Aprovado no concurso MAPA
“Ter uma grande meta faz toda a diferença. É isso o que nos dá energia e a automotivação que precisamos. Você pode ver uma palestra motivacional e ficar animado por algumas horas ou alguns dias, mas isso é muito raso. A motivação que move mesmo é aquela gerada por você, pelo que você quer e acredita.”
Confira nossa entrevista com Patrique De Lima Pereira, aprovado no concurso MAPA para o cargo de Auditor Fiscal Federal Agropecuário – Médico Veterinário:
Estratégia Concursos: Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Patrique Pereira: Sou formado em Medicina Veterinária e mais recentemente me formei em Ciências Contábeis. Tenho 35 anos e sou de Santa Maria, Rio Grande do Sul.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Patrique: Logo depois de formado, eu não sabia bem o que iria fazer. Existia a possibilidade de um mestrado, mas eu realmente não me sentia motivado a fazer isso. Um dia me lembrei que na faculdade muito se falava no MAPA e resolvi ir atrás do que eu precisava para conseguir chegar lá. A única informação que eu tinha era de que o salário era muito bom, que nem sempre tinha concurso e que não era fácil.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Patrique: Inicialmente, como estava recém formado, fiquei apenas estudando por alguns meses e logo passei em uma Prefeitura perto da minha cidade. Nesse curto espaço de tempo em que não trabalhava meu estudo era na madrugada, quando não havia barulho e todos estavam dormindo – logo, ninguém me interrompendo. Particularmente eu me concentro muito mais nesse horário.
Depois que assumi a Prefeitura, passei a estudar no intervalo do meio-dia e depois do horário. Às vezes, conseguia bater o olho em algum material durante o trabalho.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Patrique: Todos os concursos que fiz foram para Médico Veterinário:
Prefeitura de Eldorado do Sul (1° lugar)
Prefeitura de Vera Cruz (1° lugar)
Prefeitura de Portão (1° lugar, esse foi especial porque errei apenas uma questão em toda prova)
Concurso do Estado do Tocantins (2° lugar na capital Palmas-TO)
Secretaria da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul, para o cargo de Fiscal Estadual Agropecuário – Médico Veterinário (2° lugar na Regional Osório), cargo que exerço atualmente.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Patrique: No caso do Mapa foi um pouco diferente. Tive um problema em um dos parágrafos da redação que me fizeram perder várias posições na classificação. Por um lado eu estava bastante decepcionado com o que tinha acontecido; por outro, aliviado por ter deixado o nome no Diário Oficial. O grande momento, no meu caso, foi quando a Ministra da Agricultura anunciou que nomearia todos os excedentes do concurso. Eu estava sozinho na repartição pública onde trabalho e me emocionei ao lembrar de tudo o que tinha acontecido, torcendo pra que não chegasse ninguém pra me ver naquele “estado”.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Patrique: Reduzi bastante minhas interações sociais no tempo da preparação, mas sempre de forma sustentável porque o concurso do Mapa sempre foi uma incógnita (quase como a Receita Federal é hoje). Porém, quando o concurso estava autorizado, eu realmente me isolei. Cancelei até visita de amigos distantes, mas eles entenderam. Também deletei o Whatsapp e só falava no Telegram com dois companheiros de estudos. A gente se tirava dúvidas e fazia questões para os outros responderem.
Depois que tudo passou, fui me manifestar no grupo da família do Whatsapp e minha irmã falou “Patrique digitando… parece mentira!”.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Patrique: Atualmente moro com minha esposa e estamos à espera da nossa princesa Luísa.
Venho de uma família que sempre me apoiou muito a estudar, inclusive para concursos. Tem pessoas que enfrentam esse tipo de problema, quando a família pensa que não vale a pena, que é jogo de cartas marcadas – porque estão acostumado com outros tempos – e sempre acham todo tipo foco exagerado. Esse problema, graças a Deus, nunca tive. O apoio sempre foi incondicional. Isso é fundamental.
Por parte da minha esposa também. Sempre foi muito compreensiva. Inclusive ela também foi para esse caminho. É professora e também se motivou a estudar para concursos. Hoje acumula mais de 5 aprovações em concursos de prefeituras da região onde moramos e teve a liberdade de escolher as duas que ela mais gostou.
Quando eu estava estudando, nosso combinado era de que ela só abriria a porta da minha sala de estudos se fosse alguma coisa urgente, para não interromper a concentração. Assim ela só puxava assunto comigo depois que ouvia o barulho de um timer barulhento que eu colocava pra marcar o tempo de estudo.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior? (Se esse ainda não é o concurso dos seus sonhos, se possível, citar qual é e se pretende continuar se preparando para alcançar esse objetivo).
Patrique: Com certeza vale a pena! Até o momento da autorização do edital do Mapa eu vinha me preparando para a Receita Federal, outro cargo que adoraria assumir. Embora não tenha saído o edital da Receita Federal, a caminhada me preparando para um concurso desse nível me trouxe muita experiência de estudo, de rendimento, de conhecimento e de autoconhecimento. A gente só vai se desenvolver na prática.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Patrique: Não vou conseguir dar uma resposta precisa porque houve algumas interrupções e estudos para outros concursos. A primeira vez que estudei para o Mapa foi lá em 2013, para o concurso que saiu em 2014. Depois disso passei quase 2 anos sem estudar e comecei a estudar pra Receita Federal em 2016 até que saiu esse concurso do Mapa em 2017. Eu diria que para o Mapa especificamente deve ter totalizado uns 2 anos e meio com estudo forte.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Patrique: Estudei muito sem edital. Para conseguir manter a constância o estudo era prioridade, com metas diárias, semanais e mensais, sempre calculando as horas líquidas de estudo (cronometradas).
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Patrique: Conheci na época em que me preparava para a Receita Federal através dos webinários. A forma como o Estratégia se preocupava com todos os pontos da vida do aluno me chamou a atenção. O material, a preparação, a parte psicológica, a motivação, tudo. Sempre gostei muito da transparência da instituição. O concurso da Receita Federal não tinha previsão de sair e o Estratégia sempre foi realista nas expectativas para o edital do concurso, sem iludir o aluno.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Patrique: O edital da prova específica tinha dez itens e nove eram apenas legislação. Era evidente que as questões, em sua maioria, viriam com a letra da lei. Imprimi todas essas nove legislações, li e reli inúmeras vezes, grifando e fazendo muitos esquemas (que tenho até hoje) no papel e no computador. O item que não era legislação era meio vago, podia ser qualquer coisa. Nesse tema, usei o material do Estratégia.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Patrique: Estudei todas as matérias, usando um ciclo de estudo. O tempo de estudo de cada matéria era proporcional ao peso dela na prova e ao nível de dificuldade. Eu não fazia resumos, mas sim esquemas. Fazia alguns desenhos meio bizarros para lembrar da legislação, assim como algumas técnicas mnemônicas. Estudava 5 horas líquidas por dia pós edital. Tem gente que consegue mais e às vezes acho até difícil de acreditar. Meu limite são 5h. Já consegui até 7h mas percebi que, pra mim, não rende. Como eu imaginava que a prova viria basicamente com a letra da lei, por causa do edital, sabia que, se batesse o olho nas alternativas, conseguiria lembrar. Por isso, li várias vezes. Isso confirma aquela ideia do benefício de estudar pra outros concursos: a experiência faz a gente identificar nossos pontos fortes e saber adaptar melhor o estudo pra si.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Patrique: As disciplinas que eu tinha mais dificuldades, dedicava mais horas no ciclo de estudos. Quando não conseguia visualizar o assunto apenas lendo, procurava vídeos no YouTube que me ajudassem a criar uma associação com a matéria. Quando fazia assim, não esquecia mais, porque lembrava do vídeo. Geralmente era uma reportagem sobre o tema.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Patrique: Foram dias de muito estudo. Nada de descanso. A meu ver, a véspera da prova é hora de cuidar daquela parte da matéria que é decoreba. É hora de jogar para a memória de curto prazo tudo aquilo que não foi possível consolidar na cabeça (memória de longo prazo). Na legislação do Mapa existem muitos números, tempos, temperaturas, áreas, etc. Usei a véspera pra colocar tudo na “memória RAM”, especialmente através de meus esquemas. Durante todo meu estudo fui marcando os pontos que mereciam ser decorados um dia antes da prova e repassei tudo.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Patrique: Fiz um curso específico para discursiva de Estudo de Caso para saber como apresentar o conteúdo à banca. Além disso, redobrei o estudo específico.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Patrique: A gente sempre comete erros na preparação, mas o mais importante é estudar e prestar atenção no rendimento, ver o que está impedindo de ficar melhor. Se fosse fazer de novo, eu teria começado mais cedo a estudar antes de sair para o trabalho. Acordando às 5h da manhã o dia rende muito mais. É difícil no começo, mas a gente acostuma.
Meu grande acerto foi ter uma imersão no mundo dos concursos. Consumia só esse assunto na internet, convivia e conversava apenas com amigos que estivessem na mesma luta. Outro ponto forte foi ter autocrítica, de sempre estar se reavaliando.
É muito importante também ter pessoas de sucesso como referência, ver o que elas fizeram. Jamais se nivelar por baixo, pensando no caso de alguém que teve algum golpe de sorte, o que é cada vez mais raro.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Patrique: Nunca pensei em parar de estudar. Algumas vezes cansava e dava um tempo, quando me sentia esgotado. Mas sabia que tinha que dar um jeito de voltar. Penso que se a gente não está totalmente satisfeito com a situação profissional ou financeira atual, algo tem que ter ser feito. Então eu sabia que, de um jeito ou de outro, teria que retomar. E isso sempre acontecia.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Patrique: Várias coisas. Sempre busquei estabilidade financeira pra um dia trabalhar apenas por opção.
Além disso, sou servidor do Rio Grande do Sul e confesso que os salários atrasados e/ou parcelados há mais de 5 anos sempre me deram uma motivação a mais. É como eu disse antes: algo tinha que ser feito. Sentar e chorar não iria me tirar da situação. As dificuldades que enfrentamos podem ser vistas como uma barreira ou como uma motivação. Na maioria das vezes é questão de escolha.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar onde você chegou.
Patrique: Eu separaria 3 conselhos:
1. Tenha um objetivo
Seja qual for sua área, descubra qual seria a grande meta pra quem tem a sua formação. Veja se você se identifica e quando souber que é isso que você quer, aí você estará pronto para começar a estudar por bastante tempo. Apaixone-se por isso! Se imagine lá. Ter uma grande meta faz toda a diferença. É isso o que nos dá energia e a automotivação que precisamos. Você pode ver uma palestra motivacional e ficar animado por algumas horas ou alguns dias, mas isso é muito raso. A motivação que move mesmo é aquela gerada por você, pelo que você quer e acredita.
2. Resolva problemas
Seja um resolvedor e não um detector de problemas. Se você não consegue estudar muito porque doem as costas, compre uma cadeira mais confortável. Se dói o pescoço, invista em um apoio para livros. Se tem muito barulho, compre esses tampões de ouvidos das farmácias. Se tem pouco tempo, experimente acordar às 5h da manhã. Se tem muita interrupção, converse com a família e peça a compreensão. Enfim, ponha como princípio não colocar um ponto final em cada problema e sim pense em como eliminar a barreira que te impede a seguir melhorando. Se não for por questões graves de saúde, nada é desculpa. Se você estiver encontrando muito empecilho, talvez esse não seja o seu grande sonho – e não há mal nenhum nisso. Talvez você se encaixe melhor empreendendo, trabalhando em uma empresa privada, mas descubra o que te move e seja sincero consigo mesmo.
3. Prefira a franqueza
As maiores evoluções que tive foi quando alguém me “sacudiu”. As pessoas, mesmo com boa vontade, tentando não nos magoar, falam o que queremos ouvir. Mas isso não nos ajuda. Tem coisas que a gente precisa ouvir. Dói um pouco mas, se agirmos como adultos, iremos repensar e melhorar. Inclusive essas orientações certeiras e francas são clássicas nos vídeos do Estratégia (obrigado!).