Aprovado no concurso ISS Uberlândia
“Se existe um cargo no setor público que te realizará profissionalmente, não só pelo salário, mas pelas atividades que desenvolverá, e você está disposto a percorrer o difícil caminho que o levará até ele, então tome sua decisão. Decida! Planeje! Aja! Conquiste!”
Confira nossa entrevista com Hadam Lemes, aprovado em 4º lugar no concurso ISS Uberlândia no cargo de Auditor Fiscal Tributário:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Hadam Lemes: Sou de Cuiabá-MT e tenho 26 anos. Sou formado em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), tendo concluído o curso no início de 2016. Hoje trabalho como Auditor Fiscal da Receita Municipal de Campo Grande – MS.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Hadam: Grande parte da família da minha mãe é de servidores públicos, o que com certeza me influenciou muito, pois desde criança via isso como algo comum. Embora não tenha escolhido isso de cara, sempre foi uma opção. Ainda mais tendo sempre sido bom aluno e gostado de estudar. Contudo, o caminho que me levou até essa decisão foi um pouco comprido e conturbado; acho interessante compartilhá-lo.
Como disse antes, cursei Engenharia Civil, mas, mesmo durante a faculdade, não me via atuando na profissão. Não sentia que aquilo era para mim. Mas também não pretendia desistir, pretendia ir até o fim, como fui, sempre pensando que quando trabalhasse acharia algo que gostasse ou poderia dar aulas também, algo que sempre adorei.
Então me formei, fiz alguns concursos para engenheiro civil em 2016, mas sem aquele entusiasmo, sempre com aquela crescente dúvida se era aquilo que eu queria mesmo profissionalmente. Tive algumas experiências no setor privado de 2016 a início de 2019, mas nenhuma me deixou realmente satisfeito ou feliz. Foi um período bem difícil, mentalmente falando, de muita frustração comigo mesmo.
Ainda em 2016, cheguei a pensar em fazer outra faculdade, Ciências Contábeis, por ter me descoberto como uma pessoa sistemática e que tinha perfil para a profissão. Mas não levei adiante, decidi dar mais chances à Engenharia Civil.
Em 2017 iniciei a dar aulas particulares de Matemática e Física e acabei sendo convidado para assumir um cursinho pré-vestibular (ensino fundamental para o médio) para entrar no IFMT, cujo dono era um ex-professor da faculdade e que confiava no meu trabalho por ter sido monitor da matéria dele.
Dar aulas foi uma experiência muito boa e percebi que realmente gostava daquilo, então decidi investir na docência para ensino superior. Comecei a estudar para um programa de mestrado, mas ele foi interrompido um mês antes da prova. Isso em 2018. Foi um baque para mim. Acabei percebendo também que colegas meus que concluíram o mestrado em universidades renomadas, como UFRJ e USP, estavam tendo dificuldades de conseguir um cargo de professor. Isso me fez questionar quanto tempo demoraria para chegar onde eu queria por esse caminho.
Dito (tudo) isso, os dois pontos cruciais para minha decisão de estudar para concursos foram a frustração com minha profissão e o tempo.
No final de 2018, tive uma experiência como engenheiro civil em que percebi que, definitivamente, não era para mim. Foi quando decidi finalmente mudar de área. Mas para qual? Entrou em campo o fator tempo.
Docência no ensino superior? Sem um mestrado e com os eventos que relatei acima, considerava a incerteza muito grande; ficou de lado. A solução então era Contabilidade. Mas também não queria passar mais 4 anos estudando para então ser um profissional verde no mercado. Foi então que pensei em concursos e descobri a área fiscal.
Em 4 anos, talvez menos, eu tinha convicção que conseguiria passar em algum concurso com bom salário e trabalharia com algo que se encaixa no meu perfil. Não tinha necessidade de fazer outra faculdade para ser auditor fiscal. Uma vez concursado, poderia mais tranquilamente procurar alguma área para dar aula, se quisesse.
Assim, em 15 de janeiro de 2019, decidi estudar para concursos da área fiscal. E decidi que estudaria até passar.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Hadam: Sim, eu trabalhava. Até março eu trabalhava meio período. Depois iniciei a trabalhar 8h. A meta era estudar no mínimo 4h/dia (líquidas): duas horas antes de ir para o serviço e, no mínimo, duas horas à noite.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Hadam: Eu fiz dois concursos da área fiscal: ISS Campo Grande e ISS Uberlândia. Em Campo Grande eram 10 vagas e fiquei em 31º. Em Uberlândia eram 15 vagas, se não me engano, e fiquei em 4º. Ambos para auditor fiscal, ampla concorrência.
Hoje moro e trabalho em Campo Grande – MS, onde fomos nomeados e empossados ainda em janeiro de 2020.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Hadam: Ah, foi maravilhoso! Especialmente no caso do ISS Uberlândia, em que fui aprovado dentro das vagas. É uma sensação incrível de dever cumprido, de que tudo valeu a pena. Todo o esforço, toda a dedicação, toda a abdicação de momentos de lazer.
No ISS Campo Grande eu me senti bem com o resultado, mas sabia que poderia ter ido bem melhor em Legislação Tributária Municipal. Então quando saiu a classificação da primeira fase e não foi o resultado que eu esperava. Fui subindo de classificação nas demais fases, mas sabendo que ficaria no CR. No fim deu tudo certo.
Embora eu esteja em Campo Grande, a prova de Uberlândia foi a mais especial para mim como concurseiro, pois minha meta ao iniciar os estudos era conseguir uma taxa de acertos de 90% ou mais, e foi na prova de Uberlândia que alcancei essa meta. Foi bem especial.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Hadam: Minha vida social era reduzida, mas não tinha uma postura radical. Eu nunca fui muito de festas ou baladas, então não sofri muito nesse aspecto. Saía às vezes aos fins de semana, geralmente com a família ou com a namorada. Sempre com horário regrado, para ir e para voltar.
O ponto que mais sofri foi com o cansaço, que era bem grande durante a semana, por trabalhar e estudar. Dormia pouco e não tinha muita diversão, pois não podia ler livros do meu interesse, assistir séries ou jogar videogame. Às vezes você até tem tempo, mas sempre vem aquele pensamento “poderia estar estudando” ou “poderia estar descansando”, que é também importante.
Também fiz trabalho voluntário no período, junto com minha namorada. E isso na verdade acabou me ajudando, pois eu sempre abria uma exceção na agenda, por considerar importante, e me renovava as energias por sentir que estava fazendo o bem para alguém e também porque acabei fazendo grandes amigos.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Hadam: Eu morava com meus pais. Eles sempre me incentivaram e apoiaram em tudo. Eu ajudava com as despesas da casa, mas pouco, pois não ganhava muito. Minha mãe ficou feliz quando resolvi estudar para concursos, porque no fundo ela sempre quis que eu fosse servidor público. Também tenho uma tia que é como uma segunda mãe e ela sempre me “financiava” no que precisasse, principalmente em relação a trabalho e estudo. Então sempre tive na minha família um porto seguro.
Eu estava em um namoro de 7 anos, na época. E isso, inclusive, foi um dos principais motivos de o tempo ser importante para mim. Eu queria me casar logo e para isso precisava me encontrar profissionalmente. Hoje somos noivos.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Hadam: Para iniciantes, não. Acho que você deve escolher uma área e estudar focado para ela. Especialmente se for uma área que costuma cobrar muito conteúdo, como a área fiscal.
Acho que só se deve pensar em outras áreas depois que você já domina, se não todas, grande parte das matérias do seu foco atual e não há concursos frequentes na área escolhida. Mas nunca deixar de revisar ou manter contato com as disciplinas e também não escolher um concurso que seja muito diferente daquele que objetiva.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Hadam: Para o ISS Campo Grande foram pouco mais de 5 meses. Para o ISS Uberlândia, já tinha 11 meses acumulados de estudo para a área fiscal.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Hadam: Eu iniciei os estudos sem ter edital na praça, apenas com o foco na área fiscal. A regularidade nos estudos vem em duas fases, a meu ver: a primeira é a motivação, e a segunda, o hábito.
A motivação é muito importante, é o que te tira da inércia e o leva ao movimento, à ação. Nessa fase é fácil estudar. Você tem que aproveitar esse momento para criar a disciplina que o levará ao hábito de estudar, de forma que isso se torne quase automático para você, natural. Não dá de ficar se motivando todos os dias.
Claro que não é tão simples assim e você acaba tendo períodos em que precisa se motivar novamente. Minha motivação era poder casar e me sentir realizado profissionalmente.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Hadam: Tive a sorte de começar a estudar bem quando o Estratégia lançou a sua assinatura ilimitada. Tinha um dinheiro guardado e investi na assinatura de dois anos.
Para mim, os cursinhos online são uma verdadeira revolução no aprendizado. Permitem que pessoas de cidades distantes estudem com os melhores professores da área, sem gastar tempo ou dinheiro com locomoção, podendo planejar exatamente como e quando vão estudar. Perde-se um pouco de interação, é verdade, mas os fóruns e os grupos de Telegram, combinados com professores muito dedicados, conseguem suprir essa necessidade.
Na minha preparação para concursos da área fiscal, nunca estudei por livros. Apenas videoaulas e cursos em PDF. Para mim foi mais que o suficiente. Os professores do Estratégia são realmente fantásticos e tudo o que você precisa saber dos livros vai estar na apostila, às vezes de modo mais fácil ainda de entender. O direcionamento é tão importante quanto o conteúdo em si.
Eu tinha duas estratégias de estudo em mente: uma de longo prazo, sem edital, e outra de curto prazo, com edital aberto. A de longo prazo era mais aprofundada. Assistir às videoaulas, depois ler as apostilas em PDF e fazer todos os exercícios. Tudo isso com muita calma, com foco na absorção do conhecimento.
As videoaulas são uma excelente introdução e ajudam muito na familiarização com o conteúdo. Depois, ao ler a apostila, que é mais completa, você já possui uma noção da matéria e então começa a massificar e compreender melhor os detalhes. Por fim, nesse processo, chegava nos exercícios acertando cerca de 90% das questões. Era bem demorado, mas eu gostava.
No curto prazo, tirava as videoaulas; apenas leitura das apostilas e cerca de metade dos exercícios delas, dependendo da quantidade. O foco passava a ser cobrir todo o conteúdo e acertar questões, não necessariamente absorver conhecimento. Isso faz muita diferença e eu particularmente não gosto de estudar assim. Como tinha metas de quantidade de aulas a cumprir, nem sempre saía com aquela sensação de segurança de ter aprendido. Mas tinha de seguir.
Acabou que só estudei dois meses pela estratégia de longo prazo, pois logo saiu o edital do SEFAZ-BA e, um pouco depois, do ISS Campo Grande, no qual decidi focar. Ao ver que a estratégia de curto prazo era mais eficiente em questão de tempo e cobertura de conteúdo, passei a seguir somente ela.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Hadam: Conheci o Estratégia Concursos ainda em 2016, ao comprar uma matéria avulsa para o concurso da FUNAI, cargo de Engenheiro Civil. Comprei o curso de Legislação Específica (Indigenista) e, embora não tivesse estudado nem metade das aulas, consegui ir bem na prova, porque os professores Marcos Girão e Paulo Guimarães “mitaram” nessas aulas, e também pela sorte de ter caído a parte mais introdutória, conceitual. Nesse episódio percebi que um cursinho online poderia ser tão bom ou melhor que um presencial.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Hadam: Foi exatamente nessa parte que a assinatura do Estratégia foi fundamental para mim. A quantidade de conteúdo é imensa, então você precisa de um direcionamento do que estudar e em que profundidade. Qual importância dar para cada informação? O que vale a pena se esforçar para memorizar?
Bom, vamos por partes. Vou falar do estudo para o ISS Campo Grande, pois foi o início dos meus estudos e minha meta era cobrir todo o curso em PDF. Para o ISS Uberlândia o foco foi mais revisão e complementação, pois a maior parte das matérias já tinha visto.
Eu estudava por ciclos de 6 matérias e tinhas metas de aulas a cumprir por semana, de modo que sempre sabia se estava atrasado ou adiantado. Conforme ia finalizando uma matéria, adicionava outra ao ciclo. A maior carga horária do ciclo ficava com as matérias de maior peso na prova.
As metas são muito importantes do ponto de vista da disciplina, pois permitem que você decida objetivamente quando pode e quando não pode “furar” os estudos.
Como disse, meu foco era cobrir todo o conteúdo, mesmo que o meu desempenho não ficasse tão bom ao final de uma aula. Por isso, o direcionamento antes de iniciar a estudar uma aula era crucial para mim. Como eu fazia esse direcionamento?
Primeiro eu escrevia o sumário da aula no One Note, para ter uma visão global do assunto a ser visto. Depois, lia rapidamente o resumo ou o mapa mental da aula para ter um primeiro contato com os pontos mais importantes; se o Passo Estratégico da aula estivesse disponível, também dava uma olhadinha. Por fim eu analisava as questões, o mais rápido que podia, para ter noção do que era mais cobrado e de que forma; essa era a parte mais importante. Simplesmente ia colocando em fonte colorida os tópicos do sumário que tinham mais caído nas questões. Como meu conhecimento da matéria era limitado, era um pouco difícil, mas a partir disso eu tinha uma leve noção dos pontos a me esforçar em memorizar.
Na época já existia a Trilha Estratégia, mas ainda não era a Sprint e eu não tinha me adaptado muito bem. Para o concurso de Uberlândia, utilizei a Trilha Pós-Edital, que é simplesmente fantástica. Facilitou enormemente meus estudos e substituiu com muita eficiência o que fizera para o concurso de Campo Grande. É o direcionamento que os concurseiros e estudantes em geral sonharam por tanto tempo. Sinceramente, é uma delícia estudar pela Trilha, pois te dá uma sensação de segurança, de estar no caminho certo.
Após o direcionamento, partia para a leitura da apostila. Tentava ser o mais rápido possível para sobrar mais tempo para os exercícios. Confesso que quando estava atrasado, em algumas matérias de peso menor e com uma aula extensa, só dava para ler os resumos e partir para os exercícios. Até porque elas tinham menos horas no meu ciclo. Mas para as matérias de maior peso, sempre me esforçava para ler todo o material e compreender bem. Contabilidade Geral que o diga.
Por fim, a revisão. É imprescindível ter uma estratégia de revisão. Como gastava um bom tempo com o direcionamento, leitura da apostila e exercícios, não dava para fazer resumos. Eu nunca gostei muito de fazer resumos ou mapas mentais, pois eu pensava demais para organizar as ideias e consequentemente demorava muito para fazer. O aprendizado é bom, mas com tantos materiais para revisão que o Estratégia oferece, como o Passo Estratégico, resumos e mapas mentais dos professores, não via necessidade de eu próprio fazê-los. Além do que, vejo a resolução de exercícios como uma forma de revisão aplicada, especialmente os comentados.
Minha estratégia global de revisão era adotar pequenas técnicas ao longo da preparação para ajudar na retenção e massificação, e deixar a última semana antes da prova reservada para revisar.
Para ajudar na retenção, sempre que iniciava a sessão de estudo de uma matéria, revisava o que tinha visto na sessão anterior, coisa de 5 a 10 min. Mesmo que a sessão anterior tivesse sido apenas de exercícios, revia os exercícios que tinha marcado. Esse é outro ponto importante: marcar exercícios para revisar depois. Seja por ele ser bem didático e servir de massificação, seja por ele tratar de um ponto espinhoso ou um entendimento peculiar da banca. Claro, marcar também os que você errou.
Uma ferramenta que me ajudou muito na revisão foi o AnkiDroid, aplicativo de flashcards. Eu criava cards para as partes muito decorebas da teoria e alguns pontos específicos que caíam em questões e não estavam nos resumos; geralmente quando errava uma questão, também criava um card com a teoria envolvida.
A mágica do AnkiDroid, na minha opinião, é que ele te diz quando você precisa revisar. Simples assim. Você “só” precisa usar todo dia e ser sincero na avaliação da sua resposta a um card. Um bom exemplo de uso foi em Contabilidade: coloquei a estrutura da DRE e da DVA em alguns cards e isso me fez decorá-las, o que ajudava muito nas questões.
Essas eram as pequenas técnicas de revisão ao longo da preparação. Mas é essencial que na reta final você revise os conteúdos novamente e resolva muitas questões, preferencialmente da banca. Como disse, deixei a última semana (na verdade uns 10 dias) só para revisar: olhava meus direcionamentos e resumos/mapas mentais dos professores, dava uma lida rápida nos Passos Estratégicos e fazia os simulados dentro do Passo.
Em suma, foi isso: direcionamento, execução (leitura, questões e pequenas técnicas de revisão) e um período de revisão final.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Hadam: Contabilidade Geral e Avançada com certeza era a matéria mais desafiadora. Muito extensa, complexa, cheia dos detalhes; detalhes que você precisa saber. E peso alto na prova. A minha sorte foi que em 2016, quando pensei em fazer Ciências Contábeis, eu tinha estudado um livro de Contabilidade Introdutória, autodidaticamente, para saber se gostaria do curso e decidir se seria uma boa fazer.
Nesse estudo eu entendi o básico das Partidas Dobradas, e esse primeiro contato ajudou bastante, pois, embora cobrisse pequena parte do conteúdo, é a parte que muitos têm dificuldade e acaba por vezes emperrando os estudos. Sem essa base, dificilmente teria conseguido ir bem nas provas que fiz.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Hadam: Deixei os últimos 10 dias de estudo reservados para revisão, o que incluía resolução de questões e simulados. Meu chefe à época me ofereceu uma semana de folga, antecipando minhas férias. Foi providencial, pois não teria conseguido cumprir o cronograma sem esse tempo a mais. Tanto é verdade que precisei estudar até na véspera da prova para cumprir a meta. E ainda cumpri às pressas.
Vejo a véspera da prova como algo muito pessoal, de “feeling”. Não vejo problema em revisar até o último minuto, desde que você tenha controle emocional, não fique desesperado. Se estiver confiante e precisar do último dia para relaxar, também é uma forma de preparação mental. Em Campo Grande eu estudei até o último minuto e em Uberlândia estava bem mais relaxado. As duas atitudes têm seu valor, se souber usá-las.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS.
Hadam: Um erro foi não ter acompanhado direito o conteúdo programático pelo edital. E, em vez de seguir o curso específico para o ISS Campo Grande, ter estudado algumas matérias básicas da área fiscal pelo curso básico. Na reta final percebi que tinha estudado tópicos a mais que não precisava para aquele concurso, bem como tive que complementar estudando outros que não tinha visto. Erro bobo.
O maior acerto foi ter me preocupado desde o início com o planejamento dos estudos, elaboração de uma estratégia e definição dos métodos a seguir, considerando meu perfil. E também constantemente estar reavaliando isso, se está funcionando, se o estudo está sendo eficiente. Acho que foram os pontos mais fortes e que acabaram influenciando todo o resto em relação a desempenho.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Hadam: O mais difícil foi o cansaço combinado com o pouco lazer. Você realmente tem que se doar muito, seu tempo, sua energia. É bem desgastante. Nunca pensei em desistir. De verdade. A meta era estudar até passar, mesmo que demorasse anos.
Isso não significa que não há momentos de incerteza com relação ao seu desempenho e à sua capacidade. Eles existem. Principalmente quando você está tendo dificuldades em alguma matéria ou vai mal em um simulado, por exemplo. Todo concurseiro tem essa dúvida, essa ansiedade, mas você tem que seguir em frente. Eu tinha decidido que esse era meu caminho e que não iria sair dele.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Hadam: O que eu aconselho é firmeza na decisão. E, para isso, você tem que conhecer bem as vantagens do serviço público, as características do cargo que vai exercer, se se enquadra no seu perfil, mas também o caminho árduo para entrar nele, especialmente em concursos altamente competitivos. Você vai precisar de muita determinação, disciplina e resiliência.
Se existe um cargo no setor público que te realizará profissionalmente, não só pelo salário, mas pelas atividades que desenvolverá, e você está disposto a percorrer o difícil caminho que o levará até ele (que você pode conhecer bem por meio dos inúmeros relatos de outros concurseiros), então tome sua decisão. Decida! Planeje! Aja! Conquiste!