Aprovado no concurso ISS Campo Grande
“Faça o máximo de provas na sua área que conseguir. Os concursos estão cada vez mais difíceis e detalhes te separam da aprovação. Muitas vezes pode estar faltando apenas um pouco de sorte e fazendo mais provas você tem mais chances”
Confira nossa entrevista com Rodrigo Delvecchio, aprovado em 3° lugar no concurso ISS Campo Grande no cargo de Auditor Fiscal da Receita Municipal:
Estratégia: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Rodrigo Delvecchio: Sou formado em Farmácia pela UFRJ. Tenho 31 anos e nasci no Rio de Janeiro.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Rodrigo: Logo após de me formar, me dediquei diretamente a área acadêmica, fui fazer mestrado e doutorado, estudando Vírus e nunca exerci a farmácia. Dessa forma, concurso público sempre foi um caminho natural, embora pensasse em algo como professor universitário ou tecnologista/pesquisador na FIOCRUZ.
Prestei alguns concursos na minha área, chegando a atuar como professor substituto na UFRJ por alguns meses. No entanto, os concursos que realizei na minha área tinham algumas dificuldades que me incomodavam como: um número restrito de vagas (normalmente apenas uma), avaliações mais subjetivas como provas de aula ou, então, provas de títulos, que muitas vezes alteram bastante a classificação e demanda muito tempo para conseguir boas pontuações nesse tipo de avaliação. Esses fatores tornavam esse tipo de concurso menos dependente de mim, de fazer um percentual na prova e conseguir ser aprovado.
Procurei então outras opções com boas remunerações de acordo com a minha formação e, naturalmente, cheguei a auditor fiscal da receita federal. Lembrei que tive um conhecido que foi aprovado há alguns anos e comecei a ler sobre o cargo, atribuições, além de cargos relacionados em outros entes federativos. Descobri que concurseiros com graduação na área da saúde eram aprovados e decidi começar a estudar.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Rodrigo: Durante minha caminhada eu estudava e continuava meu pós-doutorado no laboratório, que era como um trabalho (embora tivesse os horários mais flexíveis). Isso foi um fator que me ajudou bastante. Alguns dias eu deixava para estudar muito cedo, outros mais tarde.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Rodrigo: Fiz 6 concursos da área fiscal durante o estudo para concurso. Minha primeira aprovação foi para Técnico Tributário do Rio Grande do Sul, na 7ª posição do cadastro de reserva. Depois para Fiscal de Tributos de Guarulhos, na 13ª posição do CR. E, por fim, para Auditor Fiscal da Receita Municipal de Campo Grande na 3ª posição, dentro das vagas.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Rodrigo: Sensação indescritível, foi uma vitória muito suada. Fiquei sorrindo alguns minutos encarando a notícia. Você sente que a aprovação faz com que o esforço e a abdicação durante a caminhada terem valido a pena.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Rodrigo: Enquanto não tinha edital na praça, conseguia viver normalmente. O problema é que durou pouco tempo. Em 2018/2019, saíram muitos editais de concurso da área fiscal, então emendei um edital atrás do outro. Durante os pós-editais, eu estava sempre correndo contra o tempo, então fui mais radical. Quase não tinha tempo de lazer, não sobrava tempo depois do trabalho e estudos.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Rodrigo: Não sou casado, mas namoro e morava com minha mãe. Meus pais eram meio céticos, afinal ninguém na minha família era servidor público.
Minha namorada demorou um pouco a entender como seria nosso relacionamento durante o pós-edital, mas fui mostrando uns vídeos com as dicas do que deveria fazer durante esse período de pós-edital e ela foi começando a compreender. Depois disso, foi a pessoa que mais me apoiou, embora sempre achasse que eu deveria diminuir o ritmo ou descansar um pouco mais.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Rodrigo: Eu acho que depende. Se não tem concursos na sua área autorizado ou com edital aberto, vale tentar alguma área mais próxima. Caso contrário, acho que não.
No meu caso, como em um período de 9 meses eu fiz 6 provas de concurso na área fiscal, não tive nem tempo para tentar me arriscar em outras áreas. Mas de maneira geral, eu acho importante estar sempre fazendo prova, sem se desviar muito dos seus objetivos.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Rodrigo: Desde que comecei a estudar, foi sempre para área fiscal com foco em fiscos estaduais ou municipais. Dessa forma, todo o período de estudo, desde que comecei a estudar em abril de 2018 até a data da prova do ISS Campo Grande, contribuiu para minha aprovação. Embora totalmente focado para o concurso em Campo Grande tenha sido apenas 3 semanas porque fiz o concurso do ISS Guarulhos imediatamente antes. Nessas poucas semanas me dediquei a legislação específica e em aparar erros cometidos na prova anterior.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Rodrigo: Estudei apenas cerca de 2 meses sem ter edital na praça, então não foi tão difícil manter a dedicação durante esse período, já que estava no começo e bastante motivado para ver o máximo de todas as matérias da área fiscal.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Rodrigo: Eu usei, na maioria, apenas os PDF’s. No entanto, em contabilidade, desde o início, recorri a videoaulas porque sempre via outros aprovados comentando da dificuldade da matéria.
Acredito que a videoaula deve ser utilizada apenas em casos de maior dificuldade visto que, embora o assunto seja ensinado com mais exemplos e maior didática, mesmo assistindo em uma velocidade 2x maior, ainda se perde tempo comparado com o PDF.
A lei seca também foi bastante utilizada, principalmente mais para o final da minha preparação. Ela não deve ser temida, grande parte das questões são da lei seca literal, então deve ser um material utilizado em conjunto ao PDF.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Rodrigo: Conheci através do canal do Youtube e site, exatamente na mesma época em que pesquisava sobre carreiras de concurso público e conhecia mais sobre a área fiscal.
Posso afirmar que o Estratégia esteve sempre presente durante minha caminhada, desde o primeiro material que adquiri no começa dos estudos (pacote completo para o SEFAZ-DF) até as revisões de véspera antes das provas através do Youtube.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Rodrigo: Eu sempre estudei várias matérias ao mesmo tempo. Comecei com um ciclo contendo as 6 matérias básicas da área fiscal (português, raciocínio lógico, constitucional, administrativo, contabilidade e tributário). E fui adicionando outras matérias aos poucos como auditoria, outros direitos, etc.
Nunca fiz resumo, sempre imprimi o material em PDF e fazia as marcações. Enquanto estava lendo uma aula, somente fazia as questões que estavam no meio da teoria. Ao terminar, fazia algumas questões do final do PDF ou em sites de questões, filtrando pelo conteúdo daquela aula.
Quando terminava de ler todos os PDF’s daquela matéria, recomeçava de novo da aula 0, relendo apenas as marcações. Nessa etapa, eu diferenciava minhas marcações deixando mais evidentes as passagens que considerava mais importantes, o que fui aprendendo enquanto fazia mais exercícios. Após reler as marcações, fazia mais exercícios referentes àquela aula. Nunca parei de reler minhas marcações e fazer exercícios.
Fiz alguns simulados, mas nem sempre eles refletiam muito o que acontecia na prova. No entanto, não deixam de ser um bom treino.
Meus planos de estudo eram montados em relação ao edital que estava focando, levando em consideração se já tinha estudado a matéria, assim como tamanho dos PDF’s e dificuldade em compreender a matéria para dedicar a ela mais ou menos horas no ciclo.
Comecei estudando 3-4h líquidas por dia. No pós-edital o comum eram 6-7h líquidas. Cheguei a fazer 9h líquidas, mas meu dia seguinte foi péssimo. Então me mantive no máximo em 7,5h líquidas. É importante descobrir seu limite.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Rodrigo: Tive dificuldade em Contabilidade, por isso sempre estudei por videoaula e deixava mais tempo para essa disciplina que para outras no meu ciclo, o que era importante para fazer mais exercícios, já que alguns em contabilidade podem ser muito demorados.
Outras matérias que tive dificuldade foram civil e empresarial também. Nessas eu comecei a ler mais a lei seca e me ajudou bastante, já que na área fiscal as questões eram mais literais.
Por fim, tive dificuldade também em uma das matérias mais temidas da área fiscal: Tecnologia da Informação. Nessa matéria eu li vários materiais diferentes, procurei muitos professores e no final acho que ajudou bastante. Como era uma matéria mais recente na área fiscal, não dava para ter muita ideia de como seria cobrada, por isso acho que ver mais de um material ajudou bastante.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Rodrigo: Sempre estudei muito na véspera de prova, porque estava sempre correndo contra o tempo.
Nas últimas provas, comecei a fazer uma revisão geral de toda a matérias nas 2 semanas antes da prova, deixava de fazer exercícios e só.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS.
Rodrigo: Acho que alguns erros, muitas vezes, podem ter algum lado bom também.
Não cometi o erro de estudar muitas matérias por videoaula ou esperar acabar uma matéria antes de começar outra. Acho que comecei de uma maneira mais correta, com os ciclos e as revisões.
No entanto, como ainda no início já resolvi me dedicar a pós-editais para as provas, minhas revisões ficaram bastante prejudicadas. Eu sempre precisava terminar de ler algumas matérias antes da prova. Muitas não consegui revisar direito. Então acredito que foi o maior problema na minha caminhada. Depois tive que revisar muitas vezes o material para melhorar meu percentual de acertos.
Entretanto, esse problema também fez com que eu avançasse mais rapidamente nas matérias e isso acabou me ajudando. Além disso, o fato de fazer muitas provas me ajudou, algumas questões são recorrentes, fora o fato de ter mais ritmo de prova.
Acho que ler mais lei seca é algo fundamental para fazer provas. E demorei a fazer isso na minha preparação. Pode ser considerado outro erro.
Além disso, as super revisões das marcações de todas as matérias poucas semanas antes da prova também ajudam bastante a manter o máximo de conteúdo fresco na memória.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Rodrigo: O mais difícil é abdicar do que te faz bem. Estudar para concursos é e sempre foi muito chato para mim. Não se tornou algo que eu gostava, era sobre rodar o ciclo, fazer as horas líquidas, era a tarefa do dia.
Nunca pensei em desistir, sempre pensei que se continuasse seria aprovado. Poderia demorar, mas conseguiria. E se desistisse nunca teria êxito e o tempo de estudos seria jogado fora. E isso foi suficiente para mim
No entanto, tiveram momentos difíceis. Depois da prova de técnico tributário do RS, quando bati na trave ficando no CR, fiquei bem pra baixo e parei de estudar por 2 meses. Para conseguir voltar aos estudos, iniciei um coaching, o que me ajudou na motivação e a ter um controle maior dos meus pontos fortes e fracos e em que focar.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Rodrigo: Me motivava ao pensar no objetivo, em saber como seria minha vida de concursado.
Sempre que possível assistia a webinários com aprovados e isso me dava uma motivação extra, ver que as pessoas conseguiam e que se eu não desistisse, chegaria minha vez.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Rodrigo: Se prepare bem antes de começar, planejamento é fundamental e pode poupar tempo.
Não tenha vergonha em admitir dificuldade em alguma matéria e passe a estudá-la mais tempo para vencer esse desafio.
Faça o máximo de provas na sua área que conseguir. Os concursos estão cada vez mais difíceis e detalhes te separam da aprovação. Muitas vezes pode estar faltando apenas um pouco de sorte e fazendo mais provas você tem mais chances.
Não desista, todos que estão estudando tem alguma dificuldade. Ser concurseiro é extremamente desgastante, mas pode ser e será muito recompensador quando alcançar seu objetivo.
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Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: [email protected]
Um abraço,
Thaís Mendes