Aprovado em 1° lugar no concurso da ISS Fortaleza para o cargo de Analista - Engenharia Civil
Concursos Públicos
“Para aumentar as chances de sucesso no concurso, os estudos devem ser tratados com seriedade, como se fossem um trabalho […]”
Confira nossa entrevista com Victor Juca Tavora, aprovado em 1° lugar no concurso da ISS Fortaleza para o cargo de Analista – Engenharia Civil:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Victor Juca Tavora: Meu nome é Victor Jucá, sou de Fortaleza/CE e tenho 28 anos. Terminei a graduação em Engenharia Civil em 2017, na Universidade Federal do Ceará. Atualmente, ocupo o cargo de Perito Criminal, na Perícia Forense do Estado do Ceará. Também já trabalhei na Prefeitura de Juazeiro de Norte/CE, na Secretaria de Infraestrutura, como Engenheiro Civil.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Victor: Quando concluí a graduação, o mercado de engenharia estava bem ruim. Estagiei, no último ano da faculdade, em uma construtora pequena, mas não continuei lá após formado. No ano seguinte, 2018, cheguei a trabalhar com engenharia, fazendo projetos estruturais ocasionalmente. Em paralelo a isso, cheguei a fazer duas provas de concurso, praticamente sem estudar e cheguei até a estudar pra tentar uma transição de carreira, coisa que durou mais ou menos um mês. Resumindo, estava sem saber o que fazer, até que, no fim do ano, um amigo, também engenheiro, me chamou para fazer um curso preparatório de véspera para o concurso da CGE/CE, presencial. A partir daí, no início de 2019, decidi me dedicar integralmente a estudar para concursos.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Victor: Comecei a estudar em 2019 e, até o fim de 2020, eu só estudei. Em 2021, eu passei a estudar e trabalhar, já em um cargo público, como engenheiro da Prefeitura de Juazeiro do Norte. Nesse ano, conciliei os estudos com o trabalho e também com as atividades de casa, porque tive que me mudar de Fortaleza, onde morava com meus pais e fui morar só. Nessa rotina nova, foram cerca de 7 meses até ser aprovado no concurso para Perito Criminal da Pefoce. Tive sorte porque, devido à pandemia, a carga horária de trabalho estava reduzida de 8 para 6 horas diárias. Por isso, conseguia estudar durante a tarde/noite, depois do trabalho. Depois disso, parei de estudar a partir de agosto de 2021 e achava que não me interessaria por mais nenhuma prova, pois não queria mais sair de Fortaleza. Tomei posse em março de 2022 e, um ano depois, já afastado dos estudos por um ano e meio, o edital da Sefin me chamou atenção e decidi tentar. Estudei especificamente para a Sefin por pouco mais de três meses.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Victor: Parei para contar aqui e fiz 12 provas no total. Aí vão os melhores resultados:
– Perito Criminal, Eng. Civil – Pefoce: 1º Lugar
– Analista Fazendário, Eng. Civil – Sefin/Fortaleza: 1º Lugar
– Engenheiro Civil – Prefeitura de Juazeiro do Norte: 2º Lugar
– Engenheiro Civil – Câmara Municipal de Fortaleza: 3º Lugar
– Analista Ministerial, Eng. Civil – MP/CE: 4º Lugar
Fui nomeado e tomei posse nos concursos da Pefoce e da Prefeitura de Juazeiro do Norte. Cheguei a ser nomeado no concurso do MP/CE, mas não assumi e em um outro concurso, também para engenheiro, da prefeitura de Sobral.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Victor: Eu costumo sair bem pouco à noite. Meu lazer principal é praticar esporte, atividade física. Em alguns momentos, dei uma reduzida pra ter mais tempo pra estudar, mas só em pós-edital. Eu acredito demais que o que gera resultado em concurso, em regra geral, é a constância e não a intensidade. Por isso, na maior parte do tempo em que estive estudando, deixava fim de semana livre, sem o menor peso na consciência.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Victor: Família entendeu demais, nunca me pressionou a seguir nenhum caminho. Em qualquer um pelo qual eu optasse, eles me apoiariam totalmente. Em relação aos amigos, só poucos, os mais próximos, sabiam que eu estudava. E sim, os poucos amigos que sabiam me incentivavam. Sou grato tanto por meu amigo que me incentivou a começar a estudar como pelos amigos que me incentivaram a continuar, quando eu optei por isso. Até na família, só quem morava aqui em casa sabia que eu estudava. Fazia questão de ser assim e acho que isso ajuda a reduzir a pressão externa que, embora não se faça por mal, pode acabar gerando expectativas e uma pressão desnecessária sobre si próprio.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Victor: Para esse concurso em específico, comecei a estudar só depois da publicação do edital, então foram cerca de 100 dias, mas eu tinha dois anos e meio de bagagem de estudo para concursos, antes de parar de estudar. E aproveitei isso para grande parte do conteúdo, que eram disciplinas para as quais eu já tinha estudado bastante.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Victor: Para a prova da Sefin, no conteúdo de engenharia, além do material em PDF do Estratégia, usei o livro do professor Anísio de Sousa Meneses Filho (Temas de Engenharia Civil), o que fiz ao longo de toda a trajetória de estudos. Antes já havia feito alguns cursos presenciais com ele também. Virei fã do professor Anísio, por isso faço questão de citá-lo. Para o restante do conteúdo, para a Sefin, usei praticamente só material do Estratégia, principalmente os PDFs: resumo em PDF, PDF completo, Mapas Mentais, Trilha Estratégica e por aí vai. E o site de questões também!
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Victor: Quando comecei a estudar, um amigo me mandou uns poucos PDFs de engenharia do Estratégia. Esse foi o primeiro contato. Depois de alguns meses, comprei, se não me engano, uns dois cursos avulsos até adquirir a Assinatura Ilimitada.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Victor: Sim. Comecei num curso presencial de engenharia e, nesse curso, houve um simulado. Quem ficasse em primeiro ganharia o curso completo para a prova da CGE/CE, incluindo o conteúdo geral. Eram poucas pessoas no simulado e eu acabei ficando em primeiro. Comecei estudando com esse material. Iniciei assistindo às videoaulas, primeiro contato com conteúdo de direito. Até gostei das aulas, mas os PDFs não eram tão bons quanto os do Estratégia.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Victor: Fiz a prova pra CGE/CE. Não fui aprovado, eram todos conteúdos novos, mas acho que tive um bom desempenho para quem havia acabado de começar a estudar.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Victor: A maior diferença que notei foi pelo fato de o Estratégia ter todo o conteúdo necessário disponível em apenas uma plataforma, sem contar com a qualidade dos PDFs. Isso facilita demais e evita trabalho de pesquisar e organizar um material de estudo. Além do material, a disponibilidade dos professores, as aulas de revisão que ficam no Youtube e as diversas outras coisas oferecidas são muito legais. Eu achava massa participar do Estratégia Game Show, com o prof. Stefan, aos domingos. Ganhei algumas canecas do Estratégia participando do jogo.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Victor: Eu fazia ciclos, tipo A, B e C. No dia A estudaria Dir. Administrativo, AFO e Engenharia, no B, Constitucional, Adm. Geral e Dados e por aí vai. Geralmente, três ou quatro matérias em um dia. Em relação as horas líquidas, como eu já comecei estudando (2019) em um pós-edital para uma prova com muitas disciplinas e praticamente todas novas, depois de pegar o ritmo, eu tinha como meta 7 horas por dia. Isso durou uns dois meses e, na semana da prova, eu já estava esgotado. Apesar de não ser sustentável, esse ritmo ajudou a construir uma base boa. Com o tempo, reduzi para 6 horas. Na pandemia, sem perspectiva de editais, reduzi para 5 horas, mas continuava estudando de segunda a sexta-feira, rotineiramente. Quando comecei a trabalhar, mesmo no pós-edital da Pefoce, fazia cerca de 20 horas na semana. Para a Sefin, estava fazendo 19 horas na semana.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Victor: Minhas revisões eram praticamente só resolver questões. Numa pequena parte do tempo, dava uma olhada nas partes marcadas do PDF, seja marcação que eu tenha feito ou um PDF com marcações dos aprovados do Estratégia.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Victor: Usei os três principais sites de questões, ao longo dos anos de estudo. Em alguns momentos cheguei a zerar as estatísticas, então não vou saber exatamente quantas resolvi, mas chutaria perto de 25 mil ou mais em quase 3 anos, além das questões dos PDFs do Estratégia.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Victor: Antes de começar, achava que não gostaria de estudar conteúdo de direito, mas até que acabei gostando bastante. Mas o que menos gostei de estudar foi Fluência em Dados, que caiu só na prova da Sefin mesmo. Nem sei se superei não. Mas só caíram quatro questões fáceis na prova, consegui acertar mesmo não sabendo tanto do conteúdo.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Victor: Coincidentemente, minhas férias de 15 dias estavam marcadas para começarem uma semana antes da prova. Mesmo com o tempo livre, na semana da prova, fui reduzindo aos poucos o tempo de estudo. No dia anterior, fui correr pela manhã e, ao longo do dia, dei uma revisada em alguns possíveis temas de discursivas.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Victor: Aprendi que se deve estudar para discursiva depois de ter tido alguns resultados ruins. Para o Cespe, em especial, já tinha tido uma nota ruim no concurso para Analista do MP/CE. Estava em 1º na prova objetiva e, com a discursiva, caí para 4º. Embora soubesse escrever relativamente bem, não sabia que tinha que me atentar exclusivamente aos quesitos, o que baixou demais minha nota, mesmo sem erros de grafia ou sintaxe, porque a nota de conteúdo foi muito ruim. Depois dessa prova, que foi antes da pandemia, passei a fazer uma redação por semana. Usava justamente a discursiva do Cespe como modelo. Então, como já tinha noção do que fazer, nessa volta aos estudos, deixei para treinar redação nos últimos 40 dias, mais ou menos. Fiquei fazendo duas redações por semana.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Victor: Acho que o principal erro, ao longo de todo o caminho, foi esse da resposta anterior: não estudar discursiva de um modo específico para a banca. Talvez um outro, quando fiz algumas provas antes de começar a estudar para valer, foi ignorar conteúdo básico do edital, como Português, Raciocínio Lógico etc. Esse conteúdo faz muita diferença, principalmente para quem presta concursos para cargos de engenharia, porque a maioria dos candidatos negligencia. Em relação a acertos, certamente a disciplina e a constância dos estudos ao longo do tempo foi um fator muito importante. Sou muito de ter rotina e repetir minhas atividades ao longo da semana e com os estudos não foi diferente. Um outro “acerto” ou ponto forte também é saber que concurso é algo para longo prazo. Sou muito realista, alguns dizem que pessimista, então eu tentava não criar expectativas em relação a resultados, porque isso me atrapalharia de continuar os estudos depois, no caso de um resultado ruim, como houve anteriormente.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Victor: Não lembro de ter pensado seriamente em desistir. Durante a faculdade, fui a diversas entrevistas de estágio até conseguir um, depois de anos, por indicação, já no final da faculdade. Depois de formado, sabia que o mercado não estava bom para a minha área e vi no serviço público um meio bom para mim de conseguir emprego. Depois de ter começado a estudar e, principalmente, depois de tomar posse no primeiro cargo, passei a não me ver mais fora do serviço público.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Victor: Para aumentar as chances de sucesso no concurso, os estudos devem ser tratados com seriedade, como se fossem um trabalho. Embora não seja impossível, hoje em dia, acho improvável alguém conseguir aprovações estudando só de modo eventual, quando algum edital qualquer sai. Além disso, é preciso estar preparado para manter essa rotina por algum tempo, assim como para as frustrações que devem ocorrer ao longo do caminho. Por fim, é importante ter em mente que cada dia de estudo é um passo a mais para a construção do conhecimento necessário para a aprovação e, quando se chega a um nível suficiente de conhecimento adquirido, a aprovação se torna questão de tempo. O problema é que esses passos são imperceptíveis, o que pode desestimular. Esses dias vi uma imagem que traduz bem como foi meu caminho com as provas (e acho que deve ser assim para muitos): tive muitos insucessos até que, depois de um bom tempo estudando, passei a ter bons resultados na maioria das provas que fazia. E é justamente nesse período sem resultados que é mais difícil ter a constância e a persistência, mas ele é, na maioria dos casos, necessário para chegar à aprovação.
A imagem é essa: