Aprovado no concurso da Polícia Civil de Minas Gerais
“Quando estiver estafado e quiser desistir, quando duvidar de si mesmo diante do medo da falha, tenha em mente que suas dificuldades são as mesmas de todos os outros candidatos. Não é o mais inteligente que passa, é o que persiste por mais tempo”
Confira nossa entrevista com Mateus Almeida da Silva, aprovado no concurso da Polícia Civil de Minas Gerais no cargo de Escrivão:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Mateus Almeida da Silva: Sou formado em Tecnologia em Processos Gerenciais, tenho 33 anos e sou natural de Três Rios, RJ.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial e por que o cargo de Escrivão?
Mateus: Procurei os concursos públicos face a insegurança na área em que eu atuava. Até então eu era técnico de informática, trabalhava para uma firma que prestava serviço para um órgão público. E, com a crise, ameaças de cortes, restrições orçamentárias dos órgãos públicos, senti que meu emprego poderia ficar ameaçado.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Mateus: Eu trabalhava e estudava. Para conciliar eu lia tudo que podia quando sobrava algum tempo no serviço e em casa também me dedicava.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Mateus: Eu só fui chamado para um concurso, o da Polícia Civil de Minas Gerais, para o cargo de Escrivão de Polícia. Fiquei na 90ª colocação ao final da prova de título. Por volta do 50º na primeira fase. Já fui aprovado em outros concursos há muito tempo, não me lembro quais. Nunca tinha sido chamado até então, desisti de estudar, era muito novo ainda, por volta dos 22 anos. Depois disso, fiz um concurso ou outro mas sem ímpeto, sem me preparar adequadamente, “fiz por fazer”. Uma década depois retomei os estudos de forma sistemática e fui aprovado.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Mateus: Foi um alívio, eu queria bastante passar dadas os mencionados temores quanto a meu emprego. Então saber que eu ingressaria logo no Estado de Minas Gerais e ainda com uma remuneração melhor, me deixou muito satisfeito e em paz.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Mateus: Eu sempre fui introvertido e pouco sociável: minha rotina era casa-trabalho, trabalho-casa. Então pouca coisa mudou. A única mudança na rotina é que passei a fazer exercícios físicos com regularidade, dadas as exigências do concurso.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Mateus: Sou amasiado, com um enteado. Moro sozinho na cidade para a qual fui designado como Escrivão de Polícia. Sempre tive apoio de minha família e amigos para meu projeto: não faltaram palavras de ânimo e orações em meu favor.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Mateus: Acho que sim. Eu nunca me imaginei sendo policial, mas uma vez que entrei no serviço, gostei bastante. Mas não pretendo parar aqui. Eu me interessei pelo cargo de Diplomata e pretendo tentar.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Mateus: Cerca de quatro meses. Se não me engano, o edital foi publicado em julho de 2018. Um mês depois, quando decidi voltar a fazer concursos públicos, eu soube do certame. Estudei então até dezembro, quando a prova aconteceu. Ressalto que eu já tinha alguma base por já ter estudado para concursos anos antes de tentar o de Escrivão. Então foram quatro meses dedicados a este concurso, mas já com alguma bagagem de concursos anteriores.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Mateus: Sim, na minha primeira fase de “concurseiro”, há cerca de 10 anos. Eu era bem indisciplinado. Cheguei a me dedicar por tempo razoável ao TRE-RJ, classificando-me por volta do 300º lugar. Mas após o certame, um pouco decepcionado com minha classificação, eu abandonei os estudos.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Mateus: Eu estudo apenas lendo, não tenho paciência para assistir videoaulas.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Mateus: Não me recordo, mas creio que foi indicação de uma pessoa. Ela me exibiu um material do curso e eu achei bem escrito. Resolvi virar cliente e comprovei a qualidade.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Mateus: Eu estudava várias matérias ao mesmo tempo. Eu não tenho paciência para estudar uma única coisa, me foge a atenção. Então vou alternando entre matérias de quando em quando, várias por dia, pelo menos duas distintas. Fazia sim resumos do que eu julgava mais importante. Após, eu fazia exercícios, bastante. E revisava periodicamente as matérias. As horas de estudo variavam bastante: quatro horas, uma hora, dependia da rotina no dia.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Mateus: Eu tenho bastante dificuldade em memorizar algumas coisas de Direito: não tenho formação na área e apenas memorizar leis, por exemplo, me é maçante e pouco produtivo (minha memória não é boa). Para contornar, eu fiz bastante exercícios e tentava imaginar aplicabilidade das normas, é mais fácil memorizar contextualizando.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Mateus: Eu funciono melhor sob pressão. Talvez não “melhor”, mas acabo trabalhando mais. Então, nos últimos dias, eu realmente estudei bastante. E estudei até a véspera, lendo, inclusive, no ônibus enquanto me deslocava da minha cidade até a cidade da aplicação da prova.
Estratégia: Como foi participar do curso de formação? Teve dificuldade em algo?
Mateus: Foi interessante. Minha dificuldade foi lidar com a distância da família. Foram alguns meses longe. Mas o curso em si foi bacana.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Mateus: A preparação para a parte teórica foi boa. Eu acho que errei na preparação para a prova física, pois fiz boa parte da preparação por conta própria. Quase me lesionei no processo. Teria sido menos doloroso se minha abordagem fosse mais metódica e com auxílio de um profissional do ramo desde o começo.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Mateus: Eu já havia desistido de concursos há muitos anos antes de tentar esse de Escrivão. Então, o pensamento de desistência de fato já veio à minha mente e prosperou uma vez. Quanto ao concurso de Escrivão, me ocorreu diversas vezes a ideia de que eu não seria aprovado, mas em nenhum momento pensei em desistir.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Mateus: Eu me motivei pela minha família e isso me deu forças: eu não queria ser um estorvo desempregado. Ameaça de penúria é uma ótima motivação. “A necessidade faz o sapo pular”, diz a sabedoria popular.
Estratégia: Como se sente hoje empossado no cargo para o qual se esforçou bastante para alcançá-lo?
Mateus: Eu me sinto muito feliz, claro. Eu queria alguma certeza de que vou ter um emprego e alguma periodicidade no meu pagamento, precisava dessa paz na minha vida. Certeza de emprego eu tenho; periodicidade, dada a crise, nem tanto. Mas sei que vou receber meu pagamento, com algum atraso talvez, e é um bom pagamento, que me permite ter minha vida, e isso é o suficiente.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Mateus: A você que começa os estudos agora: tenha um plano, foque num tipo de carreira e estude matérias pertinentes. Mesmo que você tente concursos de outras áreas, foque naqueles que têm matérias similares. Vai tentando, faça 5, 10 concursos, faça as provas que já passaram. Estude minuciosamente cada matéria, não atropele os estudos tentando adquirir conhecimento novo se aquela matéria que você já estudou ainda não foi bem assimilada. Invista num curso de qualidade, como o do Estratégia, não seja mesquinho, gaste sim dinheiro com bom material, pois ele será sua ferramenta de trabalho. As ferramentas fazem o profissional: não existe carpinteiro bom sem uma boa serra, um bom martelo, bons esquadros e um bom tutor. E tenha paciência: vai demorar a aprender, vai custar sua paciência, custará muitas horas do dia, todo dia, por meses, talvez anos. Mas é assim mesmo. Quando estiver estafado e quiser desistir, quando duvidar de si mesmo diante do medo da falha, tenha em mente que suas dificuldades são as mesmas de todos os outros candidatos. Não é o mais inteligente que passa, é o que persiste por mais tempo.
Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: [email protected]
Um abraço,
Thaís Mendes