Aprovado no concurso da PM SC
“Costumo brincar com os meus amigos que concurso público é uma fila. Caso você tenha paciência, a sua vez chegará. Se você desistir e sair da fila, quando decidir retornar, terá que voltar para o final. Então corram atrás dos seus sonhos e saibam que a única pessoa que pode te colocar no lugar que você quer chegar é você mesmo. Continuem, eu garanto que ao final de tudo isso, você olhará para trás e perceberá que tudo valeu a pena!”
Confira nossa entrevista com Luiz Henrique Martins de Moura, aprovado no concurso da Polícia Militar de Santa Catarina para o cargo de Soldado:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Luiz Henrique Martins de Moura: Me chamo Luiz Henrique Martins de Moura, sou bacharel em Direito, tenho 25 anos e resido em Brasília – Distrito Federal.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial?
Luiz: Aos 18 anos, tive o meu primeiro contato com o universo dos concursos públicos. Inicialmente, decidi por incentivo de uma parente estudar para o MPU, pois era o edital de nível médio que estava iminente naquele ano, mas por falta de prática nas provas do CESPE, acabei quase zerando a prova. Naquele momento eu entendi que, se realmente quisesse me tornar servidor público, eu deveria me dedicar muito mais do que eu pensava. Após muita pesquisa, percebi que eu não precisava me prender à carreira de tribunais, e que as provas para a polícia abordavam, em sua grande parte, as matérias do direito, curso que eu sempre tive grande apreço. Foi aí, que decidi iniciar o meu curso de direito, pois naquele dia, eu havia decidido que me tornaria policial. A polícia para mim é muito mais que uma instituição. Naquelas pessoas que estão atrás daquele colete, eu desde muito novo, enxerguei heróis e aquilo sempre mexeu comigo. Ao iniciar a minha faculdade, a minha paixão pela área policial se tornou cada vez mais forte e a vontade de pertencer era cada dia maior.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Luiz: Durante um período, eu trabalhei em um Call Center onde eu conciliava tanto a faculdade como os estudos para o concurso. Após um tempo, acabei saindo desse call center e, com isso, decidi tentar adiantar o meu curso de direito, com o objetivo de me formar o quanto antes, visto que eu precisaria do diploma caso passasse em algum concurso. E foi aí que decidi fazer o nono semestre pela manhã, o décimo semestre pela noite e estudar para a PMDF e fazer o TCC no período da tarde. Foi bem difícil conciliar tudo isso, o que ocasionou a sobrecarga e, consequentemente, a minha reprovação na PMDF.
No dia 07 de janeiro de 2019, após ter concluído o meu curso de direito, decidi que me dedicaria em tempo integral aos estudos visando alcançar o meu objetivo. Eu tarava aquilo como se fosse o meu emprego, com hora certa para chegar e para sair. Estudava todos os dias, independentemente se fosse feriado ou final de semana. E, após 7 meses de estudos, consegui passar na PMSC.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Luiz: Fui aprovado no concurso de soldado da polícia militar de Santa Catarina. A minha colocação foi 489 entre 25 mil inscritos.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados na primeira fase do certame?
Luiz: A sensação é simplesmente indescritível! Ao olhar para a lista e ver o meu nome escrito ali, vi um filme passando em minha mente. Todas aquelas dúvidas sobre se algum dia a minha vez chegaria sumiram, todas aquelas noites de incertezas e mal dormidas não tinham mais peso algum. A vontade era de gritar para todo mundo que naquele momento eu havia conseguido!
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Luiz: Eu me esforçava ao máximo para não perder o foco, mas nunca deixei de fazer o que eu gostava. Uma vez, um professor me disse que o descanso também fazia parte do processo e, após aplicar isso aos meus estudos, tudo ficou mais tranquilo. Não podemos entender isso como não ter disciplina, mas sim que a sobrecarga psicológica pode acabar prejudicando o nosso rendimento.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Luiz: Eu namoro, atualmente estamos morando juntos enquanto aguardamos a minha convocação em Santa Catarina. Graças a Deus, a minha família sempre fez tudo para me incentivar a realizar o meu sonho e o apoio emocional que eles me davam era muito maior que qualquer apoio financeiro. Na época em que decidi estudar com tudo, eu conversei bastante com a minha namorada e acabei abrindo mão de uma proposta de emprego, pois sabíamos que a dedicação aos estudos nos traria mais frutos que aquele emprego. Foi uma época difícil, pois apenas ela trabalhava e diversas vezes ela me ajudava colocando gasolina na minha moto ou comprando uma marmita pra mim.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior? (Se esse ainda não é o concurso dos seus sonhos, se possível, citar qual é e se pretende continuar se preparando para alcançar esse objetivo).
Luiz: Sem dúvidas! Devemos sempre mirar mais alto para que possamos chegar cada vez mais longe. Eu sempre sonhei em ser praça da Polícia Militar, pois eu tinha a certeza de que aquela experiência me traria muito aprendizado de rua. Porém, o meu grande objetivo é o Oficialato da PM ou até mesmo o cargo de Delegado de polícia.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Luiz: Estudei por 7 meses.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Luiz: Em janeiro de 2019 decidi estudar para o concurso de Agente da PCDF, visto que não havia nenhum edital, mas que a preparação para um concurso tão grande se fazia necessária desde logo. Após 7 meses de estudo, saiu o edital da PMSC e, por ter alguns amigos que fariam a prova, acabei decidindo ir com eles. Para manter a disciplina, eu tive ajuda de uma consultoria de estudos. Eles me ajudaram com uma bolsa para que eu pudesse mantê-la mensalmente.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Luiz: Por estar sem dinheiro na época em que comecei a estudar, eu não tive condições de assinar o tão sonhado acesso ilimitado do Estratégia, mas isso não foi um problema. Comprei uma apostila para a PCDF e sempre aproveitei todo o material gratuito que o Estratégia disponibilizava.
Eu já estudei por videoaula durante um tempo, mas eu sentia que perdia um pouco de tempo ao realizar as minhas anotações. Após estudar pelo PDF, eu percebi que o conhecimento era muito mais aprofundado e que os meus resumos estavam cada vez mais completos em menos tempo de anotação.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Luiz: Em 2018 um colega que já era soldado da Polícia Militar daqui do DF me mostrou um PDF sobre a Lei 8.112/90 feita pelo Estratégia e, a partir daquele momento, eu percebi que aquele seria o curso que me faria alcançar o meu objetivo.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Luiz: No começo, eu fiquei muito assustado em saber que, além de entender como muita coisa funcionava, eu deveria também memorizar muita coisa, principalmente a letra da lei. Após um tempo, vi que a cada revisão que eu realizava, aquilo estava mais familiar pra mim, até que chegou o momento em que eu já sabia diversos artigos e mnemônicos sem precisar consultá-los nos meus materiais.
Eu estudava 14 matérias por semana, média de duas por dia. Como não havia nenhum edital, eu decidi construir a minha base nos estudos com muito cuidado e sem pressa alguma. Eu resumi praticamente tudo que caiu no último edital da PCDF, montei o meu resumo em folhas de fichário, pois caso eu quisesse adicionar mais alguma informação relevante ali no meio, bastaria apenas colocar mais uma folha.
Montei o meu plano de estudos com a ajuda da consultoria e estudava uma média de 4 horas líquidas por dia.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Luiz: Sempre tive dificuldades com as matérias de RLM, estatística, contabilidade… Nessas matérias eu tento assistir videoaulas e acompanhar pelo PDF. Demora um pouco mais que as outras matérias, mas aos poucos vamos entendendo também!
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Luiz: Na semana que antecedeu a prova eu realizei muitos simulados e muitas redações. No meu concurso, a redação definiu quem estava dentro e quem estava fora. Então nunca devemos negligenciar absolutamente nenhuma matéria. Na véspera da prova eu até tentei estudar, mas parei e pensei que o que eu podia ter aprendido até ali, eu já havia aprendido…Descansei e tentei não ficar tão ansioso.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Luiz: Na PMSC a prova discursiva praticamente definiu quem ficou dentro e quem ficou fora das vagas. Depois dessa prova, eu entendi a real importância de saber fazer uma boa redação.
Infelizmente, por não se atentarem ao edital, muitas pessoas foram desclassificadas do concurso por não terem colocado título na redação. De acordo com o nosso edital, seria atribuída nota 0 ao candidato que não cumprisse essa exigência.
Estratégia: Como foi (ou está sendo) sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Luiz: Eu praticava apenas musculação quando saiu o resultado da prova objetiva. O concurso da PMSC foi um concurso onde todas as fases ocorreram praticamente em um mês, então acabou pegando muita gente de surpresa. O meu grande desafio era a corrida, pois eu sentia algumas dores no joelho e na canela na hora de correr, por falta de prática. Passei a treinar a corrida dia sim, dia não, visando não me lesionar. Treinava a barra sempre que podia e os outros exercícios também.
Infelizmente, muitos concurseiros não entendem a importância de treinar para o TAF. Vi muitas pessoas relativamente bem preparadas fisicamente reprovando por não conseguir fazer 3 barras ou por não conseguir correr os 2.400 metros em 12 minutos.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Luiz: Creio que o meu maior erro foi ter perdido algumas oportunidades que tive no passado. Muitas vezes, nós temos a oportunidade de estudar, seja com materiais gratuitos ou vídeos no YouTube, mas acabamos deixando a procrastinação falar mais alto. Eu sempre quis ser policial e eu sabia que para me tornar um, eu precisaria estudar bastante. Acho que a falta de maturidade quando eu era mais novo, me impediu de ter começado esse projeto antes.
Sobre os meus acertos, acho que acertei em usar todas as adversidades a meu favor. Quando eu estava sem dinheiro para comprar algo, eu pensava que só poderia sair daquela situação se eu estudasse. Quando faltava algo em casa, eu pensava que apenas a minha dedicação e a minha abdicação nos tiraria daquela situação. Então o fato de ter escolhido usar todas aquelas coisas negativas como combustível para que eu estudasse cada vez com mais vontade foi de extrema importância para que eu alcançasse a aprovação.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Luiz: A parte mais difícil pra mim era lidar com as reprovações. A cada reprovação, a sensação de que as pessoas não acreditavam que aquilo seria possível aumentava e isso mexia muito comigo. Com o tempo, parei e enxerguei que a cada prova, por mais que eu não passasse naquele concurso, a minha nota aumentava. Após isso entendi que concurso não é para passar, mas sim até passar.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Luiz: A minha namorada! Sem sombra de dúvidas, eu acordava e dormia pensando em retribuir tudo aquilo que ela fazia por mim. A Júlia é a minha parceira, a minha melhor amiga e tenho certeza de que agora poderei fazer por ela tudo que ela fez por mim.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Luiz: A minha mensagem é a seguinte: mantenha o foco no seu objetivo. Por mais difícil que as coisas pareçam, com disciplina e perseverança nós somos capazes de conquistar o mundo. Vai ter dia que você vai acordar cansado, vai ter dia que você não saberá se realmente aquilo é para você, mas saia da cama e vá estudar da mesma forma. Costumo brincar com os meus amigos que concurso público é uma fila. Caso você tenha paciência, a sua vez chegará. Se você desistir e sair da fila, quando decidir retornar, terá que voltar para o final. Então corram atrás dos seus sonhos e saibam que a única pessoa que pode te colocar no lugar que você quer chegar é você mesmo. Continuem, eu garanto que, ao final de tudo isso, você olhará para trás e perceberá que tudo valeu a pena!