Aprovado em 288° lugar no concurso da Receita Federal do Brasil para o cargo de Analista Tributário
Concursos Públicos
“[…] O importante é começar, ainda que sejam poucas horas por dia, inicialmente é preciso criar o hábito, depois com o tempo vai aumentando a carga horária […]”
Confira nossa entrevista com Wagner Vicentin, aprovado em 288° lugar no concurso da Receita Federal do Brasil para o cargo de Analista Tributário:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Wagner Vicentin: Meu nome é Wagner Vicentin, tenho 39 anos. Sou natural de Pitanga/PR, mas vivo desde criança em Dourados/MS. Sou graduado em Biologia (licenciatura) e tenho mestrado e doutorado em Ecologia.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Wagner: Vejo concursos públicos como uma forma mais democrática de conseguir ocupar cargos com remunerações melhores e que podem proporcionar uma qualidade de vida melhor. Há algum tempo venho pensando em algumas mudanças profissionais, por isso optei por voltar a estudar focado em concursos.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Wagner: Eu trabalho 30 horas semanais, então eu consegui reservar uma boa carga horária para me dedicar aos estudos. Inicialmente, comecei com 3 horas diárias, mas depois que saiu o edital, aumentei para mais de 6 horas diárias líquidas.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Wagner: Sou formado em Ciências Biológicas (Licenciatura), então prestei alguns concursos ligados à área de formação. Não me recordo em quais posições, mas já fui aprovado e nomeado em concurso para professor da educação básica do Estado do Mato Grosso do Sul e Assistente em Administração da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Não tomei posse em nenhum desses, pois optei por seguir fazendo pós-graduação. Em 2012, fui aprovado em 5º lugar para o cargo de Técnico em Assuntos Educacionais e, mesmo estando cursando meu doutorado, resolvi tomar posse, cargo esse que ocupo atualmente.
Mesmo após aprovado para o cargo de Analista Tributário da RFB, continuo estudando.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Wagner: Durante a preparação, resolvi focar somente nos estudos, visto que o tempo era curto e por quatro meses me dediquei exclusivamente ao concurso da RFB. Saía esporadicamente com a família e com amigos, apenas quando eu precisava descansar ou espairecer um pouco.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Wagner: Poucos amigos sabiam que eu estava disposto a mudar de profissão/cargo. Minha família me apoiou muito durante a minha preparação e entendeu que durante este período eu precisaria me ausentar um pouco.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Wagner: Sou aluno do Estratégia há mais de um ano e meio. Inicialmente não tinha nenhum concurso em mente, por isso estudei sem muita disciplina ou frequência, mas resolvi começar com Direito Constitucional, Direito Administrativo e Contabilidade. Foi quando no meio do ano de 2022 soube da expectativa da publicação do edital do concurso da Receita Federal. Em dezembro de 2022, quando o edital foi publicado, foi que eu realmente decidi me dedicar ao estudo das disciplinas específicas. Então podemos dizer que focado no edital, eu estudei aproximadamente 4 meses, mas eu já tinha visto estas três matérias que mencionei, ainda que sem muita metodologia ou direcionamento.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Wagner: Desde que resolvi voltar a estudar para concursos, sempre utilizei os materiais do Estratégia, justamente porque há uma excelente diversidade de materiais e metodologias para auxiliar na preparação. Eu utilizei muito os PDFs, mapas mentais, resumos e para algumas matérias como Contabilidade e RLM, eu assistia muito às videoaulas. Gostava muito de utilizar as questões dos PDFs, pois eram todas de concursos recentes feitos pela FGV, isso me ajudou muito a me preparar especificamente para o estilo da banca. Outra ferramenta que me auxiliou muito foi a Trilha Estratégica, pois como o tempo no pós-edital foi relativamente curto, a trilha direcionava os estudos às matérias que tinham maior porcentagem de incidência, além de lançar o desafio de cumprir metas semanais. Lembro que eu encarava a Trilha Estratégica como um jogo, em que eu tinha que cumprir uma meta para passar de fase semanalmente. Foi muito bom, pois mesmo correndo contra o tempo, consegui ter um estudo focado e de qualidade.
Próximo ao período da prova, quando já estava cansado de ficar sentado em frente ao computador, utilizei muito os vídeos preparados como revisão especificamente para a banca do concurso, como por exemplo: preparação turbo, Hora da Verdade e Revisão de Véspera. Essas videoaulas auxiliaram muito na revisão, fixação e até mesmo no saneamento de algumas dúvidas dos conteúdos.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Wagner: Conheci nas redes sociais, quando comecei a procurar por cursinhos preparatórios para concursos.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Wagner: Iniciei os estudos diretamente com o Estratégia.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Wagner: O direcionamento do material para aquilo que tem maior incidência de cair, com certeza é um diferencial, isso é notório na resolução de questões dos PDFs e nas aulas de revisão que os professores preparam no pós-edital. Na prova do Senado Federal, tive uma ideia sobre como era o português cobrado pela FGV, vi que precisava melhorar muito, mas não teria tempo para estudar todo o conteúdo. Foi quando eu vi o curso “Português para a FGV”, em videoaulas, da Profª Adriana Figueiredo. Fez toda a diferença na minha preparação para essa disciplina. Esse é um exemplo de como o material é focado e adaptado para a preparação, que é fundamental em concursos.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos? (Estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Quantas horas líquidas estudava por dia?)
Wagner: Um pouco antes de sair o edital, assinei o pacote premium para ter acesso à Trilha Estratégica. Mas somente após o edital é que levei os estudos mais a sério e comecei a utilizar a trilha pós-edital. Foi a partir disso que eu comecei a sistematizar e a medir os meus estudos, estudando os ciclos das matérias conforme as tarefas semanais. Durante o mês de dezembro, aproveitei o recesso de final de ano e só estudei, direto, sem parar para natal e ano novo. Em janeiro eu estava trabalhando, mas, mesmo assim, consegui dedicar 6 horas líquidas por dia. Depois, eu tirei férias que estavam acumuladas e só estudei, até o dia da prova, 19/03/2023. Durante as férias, eu aumentei a carga horária para oito horas líquidas diárias. Faltando um mês para a prova, parei com os conteúdos novos e com a trilha, obviamente não consegui ver tudo, mas preferi solidificar bem aquilo que tinha estudado. Seguindo as orientações dos professores, me dediquei a resolver muitas questões e revisar pelos mapas mentais e resumos disponibilizados na plataforma, principalmente das disciplinas com previsão para cair na discursiva. Eu consegui ver todo o conteúdo de Direito Tributário, Legislação Tributária, Direito Previdenciário e Legislação Aduaneira. Direito Constitucional e Direito Administrativo, eu fechei algo em torno de 80% do conteúdo.
Hoje fui olhar a planilha de estudos, estudei de domingo a domingo e, no último mês, fiz uma média de 65 horas líquidas semanais, 9 horas diárias. Na penúltima semana foi o meu recorde: 75 horas líquidas. Foi uma loucura, eu comia, dormia e respirava o concurso da RFB, mas vejo que valeu a pena, o resultado veio e agora sigo nas próximas etapas.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Wagner: Durante os estudos eu fui anotando meus pontos fracos e de tempos em tempos, retornava naquele assunto, para tentar reter melhor o conteúdo. Fiz muitas questões do PDF e lia todos os comentários das resoluções. Fiz apenas dois simulados, lembro que no primeiro eu levei bomba, pois fiz sem nenhuma estratégia e demorei demais em algumas questões. No segundo simulado, seguindo as orientações do professor Thomas, fiz primeiro os conteúdos que eu tinha maior segurança e deixei as questões que demandariam tempo de interpretação ou resolução por último. Essa dica foi fundamental para o meu resultado, porque consegui resolver as duas provas (matutino e vespertino) com mais calma, deu para controlar a ansiedade e, o melhor de tudo, sobrou tempo no final para revisar algumas questões mais complicadas, fazer a discursiva e passar tudo para o gabarito.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Wagner: Pra mim foi muito importante, como eu disse, os comentários nas resoluções das questões foram fundamentais, pois além de você saber qual era a resposta correta, os comentários ajudavam a entender porque as outras respostas estavam erradas. Na minha planilha constam que eu resolvi 4.555 questões. Gostaria de ter feito mais, mas não deu tempo.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Wagner: As mais difíceis pra mim foram Contabilidade e Raciocínio Lógico, tive muitas dificuldades no início. Gastei muito tempo com contabilidade, porque eu tentava resolver as questões após a leitura do PDF e simplesmente não conseguia. Seguindo também as orientações do professor Thomas, resolvi assistir as aulas para cada conteúdo de Contabilidade, passei por três professores até conseguir achar o prof. Silvio Sande. Na minha opinião ele é o melhor, explica muito bem e no nível de detalhes que eu precisava, saindo da estaca zero, entendendo o conteúdo e finalmente conseguir resolver as questões. Acertei 80% de Contabilidade, nem acreditei quando vi. Sou extremamente grato ao professor Silvio Sande por isso.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Wagner: Dediquei-me exclusivamente ao concurso. Nada de vida social ou redes sociais. Tirava uma hora por dia para fazer alguma atividade física e sair um pouco de casa, geralmente fazia uma hora de caminhada ou yoga, para alongar as pernas e a coluna. Lembro que ficar o dia todo sentado na frente do computador dava algumas dores nas pernas e nas costas, então a caminhada e a yoga me ajudaram bastante.
Estudei até a véspera da prova, no último mês fiz apenas revisões, assisti muito às videoaulas direcionadas para a revisão, como por exemplo, Preparação Turbo e a Hora da Verdade. Lembro que a Profa. Nelma deu várias questões na hora da verdade que caíram na prova, uma que eu lembro perfeitamente foi a explicação sobre a ADPF, caiu na prova e eu acertei. A Profa. Nelma é excepcional e muito certeira na análise do perfil da banca, assim como o Prof. Herbert em Direito Administrativo. Acho que as revisões desses dois professores jamais podem faltar na véspera de qualquer concurso.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Wagner: Para a discursiva eu assisti algumas dicas dos professores do Estratégia, mas o principal foi o curso “Oficina de Discursivas”, que fiquei conhecendo pelo Prof. Bruno. Nesse curso, fiz a resolução de algumas provas e olhei a resolução de todos os temas. Gostaria de ter tido mais tempos para resolver todos os temas, acho que é muito importante praticar a discursiva para se ter uma noção do tempo e como organizar as ideias. A nota da discursiva fez muita diferença na minha classificação, ganhei pouco mais de 150 posições e me colocou dentro do quadro de vagas imediatas.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Wagner: Meu principal erro foi não ter estudado de forma sistematizada, com ciclo de matérias e com carga horária diária dedicada aos estudos desde o início, de quando se cogitava já a possibilidade do concurso da RFB. Na época eu pensava em fazer para o cargo de Auditor Fiscal, mas como não levei muito a sério desde o início, quando saiu o edital e vi a quantidade de conteúdo, percebi que não seria possível. Recalculei a rota para o cargo de Analista Tributário e estudei de forma sistematizada somente no pós-edital, por isso foi muito corrido e desgastante.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Wagner: Em nenhum momento pensei em desistir, mas mesmo sabendo que estava dando o meu melhor, achei que não conseguiria, devido ao tempo.
A minha principal motivação foi o desejo de mudar de carreira, visto que já sou servidor federal em uma universidade, mas há algum tempo que eu vinha perseguindo mudanças e novos desafios profissionais. Além de almejar uma remuneração e carreira melhor. Todas as vezes que eu estava cansado ou menos estimulado, pensava no contracheque melhor e nos benefícios que a carreira poderia me proporcionar.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Wagner: Nunca me vi trabalhando na iniciativa privada, visto que as melhores oportunidades de modo geral são menos acessíveis e menos isonômicas. Por outro lado, os concursos públicos podem proporcionar carreiras mais promissoras, tanto do ponto de vista financeiro como de qualidade de vida.
Venho de uma família sem muitos recursos financeiros, sempre estudei em escolas e universidades públicas e, desde que me entendo por gente, sempre confiei nos estudos como uma forma de melhorar as condições da minha família.
Estudar para concursos de carreiras de alto nível, como as de fiscal, auditoria, controladoria e outras, requer muita disciplina. O importante é começar, ainda que sejam poucas horas por dia, inicialmente é preciso criar o hábito, depois com o tempo vai aumentando a carga horária. Além disso, é de fundamental importância sistematizar os estudos desde o início e ter metas diárias. O estudo em ciclos ajuda a ter um maior equilíbrio nos conteúdos de todas as matérias. Ter metas bem definidas auxiliam na avaliação do progresso dos conteúdos e servem como pequenas recompensas a cada tarefa cumprida.
Depois do concurso da RFB, tirei uns 10 dias de folga e não parei mais de estudar. Continuo mirando na carreira de auditor fiscal, seja da RFB, ou de algum fisco municipal ou estadual. Assinei a Assinatura Vitalícia do Estratégia, então, agora tenho acesso a todas as ferramentas e conteúdos que necessito para continuar até passar.