Aprovada no Concurso SEDEST DF
Confira nossa entrevista com a Ana Cláudia Rodrigues Maia, aprovada no concurso da Secretaria de Desenvolvimento Social do Distrito Federal, em 18º lugar para a especialidade Serviço Social:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formada em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Ana Cláudia: Eu sou Ana Cláudia, tenho 40 anos, sou cearense e moro em Brasília há 10 anos. Sou Assistente Social, formada em Serviço Social pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) com especialização em Família no contexto Sociojurídico, pela mesma Universidade.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Ana Cláudia: O principal campo de trabalho da (o) Assistente Social é oferecido pelo Estado (Federal, Estadual ou Municipal), através das políticas sociais, ou seja, Saúde, Previdência Social, Assistência Social… Portanto, o serviço púbico, desde que me formei, em 2002, sempre foi lugar em que planejei me realizar profissionalmente e ainda ter a tão sonhada estabilidade financeira.
Durante sua caminhada como concurseira, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Ana Cláudia: Iniciei os estudos para concurso público logo depois de concluir a graduação, mas infelizmente não havia muitos concursos para minha área ou quando saía algum edital, eram pouquíssimas vagas.
Em 2009 eu me inscrevi para o Concurso para Oficiais Temporários da Força Aérea Brasileira, para minha especialidade mesmo. Na época havia 12 vagas e eu consegui o terceiro lugar. Era a minha primeira aprovação em concurso (dentro das vagas). O problema é que tinha prazo de validade, 8 anos.
Foi esse concurso da FAB que me trouxe a Brasília, “terra dos concursos”, mas, sendo bem honesta, eu não conseguia mais me dedicar como antes. Eu havia perdido o hábito de estudar, porque minha vida passou a ter uma nova configuração: casamento, trabalho e outras demandas que surgiam.
Fiz alguns cursinhos presenciais, outros on line, mas não tinha concentração, procrastinava mesmo e o pior é que eu ficava me cobrando o tempo todo. Era um sofrimento! Isso me causava uma constante sensação culpa, porque acreditava que eu tinha a obrigação de estudar durante todo o meu tempo livre.
Em 2015, fiquei grávida e, depois que minha filha nasceu, tomei a decisão de parar de me cobrar. Escolhi adiar o compromisso com os estudos para me dedicar a minha família e ao meu trabalho até a data da minha “baixa”, maio de 2018. Foi uma decisão arriscada, dado que perdi algumas boas oportunidades de concurso, mas considero que para mim foi libertador!
Daí, quando fui dispensada da FAB, assumi o compromisso de me dedicar aos estudos, começando praticamente do zero. Estabeleci uma rotina que seguia à risca, como se fosse o horário do trabalho, e em pouco tempo, estudar voltou a ser um hábito novamente.
Comecei por um cursinho presencial, com foco no MPU, porque acreditava que esse seria o melhor jeito de me conectar com a realidade dos concursos novamente. Então comecei a descobrir canais no youtube, seguir professores, grupos e sites de questões… tinha tanta coisa ali na minha frente, bastava apenas eu esticar o braço.
Em quais concursos já foi aprovada? Qual o último? Em qual cargo e colocação?
Ana Cláudia: Vamos considerar de 2018 para cá… Eu fiz MPU, AGU, SEDESTMIDH (atual SEDES), SLU e EBSERH. Os dois primeiros para técnico administrativo e os últimos para minha área, Serviço Social. Eu não reprovei em nenhum, apesar de que nos concursos para técnico administrativo (altamente concorridos), eu não fiquei entre os classificados/classificáveis, mas foi muito importante para ver minha evolução do primeiro ao último. Os concursos para MPU e AGU, foram ainda em 2018, então, apesar da não classificação, eu fiquei bem satisfeita com os resultados, porque eu consegui me sair muito bem em determinadas disciplinas como Direito Constitucional, Administrativo e até Administração Financeira e Orçamentária rsrs… Isso mostrava que minha estratégia de estudos estava dando certo para mim, mas ainda precisaria comer muito feijão com arroz para ficar numa classificação melhor.
Então foram sendo publicados editais para minha área. Eu teria que mudar o foco e retomar os estudos que estavam parados há mais de 10 anos. A concorrência iria diminuir consideravelmente, mas eu teria esse desafio de estudar um conteúdo diferente daquele em que eu estava me dedicando.
Pesei todas as possibilidades, mas quando vi o edital da SEDES disponibilizando 67 vagas imediatas para assistente social, mais outras centenas para cadastro de reserva, eu tinha que agarrar aquela oportunidade. Para mim, mudar o foco no meio do caminho, foi uma estratégia ousada, mas, no final das contas, acertei na decisão, porque:
*SEDES: fiquei entre os 30 primeiros colocados (este concurso ainda não foi homologado, atualmente está na sua última fase que é o curso de formação e a prova de verificação de aprendizagem ainda pode alterar a classificação dos candidatos) mas seguimos confiantes;
*SLU era uma vaga para assistente social e a empresa homologou o resultado apenas com os três primeiros colocados (e eu não estava entre eles, mas fui bem na prova do CESPE rs);
*EBSERH foi o melhor resultado até aqui, apesar de o concurso não ter vagas imediatas, apenas cadastro de reserva, passei em sétimo lugar na prova objetiva e consegui subir para a primeira colocação após a prova de títulos.
Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/ classificados?
Ana Cláudia: Eu senti um mix dos melhores sentimentos que o corpo pode experimentar: alegria, prazer, dever cumprido, o retorno dos investimentos feitos, e ainda poder trabalhar com o que eu gosto, naquilo que eu me formei. Sensação maravilhosa. Acredito que toda pessoa que estuda para passar em concurso público merece ter seu nome publicado em Diário Oficial.
Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Ana Cláudia: Como eu havia me planejado, eu cumpria meus horários de estudos como se fosse o horário de trabalho, isso correspondia de 6 a 8 horas líquidas de estudo por dia de segunda a sexta. Então eu podia ter meus momentos de lazer com minha família e amigos. Mas quanto mais próximo estava da data da prova, mais eu me dedicava aos estudos (questões, revisões), ou seja, eu diminuía as saídas e aumentava a carga horária diária de estudos.
Você é casada? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseira? Se sim, de que forma?
Ana Cláudia: Sou casada há 9 anos e temos uma filha de 4 anos e meio. Não temos familiares em Brasília, mas construímos um círculo de amizade muito legal aqui. Nossos familiares moram no Ceará. Meu esposo sempre me apoiou, até porque ele também foi concurseiro até ser aprovado, em 2014. Hoje ele é empregado público. Ele “segurou as pontas” com as despesas, porque eu decidi parar de trabalhar para me dedicar inteiramente aos estudos.
Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior? (Se esse ainda não é o concurso dos seus sonhos, se possível, citar qual é e se pretende continuar se preparando para alcançar esse objetivo)
Ana Cláudia: Eu acredito que sempre vale o esforço de correr atrás dos seus objetivos. Acho que sempre devemos estar em movimento em busca do crescimento pessoal, profissional. Mas é importante ter sempre em mente aonde se quer chegar e ter bem claro o caminho a ser percorrido. Acho que se deve ter um pouco de cautela quando se decide mudar o foco. Por exemplo: carreiras fiscais, policiais, jurídicas, bancos… há uma diversidade de caminhos que podem ser trilhados e fica complicado dar conta do recado com qualidade. Então tudo tem que ser bem avaliado. No meu caso, ainda não fui nomeada nos concursos em que fui aprovada, mas hoje, vencida essa etapa da aprovação, meus planos estão direcionados para meu aperfeiçoamento profissional: mestrado, doutorado…
Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovada?
Ana Cláudia: Iniciei os estudos em junho de 2018, mas para a minha área mesmo, foi a partir de janeiro de 2019.
Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Ana Cláudia: Sim. Quando comecei a me preparar para concurso, tinha como foco o MPU até porque as disciplinas cobradas eram comuns à maioria dos outros concursos para técnico administrativo, mas o edital saiu praticamente um mês após eu iniciar os estudos. Quanto aos outros concursos, os editais já haviam sido publicados.
Como conheceu o Estratégia Concursos?
Ana Cláudia: Conheci o Estratégia (de fato) através de amigos concurseiros, porque eu já tinha ouvido falar muito bem dos professores, do material, das aulas… A turma do cursinho gostava de compartilhar material do estratégia: e-books de legislações, questões. Depois fui me inscrevendo nas aulas on line que me interessavam, disponibilizadas (gratuitamente) no canal e comecei a receber materiais diretamente no meu e-mail: aulas específicas de legislações, maratonas, resolução de questões…
Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Ana Cláudia: Como eu estava começando do zero, decidi iniciar os estudos em um cursinho presencial que ficava próximo à minha casa. E deu muito certo porque era como se eu tivesse saindo todos os dias para o trabalho, o que me proporcionou uma rotina de estudo e sem contar que o ambiente todo exalava concurso público e isso me deu mais intimidade com esse mundo. Fiz alguns amigos e fui aprendendo um pouco com as experiências deles. Fui montando minha estratégia de estudos para quando eu terminasse as aulas presenciais conseguir seguindo sozinha. Assistia às aulas pela manhã e à tarde eu ia para uma biblioteca e lá eu via videoaulas, resolvia muitas questões e também me dedicava à leitura das legislações.
Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Ana Cláudia: Sim, é verdade. E ainda tendemos a nos dedicar um pouco mais às matérias que nos identificamos. Mas como eu passei a estudar para os assuntos voltados para minha área de formação, havia um pouco menos de dificuldade. Como os editais já tinham sido publicados eu não tinha muito tempo para um estudo aprofundado de todas as matérias, então a melhor estratégia para mim foi organizar um cronograma semanal de estudos, que incluía leitura de livros sobre o Serviço Social (aqueles de leitura obrigatória para concursos) e resolução de questões (muitas questões) principalmente das disciplinas que eu não teria muito tempo para estudar ou aquelas em que eu tinha um pouco mais de dificuldade…
Outra coisa importante é a leitura das legislações: Estatuto da Criança e do Adolescente, do Idoso, da Pessoa com Deficiência, Lei Maria da Penha, Lei Orgânica da Assistência Social… Eu observei que a melhor estratégia para eu fixar toda a legislação era através da resolução de questões. Então eu fazia uma leitura prévia (tem que fazer), depois resolvia as questões. E uma curiosidade… as questões que eu errava, quando eu as corrigia, percebia que a matéria se fixava melhor, que eu não errava mais sobre aquele assunto.
Outra coisa que me ajudou muito foi assistir videoaulas específicas, maratonas de resolução de questões. Os professores sempre têm dicas, “bizus” que são muito valiosos. Como eu não estava trabalhando, estudava cerca de 6 a 8 horas por dia. Estudava uma disciplina pela manhã e outra à tarde, mas as matérias eram distribuídas de acordo com o que era cobrado no edital e de acordo com a minha dificuldade. Tentava seguir ao máximo meu cronograma de estudos para tentar fechar todo o conteúdo previsto no edital. E como agora estava focada na minha área, os conteúdos para uma prova certamente seriam aproveitados para as seguintes.
Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Ana Cláudia: Raciocínio Lógico é o meu maior “calo” e ainda é uma matéria que cai em um ou outro concurso da minha áera. Quando tenho dificuldade em algum assunto específico, gosto de assistir a videoaulas mais recentes e procuro resolver questões. Hoje em dia há várias formas de você estudar determinada matéria, mas você tem que correr atrás. Por exemplo, eu não gosto muito de Raciocínio Lógico, mas precisava aprender pelo menos o básico para concurso, então eu buscava várias aulas no youtube, até encontrar um professor que me apresentasse essa matéria de uma forma que eu compreendesse melhor e assim fiz com todas as matérias que eu tinha dificuldades, mas sempre resolvendo questões. Elas ajudam a fixar o conhecimento. Eu acho esse recurso das videoaulas dos canais dos professores ou de cursinhos, muito bom, porque todos têm acesso gratuito a uma aula de qualidade. Só tem que ter cuidado de encontrar um cursinho ou professor “confiável”, claro!
A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Ana Cláudia: Você disse bem: “estressante!”. Eu vou alterando a minha rotina à medida que a prova vai se aproximando. Acho que não sou um bom exemplo, porque eu não consigo relaxar. Aumento minha carga horária de estudos, durmo mal, quero estudar e revisar tudo ao mesmo tempo. Na véspera da prova então, fico muito ansiosa. Não durmo direito e sempre acho que está faltando revisar alguma coisa. Estudo o dia inteiro.
Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Ana Cláudia: Acho que meu principal erro foi negligenciar um pouco o Português. A gente sempre acha que já sabe, mas essa é uma matéria importantíssima, que não podemos subestimá-la em hipótese alguma. Eu me dediquei muito às legislações e à parte específica e negligenciei um pouco o português. O meu diferencial para essa prova da SEDES, acredito que tenha sido a resolução de questões sobre as legislações integracionistas e inclusivas. Elas constituíam a parte de conhecimentos básicos da prova. Caiu praticamente uma questão de cada uma dessas principais leis. Acho que muita gente boa ficou de fora por causa disso, mas estudar lei é realmente mais “chatinho” mesmo.
O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Ana Cláudia: Estudar para concursos é uma tarefa muito árdua, exige dedicação, disciplina e abdicações, especialmente para aquelas pessoas que não têm outra opção a não ser estudar, como era o meu caso. Eu já estava há quase dois anos fora do mercado de trabalho e me desesperava pensar em trabalhar em um lugar sem ter estabilidade. Então, desistir não passou pela minha cabeça, mas reconheço que tive a sorte de poder ter feito esses concursos em um prazo tão curto (cerca de 1 ano).
Qual foi sua principal motivação?
Ana Cláudia: Como eu falei no início, pela minha formação, o serviço público seria o meu principal campo de trabalho. Servir ao público e com estabilidade me traz a segurança para investir no meu aprimoramento profissional.
Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Ana Cláudia: Persista!!! Felizmente o ser humano é muito diverso. O que serve para mim, pode não servir para o outro e a recíproca também pode ser verdadeira, mas eu acredito que para quem decidiu investir o que lhe é mais precioso, seu tempo, nessa empreitada, é muito importante começar definindo um direcionamento, um norte. Não será fácil, mas com organização, disciplina e dedicação, o processo pode até se tornar menos “sofrido” e quando você menos esperar, verá seu nome publicado em um Diário Oficial. Lembre-se de que sempre vale a pena estudar, porque todo o tempo investido contribuirá de alguma forma para seu crescimento. Desejo muito sucesso a todos aqueles que decidirem se dedicar na busca pela aprovação, mas, sobretudo, na nobre missão que é servir ao público!!!