Aprovado no Concurso PRF (RS)
“Acredito que o principal é manter a cabeça no lugar, com foco, determinação e organização para o estudo render bem. E quanto mais rápido cada um encontrar o seu método de aprendizagem, mais fácil vai ficar o caminho até a aprovação.”
Confira nossa entrevista com Bruno Pires Weber, aprovado em 26º lugar no concurso da PRF para o estado do Rio Grande do Sul:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Bruno Pires Weber: Sou formado em Engenharia Civil, pela Universidade Federal de Santa Maria, em Santa Maria/RS. Tenho 32 anos e sou natural de Cachoeira do Sul/RS.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial?
Bruno: Logo que me formei, em 2013, não estava muito satisfeito com a empresa que trabalhava, e acabei saindo na rescisão do contrato para estudar para concursos. Porém, acabei estudando muito pouco na época e, seis meses mais tarde, estava trabalhando novamente. Então, a ideia já existia, só havia ficado de lado. Em 2015 acabei sendo demitido por corte de custos da unidade. Este fato me pegou de surpresa e, dessa vez, abdiquei de procurar emprego e decidi estudar pra valer. No começo, eu estudava exclusivamente para minha área de formação, porém foi uma época de “vacas magras”, pois houve poucos concursos grandes para engenheiro civil (TCE/SC foi um excelente concurso, mas acabei não sendo aprovado). Então com o tempo passando, minha namorada já sendo servidora pública da área de segurança pública, acabei sendo convencido a partir para a área policial, pois ia sair um concurso para agente penitenciário no RS, cujo salário era interessante. Acabei fazendo este concurso e sendo aprovado. Acabei gostando da área, não somente do trabalho, mas da parte teórica também, especificamente direito penal e processual penal.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Bruno: Quando eu comecei a estudar pra valer mesmo, que foi em março de 2015, era só estudos. Com a aprovação na SUSEPE/RS em 2017, comecei a trabalhar em 2018 e aí conciliei trabalho e estudo, mas não foi muito difícil pois o trabalho era em regime de plantão.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Bruno: Fui aprovado no concurso da Superintendência dos Serviços Penitenciários (SUSEPE/RS) para agente penitenciário em septuagésimo lugar, onde atuei por dois anos. Posteriormente, fui aprovado no último concurso da PRF, realizado em 2019, em vigésimo sexto lugar no estado do Rio Grande do Sul, pois foi um concurso regionalizado. Neste meio tempo, também fui aprovado para engenheiro civil da prefeitura de Torres/RS em quinto lugar, porém não tomei posse em virtude de já estar no Curso de Formação da PRF.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados na primeira fase do certame?
Bruno: Foi um momento de bastante felicidade e um certo alívio, pois pela minha pontuação eu já tinha uma expectativa de estar classificado.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Bruno: Durante a preparação, se eu estava estudando sem edital, eu não abdicava da vida social, pois ela até ajuda o concurseiro a não enlouquecer. Porém, quando tinha edital eu focava nele, abdicando bastante do convívio social. Era difícil, mas precisava ser feito.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Bruno: Tenho namorada há quase 6 anos, e moramos juntos há 5, então já configura como uma união estável. Não temos filhos ainda. Minha família sempre deu total apoio, meu pai é servidor público aposentado e tenho outros familiares e amigos que são servidores públicos, inclusive na própria PRF um grande amigo. Minha namorada sempre deu o maior apoio. Ela também segue estudando, então isso ajuda muito, pois um apoia o outro. Com certeza, essa vitória foi dela também. Além disso, não posso deixar de fora a história do meu primo mais velho, que ficou cerca de 8 anos na luta dos concursos, e agora está na PGE/RS. Então sempre tive bons exemplos próximos para não desistir.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior? (Se esse ainda não é o concurso dos seus sonhos, se possível, citar qual é se pretende continuar se preparando para alcançar esse objetivo).
Bruno: Acredito que o melhor mesmo para desempenho é manter uma linha de raciocínio com o objetivo principal, mesmas matérias e mesmo tipo de concurso (policial, fiscal, tribunais). Se começar a querer fazer todas as provas que forem aparecendo sem distinção, isso pode atrapalhar.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Bruno: Direcionado apenas para a PRF foram 8 meses, pois recomecei estudando para a PF e segui o mesmo rumo, visto que ambos têm material parecido.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Bruno: Sim, é a parte mais complicada. Eu sempre tentei me apegar à rotina de estudos que ajudava bastante. Mas o principal é manter uma organização.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Bruno: No começo eu ficava mais nas videoaulas e em resumos, porém depois percebi a perda de tempo que eu tinha com este método. Então passei a procurar métodos diferentes de estudo, chegando ao que me fez ser aprovado, que era basicamente a marcação do PDF, seja impresso ou digital mesmo. Mas o diferencial pra mim eram as revisões de um dia pro outro e de sete dias, onde a taxa de fixação da matéria aumenta significativamente. Explico: todo o material que eu estudava na segunda-feira (exemplo) eu revisava na terça-feira, e na segunda-feira seguinte, revisava novamente aquele mesmo material. Isso ajudou muito a fixação da matéria, pois percebi essa diferença quando ia partir pros exercícios. Acredito que eu não teria sido aprovado sem este método. Talvez ele tenha como desvantagem ser um pouco repetitivo, mas com organização ele fica ótimo.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Bruno: Foi pela internet mesmo, logo que comecei a estudar, comecei a ver os conteúdos dos cursos e acabei gostando.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Bruno: Eu planilhava todo o estudo, já tinha programado cada semana o que estudar, então a organização ajudou muito para estudar todo o conteúdo. Geralmente, eu estudava de 3 a 4 matérias por dia, ficando entre 2 horas e 2 horas e meia em cada uma. Eu estudava pelos PDFs do Estratégia no notebook mesmo, ia marcando pelo leitor de PDF e tinha pouco material impresso. Com o concurso anterior da PF, eu aprendi que deveria fazer mais exercícios, pois, naquele, foi pouco tempo entre a volta aos estudos e a prova, então, para este concurso da PRF, eu fazia exercícios quase diariamente. A única matéria que eu assistia videoaulas era português. Também bastante releitura de conteúdo, para fixar bem no cérebro as matérias. Eu estudava basicamente de 8 a 9 horas líquidas por dia e sempre descansava um dia na semana. No último mês, cheguei a fazer em média 10 horas líquidas diárias.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Bruno: Não sei se dificuldade é a palavra certa, mas o que impactou esta prova da PRF foram as 40 questões focadas em trânsito, o que nunca havia acontecido. Então meu foco maior foi nisso, pois nunca havia estudado essas matérias e era um conteúdo bastante extenso e detalhista. A reta final é sempre um período estressante.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Bruno: Eu me programei para o último mês antes da prova praticamente estudar todos os dias, era o sprint final. E, assim foi, cada dia eu aumentava um pouco mais a carga de horas líquidas de estudo, muita resolução de exercícios e revisões. Na véspera eu relaxei, apenas li um pouco sobre possíveis temas da questão discursiva, mas não estudei nada. Já tive experiência anterior de estudar na véspera e chegar na prova cansado, então sugiro sempre descansar bem.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Bruno: Eu acabei estudando para as provas discursivas no último mês antes da prova. Assistia videoaulas das maneiras corretas de realizar uma dissertação, mas fiz apenas duas redações para correção da mesma maneira da banca. Meu conselho é buscar conhecer muitas possibilidades de temas e escrever, de preferência, para correção de professores que entendam a banca.
Estratégia: Como foi (ou está sendo) sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Bruno: O TAF não pode ser deixado de lado. Eu treinava enquanto estudava, isso com certeza fez diferença, pois não é simples. Acredito que a maioria das pessoas que reprovam no TAF acabam começando a treinar após a aprovação no concurso, o que acho um erro, pois o tempo é escasso. Tem que acreditar que vai passar desde o começo, pois bem treinado fica difícil ser reprovado.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Bruno: No começo, é muito normal errar bastante. Eu vendo como eu estudava lá no começo e como eu estudei para o concurso da PRF vejo muitos erros, como falta de organização, falta de rotina, mas o principal é o método de estudo. Este eu considero o meu maior acerto, ter descoberto o método que se encaixava melhor pra mim, pois cada pessoa tem o seu. Posso citar também a organização do estudo (planilhas, agenda) e o foco em manter a rotina como acertos, mas se fosse para citar um grande acerto seria encontrar o meu método de estudo.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Bruno: Em desistir realmente nunca pensei, mas o mais difícil foi pouco antes da aprovação na SUSEPE/RS. Eu estava fechando 2 anos desempregado, somente estudando, quando fiz a prova. E este tempo de “somente estudar” cansa bastante, pois gera muitas dúvidas no sentido de “será que vai dar mesmo?”, “quem sabe não desisto e volto à iniciativa privada?”. Não digo que eu iria desistir caso não fosse aprovado, mas eu estava bem cansado de somente estudar sem obter resultado positivo.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Bruno: Acredito que querer sempre melhorar de vida foi a maior motivação, pois mesmo quando fui aprovado no concurso anterior, não relaxei, justamente pensando em achar algo que eu me realizasse profissionalmente. E acabei encontrando essa realização na PRF.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Bruno: Acredito que o principal é manter a cabeça no lugar, com foco, determinação e organização para o estudo render bem. E, quanto mais rápido cada um encontrar o seu método de aprendizagem, mais fácil vai ficar o caminho até a aprovação.