Aprovado em 2° lugar para Agente de Fiscalização Industrial no concurso CRT-RJ
Concursos Públicos
“[…] Se você não tem convicção da área que quer, aconselho a estudar português, matemática, informática, direito constitucional e direito administrativo. Dominando essas matérias você já sai na frente da grande maioria.”
Confira nossa entrevista com Gabriel Oliveira de Araújo, aprovado em 2° lugar no concurso do CRT-RJ para o cargo de Agente de Fiscalização Industrial:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Gabriel Oliveira de Araújo: Sou nascido e criado no Rio de janeiro. Tenho 28 anos e sou formado em técnico de segurança do trabalho e técnico em mecânica industrial. Possuo outro curso técnico também em análises clínicas, mas desisti da área por causa de alguns fatores. Não possuo nível superior.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Gabriel: Estabilidade, pois eu vivia constantemente com medo de ser mandado embora do nada. Algumas pessoas simplesmente te mandam embora porque tem o poder da “caneta” nas mãos, a empresa pode vir a falência ou qualquer outro meio de perder o sustento.
Em 2021 eu trabalharia na área de mecânica em uma empresa do ramo Óleo e Gás, entrei como ajudante (auxiliar). Eu até gostava da empresa, porém comecei a sofrer coação do meu chefe e assédio moral, tanto que cheguei a passar mal e toda semana iria ao médico. Eu ficava com medo de perder o emprego por causa das coações e o jeito de prepotência do meu chefe falar comigo, pois ele falava de um jeito ameaçador (ele não falava diretamente que iria me demitir, mas dava sinais pelas falas e jeitos).
O ano de 2022 foi a “gota d’agua” para eu tomar a decisão de estudar para concursos, pois aconteceram 2 situações. A primeira é que a empresa não me promovia e nem promovia meus colegas de trabalho, mesmo a gente não fazendo mais serviço de auxiliar (fazíamos serviço de profissional já). Ela contratou um técnico de mecânica de fora e a gente tinha que ensinar o serviço a esse técnico mesmo a gente ainda sendo auxiliar de mecânica e ganhando bem menos. Tentei argumentar dizendo que já estou apto a ser técnico, tanto que estava ensinando já e mesmo assim a empresa não promovia; minha promoção só saiu meses depois.
Como era técnico de segurança do trabalho também, surgiu uma vaga nessa empresa nesse mesmo ano e eu tentei migrar para essa área, porém a engenheira de segurança disse que queria alguém com 3 a 5 anos de experiência na área de Óleo e Gás e por isso não autorizou eu ir para área (Mesmo eu me esforçando, mesmo eu sendo presidente da CIPA, mesmo eu fazendo DDS na empresa etc.)
A segunda é que saí dessa empresa nesse mesmo ano de 2022 e fui para uma como técnico de segurança do trabalho. Já estava estudando firme para concursos e focado demais, mas aí fui demitido nos 3 meses de experiência e ali eu percebi que o que eu estava fazendo era certo, estudando para concursos. Eu até agradeço por me demitirem, pois se não fosse essa demissão eu não teria mais “vergonha na cara” e estudado mais firme do que já estava na época. Há males que vem para o bem
Ali percebi que estudar para concursos seria a solução, pois não precisa de experiência, indicação e nem boa vontade dos donos para te promover, pois as promoções são justas e a entrada no serviço público mais justa ainda. Também a demissão no prazo da experiência me deu mais gás para continuar estudando e sabendo que eu estava no caminho certo.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Gabriel: Sempre trabalhei e estudei para concursos, pois nunca tive a oportunidade de estudar.
Eu estudava na condução indo e voltando do trabalho. Quando chegava à minha casa complementava os estudos. Tinha que estudar na condução porque sou bem religioso (sou testemunha de jeová) e preciso tirar tempo para ler a bíblia, dar atenção à esposa e outros afazeres, então precisava comprar “tempo” e por isso estudava na condução.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado?
Gabriel: Em 2022 fui aprovado em 11° (PPP) para eletronuclear para o cargo de técnico em segurança do trabalho. Era 1 vaga apenas, mas ali percebi que era possível a aprovação.
E agora em 2023 fui aprovado, dentro das vagas, no cargo de agente de fiscalização industrial do CRT-RJ em 2° lugar que eram 9 vagas.
Sim, pretendo continuar estudando, poque esse concurso é um concurso “escada”.
Sempre falo que esse concurso não é dos meus sonhos, mas transformará meus sonhos em realidade, vou ter mais segurança financeira, pagar o financiamento do meu apartamento com mais segurança, financiar um veículo e outras coisas.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos?
Gabriel: Sempre priorizando os estudos, tanto que nem saio aos finais de semana e feriados para estudar e até desativei minha rede social Instagram por alguns meses. Minha família (principalmente minha esposa) entendia muito bem, eu tive muito apoio moral e emocional da minha esposa, meu pai e minha irmã. Eu e minha esposa saímos sim, mas muito raramente e preferíamos pedir lanche em casa ou fazer alguma programação em casa mesmo ao invés de sairmos para algum lugar socialmente.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro?
Gabriel: Minha esposa entendeu totalmente, ainda mais depois que eu fui mandado embora na experiência no ano de 2022. Ela me apoiava desde o final de 2021 quando comecei a passar por injustiças na empresa que laborava. Comecei a ficar doente por causa dos assédios morais sofridos pelo meu chefe e ela me apoiava dizendo que isso iria logo passar, que eu conseguiria minha aprovação.
Ela até me dava esporro caso eu não estudasse. Lembro das frases que ela me dizia “mesmo se você reprovar, pense o quanto já estudou, pense no arrependimento que terá daqui a alguns anos caso não estude, pensei no desemprego que tá batendo na porta”
Essas frases me motivaram a cada dia para estudar mais e mais e isso foi um grande apoio.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso?
Gabriel: Para esse concurso eu estudei somente no pós edital (2 meses até a prova) mas eu já tinha uma “bagagem” em português, matemática, informática e já sabia como fazer uma redação. Apenas aprimorei nessas matérias e foquei nas que não tinha estudado antes (direito administrativo, legislação e ética da administração pública, legislação do CFT/CRT e atualidades) porém não estudei atualidades visto que não valia pontos significativos na prova e nem era eliminatória.
Para manter a disciplina eu utilizei o método 4.2 do professor Rafael Barbosa de forma gratuita no Youtube. Eu já utilizava esse método mas no pós edital eu adaptei.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Gabriel: Utilizei os PFDs da estratégia concursos quase 100%, porém a redação utilizei o material de outro professor, o “brabo da redação”. Somente utilizava as vídeo aulas quando tinha muita dúvida na matéria ou não entendia ela mesmo lendo o PDF várias vezes.
A principal vantagem do PDF é a objetividade, pois o material é bem direcionado mesmo e muito completo.
Não encontrei nenhuma desvantagem nos materiais do estratégia, só vi vantagem
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Gabriel: Fiz um curso preparatório para concursos presencialmente há muitos anos aqui no RJ e um rapaz lá me falou da Estratégia Concursos. Foi amor à primeira vista.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos?
Gabriel: Estudei em um curso presencial aqui no RJ. O curso é muito bom sim, porém por ser presencial se eu chegasse atrasado em alguma aula perdia ela quase toda (precisava ver a explicação desde o início para entender algumas matérias) e isso que me incomodava.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material?
Gabriel: Fiz sim, mas não fui aprovado por causa de mim mesmo, pois eu era inconstante nos estudos e não tinha foco.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação?
Gabriel: Sim, senti uma diferença enorme na minha preparação. O que mais gosto do estratégia é a forma de mesclar PDF e vídeo aula. Os materiais se complementam bastante e às vezes nem é necessário vídeo aula, pois o PDF faz jus ao nome (PDF COMPLETO).
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Gabriel: Utilizei o método 4.2 do professor Rafael Barbosa, ex professor do Estratégia Concursos.
Estudo antes do edital:
3 horas por dia em média, 2 matérias por dia e 1:30 horas para cada uma delas. Sábados, Domingos e feriados tentava fazia 5 horas por dia em média, 2 matérias por dia e 2:30 horas para cada uma. Tentava fazer entre 25 a 30 horas semanais de estudo em média.
Estudo pós edital:
Aumentava 1 hora de estudos nos dias
4 horas por dia em média, 2 matérias por dia e 2:00 horas para cada uma delas. Sábados, Domingos e feriados tentava fazia 6 horas por dia em média, 2 matérias por dia e 3:00 horas para cada uma. No pós edital não contabilizava as horas semanais, estava focado apenas em aumentar 1 hora na grade e acelerar os estudos.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Gabriel: Nunca fazia resumos. Sempre utilizava o do professor, revisava as questões que eu errava ou refazia todas as questões como forma de resumo. Percebi que fazer resumos por conta própria demandava muito tempo e por isso resolvi revisar de forma mais eficiente.
Aprendi isso no método 4.2 do professor Rafael Barbosa
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios?
Gabriel: Exercícios são a forma de você REALMENTE ver se sabe o assunto ou não. A resolução de exercícios fundamenta tudo aquilo que você já estudou e você consegue ver como as bancas ou uma banca em específica cobra o assunto.
Ao longo da minha preparação para concursos eu fiz 7.000 mil exercícios ou mais, pois eu fazia em média 400 – 450 exercícios mensais e já estudo FIRME (com foco) para concurso a cerca de 1 ano e meio.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Gabriel: Matérias que envolvam exatas (matemática e estatística) são uma pedra no meu sapato, pois tenho bastante dificuldade.
Eu percebi que nessas matérias “menos é mais”. Ou seja, eu deveria me concentrar em entender o máximo que eu pudesse dela e fazer muitos exercícios, pois é uma matéria que eu sabia que seria impossível gabaritar, então foquei em tirar a maior nota possível nessa matéria, tanto que no meu concurso do CRT eu acertei 7 das 10 de matemática e isso já me deu satisfação, pois sou realmente ruim em exatas (até mesmo nas contas mais básicas).
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Gabriel: Na semana antes da prova, eu só fiz exercícios e revisões nos resumos do professor. Também reli as leis do CRT/CFT, pois em concursos costumam cobrar a lei “seca”, por isso me concentrei em gravar o máximo de detalhes possível dessas leis. Por serem leis curtas, eu relia elas todos os dias da semana antes da prova.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Gabriel: A prova discursiva (redação) valia 40 pontos sozinha e era eliminatória. Eu sabia que precisava tirar uma boa nota na redação e por isso procurei um professor nesse assunto (o Brabo da redação, ele é o cara rsrsrs). Consegui tirar 36 pontos (90%) na redação.
O que eu aconselho é procurar um professor especialista nesses assuntos de discursiva, sejam do estratégia ou não, pois a discursiva elimina ou classifica as pessoas. Nesse meu concurso mesmo teve um rapaz que estava em 15° lugar na prova objetiva (fora das vagas) e com o resultado da redação ele ficou em 9 (na última vaga). Teve pessoas que estavam dentro da vaga na objetiva e quando saiu a redação ficou fora das vagas, pois foi péssimo na redação. Então estudar a discursiva faz toda a diferença na vida de um concurseiro.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Gabriel: Principal erro: Não ter foco em uma área.
Principal acerto: Focar em uma área. Lembro que um professor disse uma vez que, se você não tem uma área específica, ainda comece pelas matérias básicas (Português, matemática, informática, direito constitucional e direito administrativo). Comecei a focar nessas matérias e depois descobri minha área de foco (segurança do trabalho), porém nesse caminho saiu o concurso do CRT-RJ e eu já tinha bagagem em algumas dessas matérias e por isso consegui a aprovação.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir?
Gabriel: Sim, não só pensei como desisti por algumas semanas. Fui reprovado na Petrobrás por causa de 4 pontos e chorei horrores, fiquei 3 semanas sem estudar nada e pensei em desistir realmente.
Minha principal motivação para voltar a estudar foi minha esposa. Ela sempre está ali do meu lado me aconselhando e até me dando esporro por eu não estar estudando. Ela foi fundamental nisso e me ajudou bastante.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Gabriel: Escolha uma área que você goste e que tenha concursos com frequência.
No meu caso aqui do CRT-RJ foi bem atípico, pois eu estudava para área de segurança do trabalho, porém já tinha bagagem em outras matérias e apenas complementei, pois eu precisava passar em um concurso “pra ontem” rsrs.
Se você já tem convicção da área que quer, estude nela até passar e sempre aproveite concursos que tenham matérias similares às que você já domina.
Se você não tem convicção da área que quer, aconselho a estudar português, matemática, informática, direito constitucional e direito administrativo. Dominando essas matérias você já sai na frente da grande maioria.