Aprovado no Concurso Receita Federal
Olá, amigos do Estratégia!
Como diz meu amigo Sérgio Mendes, “como é bom estar aqui”! J
Hoje irei entrevistar o Marcos Marino, aluno do Estratégia Concursos aprovado no concurso de AFRFB / 2012 em 33º lugar. O que mais nos chama a atenção no Marcos é que ele conseguiu essa façanha com apenas 21 anos de idade. Nessa época da vida, a maioria das pessoas nem terminou a universidade… Eu, por exemplo, quando tinha 21 anos de idade, nem sonhava em fazer concurso! Nos meus 21 anos, eu estava é com uma mochila nas costas e um capacete na cabeça (vida de Academia Militar é dureza! rs)
Bem, o Marcos Marino vai nos contar hoje um pouco daquilo que é necessário para ser aprovado em um dos concursos mais cobiçados de todo esse Brasil! Essa é mais uma história que nos mostra que é possível realizar nossos sonhos! Às vezes, eles podem parecer muito distantes, mas a dedicação, a persistência e a vontade de vencer podem
torná-los cada vez mais próximos!
Ricardo Vale: Marcos, grande satisfação falar contigo! Como é que se consegue uma vitória tão grande dessas com apenas 21 anos? Conte-nos um pouco da sua história! Qual é a mágica? J
Marcos Marino: Primeiramente, muito obrigado pelo convite e pelas palavras, fico honrado de poder dar essa entrevista ao Estratégia, que me ajudou muito nessa trajetória. Considero uma grande satisfação poder falar com o senhor e poder contar um pouco da minha experiência para os concurseiros de todo o Brasil.
Comecei a pensar em concursos com 17 anos, estava saindo do colégio sem saber muito bem que curso fazer na faculdade. Naquela época, minha mãe me deu a dica de conversar sobre concursos com um casal de vizinhos que são fiscais do ICMS SP e eles me indicaram o curso de Ciências Contábeis como o mais apropriado para concursos da área fiscal e eu segui a dica deles. Durante a faculdade, eu conciliava os estudos para concursos com as matérias acadêmicas. Acredito que para passar em um grande concurso são necessárias três coisas: estudo com seriedade, planejamento e bons materiais. Enfim, acho que não existe mágica (rs).
Ricardo Vale: Você fez outros concursos além do de Auditor-Fiscal RFB 2012?
Marcos Marino: Fiz sim, sabia que seria importante pegar experiência de prova. Prestei 8 (oito) concursos no total, em apenas um eu me desviei do meu foco, que foi o TEFE SP, os demais havia prestado para ganhar experiência de como fazer provas, sem me preocupar com as matérias específicas. Recomendo muito aos colegas fazerem provas, acho que desse modo você aprende como controlar o nervosismo e como aplicar uma estratégia de prova.
Ricardo Vale: Quando é que surgiu a vontade de entrar na Receita Federal? Esse sempre foi o seu sonho? Quais foram as razões que o levaram a estudar para o concurso da Receita Federal?
Marcos Marino: Sempre tive em mente dois cargos: AFR-SP e AFRFB. Estaria imensamente feliz quando conseguisse a aprovação em qualquer um dos dois. Gostava muito da carreira de AFRFB, mas as razões para o estudo eram outras: estabilidade e boa remuneração. É lógico que me encantava o fato de trabalhar em um órgão respeitado como a Receita Federal do Brasil.
Ricardo Vale: Pelo que entendi, você fazia faculdade e estudava para a Receita Federal ao mesmo tempo, não é? Como conseguia conciliar as duas atividades?
Marcos Marino: Sim, isso mesmo. Bom, como algumas disciplinas na faculdade eram parecidas com as matérias cobradas no concurso, não tive muito problema para conciliá-las. Fazia faculdade no período noturno, então estudava durante o dia para o concurso e à noite ia para faculdade. Muitas das aulas serviam de revisão para a matéria cobrada no certame.
Ricardo Vale: Como era sua rotina de estudos? Quanto tempo disponibilizava diariamente?
Marcos Marino: Antes da publicação do edital, estudava em torno de 7 horas por dia: 08:00 – 10:00; 10:30 – 12:30; 14:30 – 16:30; 17:00 – 18:00. Não foi sempre assim! Havia épocas que o estudo rendia menos (ou rendia mais). Acredito que a partir de 2011 é que o estudo ficou constante. No pós edital, estudava o máximo que podia (rs), acredito que algo em torno de 8-9 horas por dia. Todo o estudo feito em casa ocorria de segunda a sexta, nos finais de semana eu costumava fazer cursinhos ou então descansava (todo mundo merece né, rs).
Com o tempo, o estudo vai se tornando mais dinâmico, pois o concurseiro passa a necessitar olhar menos a teoria e fazer mais exercícios. Aqui é que se encontra o diferencial (pelo menos é o que eu acho), o concurseiro deve revisar a teoria periodicamente e “detonar” muitos exercícios, virar uma verdadeira máquina de resolver provas (rs). Houve uma época em que eu fazia meia hora de revisão e outras seis horas e meia de resolução de exercícios (a maioria comentados).
Ricardo Vale: Você fez cursos presenciais ou estudava apenas por vídeo-aulas e cursos em .pdf?
Marcos Marino: Fiz todos os tipos de cursos. Mas com certeza me adaptei melhor com cursos em .pdf. Achava que desse modo o estudo rendia mais, pois era eu quem ditava o ritmo da aula. Conseguia, assim, tirar o máximo de mim.
Ricardo Vale: Ao estudar por cursos em .pdf, você imprimia ou lia tudo na tela do computador?
Marcos Marino: Imprimia. Gostava muito de ir grifando as palavras importantes, aquelas que me ajudariam em uma futura revisão.
Ricardo Vale: Quando você iniciou os estudos para Auditor-Fiscal RFB, estudou todas as matérias ou apenas as básicas e foi incrementando com outras matérias aos poucos?
Marcos Marino: Estudei as básicas primeiro. Com o tempo, e sentindo segurança naquilo que já foi estudado, eu incluía as demais matérias que estavam em comum nos cargos de AFR-SP e AFRFB. Após essa fase inicial, os boatos eram mais fortes para o concurso da Receita Federal, desse modo comecei a estudar as matérias específicas desse concurso, até ver todo o seu edital passado.
Ricardo Vale: Você tinha mais dificuldades em alguma disciplina?
Marcos Marino: Estatística, com certeza (rs). Foi difícil encará-la. Acredito que todo concurseiro tem uma matéria que não goste. O segredo é contornar a situação, buscar entender os princípios da disciplina, para não ir tão despreparado para a batalha.
Ricardo Vale: Quando esse edital saiu, vi muito concurseiro que se preparava há anos ficar desesperado com as novas matérias (Legislação Aduaneira e Legislação Tributária). Como foi no seu caso? Ficou calmo ou também teve um momento de desespero?
Marcos Marino: Acredito que a maioria dos candidatos ficou um pouco nervosa com as novas matérias. Quando as vi no edital pensei: “Todos estão no mesmo barco, então não tem por que se desesperar”. Dificilmente alguém estava estudando essas disciplinas antes do edital sair e isso me deixava mais tranquilo.
Ricardo Vale: Qual foi sua estratégia de estudos no pós-edital? Você se concentrava nas matérias de maior peso ou distribuía seus estudos de maneira mais homogênea?
Marcos Marino: No pós edital, busquei estudar com mais afinco as matérias “novas” e aquelas que tinham maior peso. A importância de estudar as matérias básicas com antecedência se justifica nesse momento, quem já estava “craque” nelas teve mais tempo parar aprender as novas. Como já havia estudado todas as matérias que caíram no concurso anterior antes da publicação do novo edital, eu pude apenas revisar as matérias “antigas”.
Ricardo Vale: Como foi seu estudo para a prova discursiva?
Marcos Marino: Confesso que aqui cometi um erro. Só comecei a estudar para a discursiva após a prova objetiva. Acredito que hoje o concurseiro tem de se preparar para a discursiva antes da publicação do edital, pois a tendência é que os próximos concursos exijam sempre essa nova fase. No meu caso, após a prova objetiva, fiz um curso de técnicas de redação com correção e outro de temas prováveis de serem cobrados na segunda fase.
Ricardo Vale: Quais conselhos você daria a alguém na semana anterior à prova? Ler resumos ou fazer exercícios? Estudar pesado ou pegar mais leve?
Marcos Marino: Na semana da prova os ânimos estão exaltados. Acredito que o concurseiro deve fazer aquilo que o relaxe mais. No meu caso, eu revisava por meio dos meus resumos. Estudei bem de leve nessa semana. Porém, também já ouvi dizer que há concurseiros que estudam pesado até o último momento, desse modo eles se sentem mais confiantes, cada um tem seu jeito. A única coisa que aconselho é não tentar estudar um assunto novo e complexo, tentar aprender Controle de Constitucionalidade na semana da prova é derrubar sua auto estima (rs).
Ricardo Vale: O que você considera que foi o fator decisivo na sua aprovação?
Marcos Marino: Planejamento, com certeza! Eu era extremamente organizado com as minhas estratégias de estudo. Tudo deveria estar correndo do jeito que eu havia planejado. Acho que essa rigidez é que me fez ficar focado por tanto tempo. Acho que a falta de planejamento e organização deixa tudo muito vago e, assim, o concurseiro se perde facilmente. Eu tinha uma planilha em que controlava meu índice de acerto, horas estudadas… Ela está no fórum dos concurseiros para ser baixada por qualquer um. Já aviso aos concurseiros, tirem a planilha como um modelo, adaptem as suas necessidades e façam de modo que fique mais dinâmico para vocês.
Ricardo Vale: Nos momentos em que você estava cansado ou desanimado, o que conseguia manter sua motivação?
Marcos Marino: A minha maior fonte de motivação foi a minha namorada, Vanessa. Sempre quando estava desanimado, ela me fazia perceber que estava no caminho certo e que deveria seguir em frente. Meus familiares e todas as pessoas que estavam ao meu redor também me ajudavam muito, eles acreditavam que um dia eu ia chegar lá. Confesso que tudo ficava mais fácil com o apoio de todos eles. Meus amigos também foram importantes na minha preparação, eles entendiam que eu precisava me ausentar e mesmo eu tendo apenas um assunto durante toda a minha faculdade (CONCURSO), eles me aguentaram (rsrs).
Ricardo Vale: O que você aconselharia a alguém que vá iniciar hoje seus estudos para a Receita Federal?
Marcos Marino: Procure um aprovado no concurso dos seus sonhos, ou da sua área de concursos (área fiscal, por exemplo). Meu pai sempre me diz: “Se você quer fazer algo, procure alguém que já foi bem sucedido naquilo”. Eu tive a sorte de encontrar o Professor Daniel Christovam, que amigavelmente chamo de mestre (rs), que passou no AFR-SP 2009 e AFRFB 2009. Ele me guiava por tudo que eu iria passar. Sempre escutei atentamente as dicas dele, ele já havia trilhado por esse caminho e me ajudaria a perceber os erros. Hoje, com o fórum dos concurseiros os colegas podem encontrar vários “mestres”, basta ler seus depoimentos, as suas dicas nas salas de bibliografias. Preste muita atenção quando eles quiserem dar uma dica, eles já passaram por tudo isso e querem te ajudar.
Também diria para o concurseiro focar em apenas uma área. Se em apenas uma área o concurseiro já tem que estudar quase 20 disciplinas, imagina focando em duas diferentes? O foco é uma parte fundamental na preparação para o concurso.
E por último, diria para o concurseiro levar esse projeto a sério. O estudo para concursos é trabalhoso e exige de você muita perseverança. Só passa quem estuda.
Ricardo Vale: Se você tivesse que apontar algum erro na sua preparação, qual seria? Por outro lado, quais você acha que foram seus maiores acertos?
Marcos Marino: Acho que meu maior erro foi não ter me dedicado ao português desde o começo. Só fui melhorar nessa matéria em junho de 2012, o que me tomou muito tempo de estudo das outras disciplinas. Acredito que meu maior acerto foi ter prestado outros concursos antes do AFRFB, muitos deles eu nem poderia assumir por não ter concluído o ensino superior, mas não estava indo para passar, queria ganhar experiência de prova.
Ricardo Vale: O que foi mais difícil nessa vida de concurseiro?
Marcos Marino: Acho que, pela pouca idade, o que mais me abatia era não poder sair tanto com a minha namorada e os meus amigos. Mas sempre colocava em mente que isso seria passageiro e que em pouco tempo eu poderia aproveitar tudo com mais tranquilidade. Vejo hoje que valeu muito a pena, e faria tudo de novo. Ainda sou bem novo, e com a tão sonhada segurança posso aproveitar muito ainda.
Ricardo Vale: Diga-me uma coisa: só os gênios passam na Receita Federal? J
Marcos Marino: De jeito algum! (rs) Confesso que no colégio eu era da “turma do fundão”. Prestava atenção na aula para não estudar em casa (rs). Na faculdade tive que incorporar uma posição mais madura, até porque muitas matérias eram cobradas no certame. Sempre levava com muita seriedade aquilo que poderia um dia cair na minha prova.
Ricardo Vale: Agora que você já está só esperando a nomeação para o cargo de Auditor-Fiscal RFB, quais são seus planos para o futuro?
Marcos Marino: Penso em descansar um pouco no momento. O concurso foi uma verdadeira batalha, o que exigiu muito do psicológico dos candidatos. Em seguida, quero me dedicar à função de AFRFB e possivelmente dar aulas no futuro. Antes de isso tudo (rs), estou avaliando a possibilidade de concorrer para o cargo de AFR-SP.
Ricardo Vale: Não sei se o pessoal que irá fazer a prova do ICMS-SP ficou feliz com essa notícia! J Tô achando que eles já podem contar com uma vaga a menos! (rs).
Grande Marcos, nós sabemos que existem milhares de concurseiros Brasil afora, que labutam diariamente na busca pelo cargo público dos sonhos. Para finalizar nossa entrevista, deixe uma mensagem para esses colegas que querem chegar onde você chegou!
Marcos Marino: Colegas concurseiros, nunca desistam dos seus sonhos. Paguem o preço! Digo isso porque eu paguei o preço e nunca me arrependi disso. Estudem com afinco, planejamento e bons materiais. A sensação de ver o seu nome no Diário Oficial é mágica, não tem preço. Se você que está lendo isso agora não está conseguindo atingir suas metas de estudo, mude, aja, não deixe o tempo passar, dar a volta por cima depende exclusivamente de você!
Gostaria de aproveitar o espaço e agradecer a Deus e a todos que contribuíram para essa conquista: Vanessa, pais, irmãos, familiares, amigos e professores. A vocês o meu muito obrigado!