Aprovado no concurso ISS Guarulhos
“Somos capazes de superar limites que nem sequer imaginamos. Quando você acreditar que não pode mais continuar, apenas continue. O seu objetivo pode estar mais perto do que você imagina”
Confira nossa entrevista com Mário Dias, aprovado em 12° lugar no concurso ISS Guarulhos no cargo de Inspetor Fiscal de Rendas:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Mário Dias: Tenho 32 anos e sou natural de Florianópolis. Iniciei o ensino superior em Ciências Aeronáuticas pela Academia da Força Aérea, tendo concluído em Administração pelo Ibmec.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Mário: Depois de formado, trabalhei por algum tempo na iniciativa privada, como consultor empresarial, aplicando metodologias de gestão. Participei de um programa de trainee em uma grande empresa e, durante este tempo, tive a oportunidade de aprender como funciona o mercado de trabalho e quais são as exigências para os profissionais da área. Foi uma excelente experiência, tive a oportunidade de aprender com grandes profissionais. Porém, algo que sempre me incomodou na vivência da consultoria foi a questão da instabilidade do trabalho. Os consultores trabalham muitas vezes com contratos de prestação de serviço remunerados por diárias de agenda, que podem simplesmente não existir caso o mercado esteja desaquecido, por exemplo.
Apesar da boa remuneração eu, pessoalmente, sempre valorizei as carreiras que oferecem estabilidade no trabalho por uma questão de segurança no planejamento pessoal. Eu sabia que, mesmo que decidisse migrar para uma outra área, a questão da instabilidade seria sempre uma constante por se tratar de Brasil. Com o mercado de trabalho oscilando entre picos de grande aquecimento e vales de alto desemprego, os salários de praticamente todos os profissionais da iniciativa privada acabam enfrentando cortes esporádicos e imprevisíveis, o que praticamente inviabiliza qualquer planejamento de longo prazo.
Com isso em mente, comecei a pesquisar sobre algumas carreiras dentro do serviço público, e as informações que tive na época, basicamente me deram o empurrão que faltava para eu mergulhar de cabeça no “projeto aprovação”!
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Mário: Quando tomei a decisão de estudar para concursos, eu sabia que seria muito complicado conciliar o trabalho de consultor com a preparação para as provas. A consultoria exige do profissional uma dedicação muito grande, muitas horas de trabalho, viagens constantes, grandes deslocamentos, etc. Acabei por tomar uma decisão realmente muito difícil para mim na época, optei por pedir demissão do meu trabalho para ficar completamente focado na preparação.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Mário: Durante meu tempo de concurseiro, fiz várias provas e tive alguns bons resultados. Acredito que os mais significativos tenham sido os do TRT 24 – Analista Administrativo (140º lugar), TRF 1 – Técnico Judiciário Federal (28º lugar), SEFAZ RS – Auditor Fiscal da Receita Estadual (267º lugar; segunda prova que fiz para a área fiscal!), SEFAZ GRU – Inspetor Fiscal de Rendas (12º lugar).
Além desses, ainda aguardo a realização da segunda fase da prova da SEFAZ DF, talvez haja mais um concurso para compor esta lista!
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Mário: Acredito que a melhor palavra para definir a sensação de ver o próprio nome na lista de aprovados é de orgulho. Somente eu sei tudo o que tive que enfrentar e todos os sacrifícios que tive que fazer para conseguir atingir esses resultados.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Mário: A minha postura foi totalmente radical em alguns momentos. Abri mão das redes sociais, do convívio com meus amigos, de festas, do lazer. Não acho que haja uma forma correta ou única de agir. Entendo que cada um adota a postura que acredita ser a mais adequada para a própria preparação. Mas, no meu caso, acredito que em alguns momentos essa postura foi a melhor forma que encontrei para lidar com a situação.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Mário: Sou solteiro e não tenho filhos. Atualmente moro sozinho. A questão familiar nunca foi um grande peso para mim, pois tomei a decisão de me preparar para concursos sozinho e sabia que era só uma questão de tempo e dedicação até a aprovação. Sabia que dependeria apenas de mim e do meu esforço. Portanto não busquei opiniões ou aprovação dos meus familiares, apenas tomei a decisão e segui em frente.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Mário: Apesar de ter feito outros concursos durante a minha preparação, que foi o caso das provas de tribunais, não acho que tenha sido muito produtiva para a minha preparação para a área fiscal. Na minha opinião, agora com um pouco mais de experiência em concursos, as provas de “meio de percurso” podem acabar tirando o foco do concurseiro daquilo que é realmente o seu objetivo. Áreas diferentes cobram matérias iguais de formas diferentes. Mas, novamente, é apenas a minha percepção quanto ao assunto. Sei que muitos pensam de forma diferente e acreditam que essas provas podem ser úteis na preparação. Cabe a cada um encontrar a sua fórmula ideal.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Mário: No caso dos dois resultados mais expressivos que eu tive, TRF 1 foram 2 meses focado somente na prova de técnico judiciário e SEFAZ GRU 3 meses e meio focado somente na prova de inspetor fiscal de rendas.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Mário: Sim. Iniciei meus estudos em 2017 e durante alguns meses estudei sem edital, após a prova do TRT 24 e após a prova do TRF 1. Foram cerca de 8 meses até a primeira prova da área fiscal que realizei. Durante esse tempo, a preparação foi um pouco mais complicada, pois sem um edital específico é muito fácil acabar se perdendo um pouco nos estudos.
A forma que encontrei para manter a disciplina e a organização foi criar uma planilha de controle (bem elaborada por sinal, utilizando habilidades emprestadas da consultoria rss) onde eu mantive alguns indicadores de controle, como tempo de estudo, tempo de revisão, faróis de controle por matéria e por assunto, etc. Acredito que essa organização tenha sido essencial durante esse período, tão importante que passei a controlar o pós edital da mesma forma.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Mário: Estudei basicamente pelas apostilas em PDF e no caso de algumas matérias, aquelas em que já me encontrava em um nível mais avançado, utilizei livros que auxiliaram a solidificar ainda mais o conhecimento.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Mário: Cheguei ao Estratégia por indicação de amigos que estudavam há mais tempo. O curso foi fundamental na minha preparação.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Mário: Durante a preparação estudei várias matérias, mas em diferentes proporções. Dividi meu tempo segundo alguns critérios como horas estudadas, desempenho, peso na prova, etc (mas, claro, era uma conta automática na minha planilha de controle ahaha). Então, meu plano de estudos se tornou algo meio que automático, eu seguia as matérias seguindo alguns critérios de desempenho que havia estabelecido anteriormente.
O roteiro que seguia era basicamente o seguinte: teoria, exercícios, revisão no prazo correto, exercícios. E segui dessa forma, sempre melhorando o tempo das revisões, que ficavam mais rápidas conforme eu avançava no conteúdo. Quanto às horas, sempre busquei fazer durante o tempo de preparação um mínimo de 8 horas líquidas diárias, de domingo a domingo, me permitindo gerenciar as horas de uns dias para poder ter um tempo de descanso em outros. É claro que nem sempre foi possível bater a meta de horas, mas eu sempre utilizei este número como um norte para orientar meu desempenho.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Mário: As matérias de maior dificuldade, para mim, sempre foram os direitos empresarial e civil. Acredito que essa dificuldade veio do baixo número de horas de estudo que dediquei a elas, por uma questão de estratégia de preparação. Sendo sincero, acho que não cheguei a superar esta dificuldade, pois fui consistente em manter este baixo número de horas, mas fiz meu melhor dentro do possível.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Mário: Na realidade, as duas últimas semanas que antecederam a prova foram bem estressantes, pois eu adotei uma estratégia de “revisão em massa”. O meu planejamento inicial foi realizado separando os 15 dias que antecedem a prova apenas para estas revisões. Durante esses 15 dias, eu fiz o possível e o impossível para revisar todos os conteúdos de todas as matérias específicas (aquelas que tinham um peso maior na prova, ou seriam consideradas como critério de desempate), priorizando aqueles em que eu apresentei mais dificuldade durante o tempo de preparação.
Na véspera nada mudou, segui fazendo as revisões até o limite do possível, ficando atento, é claro, para o horário de sono. Eu sempre tive o costume de estudar até altas horas da madrugada, mas certamente isso não era algo recomendável para o dia da prova!
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS.
Mário: Acho que meu principal erro foi desviar o foco da área fiscal para fazer provas de outras áreas! Como já disse anteriormente, essa não foi uma estratégia muito produtiva para mim. Outro erro gigantesco foi deixar de ter feito certas provas por não acreditar que estava preparado o suficiente. Para ser sincero, a melhor forma de nos preparar para a área que miramos, é estudar para cada prova como se ela fosse seu objetivo final. Cada prova que fazemos dessa forma nos leva para o andar de cima em termos de preparação, e hoje em dia eu vejo isso muito claramente.
Meu maior acerto foi ter escolhido a área fiscal, não me vejo estudando para nada além disso!
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Mário: Sendo bem sincero, eu passei maus bocados durante o meu tempo de estudo, mas nunca passou pela minha cabeça desistir. A partir do momento que estabeleci a aprovação como meta, ela passou a ser o único resultado possível para mim. Agora não sei se isso foi por obstinação ou por teimosia mesmo! (hahahaha)
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Mário: Minha principal motivação foi o fato de eu querer, como sempre em todos os desafios que já tive que enfrentar, provar para mim mesmo que mais uma vez eu seria capaz. Acho que essa prova é a maior recompensa que podemos oferecer a nós mesmos, em tudo o que temos que encarar na vida.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Mário: O melhor conselho que eu poderia dar é dizer a quem está iniciando que será difícil, cansativo e muitas vezes solitário. Mas não existe nada que o ser humano não seja capaz de se adaptar. Somos capazes de superar limites que nem sequer imaginamos. Quando você acreditar que não pode mais continuar, apenas continue. O seu objetivo pode estar mais perto do que você imagina.
Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: [email protected]
Abraços,
Thaís Mendes