Aprovado no concurso PGE-PE
“O fato de ter consciência de que a escolha de fazer concurso é um investimento de médio/longo prazo me ajudou bastante. Foram algumas reprovações, mas elas me ensinaram muito. Desde o início procurei entender que seria sacrificante, teria que abrir mão de algumas coisas, mas que lá na frente valeria a pena”
Confira nossa entrevista com Leonardo de Oliveira Santos, aprovado no concurso PGE-PE para o cargo de Assistente de Procuradoria:
Estratégia Concursos: Olá! Qual a sua idade? De onde você é? Em que ano se formou?
Leonardo de Oliveira Santos: Olá, tenho 32 anos. Sou natural de Recife, Pernambuco. Formação em marketing, concluída em 2012.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a Procuradoria? O que te atraiu nessa carreira?
Leonardo: Trabalhei muito anos com produção de eventos, gostava muito da área mas estava cansado da instabilidade e da rotina pesada. Busco na carreia pública, principalmente , qualidade de vida e tranquilidade financeira. Concurso, na verdade, já tinha sido um pensamento em 2008 quando então cursava Turismo na UFPE e, por não me vê atuando na área, pensei em fazer o concurso do BB que estava próximo, cheguei a me matricular em um cursinho, mas cancelei, pois surgiu o primeiro emprego numa produtora de eventos. No início de 2018 resolvi largar tudo pra retomar esse projeto do concurso.
A PGE foi uma escolha estratégica (concurso escada), porque na verdade meu objetivo é ser auditor fiscal, mas resolvi estudar primeiro para área administrativa para garantir alguma aprovação e assim poder estudar para fiscal com “mais tranquilidade”. A grande sorte foi que o edital veio muito semelhante ao do MPU 2018, que foi o primeiro concurso que fiz “pra valer”, e foi a mesma banca, além de ficar a 30 metros da minha casa, haha.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Leonardo: Nos primeiros 18 meses tinha uma “reserva” que permitia ter 100% do meu tempo dedicado ao estudo. Mas em junho do ano passado precisei voltar a trabalhar. Fiquei de junho a novembro conciliando como dava, estudava a noite e principalmente no fim de semana, quando não tinha trabalho. Em dezembro/19 larguei tudo para finalmente começar a estudar para área fiscal, foquei no SEFAZ-AL (fiquei muito feliz com o resultado, inclusive, consegui ficar entre os classificados e ter meu estudo de caso corrigido, fiquei em 109° mas fora das vagas, no próximo virá!!)
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Leonardo: Dentro das vagas foram o de assistente da PGE e de técnico (assistente em administração) da UFPE. Em CR foi técnico MPU (965°), analista da Prefeitura do Recife (157°) e CORE-PE (19°). O último foi a da UFPE, fiquei em 26°.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Leonardo: Varia de acordo com o momento. Quando estou na reta final pós-edital, realmente me tranco em casa e estudo de domingo a domingo. Mas entre esses momentos, procuro manter um mínimo de convivência, tiro os domingos para descansar, sai aos sábados à noite com amigos, mas sempre com programações leves. Todo vez que faço uma prova, tiro uns dias ou 1 semana para descansar, aproveito para fazer uma viagem curta ou algo do tipo, só para recarregar a bateria antes de entrar em um novo ciclo.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Leonardo: Estava casado nos primeiros 18 meses de estudo, hoje estou solteiro. Não tenho filhos, só uma cachorrinha que fica de guarda compartilhada, haha. Voltei a morar com meus pais quando me separei e enquanto não sai a nomeação. E tive a sorte de sempre contar com o apoio de todos, minha esposa na época, amigos, meus pais, sempre me incentivaram muito.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Leonardo: Acho que vale a pena, mas depende da estratégia que você traça. Como comentei, desde o começo sabia que meu foco final é auditor fiscal, mas como precisava ter um resultado “mais rápido”, foquei primeiro em concursos administrativos. Outro exemplo foi agora durante a Pandemia: como os concursos da área policial não pararam tanto quanto os fiscais, tracei um planejamento para agente da PCDF. Inclusive como veio contabilidade e estatística no edital, as mudanças no meu estudo seriam pouquíssimas, então resolvi aproveitar. Fiz isso também porque ter uma prova, um prazo, um edital aberto ajuda muito no foco, o ritmo tinha caído com a pandemia, mas voltei ao gás normal agora com a PCDF. Queria inclusive registrar meu agradecimento ao Prof. Da Rocha, que foi, como sempre, muito atencioso quando o procurei no Instagram solicitando um conselho sobre, se valeria a pena a migração (TEMPORÁRIA) para a PC, enquanto aguardava o retorno dos concursos fiscais.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Leonardo: No caso da PGE, focado foram 2 meses e meio. Mas como já tinha estudado para o MPU e em seguida analista de gestão da PCR, já comecei o estudo para PGE com boa parte do edital estudado, aí foi focar na específicas e muita revisão.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Leonardo: Confesso que só estive diante dessa situação nos primeiros 7 ou 8 meses de estudo. Montei um clico básico com Direito administrativo, Direito Constitucional, Português, Informática e RLM. Ai fiz o meu “edital” com esse ciclo e isso me ajudou bastante. Mas depois disso sempre tive uma prova no foco. MPU (outubro/18), Analista PCR (janeiro/19), PGE (abril/19), UFPE (Dezembro/19) e SEFAZ-AL (fevereiro/20).
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Leonardo: O que funciona melhor pra mim, sem dúvida, é o PDF. No entanto, para alguns assuntos, gosto de assistir vídeo aulas, mas somente se estiver com o planejamento folgado. Aula presencial nunca tive e também nunca estudei por livros. Os cursos em PDF são bem mais direcionados.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Leonardo: Antes mesmo de entrar no universo dos concursos já tinha ouvido falar, pois amigos que estudavam comentavam sobre a qualidade do Estratégia. É a referência para concursos já há alguns anos.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todos que estudam para concurso público é a quantidade de assuntos para memorizar. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Leonardo: Eu monto sempre um planejamento completo no excel, do dia que começo aquele edital até a véspera da prova. Estudo, normalmente, 3 matérias por dia e procuro colocar todas as materiais do edital já no planejamento inicial; apenas quando são muitas, que priorizo terminar as mais importantes. Gosto muito de fazer resumos, mas não de tudo nem de todas as matérias, além disso sempre faço tabelas com informações mais “decorebas” como prazos e números. Gosto muito de ler em voz alta e ir fazendo anotação do que é mais importante em um caderno. Já estou no meu sexto caderno de 12 matérias, haha. Exercícios, sem dúvida alguma, é a parte mais importante do meu estudo. Faço todos os dias! A última vez que fiz uma contagem já estava em quase 20 mil questões. Sempre deixo 3 ou 4 semanas para revisão final, e nesse etapa é ler resumo, tabela e muito simulado. O horário varia um pouco com a fase do estudo, mas normalmente vou de 08:30 às 17:30. Quando estou em ritmo final, volto à noite (das 19:30 às 21:30, aproximadamente). Apesar de “só” começar as 09, acordo e vou dormir bem cedo. Faço alguns intervalos durante esse período, e procuro reservar um momento para fazer algum exercício físico, geralmente a noite.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Leonardo: Nas semanas que antecedem, eu realmente dou todo o gás, é o momento mais importante de toda a preparação. Mas na véspera é descanso. No máximo vejo alguns trechos do aulão de vocês, mas de forma tranquila, sem anotações nem nada, apenas para pegar algumas apostas e dicas finais.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Leonardo: No da PGE, para assistente só teve prova objetiva. Mas em outras oportunidades como na SEFAZ-AL, procurei fazer, no mínimo, uma peça por semana. Discursiva é muito treino.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Leonardo: O maior erro que identifiquei foi que no início demorei para entender a importância das questões no minha preparação. Entre os acertos, começo exatamente pelas questões, quando percebi a importância dela, meu estudo evoluiu muito. Outro acerto foi o planejamento, saber exatamente o que vou estudar todos os dias. Assim que monto o planejamento sei se poderei ver todo o edital, quantas questões farei, quantos dias de revisão, etc. E o melhor é que posso ir adequando ele no meio do caminho, quando percebo a necessidade de reforçar determinado assunto, por exemplo. E por último, aponto as revisões e o estudo ativo. Sempre procuro me questionar “mentalmente” se eu realmente entendi aquilo que acabei de ler, faço uma pergunta tipo: “Você entendeu isso? Então explica!”. Haha. Apesar de parecer meio louco, ajuda muito!
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Leonardo: Nunca pensei em desistir, mas passei por vários momentos difíceis. Alguns relacionados diretamente com o estudo, outros de cunho pessoal, mas o fato de ter consciência de que a escolha de fazer concurso é um investimento de médio/longo prazo me ajudou bastante. Foram algumas reprovações, mas elas me ensinaram muito. Desde o início procurei entender que seria sacrificante, teria que abrir mão de algumas coisas, mas que lá na frente valeria a pena.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Leonardo: Na hora foi um mix de alívio com orgulho. É uma alegria que não sei explicar. Só nós sabemos o quanto é duro essa estrada. Quando vi meu nome lembrei de todas as horas de muita dedicação. É uma felicidade sem igual!!
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Leonardo: Não é impossível, longe disso, mas exige muita disciplina, dedicação e abdicação. Por isso prepare-se para uma estrada árdua. E tenha um OBJETIVO! Pense nele todo dia. Doe-se ao máximo, mas respeite seu corpo, tem hora que é melhor tirar umas horas para descansar e recarregar a bateria, o seu estudo precisa ter qualidade. E se você realmente quer ser um servidor público, não desista!! Faça um planejamento com o máximo de detalhes, tenha um estudo ativo, resolva muuuitas questões. A sua hora vai chegar! Só respira e vai.