Aprovada no concurso SEDEST DF
Mesmo que não seja possível precisar a distância exata até seu objetivo, mantenha-se sempre caminhando em direção a ele, aprendendo. Cada passo dado é importante, mesmo nos momentos em que somos obrigados, por forças de contexto, a diminuir o ritmo ou a fazer algum desvio. Tenha fé, cuide de si e siga sempre em frente!
Confira nossa entrevista com Carina Machado, aprovada no concurso da Secretaria de Desenvolvimento Social do Distrito Federal no cargo de Especialista em Assistência Social – Psicólogo:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formada em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Carina Machado: Meu nome é Carina, sou de Brasília, farei 30 anos em outubro. Sou graduada em psicologia pela Universidade de Brasília – UnB e especialista em Saúde Coletiva pela Escola Fiocruz de Governo – EFG.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Carina: Em Brasília temos uma cultura bem forte de concursos e uma classe média formada, grande parte, por servidores públicos. É comum para muitas pessoas que nascem e crescem aqui, a convivência com concursandos ou servidores, o que acaba estimulando, de uma forma geral, a decisão de estudar para concursos.
No meu caso, em particular, desde criança acompanhei o investimento e o esforço de familiares no estudo para concursos, inclusive de primos que vieram de Minas Gerais para estudar e prestar concursos aqui. Nesse contexto, sempre esteve em meu horizonte a possibilidade de iniciar os estudos, mesmo antes de saber que profissão seguiria.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseira, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Carina: Minha caminhada foi longa até conseguir passar dentro das vagas no concurso da SEDESDF. Assim que passei no vestibular e iniciei na universidade, no primeiro semestre, fiz o meu primeiro curso de Direito Constitucional, como forma de me introduzir nos estudos para concurso. Nessa época, tinha aulas da graduação pela manhã e a tarde, e de DC a noite.
Depois desse curso, resolvi focar mais na graduação, porque queria no futuro prestar concursos para a minha área específica (psicologia) e precisaria chegar bem preparada. Durante esse período, fiz também alguns outros cursos específicos para concursos e participei de alguns processos seletivos.
Após a graduação, a maior parte do tempo eu conciliei trabalho e estudos para concursos. Nos momentos de trabalho em que tive maior flexibilidade de horários, organizava meu cronograma de forma a dar conta do trabalho e conseguir o máximo de aproveitamento nos estudos. No tempo em que trabalhei fichada, mantive um ritmo mais leve nos estudos quando o trabalho estava mais puxado e estudei com gás total nas férias. Mantive-me estudando com constância em todos os contextos no decorrer da caminhada.
O ritmo de estudos variou bastante durante o caminho, de acordo com cada contexto vivido, mas sempre me mantive focada em ir melhorando meu desempenho.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovada? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Carina: Fiz alguns concursos sem ter estudado, como forma de treino, e não obtive a aprovação em nenhum deles. Meu foco sempre foram cargos na minha área e, neste sentido, preparei-me de forma específica e intensa para três concursos no âmbito do Distrito Federal: para as secretarias de saúde; da criança; e de desenvolvimento social. Participei também do concurso para a Secretaria da Educação, mas, excepcionalmente, não fiz prova para um cargo específico na minha área. Foi a única vez que mudei meu foco e não obtive sucesso.
Dentro do meu foco, fui aprovada em três concursos, tendo sido reprovada em um deles na fase de avaliação psicológica por ter faltado no dia. Confundi-me com as datas, porque estava passando por um momento familiar difícil. Os concursos em questão foram os seguintes:
2014: Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal
Cargo: especialista em saúde – psicólogo
Colocação após resultado final do concurso: 228ª
2016: Secretaria de Estado de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude do Distrito Federal
Cargo: especialista socioeducativo – psicólogo
Colocação após resultado definitivo da 2ª fase do concurso (prova objetiva + prova discursiva): 94ª
Obs.: fui desclassificada na fase de avaliação psicológica, porque não fui no dia fazer a prova. Me confundi com as datas e perdi a avaliação psicológica. Não estava bem emocionalmente por conta de uma fase familiar difícil.
2019/2020: Secretaria de Desenvolvimento Social do Distrito Federal – SEDESDF
Cargo: especialista em assistência social – psicólogo
Colocação segundo resultado preliminar publicado em Diário Oficial no dia 25 de agosto de 2020: 5ª
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Carina: Este concurso em especial foi um processo bastante longo, difícil e estressante. Foram 5 fases eliminatórias, sendo 3 delas classificatórias. A ordem de classificação sofreu consideráveis mudanças durante o processo, muitas pessoas foram desclassificadas no meio do caminho e, além disto, o concurso foi paralisado duas vezes e teve uma prova anulada e refeita.
Ao ver meu nome na lista dos aprovados, senti que podia voltar a respirar, chorei muito e agradeci a Deus por ter me dado forças de seguir firme até o fim do processo. Dei o meu melhor até o fim, sem perder o ritmo de estudos e o nível de atenção com o processo. Não foi nada fácil, mas eu consegui. Fiquei muito feliz por ter conquistado um objetivo tão desejado, por ter sido aprovada para trabalhar onde há anos queria trabalhar. De todos os concursos que fiz este, com certeza, foi o meu maior foco. Sinto-me vitoriosa, empolgada e grata.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Carina: Não abdiquei o convívio social, porque ele é muito importante para a manutenção da saúde mental e, consequentemente, para o rendimento nos estudos. Mas com certeza minhas saídas eram pensadas com responsabilidade dentro da rotina de estudos e de trabalho. Aquelas que exigiam um desgaste maior de energia, envolvendo muitas pessoas, festas, virar a noite etc., eu fazia com uma frequência mais baixa, prioritariamente em ocasiões especiais.
De uma forma geral, priorizava nas horas de lazer e descanso atividades mais tranquilas, com menos gente, pessoas mais próximas.
Estratégia: Você é casada? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseira? Se sim, de que forma?
Carina: Namoro, não sou casada e não tenho filhos. Moro com meu pai e com dois irmãos. Minha família e meu namorado sempre entenderam e me apoiaram em minha caminhada como concurseira. Meu namorado também estuda para concursos, é bastante dedicado e sempre me deu a maior força.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Carina: Acho que tudo deve ser bem pensado dentro de uma estratégia. É importante fazer outros concursos para pegar ritmo de prova e para se adaptar ao ritual das provas objetivas e discursivas. Também como forma de se conhecer melhor neste contexto, identificar os próprios pontos fortes e fracos. Identificar aquilo que precisa de maior atenção durante os estudos ou o que precisamos melhorar em nossa postura, para podermos ir sempre melhor, mais perto de nosso objetivo.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Carina: Minha aprovação neste concurso certamente é resultado de uma estratégia de estudos a longo prazo. Desde a preparação para o concurso da Secretaria da Saúde, em 2014, venho estudando para obter a aprovação no âmbito do poder executivo do Distrito Federal. Muitos dos conteúdos básicos são os mesmos nestes concursos e, da mesma forma, os conteúdos específicos de psicologia também são geralmente os mesmos. Mantive meus estudos sempre focados nestes conteúdos que eram comuns a todos os concursos que me interessavam. Nesse período, busquei cursos que pudessem me ajudar a superar meus pontos fracos. Aqueles conteúdos específicos de cada concurso, estudei com intensidade a partir da abertura dos editais ou a partir de cursos específicos pré-editais.
Foi neste ritmo que cheguei para o concurso da SEDESDF com condições para concorrer a uma vaga. Direcionei especificamente meus estudos para este concurso assim que começaram a ser ofertados cursos específicos pré-edital. Matriculei-me e comecei a estudar os conteúdos indicados pelos professores. Segui nos cursos até o fim e aproveitei cada aula e cada material, intercalando sempre com a revisão dos conteúdos gerais anteriormente estudados.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Carina: Sim, com certeza. Particularmente, funciono bem com delimitação de horários, organização de agenda. No horário que delimitei para estudo, eu sento com meu material e estudo. Da mesma forma, respeito os horários delimitados para trabalho e para descanso.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Carina: O que mais utilizei na preparação para este concurso foram videoaulas, cursos em PDF e um aplicativo de revisão indicado por um professor, o AnkiApp.
As videoaulas são muito importantes quando estamos iniciando no estudo de algum conteúdo. Os professores nos introduzem no assunto, nos chamam a atenção para os pontos mais relevantes e nos ensinam a estudar para concursos. O ponto negativo das videoaulas é que, às vezes, elas nos tomam muito tempo de estudo. Deve ser pensado estrategicamente quais videoaulas assistir e em que momentos. As videoaulas também são muito boas quando estamos com a cabeça cansada para leituras ou quando precisamos nos motivar.
Os cursos em PDF são indispensáveis para o processo de aprendizagem de como se estudar para concursos. Quando estudamos leis ou normativas, por exemplo, por meio do estudo do material em PDF aprendemos de forma visual como fazer os destaques e como visualizar no texto aquilo que é mais importante para os concursos e/ou para cada banca. Quando os conteúdos a serem estudados são de cunho teórico, as aulas em PDF nos direcionam, nos apresentam e nos ajudam a economizar o tempo de pesquisas em livros ou outros materiais.
Os aplicativos de revisão ajudam de forma decisiva na conquista de pontos importantes para a aprovação dentro das vagas de um concurso. De qualquer forma, com a ajuda de aplicativos ou não, a rotina de revisões e de exercícios durante a preparação para um concurso é decisiva. Sou grata por ter conhecido o AnkiApp e o indico: agilizou muito minha rotina de revisões e me ajudou neste concurso de forma decisiva.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Carina: Conheci o Estratégia por meio de um amigo que dava aulas para concursos. Ele me indicou, eu entrei no site, dei uma olhada nos materiais e gostei. Meu primeiro curso do Estratégia Concursos, se não me engano, foi em 2015. Fiquei bastante satisfeita com o curso, com os professores, com o material e a partir daí fiz vários outros cursos também pelo Estratégia.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Carina: Para dar conta de todo o conteúdo do concurso, trabalhei com planos ou cronogramas de estudo. Inicialmente, fiz um plano até o lançamento do edital, a partir de cursos pré-edital e de conteúdos gerais que eu sabia que iriam cair por conta da natureza do concurso. Estudei basicamente pelas aulas, por resumos que eu já tinha de outros cursos e por exercícios.
A partir do lançamento do edital, fiz um novo plano, levando em conta o tempo até a prova e meu nível de domínio de cada conteúdo. Basicamente, o plano era iniciar com os conteúdos que eu não conhecia e, a partir daí, ir passando dos conteúdos que eu dominava menos para os que eu dominava mais.
Durante todo o plano, paralelo à linha principal de estudos, eu ia fazendo regularmente revisões e exercícios dos conteúdos que eu tinha um domínio médio, com uma grande frequência, e dos conteúdos que eu tinha um domínio alto, com menor frequência.
Na reta final, finalizei todo o conteúdo e fortaleci as revisões dos pontos em que sou mais forte.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Carina: A prova discursiva sempre me causava um frio na barriga e, no geral, uma insegurança que pode ser vista como dificuldade. Além disso, meus pontos mais fracos se concentravam mais em disciplinas gerais (direito administrativo, constitucional, etc.), mas sempre entendi as dificuldades nos conteúdos gerais como parte de um caminho a ser percorrido até que alcançasse um nível satisfatório de conhecimento, não como algo que me fizesse achar incapaz de aprender.
Durante todo o meu percurso de estudos, procurei identificar meus pontos fracos para que pudessem ser fortalecidos. Adquiri cursos específicos para as disciplinas que eram mais difíceis para mim. Assisti videoaulas, estudei as aulas em PDF, fiz exercícios e revisões.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Carina: Na reta final, seguindo meu planejamento, finalizei os estudos gerais e intensifiquei mais as revisões e exercícios. Estudei de forma intensa até o dia anterior à véspera da prova.
Na véspera, revisei alguns pontos de forma menos rígida e priorizei o descanso, para que pudesse chegar na prova com a cabeça o mais leve e o menos estressada possível.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Carina: Sempre considerei a prova discursiva como meu ponto fraco. Então, desde a época em que estava estudando para o vestibular e, posteriormente durante os estudos para concurso, fiz alguns cursos onde recebi orientações dos professores, ganhei mais confiança e pude treinar como ser mais objetiva para não perder tanto tempo de prova. Recomendo para quem tem dificuldade, buscar cursos específicos e orientação de professores.
É muito importante que seja dada a devida atenção à prova discursiva, porque além de ser eliminatória, na maioria das vezes, e de influenciar de forma definitiva a classificação, também pode causar muita ansiedade e prejudicar o desempenho na prova objetiva.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS.
Carina: O maior erro que cometi durante minha caminhada de estudos para concursos, não foi na preparação para este concurso, mas gostaria de citar porque foi decisiva para que eu conseguisse finalmente chegar à aprovação dentro das vagas agora: fui desclassificada em um concurso anterior por ter faltado a avaliação psicológica. Esse fato se deu porque na época não mantive a atenção necessária nos comunicados da banca. Anotei o cronograma e grudei na parede, mas a avaliação foi adiantada e eu só vi depois. Era a última fase do concurso. Foi um grande aprendizado: tão importante quanto estudar, é acompanhar o processo com atenção até o fim.
Como acerto, avalio que fiz uma boa estratégia de estudo para este concurso, conciliando as revisões e o aprimoramento dos meus pontos fracos, com minha disponibilidade de tempo e energia em meio a uma rotina pesada de trabalho e de dedicação às demandas de casa. Também aponto como acerto, ter mantido a disciplina e a persistência durante todo o processo.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Carina: Nunca pensei em desistir, mas este concurso em especial foi um grande desafio do início ao fim: um processo longo e extremamente estressante. Conseguir manter minimamente minha saúde mental até o fim para obter a aprovação, foi um desafio enorme e não sei se teria conseguido sem o apoio que recebi da família, do namorado e dos amigos. Adoeci algumas vezes no meio do caminho por conta do estresse e da sobrecarga, mas consegui, mesmo em meio às turbulências, me manter focada no objetivo.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Carina: Pessoalmente, sempre busco trabalhar e focar meu desenvolvimento profissional e pessoal em áreas que fazem sentido para mim, que me motivam, que me brilham os olhos. Mesmo que o caminho seja tortuoso, tenho sempre no horizonte minhas maiores motivações.
Uma dessas motivações que há anos esteve em meu horizonte, era poder trabalhar na Secretaria de Desenvolvimento Social do DF, que era justamente o propósito do processo seletivo em que fui aprovada dentro das vagas. Passar neste concurso específico e poder trabalhar na área que gosto de trabalhar e para a qual tenho competência profissional, foi sem dúvida minha principal motivação.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Carina: Meu maior conselho é: Persista! Não se paralise com as dificuldades, aprenda com elas e siga em frente. Mantenha o foco na caminhada e visualize as possibilidades a longo prazo: tenha consciência de que todas as suas escolhas têm consequências não imediatas, que vão muito além do presente.
Mesmo que não seja possível precisar a distância exata até seu objetivo, mantenha-se sempre caminhando em direção a ele, aprendendo. Cada passo dado é importante, mesmo nos momentos em que somos obrigados, por forças de contexto, a diminuir o ritmo ou a fazer algum desvio. Tenha fé, cuide de si e siga sempre em frente!
Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: [email protected]
Abraços,
Thaís Mendes