Aprovado no concurso PCRO para Agente de Polícia Civil
Policial (Agente, Escrivão e Investigador).
“A vida não vai esperar você ser aprovado e assumir um cargo público. Portanto, tenha como norte o estudo, mas reserve um tempo ao longo da semana para a atividade física, amigos, família e para rezar. Dessa maneira, a jornada fica sustentável, à medida que as esferas física, social, familiar e espiritual ficam equilibradas, retroalimentando a esfera intelectual”
Confira nossa entrevista com Caetano Moreno Pauferro, aprovado no concurso PCRO para Agente de Polícia Civil:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Caetano Moreno Pauferro: Sou do Rio de Janeiro-RJ e tenho 39 anos. Minha formação passa pelo Colégio Militar do Rio de Janeiro, pela graduação em educação física e pós-graduação em treinamento desportivo, ambas na UFRJ.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área policial?
Caetano: A minha decisão para entrar no mundo dos concursos foi baseada no desejo de ter estabilidade e um bom salário. Paralelamente, a escolha pela área policial foi uma consequência natural: gostaria de ter um trabalho no qual eu me sentisse feliz (realizado) com a minha missão, aliado a um bom salário e que “exigisse” um pouco de preparo físico. No passado fui atleta, treinador e oficial temporário na Marinha do Brasil – a carreira policial poderia ser a escolha perfeita para o que eu vislumbrava.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava? Caetano: Eu já vivi todos os cenários possíveis que um concurseiro pode ter na relação tempo x trabalho x dinheiro. Dessa forma, minha jornada no concurso público começou em janeiro de 2015, quando eu ainda trabalhava de forma integral no Corpo de Fuzileiros Navais: nesse período, eu aprendi que qualquer hora e local é uma oportunidade para estudar – no carro (via áudio), durante os deslocamentos casa-quartel-casa e até mesmo almoçando mais rápido a fim de aproveitar esse horário de intervalo do trabalho (era possível fazer 1h30min por dia e “compensava” no fim de semana, feriados e férias).
Num segundo momento, em janeiro de 2019 (quando fui para reserva), havia me preparado financeiramente durante os anos anteriores: poupei uma boa grana com o objetivo de “apenas” ficar em casa estudando – e consegui ficar desse modo até abril de 2021. Fazia de 28 a 32h por semana, mas não tinha vida social e negligenciei a atividade física.
Desde então, voltei a trabalhar parcialmente como personal trainer, mas com ajuda financeira dos meus pais e amigos (pois no último ano me separei e tive que voltar para a casa dos meus pais).
Atualmente, estudo de 2 a 3 horas diárias com muita qualidade (faço 6 dias de atividade física por semana e estou com a vida social em dia), porque já tenho muita base e sei que quando um edital é publicado tenho que focar em simulados, discursivas e na legislação específica daquele concurso (ex: estatuto da PCRO).
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Caetano: Fui aprovado, mas não classificado para as fases seguintes: PF, PCDF e PCPA – todos no cargo de escrivão. Classifiquei para o TAF da PPSC, no entanto não estava fazendo atividade física e não fiz o TAF. Além disso, fui aprovado na PCMT (passei no exame médico e digitação – cargo de escrivão – mas reprovei no TAF).
A minha situação atual é a seguinte: aprovado e classificado na PCERJ em virtude da quebra da “cláusula de barreira” (cargo de investigador – aguardando ser convocado para as próximas etapas); PCAM – cargo de escrivão – aguardando a possível quebra da cláusula de barreira e; PCRO – aprovado e classificado em ambos os cargos: escrivão (61º) e agente (100º) após a correção definitiva das discursivas – aguardando a prova de digitação e TAF, respectivamente.
Sim, definitivamente irei continuar estudando, não somente até assumir um cargo, mas até atingir meus objetivos: inclusive, estou na preparação final para a PCGO, no dia 11DEZ.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Caetano: Então, como comentei um anteriormente, quando eu trabalhava full-time, ainda tinha um mínimo de vida social, a qual eu abdiquei para somente estudar. Foi ótimo para ganhar a base que tenho de estudos, porém não recomendo, uma vez que é fundamental manter uma vida social sem excessos (zero de noitada).
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro(a)? De que forma?
Caetano: Fui casado durante 8 anos e me separei há quase 1 ano. Não tenho filhos. Meus pais me apoiaram na minha decisão de entrar na jornada do concurseiro e me permitiram voltar para casa deles após a separação. Sou um cara de raríssimos amigos. Mas posso afirmar que os meus são extremamente leais: me ajudaram com dinheiro para me manter, pagar dívidas e viajar para fazer algumas provas – “na dificuldade é que vemos quem é verdadeiro.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Caetano: Devido ao fato de eu já ter uma boa base de estudo e vir “embalado” desde maio de 2021 fazendo concursos (PRF na pós-pandemia), chegando ao ápice de performance pessoal nesse ano com os resultados da PCERJ, PCMT e PCAM, visando a PCRO de forma específica (3 meses), eu apenas foquei na história/geografia de Rondônia e revisei com muitas questões contabilidade, noções de administração e medicina legal. As outras disciplinas eu mantive a leitura dos meus “cadernos dos erros” com muitos simulados.
Considero-me um homem muito disciplinado, o mais difícil é manter a motivação constante ao longo desses anos estudando e o resultado maior não ter acontecido. Eu acredito que não tem solução para essa questão: temos que colocar fé, moral e raça para fazer o que tem que ser feito.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação? (Aulas presenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens?)
Caetano: A melhor ferramenta é o PDF: a depender do caso, o PDF grifado (marcação dos aprovados) é ainda melhor – deve-se avaliar o custo x benefício de empreender horas numa disciplina (lei pontual) que a probabilidade é não ser cobrada na prova ou se for, é “só” para saber se você pelo menos leu o básico.
A base do meu estudo de 2020 para cá são os “mapas mentais” que produzi baseados nos PDF do Estratégia. O aprofundamento eu faço com os “cadernos dos erros” que confeccionei baseado nas correções de simulados (erros repetitivos, assuntos mais complexos, súmulas e jurisprudências mais cobradas e recentes).
Ressalto que as videoaulas, particularmente, foram essenciais quando eu tinha muita dificuldade em entender algum assunto quando estava construindo minha base (nos 4 direitos que sempre são cobrados em provas) e no aprendizado de estatística e o assunto lançamentos contábeis em contabilidade (sem videoaula não estava conseguindo visualizar como funcionava).
Por fim, às vezes consulto uma gramática e as “letras frias” das leis para ter uma outra visão do conteúdo (até porque, às vezes, o que é cobrado é a lei seca). E sim, um dicionário para aprender novas palavras que podem aparecer em questões de significado em português (“todos erram” – pode ser um diferencial).
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Caetano: Eu conheci o Estratégia em 2016, pesquisando na internet.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Caetano: Eu cheguei a estudar no início da minha jornada, nos anos de 2015 a 2017, de forma presencial, em cursos tradicionais aqui do Rio de Janeiro. Não havia um material formal nesses cursos: os professores ministravam aulas com seus materiais individuais.
Eu penso que tudo tem importância, ao menos por um período: estudar de forma presencial para quem trabalha e não adquiriu o hábito e “endurance” de estudar paralelamente, pode ser importante. Todavia, superada essa questão, o estudo não pode ser “passivo”, além do tempo investido em deslocamento casa-curso-casa.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Caetano: Cheguei a fazer o TJPR, TRF4, Anvisa, Oficial de Chancelaria, IBGE, etc. não passei porque eu não tinha uma boa base, mas foi fundamental para manter a motivação, aprender a fazer prova, ter “ritmo de jogo”.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Caetano: Certamente, a combinação do PDF, o qual traz o assunto de forma objetiva, sem rodeios com a bateria de questões no final de cada aula (incluindo as explicações do professor nas respostas) é a “alma do negócio”. Gosto muito dos simulados também, apesar de utilizar também de outra empresa.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos? (Estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Quantas horas líquidas estudava por dia?)
Caetano: Conforme disse, 2 a 3 horas por dia com muita qualidade são suficientes para mim, atualmente. Após o edital da PCRO ser publicado, de segunda a quinta eu estudava 3 matérias (história/geografia de Rondônia, contabilidade e noções de administração) encaixando revisões pontuais de todas as outras matérias através dos mapas mentais e cadernos dos erros. Às sextas eu fazia uma “revisão de véspera”, a fim de fazer um simulado completo no sábado. Por fim, no domingo eu corrigia o simulado e fazia a discursiva (adicionando, caso necessário, conteúdo nos cadernos dos erros).
Estratégia: Como fazia suas revisões? (Costumava fazer resumos, simulados ou algo mais?)
Caetano: Complementando o que expliquei, penso que revisão deve ser feita diariamente, mas com foco nas necessidades que vão surgindo: se você, por exemplo, vai muito mal no assunto concurso de crimes, no dia seguinte dê atenção para isso na revisão.
Eu estudo utilizando checklist do que eu tenho que fazer dentro da grade de estudos de cada matéria e do que venho a errar nos simulados (toda segunda-feira eu invisto um tempo para planejar a semana de estudos). Saliento a importância dos mapas mentais e cadernos dos erros.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Caetano: A resolução de questões é importantíssima, mas devem ser feitas com qualidade: não adianta ter um volume alto de questões, mas não corrigir os erros e continuar errando ou acertando “ao acaso”.
Não faço a menor ideia de quantas questões eu já fiz (apesar de anotar as horas líquidas e quantidades de questões realizadas durante a semana numa agenda), mas no mês de reta final de um concurso, com certeza faço de 60 a 80 questões diárias (múltipla escolha) ou em torno de 100 questões (certo ou errado), sem contar as questões do simulado.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Caetano: Na preparação para a PCRO, a minha maior dificuldade foi contabilidade, no assunto lançamentos contábeis: superei fazendo muitos exercícios, nos quais, lendo a explicação do professor, eu ia progredindo. Deu certo! Salvo engano, das 20 questões de contabilidade (escrivão + agente), acertei 15 (9 + 6, respectivamente).
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Caetano: Leitura até a exaustão das letras frias das leis que julguei pertinente, dos mapas mentais e dos cadernos dos erros.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Caetano: Sim, teve prova discursiva em ambos os cargos. Em 2020 e 2021, investi em pacotes de correção de redação de português. Depois que aprendi o “esqueleto” e dominei os conectivos, comecei a fazer por conta própria as redações dos simulados. Dessa forma, decidi fazer um “cardápio” (aconselho fortemente) de temas de redações (tenho mais de 50), que consiste num pequeno mapa mental com argumentos e dados que utilizei na produção das redações em si. Logo, fica “fácil” lendo ao longo da semana que antecede o concurso lembrar desses argumentos e até mesmo improvisar se for necessário.
Estratégia: Como foi (ou está sendo) sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Caetano: Eu tenho realizado 6 dias de atividade física por semana, totalizando 3 sessões de musculação e 5 de corrida. Nos treinos de corrida, eu faço 1 treino de intensidade média, 1 de alta e os outros são apenas volume (corro 35 km por semana). Na musculação eu faço trabalho de hipertrofia (exceto membros inferiores), mas encaixei a barra fixa e o abdominal curl-up: já estou fazendo com folga os índices exigidos para esse TAF. Em breve vou refazer os exames médicos necessários (pois alguns que utilizei na PCMT expiraram).
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Caetano: Talvez, meu erro durante a minha jornada de concurseiro foi não ter considerado que poderia levar mais do que 2 anos para ser aprovado em algum concurso (sem dinheiro a missão ficou mais difícil).
Em contrapartida, o maior acerto foi acreditar em ser aprovado e classificado: sempre fiz o meu melhor em cada preparação e em cada dia de simulado ou prova – não fazia parte do meu pensamento a reprovação e assim, a cada concurso eu fui melhorando meu desempenho.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Caetano: Nunca. A principal motivação é o desejo de mudar de vida, crescer pessoalmente, o que, inevitavelmente, passa pela estabilidade na escolha do trabalho. Além disso, a vontade de sair de casa novamente, porque voltar a morar com os pais aos 39 anos não é nada fácil depois que já havia conquistado minha independência financeira (ainda que temporária).
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar onde você chegou!
Caetano: Primeiramente, eu aconselharia a escolher uma área de afinidade no mundo dos concursos, pois a disputa é acirrada e mirar em áreas distintas pode significar a reprovação.
Em segundo lugar, é ter a consciência da missão: a vida não vai esperar você ser aprovado e assumir um cargo público. Portanto, tenha como norte o estudo, mas reserve um tempo ao longo da semana para a atividade física, amigos, família e para rezar. Dessa maneira, a jornada fica sustentável, à medida que as esferas física, social, familiar e espiritual ficam equilibradas, retroalimentando a esfera intelectual.
Por último, tenha em mente que estudo é consistência, repetição e qualidade. Todos os dias devemos estudar, fazer questões, revisar e ajustar. “A diferença entre o sonho e a realidade é a quantidade certa de tempo e trabalho”.