Aprovado no Concurso PGE PE
“Existem dois tipos de concurseiros: os que têm certeza da aprovação e os que acham que nunca vão passar. Os dois estão corretos! Faça parte dos que têm certeza da aprovação”.
Confira a nossa entrevista com Osnes Feitosa G. Costa, aprovado em 38º lugar no concurso PGE PE para o cargo de Assistente de Procuradoria:
Estratégia Concursos: Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Osnes Feitosa G. Costa: Sou formado em Engenharia de Materiais pela Universidade Federal de Campina Grande. Tenho 37 anos. Nasci em João Pessoa, mas morei quase toda a vida em Campina Grande.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Osnes: O mercado de trabalho não andava muito bem quando decidi estudar para concursos. Aliado a isso, eu estava um pouco saturado da área de Engenharia. Em algumas conversas com um primo, ele me indicou fazer concurso público, coisa que eu nunca havia pensado até então. Eu havia sido aprovado para o mestrado em Engenharia Química na Universidade Federal do Paraná, mas decidi não ir ao Paraná para focar nos concursos. Minha vida nos concursos ainda é relativamente “nova”. Iniciei em 2018.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Osnes: Estudei e trabalhei inicialmente. Estudava sempre antes de sair, durante o horário do almoço e em uma parte da noite. Depois de alguns meses, eu resolvi me dedicar apenas aos estudos.
Inicialmente, comecei a fazer concursos de nível médio até conseguir a aprovação. Depois disso, eu decidi mudar de rumo e estudar para uma carreira mais atrativa financeiramente e também que me realizasse no trabalho. Atualmente eu sou professor do Estratégia Concursos do Sistema de Questões e continuo estudando. O trabalho é ótimo e é possível conciliar com os estudos. Isso é MUITO bom!
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Osnes: Fui aprovado na Procuradoria do Estado de Pernambuco para o cargo de Assistente de Procuradoria – 38º lugar. Esta é minha última aprovação.
Também fui aprovado na Câmara Municipal de Campina Grande para o cargo de Agente Legislativo – 5º lugar, e no Conselho Regional de Odontologia da Paraíba para o cargo de Agente Administrativo – 25º lugar.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Osnes: Curiosamente eu não sabia que havia sido aprovado na Câmara Municipal até uma amiga me falar. Eu estava estudando para a PGE e resolvi fazer a prova da Câmara porque é na cidade onde moro, mas não era meu foco.
Algumas disciplinas eram parecidas (embora bancas totalmente opostas), mas outras disciplinas eu não havia estudado (como informática). Eu tenho um conhecimento razoável de informática pelo meu dia a dia, então resolvi fazer. Achei uma boa prova, mas não conferi o gabarito e nem sabia a data do resultado. Essa prova literalmente eu “fiz por fazer”. Algum tempo depois da prova, uma amiga me enviou uma mensagem no Whatsapp perguntando se eu havia feito a prova da CMG e eu disse que sim. Então ela falou: “Você viu que foi aprovado dentro das vagas?”. Abri o laptop e realmente estava lá. Fiquei em 5º lugar para o meu cargo. Fiquei realmente muito surpreso, porque foi algo totalmente inesperado.
Já quando eu fiz a prova da PGE, eu também gostei, não sabia se seria aprovado, mas sabia que estaria na briga para passar. Bati na trave no concurso do MPU (infelizmente, fiz uma má escolha do estado onde queria trabalhar), mas esse concurso do MPU me deixou muito afiado nas disciplinas que estava estudando. Quando saiu o edital da PGE, vi que as disciplinas eram quase as mesmas (e a mesma banca: CESPE). Resolvi fazer.
Conferi o gabarito e tive certeza de que estaria brigando. Fiz 95 pontos. Achei uma pontuação boa, mas esperei o resultado final. Em alguns rankings pela internet eu estava dentro, mas só com o resultado final eu ficaria mais tranquilo. Quando o resultado saiu, eu fiquei mais aliviado do que feliz. Na verdade, eu fiquei feliz com minha pontuação assim que conferi o gabarito, quando saiu o resultado a sensação foi de alívio por ver que a pontuação foi suficiente.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Osnes: Não adotei posturas radicais. Continuava vendo amigos e parentes aos finais de semana, mas cumprindo as obrigações durante a semana. Eu sempre me programava para não precisar estudar nos finais de semana.
Estudava até o sábado às 12h. Depois disso, eu tinha minha vida social. Não ia a festas, porque não estava mais nesse clima, mas encontrava parentes e amigos com frequência. Manter a vida social é importante, até mesmo para os estudos. Se você está se sentindo bem, seu estudo certamente renderá mais.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Osnes: Sou solteiro e não tenho filhos. Meus pais sempre me apoiaram em todas as decisões que tomei, porque confiam em meu discernimento. Sabem que se eu resolvi “mudar de rumo” é porque seria importante para mim. Recebi apoio e incentivo não só dos pais, mas também de primos, primas, tios, tias e alguns amigos.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Osnes: Atualmente eu estudo para o cargo de Auditor Fiscal (espero repetir essa entrevista no próximo ano, contando da minha preparação quando for aprovado para o cargo de Auditor!).
Acredito que pode valer a pena tentar outros concursos sim, desde que você sinta que aquele trabalho vai te realizar também, não apenas pelo salário. Isso não é clichê, trabalhar com o que não tem afinidade realmente não é bom.
Estudo para Auditor Fiscal, mas penso também na área de Controle, caso surja alguma oportunidade no caminho. As carreiras têm alguma similaridade e um cargo de Auditor em um Tribunal de Contas não é nada mal, não é mesmo?
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Osnes: Como citei anteriormente, eu estava me preparando para o MPU. Estudei por 5 ou 6 meses até a prova e bati na trave. Logo depois da prova, vieram os editais da PGE e da Câmara Municipal com conteúdos similares. Então eu aproveitei e continuei o que já estava estudando. Creio que até a prova da Câmara havia se passado ao redor de 8 meses desde o início da preparação. A prova da PGE veio 3 ou 4 meses depois, fechando em 11 meses ou 1 ano de preparação.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Osnes: Sim, estudo sempre, mesmo sem o edital. Creio que não dá tempo de vencer o edital e chegar em alto nível estudando só depois que ele está na praça. Para manter a disciplina, eu sempre tentava melhorar meus horários e entender meu corpo. Saber o ponto em que eu conseguiria me manter focado.
No início, eu estudava uma manhã toda apenas uma disciplina, depois outra disciplina a tarde toda. Ao final de cada turno, eu já estava muito cansado de ver apenas uma disciplina, então eu comecei a dividir as matérias de forma que eu conseguisse manter o foco no aprendizado.
Hoje eu estudo cada disciplina por uma hora e meia. É o tempo que eu sigo focado e aprendendo de maneira satisfatória a mesma disciplina. Depois que você entende melhor como sua mente se comporta, você entra no “piloto automático” do estudo. A disciplina/foco vem quase que naturalmente.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Osnes: Um primo que havia me incentivado a estudar para concursos me falou sobre o Estratégia. Comecei a ver algumas aulas pelo canal do Estratégia no Youtube e baixar os materiais que estavam disponíveis nessas aulas. No site, também há algumas aulas de demonstração e materiais gratuitos que eu usei para ver se gostaria do material. Não só gostei como hoje eu sou Assinante Vitalício!
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Osnes: 99% das vezes uso somente o PDF. Videoaula apenas se realmente não entender algo que está no PDF. Acredito que a leitura direto do PDF faz você ganhar muito tempo de preparação (inclusive, estou tentando fazer esse processo de deixar as videoaulas com uma amiga que está começando os estudos, tenho certeza que ela vai decolar depois disso).
Entretanto, eu não consigo ler apenas pelo computador ou tablet. É cansativo. Eu imprimo todos os materiais que vou estudar para que eu possa fazer anotações, riscar, usar marca texto, colar algum papel com uma observação, etc. Imprimir tudo isso é um gasto extra, ocupa muito espaço em casa, mas é o que funciona para mim. Eu gosto de estudar sentindo o papel.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso?
Osnes: Normalmente, eu começo com quatro disciplinas. Estudo e faço meu sistema de revisão, que é: revisão com 1 dia, 7 dias e 30 dias.
Tenho uma agenda em que faço todo o controle do estudo (acho que é mal de Engenheiro). Eu já sei o que vou estudar no próximo mês e o dia que vou estudar. Depois de terminar todo o assunto dessas quatro matérias, eu diminuo a carga horária (já que agora será só revisão) e adiciono mais três ou quatro novas. Vou repetindo o processo até terminar tudo e ficar apenas revisando e resolvendo questões.
Não faço resumos, porque imagino que leva muito tempo. Então, o que faço é usar o marca texto na apostila, nos trechos principais, de forma que na revisão eu leia apenas o que está marcado. Vira meu resumo. Já fiz um cálculo que, em média, se eu levo uma hora e meia para estudar um assunto novo, levarei 30 minutos para revisá-lo. Então, eu aproveito para fazer revisão e questões em conjunto.
Normalmente eu estudo 8 horas por dia, não faço a conta de horas líquidas. Eu apenas termino a revisão e as questões que estão programadas para o dia. Pode acontecer de terminar em 7 horas, por exemplo. Então, eu aproveito essa folga de 1h para meu lazer.
Estratégia: Você tinha mais dificuldade em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Osnes: A disciplina que eu senti dificuldade no começo foi Administração Financeira e Orçamentária. Eu estava começando a estudar para concursos quando comecei AFO e achei muito complicado para entender pelo PDF. Nessa hora, eu recorri às videoaulas para sair de onde estava “travado”. Depois disso, a disciplina começou a fluir e eu já entendia quais eram as melhores técnicas parar estudar.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Osnes: Eu considero a reta final no momento de lançamento do Edital. Nesse momento, eu aumento a carga horária durante a semana. Durante o edital do MPU e da PGE, eu acordava às 5h da manhã e já estava estudando às 5:30h. Normalmente terminava entre 17 e 18h.
À noite eu não estudava. Via algum filme, jornal, série, usava rede social etc. Na véspera da prova eu estava tranquilo. No dia anterior à prova da PGE, eu não estudei absolutamente nada. Fiquei vendo TV, comendo pizza e conversando. Em alguns momentos, eu nem lembrava que haveria prova no outro dia. Isso ajuda a aliviar a ansiedade.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Osnes: Os maiores erros que cometi foram no início, porque eu não conhecia as técnicas de estudo e revisão. Então eu perdi algum tempo estudando de uma forma que eu não rendia o que deveria. Estudava e não revisava, quase não resolvia questões etc.
Dentre os maiores acertos, eu diria que foi a escolha de um bom material de estudo, que é indispensável, e aprender a fazer todo o planejamento do estudo de médio/longo prazo. Organização é fundamental.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Osnes: Manter a disciplina por muito tempo é bem difícil, especialmente depois de um concurso que você estudou muito e não passou por um detalhe. Pensei em desistir uma vez, logo após o MPU, mas veio a aprovação na Câmara logo na sequência e isso me deu um novo ânimo.
Depois veio a aprovação na PGE e eu mudei de área. Disciplinas novas, novo foco e a motivação continuou. Devido à pandemia, os concursos foram paralisados e isso tira um pouco o estimulo, mas sei que em breve tudo vai voltar ao normal.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Osnes: Inicialmente, remuneração. Alguns cargos têm remuneração atrativa e isso é praticamente uma intimação para estudar. Depois, com mais leitura e entendimento do serviço público, você percebe a importância de ser um servidor, de trabalhar para o público e de tentar entrar para melhorar o serviço público.
A remuneração sempre é importante, mas não pode ser só isso. Entender a importância da sua função como servidor ajudará você a se manter motivado tanto no estudo quanto no trabalho.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Osnes: Direi o que sempre digo a uma amiga que está iniciando: só não passa em concurso público quem parou de estudar. Esses não vão passar nunca. Quem está estudando, seja num ritmo mais forte ou mais lento, vai passar. Pode demorar um pouco mais, mas vai passar.
Siga firme no “tripé da aprovação”: disciplina, planejamento e bons materiais. Existem dois tipos de “concurseiros”: os que têm certeza da aprovação e os que acham que nunca vão passar. Os dois estão corretos! Faça parte dos que têm certeza da aprovação.