Aprovado em 1º lugar no concurso DPDF para o cargo de Analista de Apoio à Assistência Judiciária - Economia
Concursos Públicos“O caminho é longo, mas o resultado final é gratificante. Dê o seu melhor, mas não se cobre tanto. No fim do dia, o que vale é a sensação de que fez o que estava ao seu alcance […]”
Confira nossa entrevista com Pedro Rocha de Moraes, aprovado em 1º lugar no concurso DPDF para o cargo de Analista de Apoio à Assistência Judiciária – Economia:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua idade, formação e cidade natal?
Pedro Rocha de Moraes: Me chamo Pedro Rocha de Moraes, tenho 34 anos. Sou nascido em Brasília, onde me formei em economia pela UnB.
SaÍ da minha cidade natal aos 17 anos para fazer um intercâmbio cultural nos Estados Unidos. Passei 1 ano na Califórnia, onde me formei na high school.
Além do intercâmbio, morei também em Florianópolis, onde cursei 1 semestre do mestrado em Economia. Acabei largando o mestrado, pois fui chamado no meu primeiro concurso público para o IBGE e me mudei para o Rio de Janeiro.
Estratégia: Conte o início da sua trajetória, o que te levou a iniciar os estudos para concursos?
Pedro: Por ser natural de Brasília, e crescer aqui, sempre tive uma conexão com o serviço público. Além disso, meu avô e meus pais também eram servidores.
Minha trajetória iniciou após concluir a graduação e perceber que não havia muitas oportunidades no mercado privado e que também eu tinha um perfil diferente da iniciativa privada.
Foi quando resolvi começar a estudar para concursos, mais ou menos no fim de 2015, início de 2016. À época, me matriculei em um cursinho presencial para conhecer as matérias básicas de concursos públicos, como direito constitucional, direito administrativo e raciocínio lógico. Disciplinas que caem em diversos concursos, e com as quais eu não tinha familiaridade.
Inicialmente, eu não tinha nenhum órgão específico em mente, então fiz algumas provas para ganhar experiência. Logo no início da minha jornada fui aprovado em 2 concursos: na Funpresp-Exe e no IBGE, onde acabei assumindo meu primeiro cargo público como analista e me mudei para o Rio de Janeiro.
Quando fui chamado, “dei um tempo” nos estudos para concurso, enquanto conhecia uma cidade nova e me adaptava. Após uns 2 anos morando e trabalhando no Rio, resolvi voltar a estudar. No início deste retorno, foi muito difícil conciliar os estudos com a vida corrida do trabalho, e os resultados nas provas que tentei (Abin e Sefaz-DF) não foram dos mais animadores. Eu sabia que da forma como eu estava estudando, dificilmente conseguiria a aprovação em concursos de alto nível, pois era extremamente cansativo conciliar os estudos com a jornada de trabalho e locomoção em uma cidade grande, onde eu não tinha muito apoio.
A chave mudou quando a Gabriela, minha esposa atualmente, e, namorada na época, se mudou para o Rio comigo. Nessa fase consegui organizar melhor minha rotina e os meus estudos. Logo depois, veio a pandemia, que nos forçou a trabalhar de casa, mas também suspendeu alguns concursos que já estavam com edital publicado.
Um deles foi o do TCDF, o meu primeiro concurso na área de controle. Como houve um longo período entre o edital e a realização da prova, eu consegui estudar com uma orientação mais bem definida pelo edital. Consegui um ótimo resultado na prova objetiva, mas “bati na trave” na prova discursiva. Porém, não me deixei abater (sofri um pouco sim) e aquilo serviu como o “empurrãozinho” que faltava para eu entender que com alguns ajustes na minha estratégia e rotina de estudos, eu poderia alcançar a aprovação.
Estratégia: Como você conheceu o Estratégia Concursos e porque tomou a decisão de se tornar nosso aluno?
Pedro: Conheci o Estratégia pelas aulas online e decidi comprar o material específico para o concurso da ABIN. Porém, depois percebi que os pacotes ilimitados são a melhor opção, pois dificilmente passamos de primeira em um concurso.
Estratégia: Como era sua rotina e plano de estudos?
Pedro: Como eu já tinha um conhecimento prévio da maioria das disciplinas, não fazia sentido, para mim, estudar todos os tópicos de todas as matérias desde o início. Então montei um plano de estudos personalizado.
Minha estratégia era estudar todas as matérias ao longo de um ciclo de estudo (que durava aproximadamente 1 semana). O que variava era a carga horária de cada uma delas. Eu fiz uma ponderação considerando 3 fatores: o peso de cada disciplina (quantidade de questões), o tamanho do conteúdo (quantidade de PDFs, leis, vIdeoaulas) e o meu conhecimento prévio/dificuldade na disciplina (matérias mais “fáceis” ou que eu já tinha estudado, eu gastava menos tempo).
Assim, na fase pré-edital eu estudava cerca de 6 horas líquidas por dia (eu não era tão rigoroso com o controle do tempo).
A minha planilha do ciclo de estudos já me dizia qual era a próxima matéria do ciclo, assim eu evitava estudar apenas as matérias que eu gosto mais, e procrastinar com as outras.
Eu estudava cerca de 1 hora cada matéria e passava para a seguinte. Portanto, estudava cerca de 6 matérias por dia.
Estratégia: Você trabalhava e estudava?
Pedro: Eu trabalhava enquanto estudava. Porém, eu comecei a me dedicar de fato aos estudos após o início da pandemia. O fato de estar trabalhando de casa, e também de não poder sair de casa me ajudou a render mais nos estudos.
O fato de não perder tempo no deslocamento já foi um ganho pra mim (só de deslocamento eu gastava mais de 1h30m por dia). Também, o home office me deu maior flexibilidade no trabalho.
Como algumas demandas do trabalho surgiam em dias e horários variados, eu não gostava de dividir as disciplinas a serem estudadas pelos dias de semana. Por exemplo, segunda-feira de manhã estudar português, terça-feira estudar direito etc. Porque se tivesse alguma atividade do trabalho que demandasse mais tempo na segunda-feira pela manhã, então o meu estudo de português ficaria prejudicado. Assim, eu preferia seguir uma ordem das disciplinas a serem estudadas, independente do dia da semana.
Estratégia: Quais ferramentas do Estratégia você mais utilizou em sua preparação e quais eram os diferenciais de cada?
Pedro: Eu utilizei muito do Passo Estratégico e fiz muitos simulados. A plataforma de questões também foi fundamental. Quanto às videoaulas e PDFs, dependendo da matéria eu usava mais um ou outro.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso?
Pedro: Para a minha última aprovação, estudei cerca de 2 anos com foco total. Manter a disciplina, principalmente antes da publicação do edital, é bastante difícil, mas é fundamental para a aprovação.
A consistência de manter os estudos mesmo sem o edital publicado, ainda que por menos horas, é extremamente importante, pois é como a construção de uma casa, que leva um longo tempo, mas que é feita tijolo por tijolo.
Esse período foi durante o isolamento social decorrente da pandemia de COVID-19, então o fato de ter que ficar em casa, de certa forma, colaborou para manter o foco e a disciplina nos estudos.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Pedro: Algumas matérias como direito penal, civil e processual civil foram bastante desafiadoras. Elas são matérias com conteúdo extenso e com certa complexidade.
Para superar a adversidade, eu busquei fazer muitas questões para compreender a forma como esses assuntos eram cobrados. A partir daí, soube filtrar quais os assuntos que mais caem e as fontes (leis, normativos, doutrina) para as questões.
Estratégia: Qual sua estratégia de reta final?
Pedro: Eu fazia um resumo para cada matéria. Nesse resumo eu fazia minhas anotações e também copiava e colava as questões que eu errava, buscando colocar a correção e a justificativa para o erro. Nas minhas revisões eu utilizava basicamente esse resumo que produzi.
Durante a reta final, pós-edital, eu aumentei minha carga horária e estudava praticamente todos os dias, inclusive finais de semana.
Fazer simulados e acompanhar sua correção foi uma técnica fundamental para a aprovação, pois permite revisar os assuntos, simular o tempo de prova e ainda ter uma base de comparação com o desempenho de outros candidatos de alto nível.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi a sua rotina de estudos para esta importante fase do certame?
Pedro: A prova discursiva ocorreu cerca de 2 meses após a objetiva. Porém, demorou aproximadamente 1 mês para o resultado da objetiva e a confirmação da classificação para a discursiva (claro, que já tinha noção de que seria classificado, mas sempre fica aquela pulga atrás da orelha).
Mesmo antes do resultado oficial eu já comecei minha preparação com foco na discursiva. Neste período, o ritmo de estudo (carga horária) caiu drasticamente, mas a profundidade em que cada assunto era abordado aumentou.
Eu buscava responder questões de outras provas sem consultar qualquer material. A essa altura eu já tinha estudado todos assuntos, e essa técnica me forçava a lembrar alguns detalhes, além de funcionar como uma revisão.
Estratégia: De que forma sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada?
Pedro: Eu sou casado e atualmente tenho uma filha de quase 1 ano, a Joana. Mas durante a minha jornada de estudos ela ainda não havia nascido – e imagino que conciliar os estudos com os cuidados de um bebê não seja nada trivial.
Descobrimos da gravidez, justamente entre a prova objetiva e a discursiva, e isso me deu mais motivação para enfrentar a próxima etapa.
Agradeço muito à minha esposa, Gabriela, que sempre foi compreensiva e me ajudou muito durante toda essa fase. Ela entendia minhas necessidades de acordar cedo e estudar até tarde, às vezes não colaborava tanto nos afazeres domésticos, e, principalmente, quando eu não podia fazer companhia para ela em um momento tão difícil e solitário como foi o isolamento social.
Estratégia: Qual a sensação de ter sido convidado para o Baile dos Primeiros do Estratégia Concursos?
Pedro: É uma sensação de dever cumprido, uma satisfação muito grande e sentimento de dever cumprido.
Estratégia: Durante sua preparação, ouviu falar sobre o Baile dos Primeiros? Imaginou que um dia estaria nesta confraternização?
Pedro: Sinceramente, não imaginei. Já tinha ouvido falar, mas era uma realidade aparentemente distante. Mas, que bom que estarei lá!
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Pedro: Meu principal acerto foi persistir. Muitas vezes ficamos desiludidos, achando que nosso momento nunca vai chegar. Nas vezes que “bati na trave”, tive meus momentos de tristeza e decepção, mas eles se transformaram em força e me deram a sensação de que eu estava cada vez mais perto do objetivo. A partir daí tive convicção de que minha estratégia de estudos estava dando certo e que eu precisava apenas fazer alguns ajustes.
Já o meu maior erro, foi iniciar os estudos sem um plano de estudo bem definido, quais matérias estudar, quando estudar, quanto tempo dedicar a cada assunto. Acredito que não ter esses aspectos definidos desde o início pode atrasar um pouco a jornada.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? O que você diria para a sua versão de 5 anos atrás?
Pedro: Acho que todo mundo pensou em algum momento em desistir. Saber lidar com esse sentimento é importante.
O meu conselho para o meu Eu de 5 anos atrás seria “Mantenha o foco, encare a trajetória como um aprendizado e veja que, por mais que a aprovação não venha logo, você está evoluindo a cada dia, e chegando cada vez mais perto. Tenha paciência que sua hora vai chegar!”
Estratégia: Por fim, deixe sua mensagem para todos aqueles que estão começando e almejam chegar aonde você chegou!
Pedro: O caminho é longo, mas o resultado final é gratificante. Dê o seu melhor, mas não se cobre tanto. No fim do dia, o que vale é a sensação de que fez o que estava ao seu alcance. Erros e reprovações vão acontecer, o ponto é saber aprender com eles.