Aprovado no concurso PRF (MT)
“Se passar em um concurso estiver no alto das suas prioridades; se ao sair algumas horas no final de semana você se sentir mal, porque deveria estar estudando; se ficar feliz por ir bem em um simulado ou por acertar algumas questões a mais, então, você está no caminho certo!”
Confira nossa entrevista com Mauri Antunes, aprovado em 1º lugar no concurso da PRF para o estado do Mato Grosso:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Qual sua idade? De onde você é? Qual sua formação?
Mauri Antunes: Tenho 27 anos, sou da cidade de Sinop, norte do Mato Grosso, e sou formado em Engenharia Civil pela Estadual do Mato Grosso
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que escolheu a Polícia Rodoviária Federal?
Mauri: Desde a época do ensino médio eu pensava em concursos, mas foi somente no final da minha faculdade que realmente comecei a estudar e entrar nesse mundo. Da mesma forma, carreiras policiais (PC, PF, PRF) são concursos que vejo com bons olhos, desde a rotina de trabalho até o prestígio e remuneração. Também são concursos que abrem com uma maior frequência e com um número considerável de vagas. Todos esses fatores acabaram me direcionando para o concurso da PRF.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Mauri: Em 2017, no meu último ano de faculdade, eu estava trabalhando e vi a necessidade de estudar para um concurso, e comecei a me mobilizar para iniciar os estudos. Já em 2018, percebi que a concorrência e dificuldade das provas eram altas, então, com o apoio da minha família, parei de trabalhar para me dedicar 100% aos estudos.
Essa é uma questão que sempre comento com meus colegas aprovados, de como eu admiro aqueles que tinham que trabalhar e ainda cuidar da família (foram vários).
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Na PRF ficou em qual colocação?
Mauri: Em 2017 eu prestei um concurso de Papiloscopista – POLITEC/MT e não passei, mas foi de grande importância, porque me despertou para a complexidade que era passar em um concurso e o quanto deveria estudar se quisesse passar em um.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados?
Mauri: Esse foi um dia bom. Difícil de descrever, mas foi legal.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Mauri: No meu caso, quando decidi “só estudar”, fui um pouco radical. Tentava fazer o maior número possível de horas de estudo por semana. Levando em conta que eu não trabalhava e que dependia da minha família, não via sentido em fazer alguma outra coisa que não fosse estudar, para ser justo com eles.
Com isso, eu mal saia de casa, evitava ao máximo beber, e acabei me afastando de muitas pessoas com quem convivia. Alguns dos amigos simplesmente sumiram, outros (bem poucos) entendiam muito bem e sempre se mostravam disponíveis, caso eu precisasse fazer alguma coisa para “espairecer”.
Fica meu abraço para aqueles que não desistiram e passaram quase um ano recebendo um “não vou” meu! S2
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Mauri: Tenho um filho, mas ainda moro com meus pais. Apesar de serem os principais apoiadores, minha própria família não entendia muito bem minha rotina, achava que eu estava estudando demais e que não tinha necessidade de ser assim. Eles até tentavam me chamar para sair, me tirar um pouco do quarto, mas chegou uma hora que perceberam a seriedade que eu estava levando meu projeto de concurso e começaram a aceitar minha rotina.
Não tem como não agradecer a eles, que me deram a oportunidade de me dedicar completamente ao meu sonho e, mesmo sem entenderem muito bem sobre concursos, sempre confiaram em mim.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Mauri: Quase 1 ano de estudo. Comecei 2018 focado em carreiras policiais. Já no meio do ano (7 meses antes da prova), me dediquei totalmente para o concurso da PRF. Na época, existiu a oportunidade de fazer a prova da Polícia Federal, mas estava preocupado em dividir os esforços e não alcançar nenhum dos dois. Assim, optei em focar na PRF. Deu certo!
Estratégia: Durante a fase pré-edital, como fazia para manter a disciplina nos estudos?
Mauri: As incertezas do concurso eram as inimigas da disciplina. Se realmente iria sair o edital, se iria vir com um número bom de vagas. O que me ajudava era pensar que deveria focar somente nas coisas que realmente tinha controle: meus estudos. Como não estudava em cursinho presencial, eu não tinha muita ideia do nível dos meus concorrentes, isso também ajudou na minha disciplina. Então sempre pensava que eu tinha que estudar ainda mais para conseguir passar, pois estava cheio de concorrentes mais preparados do que eu.
Outra coisa que me ajudou a manter um ritmo alto de estudos por um longo período, foi entender que existia uma grande possibilidade de eu não passar no concurso (por exemplo, ficar por 1 questão), então me programava e planeja para diminuir ao máximo essa possibilidade. Isso me ajudou a utilizar qualquer “brecha” de tempo livre para estudar, pois sabia que, se realmente eu não passasse por 1 questão, esse tempo de estudo iria fazer a diferença.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens de cada um?
Mauri: Comecei pelas videoaulas. No início foram muito importantes, porque tinham um papel motivacional e explicavam muitas coisas do dia a dia da polícia que eu ainda não tinha ideia. Quando levei meus estudos para outro nível, contratei o Estratégia. Na minha concepção, os PDFs são um material indispensável para a aprovação em um concurso mais concorrido. A partir do momento que me direcionei para o concurso da PRF, resumia meus estudo à leitura de PDF e resolução de exercício. Acabava assistindo videoaulas nos momentos que queria descansar um pouco.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Mauri: Não me lembro muito bem, mas acho que foi pelo YouTube. Abri o site e peguei um PDF de amostra grátis. Vi a qualidade e já me animei em comprar o curso.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concurseiro é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Mauri: No início dos meus estudos, eu ficava preocupado em seguir o que os aprovados apontavam como “único caminho”, assistia videoaulas e fazia resumos. Por um período foi bom, mas tomava muito tempo. Outra coisa que tentei por um tempo, mas odiava, foi “o tal” do Mapa Mental, achava que era necessário, mas eu não tinha saco para fazer, até que desisti dele e fiquei mais tranquilo. A última coisa que não deu certo foram as revisões diárias, eu lia que era de suma importância, mas me desanimava, porque eu queria evoluir no edital e ficava amarrado nas revisões.
Depois de um tempo” batendo a cabeça”, eu encontrei o que dava certo para mim. Eu separava os dias da semana para bater o edital. Como priorizava a leitura de PDFs, conseguia colocar várias matérias por dia (+/- 7 matérias), isso dava quase 9 horas de estudo por dia. Lia os PDFs somente uma vez, sem me preocupar em aprender/decorar tudo que estava ali, depois fazia os exercícios e dava como feita aquela aula. Dessa forma, eu consegui acelerar na matéria e passei pelo edital completo algumas vezes. No final de semana, eu fazia simulado, revisava o simulado e as matérias da semana. Depois de algum tempo estudando dessa forma, ao passar pela segunda/terceira vez por um mesmo PDF, já assimilava grande parte do conteúdo e identificava facilmente os pontos críticos que deveria focar na revisão.
Isso também acontecia com a resoluções de questões. Depois de quase 1 ano estudando (acho que foram mais de 10.000 questões) você se encontra em uma situação de intimidade com a maioria das questões direcionada para o seu concurso. Muitas vezes, só de começar a ler um enunciado, você já lembra da pegadinha ou do conhecimento que uma questão necessitava. Vamos dizer que, depois de um certo tempo, você começa a entender a “cabeça do examinador”. No dia da prova, isso ficou claro para mim.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Mauri: Sim, português e redação. A solução foi estudar português todo dia (acho que resolvi quase todas as provas do Cespe). Eu fazia no mínimo duas redações por semana e utilizava algumas correções pagas para tentar identificar meus erros.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana anterior à prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Mauri: Eu me planejei para, nas últimas duas semanas, só realizar exercícios e ler alguns resumos (decorebas). Antes da prova, fiquei o dia no hotel assistindo a revisão de véspera, sem compromisso nenhum, foi um descanso.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Mauri: Como falei, redação era um problema. A solução é fazer o máximo de redação por semana. Chega uma hora que começa a sair mais fácil.
Estratégia: Como foi sua preparação para o TAF? E como foi essa prova?
Mauri: Foi a parte mais tranquila, eu já era mais ou menos ativo antes de estudar para concurso. Só comecei a priorizar os exercícios que iriam cair no TAF (fazia 1 hora de exercícios físicos, 3 ou 4 dias por semana).
Estratégia: Como foi participar do curso de formação? Teve dificuldade em algo? Alterou sua classificação?
Mauri: O curso é tranquilo depois que acaba. Enquanto estamos lá dentro, existe uma tensão no ar muito grande, de ter chegado até ali e de fazer algo que irá pôr em risco o seu concurso. Eu me cobrava bastante nas instruções e nas provas que foram realizadas.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Mauri: Eu tentava identificar meus erros durante a minha preparação, a maioria até que consegui ajustar. Um erro que posso apontar foi de tentar seguir as técnicas que via na internet sem me preocupar se era adequada para mim. Um acerto foi de dar atenção para as matérias que tinha dificuldade.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Mauri: O estudo para concurso é uma incerteza. Você gasta meses/anos se preparando para uma prova de 4 horas. Nesse meio tempo não recebe nada em troca, na verdade só gasta. Esse sentimento foi meio complicado, mas tentava me motivar, gastava até um certo tempo diário me convencendo de que meu esforço iria ser recompensado.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Mauri: A principal era a motivação pessoal de provar para mim mesmo qual era o meu potencial. Mas usei de tudo: família, filho, remuneração, prestígio da profissão. Tinha acabado de me formar, estava desempregado e sendo sustentado pelos pais, então usava isso como motivação também.
Estratégia: Como se sente hoje empossado no cargo para o qual se esforçou bastante para alcançá-lo?
Mauri: Estou orgulhoso. O reconhecimento pelas pessoas em minha volta é muito gratificante. Agora também começo a me preocupar com a minha profissão, de executar um bom trabalho.
Estratégia: O que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Mauri: Primeiro, decida o que você realmente quer, qual concurso fazer e qual é a sua compatibilidade com o cargo, porque no meio do caminho vão existir dúvidas, vontade de desistir e você tem que estar preparado. Muitas pessoas começam a estudar, porque acham que vai ser uma saída mais fácil para ganhar dinheiro e estabilidade, mas não é. Percebo, conversando com meus colegas, que só quem levou com disciplina e profissionalismo os estudos, conseguiu passar. Você não vai encontrar ninguém que caiu aqui por acaso. Todos tiveram muito tempo de dedicação, muitas incertezas e abdicaram de várias coisas.
Se passar em um concurso estiver no topo das suas prioridades; se ao sair algumas horas no final de semana você se sentir mal, porque deveria estar estudando; se ficar feliz por ir bem em um simulado ou por acertar algumas questões a mais, você está no caminho certo!
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Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: [email protected]