Aprovado no concurso da PF para o cargo de Papiloscopista:
“Nós somos os arquitetos do nosso próprio destino…Se você tem um sonho/meta trabalhe nele todos os dias, pois seu esforço durante dois, três ou mais anos irão mudar o restante de sua vida, impactando positivamente também na vida de todos que você ama. Faça o melhor que puder com as condições atuais que você tem, mesmo que pense ser pouco, pois, de pouco em pouco, com o passar do tempo, esse pouco se tornará muito. O resultado será construído diariamente, já que nós somos aquilo que repetidamente fazemos.”
Confira nossa entrevista com Bruno Drummond, aprovado no concurso da PF para o cargo de Papiloscopista:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Bruno Drummond: Eu sou formado em Biologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, tenho trinta anos, sou natural do Rio de Janeiro.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial?
Bruno: Escolhi estudar para concurso público por conta de ser meritocrático, no meu entender, dependeria do meu esforço, seria uma carreira sólida e com estabilidade. Vislumbrei na Polícia Federal um local que se encaixava com meu perfil, além de ser uma instituição renomada nacional e internacionalmente.
Escolhi a carreira policial por vocação, para, de fato, poder fazer a diferença na sociedade, contribuindo para uma nação melhor.
Pois bem, sou oriundo de família bem simples do subúrbio do Rio de Janeiro e ao terminar o ensino médio, passei na faculdade de biologia da UFRJ, comecei a estagiar na Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) e recebia uma bolsa mensal de cerca de 400,00 reais. Então percebi que para poder dar uma qualidade de vida melhor para minha família, ajudar mais em casa com as contas e ter uma vida melhor, eu tinha de conseguir um trabalho que pagasse um salário maior, a realidade bateu à porta. Então, decidi estudar e prestar meu primeiro concurso público de nível médio para o cargo de Sargento do Exército (EsSA), já que as matérias eram comuns ao vestibular das faculdades, tinha um salário, que à época e para minha realidade, era bom e eu poderia, após curso de formação, voltar à faculdade, além de me identificar com as funções das Forças Armadas, sobretudo do Exército. Esse primeiro degrau me ajudou a custear as contas e a poder ter uma vida mais confortável. Possibilitando uma qualidade maior nos estudos, tanto para terminar a faculdade, quanto para estudar para um cargo de nível superior. Dentre todas as carreiras de nível superior, a da Polícia Federal foi a que mais me chamou atenção, então decidi estudar e empreender todo o meu esforço para alcançar esse objetivo. Entendo que a necessidade e o desconforto foram as maiores motivações para iniciar e continuar nos estudos.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Bruno: Durante minha caminhada como concurseiro, eu trabalhava (era sargento de carreira do Exército) e estudava.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Bruno: Fui aprovado e classificado dentro das vagas nos concursos:
Escola de Sargentos das Armas (EsSA) – 4° (após curso de formação);
Escrivão de Polícia Civil de Santa Cataria – 60° (após homologação);
Agente de Polícia Civil de Santa Catarina – 168° (após fase escrita);
Escrivão de Polícia Civil de Curitiba – 28° (após fase objetiva e discursiva);
Papiloscopista Policial Federal – 14° (após TAF).
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados na primeira fase do certame?
Bruno: Minha sensação ao ver meu nome na lista de aprovados/classificados na primeira fase do certame foi de uma felicidade controlada, pois sabia que ainda tinha de encarar outras fases do concurso e só poderia realmente ter uma alegria plena depois da posse. Diante disso, tinha de manter a concentração e me preparar para as demais etapas, o sentimento de responsabilidade aumentou a cada fase superada.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Bruno: Eu tentava equilibrar a vida de concurseiro com a vida social, entendo ser importante essa moderação. Penso que com um bom planejamento, seja possível adicionar horas de lazer na rotina de estudo. Contudo, na fase pós autorização do concurso-alvo, a vida social foi ficando mais escassa, e após a publicação do edital, com a data marcada para a prova, então adotei uma postura radical de abdicar completamente da vida social.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Bruno: Eu namoro e morava com meus pais. Eles sempre apoiaram meus estudos e me ajudaram de inúmeras formas. Eu penso que o simples fato de ter tido uma casa, um quarto, muito amor e ter tido comida todos os dias foi a forma que eles me ajudaram e que eu sou eternamente grato por isso.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior? (Se esse ainda não é o concurso dos seus sonhos, se possível, citar qual é e se pretende continuar se preparando para alcançar esse objetivo).
Bruno: Eu digo que ter feito outros concursos na área policial foi fundamental e essencial pra mim antes de passar na Polícia Federal. Eu aprendi muito com eles. Eu sempre fui focado no edital da PF, mas como o concurso demorou a acontecer, então fiz outros concursos de Polícia Civil, permiti desviar cerca de 5% a 10% do edital da PF, e estudar a legislação própria do estado de Santa Catarina e depois do Paraná, algumas leis estaduais, enfim, o mínimo possível. Ganhei motivação para continuar na caminhada para a PF, pois a cada aprovação em um concurso público, eu percebia que estava fazendo o certo e que meu planejamento estava excelente. Penso que o melhor filtro para saber se estou fazendo o certo é analisar o meu resultado. Era uma motivação sem precedentes para mim. Aprendi como ocorrem os testes físicos, a preparação prévia, como meu corpo reage diante das avaliações, ganhei mais autoconhecimento, aprendi como é um teste psicotécnico, fiz alguns exames médicos, portanto, quando chegou a vez das fases da Polícia Federal, eu tinha muito conhecimento sobre como tudo iria acontecer, como eu iria reagir e, principalmente, o que eu deveria fazer. Isso foi maravilhoso.
Meus objetivos agora são: mestrado e outra graduação.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Bruno: Estudei cerca de 3 a 4 anos.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Bruno: Estudei sem mesmo ter a autorização do concurso da Polícia Federal. Eu sabia que o quanto antes eu iniciasse seria melhor e eu teria mais chances de ser aprovado. Então criei meu planejamento e o seguia. A motivação era sempre de me imaginar já trabalhando na PF, isso se tornou uma meta de vida, se tornou um sonho pra mim, e a motivação vinha. Seria, sobretudo, uma forma de ajudar meus pais. motivação também vinha com as boas notas nos simulados e, principalmente, com as aprovações em outros concursos. Quando eu percebi que já estava com uma boa quantidade de conhecimento acumulado, já dominava as matérias do edital, isso me motivou bastante.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Bruno: Usei aulas presenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas, banco de questões e simulados. Principais para mim: site de questões, PDF com teoria e questões comentadas ao final, simulados e aula presencial (fazia sábado o dia inteiro aula presencial de teoria e questões e domingo o dia inteiro feitura e correção de simulados).
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Bruno: Conheci o Estratégia Concursos por recomendação de profissionais e amigos.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Bruno: Eu estudava de duas a três matérias por dia, tentava fechar os tópicos do edital. Inicialmente, eu estudei a teoria, fazendo meu resumo para depois somente revisá-lo, e em seguida fazia as questões relacionadas ao assunto aprendido. Depois de ver a teoria, eu revisava meus resumos e aumentava a quantidade de feitura de questões. Eu estudava durante a semana cerca de 4 a 6 horas por dia, antes da autorização do concurso público, estudava sábado de 8h as 17h e, às vezes, até as 19h, estudava aos domingos de 8h as 17h. Após autorização do concurso, eu comecei a estudar cerca de 8h durante a semana e aos finais de semana mantinha a quantidade inicial. Após publicação do edital eu estudei todo o momento que tive, adotei uma postura radical nesta fase.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Bruno: Na reta final, eu continuei estudando a todo o momento que tinha e tanto na véspera quanto nas horas antes de entrar na sala de prova, eu continuei estudando e revendo a parte que era mais “decoreba”, como alguns prazos, algumas “pegadinhas” e institutos que costumam cair no Cespe.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Bruno: Na parte discursiva, eu fazia no mínimo uma redação por semana, após a autorização do concurso, além de ler sobre assuntos que julgava mais importante e que estavam em voga. Após criar meu esqueleto próprio de redação, eu comecei a colocá-lo em diversos temas que estavam em destaque no noticiário nacional e internacional. Assim, após a publicação do edital eu já tinha muitas redações feitas com o mesmo modelo, porém com diversos assuntos que eram importantes.
Estratégia: Como foi sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Bruno: Na parte do TAF, eu sempre pratiquei esportes e tenho uma alimentação/dieta boa, então eu foquei nos exercícios que seriam avaliados e comecei a intensificá-los.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Bruno: Erros: Faria mais concursos públicos relacionados ao concurso alvo durante a trajetória.
Acertos: comecei a estudar muito antes da autorização do concurso, tracei e segui um planejamento e perseverei, não desisti, apesar de aparecerem inúmeras dificuldades.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Bruno: O mais difícil nessa caminhada para mim foi a incerteza, pois como dependemos do Governo Federal para autorizar, nomear e outras tratativas administrativas, essa dependência cria incertezas de se aconteceria, quando aconteceria entre outras.
Não pensei em desistir, pois é um caminho sem volta. Só não passa em um concurso público quem desiste.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Bruno: Imaginar fazer parte da Polícia Federal, vontade de trabalhar neste órgão incrível, vontade de melhorar a vida, o desconforto e a necessidade me fizeram querer mudar a vida da minha família.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar onde você chegou!
Bruno: Nós somos os arquitetos do nosso próprio destino, nosso futuro é moldado pelos nossos méritos, penso que passar por dificuldades faz parte do processo da aprovação. Entretanto, o esforço do trabalho vence qualquer dificuldade. Se você tem um sonho/meta trabalhe nele todos os dias, pois seu esforço durante dois, três ou mais anos irão mudar o restante de sua vida, impactando positivamente também na vida de todos que você ama. Trabalhe em prol da sua meta todos os dias, faça o melhor que puder com as condições atuais que você tem, mesmo que pense ser pouco, pois, de pouco em pouco, com o passar do tempo, esse pouco se tornará muito. O resultado será construído diariamente, já que nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Por fim, principalmente, entregue e confie sua caminhada a Deus.