Aprovado no concurso DEAP-SC
“Estudar para concursos públicos me mostrou que não é preciso inteligência fora do comum para chegar na aprovação. A maioria dos concurseiros de sucesso são pessoas de inteligência mediana, porém muito esforçadas e disciplinadas. O segredo é ter paciência pra estudar muito e do jeito certo”.
Confira nossa entrevista com Mateus Zapelini Marcon, aprovado no concurso DEAP-SC no cargo de Agente Penitenciário:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Mateus Zapelini Marcon: Meu nome é Mateus Zapelini Marcon, tenho 28 anos, sou natural de Pedras Grandes – Santa Catarina, uma cidadezinha de 4 mil habitantes vizinha de Tubarão. Sou formado em Engenharia Mecânica pela Universidade do Estado de Santa Catarina, a UDESC de Joinville.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial?
Mateus: Em 2017, quando perdi meu primeiro emprego de carteira assinada, após me formar na faculdade, fiz uma longa reflexão sobre a vida que queria seguir e percebi que prestar concurso público era uma alternativa viável. O mercado de engenharia estava muito ruim, não pagava nada bem e a cobrança era desumana. Então comecei a estudar para concursos da área policial, que foi uma área que sempre me chamou atenção, porém nunca havia pensado em seguir.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Mateus: Durante toda caminhada de concurseiro, eu trabalhava e estudava, nunca consegui só estudar, me sentia muito inútil só em casa estudando. A alternativa que eu arranjei foi pegar um emprego mais tranquilo, em que eu não era tão exigido, físico e mentalmente, para conseguir render bem nos estudos. Porém, acho que se alguém tiver oportunidade e psicológico para dedicar todo o seu tempo nos estudos, deve agarrar a oportunidade.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último?
Mateus: Fui aprovado em dois concursos, PM-SC em 169°, no qual não consegui assumir, pois fui reprovado na avaliação psicológica e, por último, no DEAP-SC, em que passei em todas as fases, faltando somente o curso de formação.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados na primeira fase do certame?
Mateus: Passar em um concurso concorrido como esse, te dá a sensação de dever cumprido, mostra que todo o esforço valeu a pena.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Mateus: Sempre tive vida social, sou solteiro, gosto muito de festas e durante a preparação não foi diferente, porém quando os editais saíram eu diminuí muito o ritmo e foquei mais nos estudos.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Mateus: Sou solteiro, não tenho filhos e atualmente moro com minha mãe, que também é funcionária pública e sempre me apoiou em prestar concursos públicos.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior? (Se esse ainda não é o concurso dos seus sonhos, se possível, citar qual é se pretende continuar se preparando para alcançar esse objetivo)
Mateus: Com certeza! Todos temos que ganhar a vida, não temos? Com um trabalho estável e na área que se pretende atuar podemos melhorar nossa qualidade de vida e, assim, focar melhor no próximo concurso. Eu mesmo ainda não cheguei no concurso dos meus sonhos, que é a polícia federal, o qual venho estudando ainda hoje.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Mateus: Tanto no concurso da PMSC, quanto no DEAP SC, o estudo só foi específico após a abertura do edital, antes disso eu fazia um estudo mais geral para áreas policiais.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Mateus: Sim, estudei em torno de um ano sem edital na praça. Não é uma tarefa fácil, sempre aparecem motivos pra desistir, e existe pouca motivação sem previsão alguma de concursos próximos. O segredo é manter a calma, se afastar dos hobbies inúteis como joguinhos e Netflix, estudar sempre que tiver um tempo sobrando, em qualquer lugar, e botar um pouco de pressão em si mesmo, porque o edital dos seus sonhos pode abrir a qualquer momento.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Mateus: Sempre gostei de aproveitar meu tempo e estudar em qualquer lugar, então cada hora do dia eu estudava de um jeito. Em casa e no ônibus eu via videoaulas, dirigindo, eu ouvia algumas aulas e, no trabalho, quando eu tinha um tempo, estudava por PDFs. Já quando o edital estava aberto, eu tentava priorizar os PDFs, pois economizavam tempo. Apesar de eu preferir o estudo por videoaula, elas tomam muito tempo.
Sempre resolvendo muitas questões, tanto dos PDFs quanto de um site que eu assinei na época, usando os filtros para questões da banca focadas na matéria do edital.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Mateus: Conheci o Estratégia pelo meu amigo Guilherme Matos, que hoje é Policial Rodoviário Federal.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Mateus: Como sou engenheiro, estou acostumado com planejamento feito em planilhas. Quando comecei a estudar, li alguns livros sobre técnicas de estudo pra concursos e, a partir deste conhecimento, montei uma planilha, na qual eu monitorei meus estudos, indicando a matéria estudada, data, quantidade de horas, sequência do ciclo de estudos e também programando revisões e resolução de questões, nunca com metas definidas pois ficava bem difícil cumprir. Eu procurava estudar em torno de duas horas por matéria e seguir em frente no ciclo.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Mateus: Sempre tive dificuldade em português, desde a época da escola, e nos concursos não foi diferente. Quando eu não conseguia aprender, eu resolvia muitas questões, muitas mesmo, até 500 questões do mesmo conteúdo, até ver que eu estava bem seguro na matéria.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Mateus: Eu acho que vai depender de como você está na semana da prova. No concurso da PMSC, eu não parei de estudar um minuto, fui até o último momento a todo vapor. Já no DEAP era fim de ano e eu estava um pouco cansado, então decidi não estudar tanto na última semana.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Mateus: No concurso da PMSC teve redação, algo que não era esperado pelos candidatos, porém como eu estudava para outros concursos já havia me preparado. Pra isso eu fiz um curso online, com videoaulas e correção de doze redações em que eu saí literalmente do zero e consegui tirar a nota quase máxima nas redações finais, recomendo a todos um curso desse tipo, você vai aprendendo com os próprios erros e ainda melhora muito em português.
Estratégia: Como foi (ou está sendo) sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Mateus: O primeiro TAF pra mim foi bem difícil, porém comecei a me preparar com bastante antecedência (uns três meses) e consegui me sair bem. Já o segundo TAF foi tranquilo, pois já conhecia os macetes. Nos dois TAFs treinei praticamente sozinho, só com dicas de amigos.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Mateus: O maior erro da minha preparação foi negligenciar a prova psicológica, pois em alguns concursos elas são muito exigentes. Eu diria que meu maior acerto foi fazer um estudo a longo prazo, deixando uma certa folga quando o edital abriu.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Mateus: O mais difícil é se manter motivado estudando ao longo de muito tempo, pois podem ficar anos sem abrir o edital que você almeja. Já pensei muitas vezes em desistir, e já desisti algumas vezes, porém a falta de opção no mercado me fez voltar aos estudos.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Mateus: A minha principal motivação era a necessidade de trabalhar. Como me formei no auge da crise de 2015, nunca tive muitas opções de trabalho, e as que apareceram pagavamm muito mal e exigiam demais do funcionário.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Mateus: Estudar para concursos públicos me mostrou que não é preciso inteligência fora do comum para chegar na aprovação. A maioria dos concurseiros de sucesso são pessoas de inteligência mediana, porém muito esforçadas e disciplinadas. O segredo é ter paciência pra estudar muito e do jeito certo.