Aprovado em 46° lugar no concurso PC-SP para o cargo de Delegado
Concursos Públicos
“Cada um tem a sua trajetória de vida, e nenhuma pode ser fielmente comparada com a outra. Provavelmente você não é nenhum gênio, assim como 99% dos candidatos […]”
Confira nossa entrevista com Yan Rodrigues dos Santos, aprovado em 46° lugar no concurso PC-SP para o cargo de Delegado:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Há quanto tempo se formou em Direito? Qual sua idade e cidade natal?
Yan Rodrigues dos Santos: Sou Yan, tenho 30 anos, nasci em Piracaia-SP e cresci em Nazaré Paulista-SP. Aos 15 anos mudei para a capital para estudar para o vestibular. Formei na Direito USP em 2015. Passei 3 anos estudando para concursos médios, e desde 2018 estudo para concursos superiores.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Escolheu seu curso superior já pensando em fazer concurso ou chegou a advogar?
Yan: Durante a faculdade, ainda era muito imaturo e não foquei em concursos. Fiz de tudo (iniciação científica, intercâmbio, monitoria, fui professor de inglês e em cursinho popular), menos estudar para concursos. Quando me formei, me vi à deriva e caiu a ficha. Logo percebi que não queria advogar, então optei pela carreira pública. Cheguei a fazer algumas audiências, mas apenas para contar experiência jurídica.
Estratégia: Sempre fez concursos para carreira jurídica?
Yan: Sim, nunca prestei para carreiras fiscais ou policiais.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Yan: Sim. Cheguei a passar o primeiro ano pós-formado (2016) só estudando, em um curso presencial. Mas logo percebi que aquela não era a melhor estratégia. Quem “só” estuda tem que ter muita disciplina e organização. Principalmente, eu não poderia, nem queria, depender dos pais para me sustentar. Sabia que a aprovação final levaria anos, e viver às custas dos pais esse tempo todo não era uma hipótese. Então me vi pressionado a passar com urgência em um cargo médio. Foi daí que comecei a estudar de verdade para concursos públicos. No final daquele ano, passei para Oficial de Promotoria MPSP, cargo que exerci por 3 anos e que me proporcionou o sustento de que precisava para seguir estudando.
Quanto à conciliação, nunca foi uma dificuldade. Depois daquela experiência do primeiro ano de curso presencial, entendi que o estudo exclusivo não funcionaria para mim. O trabalho te dá segurança, inclusive psicológica, para continuar estudando. Felizmente, todos os meus chefes me permitiam fazer horários que me possibilitavam estudar. No início, trabalhava de dia, e estudava à noite, em uma cabine que alugava perto de casa. Depois, fui notando que rendia mais ao dia, por isso inverti a ordem e passei a estudar de manhã, e depois ia trabalhar com a sensação diária de “dever cumprido”. Faço isso até hoje.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Yan: Passei para Analista Jurídico TJRS, Analista Jurídico MPSP, Oficial de Promotoria MPSP e Escrevente Judiciário TJSP, onde exerço atualmente o cargo de Assistente Judiciário.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Yan: Direcionado ao último concurso (PCSP), 6 meses, mas já vinha prestando concursos para Delegado de Polícia em outro Estados. Tinha acabado de ficar por 1 ponto na primeira fase da PCPR e de reprovar, também por 1 questão, na segunda fase da PCMG. Por isso, não considero que foram somente esses 6 meses, pois o resultado da PCSP foi o acúmulo de conhecimento e experiência de diversos outros concursos, inclusive para outras carreiras jurídicas, que fui prestando pelo caminho. Afinal, hoje ninguém é aprovado em concurso superior de alto nível com 6 meses de estudo. Dessa forma, esses 6 meses devem ser considerados, não como período isolado, mas como “reta final” com dedicação específica para o certame paulista.
Quanto à disciplina, sempre procurei preferir a constância à quantidade de estudos. Comprometi-me em cumprir o mínimo de 3 horas ao dia com foco total, e o restante das horas vagas que sobrassem complementava com outras atividades extras, tais como leituras mais leves, questões, videoaulas, sumários de jurisprudência etc., mas aí não mais com a seriedade daquelas 3 horas obrigatórias, ou seja, apenas como complemento. Em compensação, estudava todos os dias, sem parar, de segunda a segunda.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Yan: Fiz de tudo. No primeiro ano, fiz um curso presencial com dedicação exclusiva. Depois, passei a estudar por livros. Finalmente, abracei os PDFs e videoaulas. Para mim, a melhor forma de estudos se mostrou por PDFs, por ser mais rápido e eficiente que os demais métodos, sobretudo pela excelência do material do Estratégia. Mas cada um aprende melhor de um jeito, pois algumas pessoas têm memória auditiva, outras visual etc. Você tem que identificar por qual desses meios aprende melhor, e isso só vai conseguir fazer testando por conta própria.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Yan: Não lembro, pois desde sempre conheço o Estratégia Concursos, acredito que desde que entrei na faculdade. O Estratégia sempre foi referência em concursos médios, isso sempre foi uma unanimidade entre os alunos, e posteriormente, também foi adquirindo reconhecimento em concursos superiores, sempre com a excelência original.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Yan: Sim, usei. Não tenho a menor dúvida: o que mais me incomodava nos outros cursos é o caráter acadêmico do ensino. Concurso não é universidade. Concurso não é produção de conhecimento. Concurso é competição. Logo, o estudo não pode perder tempo com discussões doutrinárias, acadêmicas, científicas. Tudo isso é importante, mas no lugar certo, que é a faculdade. No concurso, vence quem acumula mais conteúdo, e para isso, o material do Estratégia foi fundamental, por ir sempre direto ao ponto.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Yan: Na verdade, eu sempre estudei pelo Estratégia, desde o início. Sempre fiz vários cursos ao mesmo tempo. Então, não posso dizer que passei um tempo exclusivo estudando por outro curso.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Yan: Dentre as ferramentas do Estratégia, destaco os PDFs, as videoaulas com os melhores professores (principalmente a Nelma Fontana, Michael Procópio, Ivo Martins, Leonardo Tavares, Paulo Sousa, Ivan Marques e outros), as “Horas da Verdade” e as “Revisões de Véspera”, a plataforma de questões, e os cursos de segunda fase, que são todos excelentes.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Yan: Primeiro passei um bom tempo formando a base, separando 2 ou 3 matérias por dia de semana e no fim de semana os simulados. Depois, percebi que tinha uma grave falha na minha preparação, que era a deficiência em lei seca. Por isso, em meu plano de estudos, passei a priorizar a leitura da lei seca, sem descuidar da atualização da jurisprudência e um pouco de doutrina. Não fixava quantidade de matérias diárias, pois eu seguia a sequência das leis do Vade Mecum. Durante a semana, fazia 3 horas líquidas. O restante das horas que sobravam, complementava com outras atividades mais leves. No sábado, estudava o dia todo, tanto quanto conseguisse. No domingo, somente pela manhã.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Yan: Não fazia revisões, além das leituras constantes da lei seca. O que eu fazia eram “flashcards”, que são aqueles blocos de cartões de papel, para memorizar os conteúdos com quais eu tinha mais dificuldade. Assim, frequentemente, embora sem regra periódica, relia esses resumos.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Yan: A resolução de exercícios é muito importante. Mas não se deixe levar pelo mito de que basta fazer exercícios. Eu mesmo caí nisso e deixei de focar o que realmente importa, que é a lei seca. Os exercícios te treinam para raciocinar tal como o examinador, e também filtram os aspectos mais relevantes do conteúdo, o que torna o seu estudo mais eficiente. São bastante relevantes para a primeira fase. Mas os exercícios nunca vão cobrir todos os artigos da legislação, e sempre vão deixar falhas no seu aprendizado. Como o próprio nome diz, o exercício é a colocação em prática daquilo que você já aprendeu, que é a lei seca.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Yan: Foco total. Vi todos os dias os vídeos do “Hora da Verdade” do Estratégia. Vi a “Revisão de Véspera” de sábado do Estratégia. E reli as leis específicas, como a lei orgânica da PCSP, a legislação estadual, o resumo de direitos humanos e medicina legal.
Estratégia: Concursos para carreira jurídica são compostos por várias fases. Como foi sua preparação para a prova discursiva? E para a prova oral?
Yan: Fiz o curso de segunda fase do Estratégia. Os professores corrigem suas falhas, atribuem notas e orientam na redação e no conteúdo. Não pude fazer o curso para a prova oral do Estratégia, pois na mesma época eu estava fazendo a segunda fase da magistratura estadual do TJSP, que é dividida em três finais de semana seguidos (dissertativa, sentença cível e sentença criminal), por isso tive que me dedicar com exclusividade àquele certame.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Yan: Dentre os erros, demorar a entender que a minha forma de aprendizado é pela leitura de PDFs; ficar pulando de “reta final” em “reta final”; ficar prestando carreiras jurídicas diversas sem foco; ficar prestando provas em diversos Estados com moldes de provas totalmente distintos; e principalmente, e acima de tudo, não ler a lei seca.
Dentre os acertos, acredito que tenha acertado em não desistir. Vence quem sobrevive.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Yan: Daria vários conselhos, mas um que acho essencial é não se comparar com os outros. Não fique olhando para os lados. Esqueça os seus colegas de faculdade, os seus amigos concurseiros, os candidatos ao seu lado na sala de prova. Ignore-os. Cada um tem a sua trajetória de vida, e nenhuma pode ser fielmente comparada com a outra. Provavelmente você não é nenhum gênio, assim como 99% dos candidatos. Todos têm as suas dificuldades, angústias, obstáculos na vida, cada qual da sua maneira. Não se mortifique por estar ficando “para trás”, porque você não está. Apenas a sua hora ainda não chegou. E não tenha dúvida: um dia chegará, e você estará aqui respondendo a estas perguntas com as suas próprias palavras.