mais tarde”
Confira nossa entrevista com João Pedro Cardoso, aprovado no concurso SEFAZ AL no cargo de Auditor Fiscal:
Estratégia Concursos: De onde você é? Qual é sua idade? E sua formação?
João Pedro Cardoso: Sou de Inhumas, cidade do interior de Goiás. Tenho 26 anos. Sou formado em Engenharia Civil.
Estratégia: Você chegou a trabalhar na sua profissão? O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
João Pedro: Trabalhei apenas como estagiário durante o tempo que estava na faculdade. Decidi começar a estudar para concursos porque não via tanta oportunidade no mercado de engenharia civil naquele momento. Além disso, eu olhava para os profissionais com mais tempo de carreira e pensava que eu não queria aquela mesma vida que eles levavam. Eu queria mais tempo com a família e uma maior previsibilidade de como eu estaria daqui a 10, 20 ou 30 anos.
Estratégia: Como foi a escolha pela área fiscal? O que pesou mais para você quando teve que definir um foco para estudar?
João Pedro: Conheci a área fiscal através de um amigo cujo pai é auditor fiscal. Naquele momento, a escolha estava entre estudar para concursos para engenharia ou estudar para área fiscal. A remuneração na área fiscal era muito maior, além do fato de historicamente haver uma quantidade grande de vagas e formação aberta. Achei, então, que o custo-benefício da área fiscal seria melhor.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
João Pedro: Eu nunca trabalhei durante meus estudos.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
João Pedro: Fui aprovado em 4 concursos:
- Auditor Fiscal de Goiás – 107º (Cadastro de reserva)
- Fiscal de Goianira – 3º
- Fiscal de Bela Vista de Goiás – 2º
- Auditor Fiscal de Alagoas – 31º, esse foi o último.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
João Pedro: Sim. Estudei muito tempo sem ter nenhum edital. Comecei a estudar no início de 2016 com o foco na Receita Federal e só peguei um edital da área fiscal em 2018, que foi o da SEFAZ-GO. Eu levava o estudo como um trabalho. Tinha horário para cada coisa no meu dia. Acredito que ter rotina e planejamento é o primeiro passo para se manter disciplinado.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
João Pedro: Conheci o Estratégia através de um amigo. Até então, não sabia nada sobre o mundo dos concursos.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? O que funcionava melhor pra você? Videoaulas, pdfs, livros?
João Pedro: Usei de tudo um pouco. No começo, apenas telepresencial em um cursinho em Goiânia, depois fui comprando livros e pdfs, até que, a partir de um momento, fiquei 100% com pdfs e questões.
Estratégia: Quantas horas por dia costumava estudar?
João Pedro: Eu estudava entre 7 e 8 horas por dia (menos nos finais de semana, quando eu pegava mais leve).
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos?
João Pedro: Comecei meus estudos com o ciclo básico (cerca de 5 ou 6 matérias). Meu dia era dividido em uma parte lendo matérias novas e outra parte revisando matérias já lidas. Conforme eu ia acabando as matérias, eu ia colocando outras no ciclo.
Não gosto de resumos e mapas mentais, por isso minhas revisões eram baseadas na marcação dos pdfs. Conforme fui avançando nos estudos, a quantidade tanto de leitura quanto de revisões foi diminuindo, até o ponto que 95% do meu tempo passou a ser baseado na resolução de questões. Eu mesmo ia montando meu planejamento, pegando dicas de professores na internet.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
João Pedro: A matéria que mais me deu trabalho foi contabilidade. Utilizei diversos materiais para tentar aprender. Depois que comecei a resolver uma quantidade maior de questões, eu consegui me sair melhor. Sem dúvida alguma, o que mais me fez evoluir foi encarar questões.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
João Pedro: Eu namoro. Ela está comigo nessa jornada desde o começo. E moro com meus pais. Meus pais estranharam um pouco o fato de eu largar completamente a engenharia pra estudar pra algo que não tinha nada a ver com isso. Mas me apoiaram mesmo assim. Se não fosse por eles, principalmente no quesito financeiro, eu não teria condição alguma de focar nos estudos.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
João Pedro: Eu saía de vez em quando no sábado à noite, normalmente pra ir a um restaurante com meus pais ou minha namorada. Acabei me afastando de muitos amigos durante o estudo. Tive que dar muito “não” quando me chamavam pra sair. Já estava até sem graça. Mas com certeza eles entendiam a situação.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
João Pedro: Depende muito da situação. Por exemplo, passei dois anos sem nenhum edital da área fiscal. Durante esse tempo, foram surgindo alguns concursos e eu acabei fazendo, não necessariamente com a intenção de passar, mas pra experimentar a sensação de pós-edital e a tensão do momento de prova. Nesse caso, acho importante sim fazer outros concursos, mas, se estiverem saindo muitos concursos da área fiscal, o melhor é focar apenas neles.
O concurso dos meus sonhos eu já fiz, que é o SEFAZ-GO. Consegui um cadastro de reserva. Infelizmente, não sei se vou ser chamado, por isso, continuei estudando. Meu foco estava na SEFAZ-DF (que seria praticamente a mesma coisa que SEFAZ-GO, pela proximidade de minha casa). Consegui ficar em 32º na prova objetiva, e agora vou fazer a prova discursiva, ou seja, continuo estudando mesmo tendo passado na SEFAZ-AL. Mas, se não der certo em GO ou DF, estou completamente satisfeito com AL, pois é um estado incrível.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
João Pedro: Chega a ser um pouco engraçado responder essa, porque meu foco não era AL. Fiz a prova do DF no dia 2 de fevereiro, e estudei toda a Legislação Tributária de AL em uma semana para fazer a prova no dia 8 de fevereiro. Lógico que eu não passei em AL com uma semana de estudo, pois isso é impossível. Antes disso, foram 4 anos criando maturidade nas diversas outras matérias. Isso me deu uma “folga” pra que eu pudesse focar totalmente durante uma semana na legislação tributária de Alagoas.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados?
João Pedro: Sinceramente, eu fiquei meio anestesiado. Passei alguns minutos sem muita reação. São tantos anos “apanhando” que a gente até desconfia quando dá certo. A ficha foi caindo aos poucos.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
João Pedro: A semana da prova foi bastante corrida. Como eu tinha que pegar toda a Legislação Tributária de AL ainda, eu larguei todas as demais matérias e foquei 100% nela. A véspera de prova foi de estudo também, revisando os principais tópicos de Legislação Tributária.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
João Pedro: Como não tive muito tempo, meu foco foi em aprender a teoria das matérias que seriam cobradas. Infelizmente, não consegui treinar a escrita na semana da prova. Mas com certeza o treino da escrita é muito importante, porque a discursiva é uma peça primordial na nota. Um exemplo: na prova de Rio Preto, eu estava em 6º na objetiva (dentro das vagas imediatas), mas acabei caindo 30 posições.
Então, minha dica é: treine a escrita e contrate um profissional para corrigir seus textos. Outra coisa: quando vamos resolver uma prova objetiva, as informações já estão descritas nas alternativas; já nas provas discursivas, o candidato tem que tirar as informações da própria cabeça; por isso, é interessante tirar um tempo para pegar os tópicos previstos no edital e tentar fazer uma autoexplicação de cada um dos tópicos. Isso vai fazer o candidato ganhar cada vez mais confiança sobre os assuntos.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
João Pedro: Com certeza tive erros na minha preparação. Acredito que o mais grave é acompanhar o cenário político. Política muda sempre! Se formos basear nosso estudo nisso, a gente não estuda nunca. Concurseiro já é ansioso por natureza, e política só piora a situação.
Meu maior acerto foi a consistência. Nunca fui o melhor em nada na escola. Sempre tive notas medianas. Mas o trabalho duro e o treinamento superam qualquer obstáculo.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
João Pedro: O mais difícil é manter a consistência e a concentração. A gente sempre se questiona se está no caminho certo, se tomou a decisão correta em largar tudo para estudar, principalmente quando se depara com um resultado ruim num simulado ou numa prova. Nesses momentos, eu sempre lembrava do porquê de eu ter começado a estudar.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
João Pedro: Minha maior motivação era lembrar do motivo de eu ter começado a estudar. Se eu parasse no meio do caminho, eu simplesmente estaria jogando horas e horas de estudo no lixo, e não estaria honrando o João Pedro que largou tudo pra estudar 4 anos atrás. Não vou falar que estava motivado 100% do tempo. Tinha dias que eu só queria deitar e fazer nada. Mas eu tinha uma obrigação comigo mesmo.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
João Pedro: Tenha consistência. Não dê ouvidos a pessoas negativas. Pare de acompanhar política (isso atrapalha muito!), pois a prova um dia vai chegar, e quem se manteve estudando vai se beneficiar. Faça exercícios físicos (ao menos umas 2 ou 3 vezes na semana). Tire um dia (ou período de um dia) para descansar. Não há segredo, não existe fórmula mágica! Existem milhares de formas de se estudar, então, encontre a que mais se adapta à sua realidade. Olhe para o espelho e se veja como um aprovado. Não se veja como um fracassado, senão é isso mesmo que você vai ser. Fazendo isso, sua hora vai chegar, mais cedo ou mais tarde!
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