Aprovado no concurso Ebserh
“Tenha fé que tudo dará certo, aproveite as oportunidades durante a caminhada em relação à concursos que não sejam seu foco, mas que de alguma maneira te atenda e, com certeza, com muita perseverança você alcançará seu objetivo final”
Confira nossa entrevista com José Carlos Prado da Fonseca, aprovado em 1º lugar nacional no concurso da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) no cargo Técnico em Contabilidade:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
José Carlos Prado da Fonseca: Tenho 55 anos, nasci em Belo Horizonte – MG, mas moro em Contagem-MG desde 01 ano de idade. Com 08 anos de idade, eu e minha irmã mais nova já trabalhávamos vendendo Chup-Chup (geladinho), pastéis e biscoitos que minha querida mãe fazia, aproveitando-nos do grande investimento em construções civis e canalização de rede água e esgoto a época no bairro em que morávamos.
O tempo passou, o investimento na construção civil de apartamentos no bairro e canalização fora concluído, restringindo assim nosso trabalho. Com isso, de vez em quando, ajudava meu pai nos serviços de instalações elétricas prediais que ele desempenhava, como bico nos finais de semana, para complementar a nossa renda.
Eram tempos difíceis na parte financeira, mas de uma infância muito feliz. Concluí o 1º grau em 1980 e como estudava em escola pública estadual e a mesma não ofertava o ensino médio, tive que paralisar os estudos por um tempo. Fiquei muito chateado em ter parar os estudos naquele momento, já que sempre gostei de estudar, e com 15 anos de idade não teria como pagar escola particular. Foi então que fui trabalhar de servente de pedreiro com meu tio. Trabalhava muito, o valor que recebia era pouco para pagar uma escola particular e o cansaço enorme. Sempre fui um bom aluno e agora me perguntava: por que estudei?!! Para fazer isso???
Graças a Deus trabalhei por poucos meses nesse ofício, quando surgiu a oportunidade de trabalhar em uma lanchonete. Apesar também de ganhar pouco, sem carteira assinada e ter que madrugar para o trabalho, o serviço era mais leve e a oportunidade de estudar novamente parecia viável. Como estava no meio do ano, resolvi fazer um curso profissionalizante em minha cidade: Desenho mecânico – SENAI (1981) ao qual fui aprovado, concluindo o mesmo no final de dezembro deste mesmo ano. Tive muita dificuldade no curso, vi que não era o que queria fazer, mas como tudo que começo gosto de terminar, e assim o fiz com 100% de Frequência.
Resolvi então, aos 17 anos, fazer um planejamento em 1982 para ver se conseguiria retornar aos estudos e concluir o ensino médio. Consegui só no ano seguinte, economizando muito e ás vezes voltando a pé do trabalho (01 hora de caminhada) e posteriormente de bicicleta que comprei da economia gerada á época que trabalhava de servente de pedreiro. Matriculei-me á noite, em Belo Horizonte, no Colégio Brasileiro, curso de ensino médio concomitantemente com Técnico em Processamento de Dados. Estava indo muito bem nos estudos, mas infelizmente, mais uma vez, diante do desemprego no meio do ano, a ameaça de parar novamente os estudos era real. Felizmente com ajuda de meus pais, terminei esse 1º ano do segundo grau, mas não pude dar continuidade nesse Colégio.
Foi aí que surgiu a grande oportunidade de conclusão do ensino médio em minha cidade. Uma escola particular estava realizando um bolsão, espécie de seleção, tal que os alunos mais bem colocados seriam contemplados com desconto na mensalidade. Participei da seleção e ganhei um desconto de 20%. Como a escola era próxima de minha casa, não teria custos com transporte, e minha mãe percebendo a minha dedicação em querer concluir o ensino médio, propôs a me ajudar até que eu conseguisse um novo emprego. Não demorou muito, no meio daquele ano, depois de muito trabalho informal, conseguira meu primeiro emprego de carteira assinada aos 19 anos em uma empresa de grande porte na área de confecções de roupas. Com muita dedicação, fiquei em 1° lugar em aproveitamento no curso daquele ano em minha turma, credenciando-me dessa forma, a uma bolsa de 80% de desconto (concedido pela escola), sobre minha mensalidade para conclusão do ensino médio (Técnico em Processamento de dados). Foi durante esse curso, que tive contato pela primeira vez com a disciplina de Contabilidade, e identifiquei de imediato com a mesma. Foi sugerido pelo professor da disciplina, que eu mudasse de curso de Técnico em Processamento de dados para o Técnico em Contabilidade. Mas como dito anteriormente, tudo que inicio gosto de terminar. Assim terminei o curso 1985 nessa escola e, posteriormente, 1987 fiz também o de Técnico em Contabilidade, retornando ao Colégio Brasileiro em BH, obtendo assim, dois certificados de 2º grau e fechando finalmente o ciclo do ensino médio.
Com isso possuo três cursos técnicos: Desenho mecânico-SENAI (1981), Técnico em Processamento de Dados (1985) e Técnico em Contabilidade (1987).
Aí vida que segue, passei por diversos cargos nessa 1ª empresa até ser promovido para o setor de contabilidade. Trabalhei em muitas outras empresas, sempre na área contábil, com muita diversificação de ramos de atuação tais como: confecção, comércios variados, fábrica de colchão, siderurgia, mineração, bebidas e alimentos, indústria da construção civil e pesada, etc.
Seguindo, no inicio 2002, já com 37 anos de idade, trabalhando em uma grande empresa como Analista Contábil (Refrigerantes Minas Gerais Ltda. Coca-Cola), fui surpreendido com a possiblidade de perda do emprego. Após mais de nove anos trabalhando na mesma, a demissão se tornava real a cada dia em função de uma reorganização societária da empresa. Pois bem, naquela situação vi que apesar de toda a minha experiência, o mercado exigia Graduação Superior e também carteira de motorista. Não pensei duas vezes. Matriculei-me em uma autoescola e em curso pré-vestibular no mês de janeiro de 2003. Tempos difíceis, acordava 05h30min da manhã, fazia autoescola das 06 ás 07 horas, depois pegava duas conduções duas para ir e duas para voltar do trabalho das 08 ás 18 horas e, finalmente, estudava no cursinho pré-vestibular das 19 às 22h30min, dormindo a meia noite, para recomeçar toda a rotina no dia seguinte.
Conclusão: mais um desafio vencido. Carteira de habilitação em abril/2003 nas mãos e aprovação no vestibular da PUC-Contagem em 5º lugar depois de 17 anos sem estudar.
Finalmente em 2007 terminei a graduação em Ciências Contábeis entre os melhores alunos da turma, graças a Deus.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
José Carlos: O serviço público sempre me fascinou pela estabilidade e salário atrativo. Porém, em função de algumas adversidades da vida, principalmente a financeira, nunca pude preparar-me devidamente para os certames. No decorrer de minha jornada fiz alguns, porém não tinha tempo e material de qualidade, comprometendo sempre meu desempenho.
Em 2009, resolvi fazer um curso presencial preparatório para o cargo Técnico em contabilidade TRE-MG, o qual ofertava 14 vagas. Foram 3.500 candidatos e fiquei empatado entre 25º e 28º lugar na época. Foi uma grande motivação o resultado, porém, o concurso expirou no final de 2013 e chamaram apenas 14 candidatos aprovados.
Nesse mesmo ano de 2009, minha mãe, com 70 anos, sofrera um AVC e tive que concentrar meus esforços em outras áreas, tanto financeiro como nos cuidados que minha querida mãe necessitava. Trabalhava na iniciativa privada, o salário era razoável e dava ainda para ajudar nas despesas médicas de minha mãe. Parei, então, de pensar em concurso naquele momento. Foi quando surgiu à crise da economia em meados de 2014 e a empresa que trabalhava foi reduzindo suas atividades; até que em outubro de 2017, resolveram reduzir grande parte dos empregados e terceirizar o setor de contabilidade, o qual estava inserido, acarretando assim a minha demissão.
Nesse meio tempo, um pouco antes da demissão, como já previa a situação crítica da empresa, antecipara-me a testar meus conhecimentos prestando um concurso para cargo de Contador, estudando em casa através de livros que possuía. Era simplesmente cadastro de reserva, mas apesar de ter estudado pouco, alcançara o 13º lugar. Foi aí o momento que surgiram as motivações para que voltasse a pensar em concursos públicos: estava no final de 2017 com meus 52 anos, desempregado, com minha mãe de 78 anos acamada a mais de 08 anos e necessitando como nunca, de minha ajuda financeira e atenção.
Apesar de todas essas preocupações, vi oportunidade no tempo disponível que tanto necessitava para o estudo e de continuar ajudando a família. A conquista do sonho antigo de trabalhar no serviço público, naquele momento, parecia-me real, indicando que seria essa, a melhor escolha, ou seja, foco total em concursos públicos.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro(a), você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
José Carlos: Como relatado anteriormente, desde o final do ano 2017, estava desempregado. Então conciliava os estudos para concurso com a atenção a minha querida mãe, no que podia e, também, com muitos outros afazeres em casa.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
José Carlos: Sempre fiz concursos próximos á região metropolitana da cidade de Belo Horizonte, onde resido, limitando assim o leque de oportunidades. Tive alguns bons resultados em concursos, como os citados acima. Mas, aprovado mesmo, são dois: 10º colocado para o cargo de Contador – Prefeitura Municipal de Contagem em 2019 e, agora em 2020, EBSERH/Nacional – cargo Técnico em Contabilidade obtendo o 1º lugar nacional.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
José Carlos: Sensação de superação, missão cumprida e gratidão. Depois de quase dois anos e seis meses, seis concursos públicos no período, convivendo com desemprego, questão financeira difícil, saúde debilitada de minha mãe e posterior falecimento em junho de 2019; finalmente algo de bom aconteceu: meu nome estava ali, no topo da lista. E não podia ser diferente, uma vez que estava em disputa uma única vaga de imediato.
Gratidão a Deus, a Nossa Senhora Aparecida de quem minha mãe era muito devota, e sei que juntas intercederam por mim; e a São Judas Tadeu (Santo padroeiro das causas impossíveis) a quem sou devoto.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
José Carlos: Quando decidi estudar para concursos, a primeira providência que tomei, foi deixar o celular praticamente longe do meu alcance o dia todo, o que foi bem tranquilo para mim. Com relação a sair, tive uma postura mais radical, pois como visto, no período foram vários concursos e sempre com edital na praça, não me permitia flexibilizar com lazer.
Deixei de ir a algumas reuniões familiares, aniversários e outros eventos. Algumas coisas que não abria mão de fazer era ir a missa aos domingos, visitar meus pais que moram perto e realizar minha caminhada diária.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
José Carlos: Sou casado. Tenho uma filha de 25 anos e um filho de 24 anos. Com relação á família entender ou não a caminhada como concurseiro foi meio que indiferente. Como explicado acima, as coisas foram acontecendo e optei por trilhar esse caminho.
Houve momentos que pareciam apoiar e outros não. Mas como eu estava arcando financeiramente com tudo que tange as despesas inerentes ao concurso, o que eu mais necessitava em relação a apoio era o silêncio para estudo e que, às vezes, até isso era difícil conseguir por muito tempo. Enfim, deu para administrar os conflitos.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
José Carlos: Em regra, acredito que sim, vale a pena fazer outros concursos. Mas vai depender da situação específica de cada pessoa. Fatores financeiros, experiência profissional, necessidade de adquirir expertise em provas de concursos e outros, impactam na decisão de cada pessoa.
Com relação ao concurso ao qual fui aprovado, tem grandes chances de se tornar o dos meus sonhos, uma vez que sempre tive interesse em ser útil nessa área tão importante como a da saúde e educação públicas em nosso país. Acredito que o cargo que irei desempenhar, tem tudo para agregar valores a essas áreas, uma vez que a contabilidade busca gerir recursos com informações úteis e assessorar no processo de tomada de decisões, impactando assim em uma melhora dos gastos públicos.
Pretendo sim, continuar sempre me aperfeiçoando para desempenhar minha função da melhor maneira possível, seja nesse ou em qualquer outra oportunidade, que possa surgir na minha vida profissional.
Tenho também afinidade com outras áreas tais como: Fiscal, Controle, Tribunais e Ministérios Públicos na especialidade Contabilidade.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
José Carlos: Por incrível que pareça, direcionado as disciplinas do concurso que não eram comuns ao que eu já vinha estudando, foram apenas quatro dias de um estudo muito intenso, de quase 10 horas diárias. Como estava muito bem nas específicas da minha área, o peso era bem significativo no certame, resolvi faltando quatro dias para o concurso dar atenção aos conhecimentos de Legislação: SUS e EBSERH, e noções de informática que ainda não havia estudado. Conclusão: gabaritei SUS e EBSERH e tive 80% de aproveitamento em noções de informática.
Lembro-me que tal decisão foi motivada já pelo resultado obtido do concurso anterior, o qual alcançara 10º lugar e, por falta de tempo, priorizei as disciplinas específicas, estudando a legislação do município e a história da cidade praticamente na véspera do certame. Infelizmente também não deu para estudar a prova discursiva. Resultado: gabaritei a disciplina História de Contagem e fiquei entre os 10 primeiros depois da correção da Discursiva.
Acredito que os resultados obtidos nesses dois certames se devem: a muita fé, perseverança e estratégia nas prioridades no momento de estudo.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
José Carlos: Sim. Adquiri um pacote da Receita Federal através Estratégia Concursos no final do ano de 2017, quando decidi estudar para concursos. Naquela época não existia assinatura vitalícia e resolvi adquiri o pacote mais completo possível, ou seja, que englobasse muitas disciplinas e que na minha visão, seria uma forma de preparar-me para vários concursos com a base que obteria nos estudos. Contudo, iniciei os estudos sabendo que tinha muito caminho a percorrer e essa era a disciplina a manter. Foi aí que surgiu o TCE-MG e resolvi mudar o foco adquirindo também o pacote do mesmo, intensificando ainda mais os estudos. Com muita disciplina consegui passar por todo o edital, mas infelizmente com o pós-edital foi difícil fazer revisões, o que consequentemente, implicou em minha reprovação. Vi que realmente concursos de alto nível exigem uma preparação antecipada e com muita estratégia.
Então, na verdade, foi um misto de estudos para concursos que não estavam na praça e uma correria para dar conta dos que entravam na praça. Mas como diz o ditado: “no final tudo dá certo”.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
José Carlos: Usei todos os PDFs disponíveis, muitas videoaulas nas disciplinas que tinha mais dificuldades ou queria uma abordagem diferente, e resoluções de todas as questões propostas nos PDFs. Com relação vantagens e desvantagens, cada material tem sua peculiaridade. O estudo para concursos públicos, na maioria das vezes, é bastante solitário, o que era amenizado em minha opinião através do estudo com videoaulas. Já o PDF é mais completo, detalhado, rápido e objetivo. Enfim, cada qual complementa seus estudos de acordo com as necessidades do momento.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
José Carlos: Em 2017, quando decidi prestar concursos públicos, fiz pesquisa na internet e me convenci que era a melhor opção.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
José Carlos: Antes de conhecer a metodologia proposta pelo Estratégia Concursos, costumava estudar uma matéria só, até esgotá-la completamente. Descobri que não era o melhor caminho e comecei a utilizar o ciclo de estudos.
No decorrer desses quase dois anos e meio, foram muitas as modificações e adaptações até chegar ao que eu considero satisfatório para mim. Até então, como o foco está sempre relacionado à minha experiência e área de formação que é Ciências Contábeis, direcionei os esforços para as disciplinas afins, tais como: AFO, Contabilidade Pública e Contabilidade Geral, haja visto o peso dessas disciplinas nos concursos que tenho prestado até o momento.
Pois bem, além dessas três disciplinas, incluí também no meu ciclo as disciplinas básicas de concursos, que são: Português, Raciocínio Lógico Matemático e Direito Constitucional. Portanto, desde então vem estudando e revisando essas 06 disciplinas citadas.
Outra grande dificuldade que tive, foi descobrir o melhor meio de revisar tudo. Depois de muitos testes, cheguei à conclusão que funciona para mim era a revisão depois de concluída cada aula ou PDF, e não revisões parciais de 24 horas. Desenvolvi então uma planilha no Excel, com todos os detalhes e anotações pertinentes ao meu ciclo de estudos e acredito ter resolvido minha demanda.
Com relação à carga horária de estudos, tem sido muita variada. Às vezes estudo oito horas líquidas e outras vezes três horas líquidas. Como disse anteriormente, depois de muitos testes, descobri que tenho que focar em estudar três matérias por dia, não importando o tempo, mas sim a manter assiduidade constante.
Já para a revisão, faço um pouco de tudo: assisto videoaulas fazendo anotações, releio PDFs, complemento os resumos dos professores e resolvo todas as questões dos PDFs com comentário, pois aí estudo novamente e vejo o que estou errando.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
José Carlos: No início, como havia muito tempo que não estudava, tudo parecia novidade e difícil assimilação. A matéria que demandou mais dificuldade, com certeza, foi Raciocínio Lógico Matemático, mas que venho superando aos poucos através das excelentes videaulas do professor Brunno Lima, que com muita competência, didática e paciência tem me ajudado muito.
Apesar de ter formação em Ciências Contábeis e muitos anos de experiência profissional na iniciativa privada, vi que a cobrança em concursos públicos era bem diferente dos meus conhecimentos, principalmente Contabilidade Pública e AFO que, de certa forma, me confundia e misturava com a outra Contabilidade. Com o tempo e com ajuda de excelentes professores do Estratégia Concursos nessa área como Gilmar Possati (Contabilidade Geral e Pública) e Sérgio Mendes (AFO), houve de minha parte uma grande evolução nos estudos dessas disciplinas. Gostaria até, nesse momento, agradecer a disponibilidade e atenção em especial ao professor Gilmar Possati, a quem tive mais contato nessa jornada e atendeu-me de forma rápida, simples e eficiente, seja através fórum de dúvida, e-mail, videoaulas ao vivo, enfim, além de muito bom professor, um ser humano excepcional.
Agora a disciplina de Português é uma incógnita para mim, uma vez que foram seis concursos no período, seis bancas diferentes que aplicaram os certames e consequentemente obtive resultados diferentes nessa disciplina. Portanto, ora acho que estou bem, ora mal. Estou ainda meio confuso com relação ao aproveitamento e entendimento da dinâmica dessa disciplina. O jeito é seguir em frente e estudar mais.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
José Carlos: Estressante para mim, como já citado acima, foram algumas situações passadas na vida. A reta final é só mais uma circunstância que tem que ser vencida com muito estudo, persistência, dedicação e fé. Estudo até o último minuto de fazer a prova. Descanso só depois do dever cumprido.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
José Carlos: Como mencionado anteriormente, no concurso da prefeitura municipal de Contagem – Cargo de Contador – fiquei em 10º posição.
Houve discursiva nesse certame, mas infelizmente não deu tempo de preparar-me para essa etapa, o que poderia com certeza obter posição melhor. Por isso aconselho estudar bastante para discursiva, pois ela fará muita diferença no resultado final.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS.
José Carlos: Erros sempre hão de existir. No meu caso específico, foi falta de experiência no atual mundo dos concursos. Achei que era simplesmente adquirir um material de excelente qualidade, imprimir tudo, ler uma vez com bastante atenção, cobrir todo o edital e estava tudo certo. Porém foi através das tentativas e erros, que surgiram os acertos. Descobri depois de uns três meses que imprimir tudo, além de demorado, custo elevado, impressões que logo ficam desatualizadas, era totalmente inviável. Então comecei a imprimir somente resumos dos PDFs, acrescentando o que julgasse importante, baixando as aulas à medida que ia estudando e criando pastas bem organizadas por cursos e disciplinas no computador. Depois de alguns resultados ruins, comecei também a valorizar a revisão e foi uma série de erros até encontrar a maneira correta de revisar.
Com relação aos maiores acertos, primeiramente nunca desistir e sempre tentar várias vezes até encontrar as soluções para resolver os erros mencionados. Agora, com certeza, o maior acerto foi tomar a decisão de fazer todos os concursos que pudesse, mesmo que ainda não sentisse totalmente preparado, teria de enfrentar esses desafios. Leiam “todos” aqui no sentido que relacionados principalmente com as matérias específicas de minha área de formação. Essa estratégia foi primordial para aprovação atual.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
José Carlos: Com certeza foi a preocupação com a saúde debilitada de minha mãe. Durante essa caminhada foram várias as vezes que revezei com minhas irmãs e esposa, que também ajudou muito como acompanhante de minha mãezinha no hospital. Só no período de outubro de 2017 até junho de 2019, foram quatro idas em hospitais, com a última culminando com seu falecimento depois de 51 dias hospitalizada, em junho de 2019. Dias difíceis; preocupava com minha mãe, a situação financeira, desempregado quase dois anos, cancelei meu plano de saúde, ou seja, problemas não faltavam. Não conseguia naquele momento focar nos estudos e tive que parar. Depois dessa fase difícil, em julho de 2019, voltei a focar nos meus estudos e comecei de novo do zero.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
José Carlos: A principal motivação é que não tinha opção, o caminho já estava traçado, desistir não faz parte de meu vocabulário. Minha motivação e inspiração agora era ainda mais forte: a minha querida mãe que me mostrara o real significado da palavra perseverança em seus 80 anos de vida e minha necessidade de ter uma melhor perspectiva de trabalho, e que nada que fizera até o momento seria em vão.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
José Carlos: Primeira coisa que uma pessoa que está iniciando os estudos para concurso deve saber é o porquê dessa decisão. Uma vez definida, através dessa motivação, tem que ter a consciência que terá que estudar muito, será um caminho difícil, às vezes demorado, cheio de variáveis externas da vida e do próprio concurso que impactarão diretamente a sua jornada rumo à aprovação. Por isso, é importante ter a consciência clara e objetiva de onde quer chegar, pois oportunidades de desviar do caminhão não hão de faltar. Tenha fé que tudo dará certo, aproveite as oportunidades durante a caminhada em relação à concursos que não sejam seu foco, mas que de alguma maneira te atenda e, com certeza, com muita perseverança você alcançará seu objetivo final.
Confira outras entrevistas em:
Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: [email protected]
Um abraço,
Thaís Mendes