Aprovado no concurso da Prefeitura de São José dos Campos
“Não despreze o conhecimento que está adquirindo, você usa tudo na administração pública. Tudo mesmo! Ainda vai ter que aprender e estudar mais, pois o que cai no concurso é só a ponta do iceberg. Então, estude com amor, pois você vai usar tudo quando for Auditor”
Confira nossa entrevista com o Bruno Giancarlo Antoniazzi, aprovado em 3º lugar no concurso da Prefeitura de São José dos Campos para o cargo de Auditor Tributário Municipal:
Estratégia Concursos: Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Bruno Giancarlo Antoniazzi: Meu nome é Bruno Giancarlo Antoniazzi, sou formado em Administração de Empresas e Ciências Contábeis. Possuo Pós-Graduação em Gestão Tributária pela FGV. Tenho 30 anos e sou de São Paulo, SP.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Bruno: Eu trabalhava numa empresa automobilística, na qual eu investia todos os meus esforços para alavancar minha carreira, mas me via desvalorizado e sem perspectiva de crescimento. Então, decidi estudar para a Receita Federal, órgão que eu já admirava há anos.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Bruno: Saí dessa empresa em maio de 2015. Pedi demissão, através de um Programa de Demissão Voluntária, fiz um plano financeiro para investir o valor da rescisão no mercado financeiro e, assim, conseguir uma renda mínima para manter minha sobrevivência. Então, eu me dediquei até 2018 só aos estudos. Depois, as contas começaram a apertar e tive que voltar para a área privada, como contador e, depois, em 2019, assumi um cargo no CEAGESP, em um concurso que prestei despretensiosamente.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Bruno: Fui aprovado nesses cargos (e talvez em mais alguns, que eu não me lembre…risos):
– TCE SP – Agente de Fiscalização Adm. – 73º colocado
– ISS Jundiaí – Auditor Tributário Municipal – 14º colocado
– SEFAZ GO – Auditor Tributário Estadual – 80º colocado
– LIQUIGÁS – Auditor Interno – 5º colocado
– CEAGESP – Analista Financeiro – 1º colocado
– ISS São José dos Campos – Auditor Tributário Municipal – 3º colocado
– Metrô/SP – Contador – 4º colocado
O cargo que exerço atualmente é de Auditor Tributário Municipal na Prefeitura de São José dos Campos/SP.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Bruno: Como eu já vinha de muitas derrotas seguidas, de quase 5 anos estudando, tendo que mudar a estratégia e assumir cargos em “concurso escada” como o do CEAGESP, tendo que mudar a estratégia para conciliar os estudos e trabalho em retas finais, com edital na praça…a sensação de ver o nome na lista é LIBERTADORA. É como tirar um planeta inteiro que se carregava nas costas. Porém, depois disso, descobrimos que começa mais uma guerra: ser chamado para tomar posse. Esta, infelizmente, independe do concurseiro.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Bruno: Eu diminuí MUITO o meu círculo de amizades. Infelizmente, é uma atitude quase mandatória para quem quer ser competitivo em concursos. Mantive ainda uma relação normal com minha namorada (agora esposa, rs) que foi MUITO COMPREENSIVA (até demais em algumas horas, rs). Cheguei a viajar uma vez para o Chile e uma vez para Buenos Aires nesses 5 anos. Foram as únicas “saidinhas” que eu dei. Fora isso, era só aniversário de irmão, pai e mãe.
Estratégia: Durante a sua caminhada como concurseiro, você morava com seus pais? Sua família entendeu e apoiou a decisão de estudar para concursos? Se sim de que forma?
Bruno: Eu morava com meus pais e depois fui morar com minha namorada. Após o concurso, casei. Ela foi peça fundamental, pois eu ficava no carro explicando tudo o que eu aprendia e estudava para ela. Ensinando era uma forma de aprender. Ela não entendia nada (risos), mas continuava me ouvindo e me estimulando a falar mais. Sempre quando tínhamos que abdicar de algo, seja por tempo ou por dinheiro, era compreensiva. Hoje o “investimento” dela valeu a pena (risos).
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Bruno: Somente se você precisa de dinheiro para sobreviver. São os famosos “concursos de escada”. Tente fazer somente aquele concurso que você não precise estudar novas matérias. Uma matéria a mais para quem já estuda umas 18 matérias é MUITA COISA.
Esse cargo te ajuda, pois, muitas vezes, possui ambiente de trabalho mais tranquilo, que não te toma muito esforço e tempo nos estudos.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Bruno: Meu foco era Receita Federal, eu não tinha como foco a Prefeitura de São Jose dos Campos, acabou sendo uma mão na roda para mim, pois não pretendo sair tão cedo (risos). Estudei desde maio de 2015 até maio de 2019. Então, foram 4 anos de estudo. Tentei estudar por mais alguns meses, mas foi uma parte um pouco perturbadora da minha vida, então nem conto como estudo efetivo (risos).
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Bruno: Eu só estudava sem edital (risos). 2015 e 2016 foram anos de seca nos concursos. O edital para mim era só sinal de que eu tinha que estudar algumas horas a mais por dia. Quando não havia edital, eu estudava entre 7h a 9h líquidas por dia. Isso tomava o dia inteiro, das 8h da manhã até as 23h da noite, porque não dá para estudar mais de 1h30 sem fazer pausas, jantar, fazer um exercício, etc. Quando tinha edital, eu tentava fazer 10h todos os dias, inclusive, sábados e domingos. Mas confesso que nem sempre conseguia.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Bruno: Eu fiz alguns meses de coaching em um cursinho presencial, em São Paulo. Meu coach indicava materiais do Estratégia.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Bruno: Eu usava um mix de ferramentas. Contabilidade, matemática, economia, informática e TI eram matérias que eu preferia videoaulas, seguidas de MUITOS EXERCÍCIOS (muitos mesmo, milhares). Já matérias de direito e legislação, eu preferia PDF’s. Do Estratégia, eu usei dos professores Ricardo Vale (DCO, Legislação Aduaneira e Comércio Internacional), Décio Terror (português), Silvio Sande (Contabilidade), Heber Carvalho (Economia), Herbert Almeida (DAD), entre outros.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Bruno: Estudava várias matérias ao mesmo tempo, com revisões periódicas. Eu não seguia o método de revisão de 7 dias, 30 dias, etc. Eu, simplesmente, reservava sempre 20 minutos de cada bloco de estudo diário (eram 3 ao dia) para revisar o que já havia aprendido. Eu tinha muitos mapas mentais criados por mim mesmo, mnemônicos que só eu consigo entender, cançõezinhas que inventei que só fazem sentido para mim. Essa criatividade me ajudou a memorizar MUITA COISA.
Outra coisa que foi um alicerce dos meus estudos: QUESTÕES. Milhares delas. Eu arrisco afirmar em 100.000 questões resolvidas. Depois de alguns anos estudando, já não vale mais a pena ler a matéria, é só questão. Fazia cerca de 150 a 200 questões de múltipla escolha por dia. Estudava entre 7h a 9h LÍQUIDAS (cronometradas no celular) por dia.
O que me ajudou foi o PLANEJAMENTO. Eu criei uma lista das matérias para estudar, que tinha uma sequência com base em critérios de peso (quem quiser, eu posso mandar a planilha para ver como funcionava). Basicamente, eu seguia a ordem das matérias e estudava em 3 blocos diários de 2h30 a 3h cada. Cada bloco era de uma matéria.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Bruno: Estatística. Ainda não superei, não caiu no meu concurso (risos). Brincadeiras à parte, eu superei ECONOMIA. Hoje, adoro a matéria, até já pensei em me especializar. A fonte da superação era a do ÓDIO (risos). Eu ficava muito nervoso de não conseguir entender o “economês”, então eu lia a aula do Heber umas 4 ou 5 vezes. Aumentava a frequência da matéria no Plano dos Estudos e até pesquisava em fontes externas (Google, amigos economistas, livros) para tentar entender melhor a matéria. Dessa forma, consegui me desempenhar bem em Economia no concurso de São José dos Campos, que com certeza foi o que me aprovou.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Bruno: Eu sempre fui muito tranquilo. Eu anulava todo tipo de pensamento ansioso. Para mim, era “mais uma prova”. No dia anterior, eu sempre descansava bem à noite e, minutos antes da prova, eu lia tudo que era prazo, quórum de aprovação, fórmula, ou qualquer “decoreba” que precise ficar na minha memória recente para a prova.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Bruno: A prova discursiva calhou de ser um tema que gosto muito: Meritocracia X Assistencialismo. Eu sempre fui mal em provas discursivas, mas nessa, especificamente, fui muito bem, o que me levou do 8º para o 3º lugar.
O estudo é: contrate um bom professor para corrigir suas redações e procure escrever muito, sempre de forma correta. Outra coisa que ajuda também é ter o costume de “falar certo”, falar sem gírias e com um bom português. Quem fala correto, escreve melhor ainda.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Bruno: Eu fui muito inflexível no começo. Foquei somente em Receita Federal, estudei muita coisa específica sem dominar as básicas e deixei vários fiscos passarem. Somente para a prova de Goiás, em 2018, que fui abrir mão. Se tivesse feito isso antes, poderia ter passado em outro concurso antes também. Outro erro foi a “fome de páginas”. Eu lia muito depressa, queria comer o livro com farinha. Comer o PDF e terminar rapidamente a matéria. Eu ficava calculando quanto tempo ia demorar para terminar a matéria. Passar 6 meses lendo DCO era um absurdo para mim (risos). Acabou que tive que estudar tudo de novo.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Bruno: Pensei em desistir no ano passado. Cheguei a desistir, na verdade. Aprovado em vários concursos, mas sem a menor expectativa de ser chamado, por conta do péssimo cenário fiscal dos entes públicos. Cheguei a voltar a trabalhar para me manter. Tive uma “quase depressão” em setembro de 2019, pois tive um PÉSSIMO rendimento na prova de Auditor de Campinas/SP. Fiz 73% da prova, péssimo para quem estuda há quase 5 anos. Senti que estava cansado e que tinha perdido a mão. Antes disso, eu não pensava em desistir, sempre dei o meu jeito para tentar seguir o plano. Mas, nessa época, eu estudava mudar minha carreira para o privado mesmo. Até pensei em morar fora (risos). Ainda bem que a Prefeitura me chamou nesse meio tempo.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Bruno: Minha motivação era baseada em:
1) dar uma melhor qualidade de vida para minha família;
2) não ter que se sujeitar a um sistema quase escravista de trabalho no setor privado;
3) ser APAIXONADO pela profissão de auditor tributário;
4) obter sucesso em algo EXCLUSIVAMENTE PELO MEU ESFORÇO, sempre foi um orgulho que eu quis ter e tenho agora. Agora eu sou o primo bem-sucedido que passou num grande concurso (risos).
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Bruno: A vida tem altos e baixos. Não pense que só ler uns livros vai fazer você ganhar 20 mil reais por mês. Você terá que atravessar um teste de provação psicológica, emocional e física de LONGA DURAÇÃO.
Com os cursinhos de alta qualidade online, como o do Estratégia, por exemplo, pessoas do interior estão tendo acesso a MATERIAL DE ALTÍSSIMA QUALIDADE. Antigamente, só quem morava na capital tinha acesso a isso, nos cursinhos presenciais. Essa não é mais a realidade!
Além disso, os concursos estão vindo com cada vez menos vagas, já que muitos processos estão sendo informatizados. Hoje, a concorrência é absurda e você precisa dar o máximo de si durante anos. Isso não quer dizer que você não irá passar, mas quer dizer que você precisa ESTUDAR MAIS e MELHOR.
Ah! Além do mais, não despreze o conhecimento que está adquirindo, você usa TUDO na administração pública. TUDO MESMO. Ainda vai ter que aprender e estudar mais, pois o que cai no concurso é só a ponta do iceberg. Então ESTUDE COM AMOR, pois você vai usar TUDO quando for Auditor.
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Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: [email protected]