Aprovado no concurso CRQ RJ
“Quem está iniciando os estudos para concursos deverá saber que tem que estudar muito. Mas tem que ser um estudo qualitativo, com técnicas de estudos, fazendo revisões, exercícios, lendo leis…afinal, é o futuro que está em jogo!”
Confira nossa entrevista com o Alexsandro Barros, aprovado em 1º lugar no concurso do Conselho Regional de Química do Rio de Janeiro (CRQ RJ), para o cargo de Especialista em Gestão de Pessoas:
Estratégia Concursos: Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Alexsandro Barros: Sou tecnólogo em gestão de pessoas, tenho 40 anos e sou de Duque de Caxias/RJ.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Alexsandro: Praticamente foram os motivos que levam todos os concurseiros a iniciarem seus estudos: uma boa remuneração, estabilidade no cargo, condições de trabalho. Trabalhava na construção civil como pintor e ajudante de pedreiro quando comecei a pensar em fazer alguns concursos.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Alexsandro: Quase sempre estudei conciliando os estudos com o trabalho. Para isso, passei a acordar às 2h40, 3h da madrugada, e estudava até dar o horário de me arrumar para ir ao trabalho ou academia. Costumava estudar também durante o intervalo do almoço no trabalho, e de noite, já em casa ou em alguma biblioteca próxima ao trabalho.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Alexsandro: Já fui aprovado em diversos cargos (sempre faço provas para testar na prática aquilo que venho estudando), mas sempre ficando no cadastro de reservas e, na maioria dos casos, sem chances de nomeação.
Dessas aprovações, por estar bem colocado, consegui ser nomeado para os seguintes cargos: Agente Administrativo do Conselho Regional de Técnicos em Radiologia; Assistente em Ciência e Tecnologia do Instituto Nacional de Câncer (INCa); Agente Administrativo do antigo Ministério de Trabalho e Emprego (não tomei posse por já estar no INCa); e Técnico em Administração e Controle da Petrobras Distribuidora, a BR. A BR foi o último local em que trabalhei. Fiquei quase 8 anos e saí em janeiro deste ano, após a privatização, pois aderi a um plano de desligamento optativo – desde então, só estudo.
E a minha última aprovação foi para Especialista em Gestão de Pessoas do Conselho Regional de Química, daqui do Rio de Janeiro, fui o 1º colocado.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Alexsandro: Cada aprovação teve uma sensação diferente em virtude do momento em que estava vivendo. Mas todas elas têm algo em comum: aquele sentimento de “ufa, consegui”. Principalmente nessa última aprovação, a do Conselho de Química. Fiz a prova rápido, fui o primeiro a sair da sala e fiquei com aquela sensação de “não foi dessa vez”, ainda mais por não ter feito uma preparação específica para esse concurso. Quando olho o resultado provisório: 1º colocado! Após a correção da prova discursiva, consegui manter a primeira colocação no resultado final.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Alexsandro: Nunca fui de adotar táticas radicais, pois entendo que deverá haver um equilíbrio entre os estudos e as demais áreas da vida. Algo que não abria mão era da prática de exercícios físicos, religiosamente ia seis vezes na semana à academia. Exercícios físicos ajudam a aliviar o estresse dos estudos. Praticamente uma terapia para mim (risos).
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro?
Alexsandro: Sou casado e sem filhos. E sempre tive apoio da família desde os meus primeiros passos como concurseiro, há cerca de 15 anos.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Alexsandro: Depende de cada caso. Há concurseiros que, por terem apoio financeiro dos pais, podem ficar em casa estudando. Nesse caso, considero que é válido focar só no cargo ou área dos sonhos. No meu caso, que sempre tive que trabalhar, eu estudava para uma área e fazia todas as provas que pudesse, só para adquirir experiência de provas. E das quatro nomeações que tive, em três delas fiz a prova como teste. Como estava bem nas matérias afins, compensou os erros das questões da parte específica do cargo, pois eu não as estudava. Inclusive, fiz essa prova do Conselho de Química como teste também, pois estudo para o cargo de Auditor de Controle Externo do TCM/RJ. Supreendentemente, fui o 1º colocado. Não sei quando ocorrerá a nomeação, mas continuarei estudando para o TCM/RJ após nomeado, pois é o cargo dos sonhos, além de ser aqui no Rio de Janeiro, já que, por enquanto, não penso em me mudar de estado.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Alexsandro: Como dito, para o concurso do CRQ não estudei voltado para ele. Fiz a prova com base naquilo que vinha estudando para o TCM/RJ. Além disso, tinha a experiência dos anos como concurseiro, o que ajuda bastante na hora da prova.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Alexsandro: Como sempre fiz a minha preparação a longo prazo, sempre estudei sem edital aberto. E umas das maneiras de me manter motivado é imaginar o salário do cargo, a estabilidade, o local em que quero chegar… isso ajuda demais! E essas motivações deverão ser trabalhadas todos os dias, é uma luta diária manter-se motivado e focado.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Alexsandro: Conheço o Estratégia praticamente desde a sua fundação, pois fizeram uma parceria com um outro curso que eu assinava. Lembro-me de que o primeiro curso que comprei foi para o concurso do TCE/RJ, em abril de 2012, há mais de 8 anos.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Alexsandro: Ultimamente, a minha preferência é por materiais em PDFs. Videoaulas dificilmente eu assisto, salvo em casos especiais, como dificuldade em algum assunto, correção de algum simulado. Livros uso só para algumas disciplinas, pois gosto de tê-los para uma eventual consulta.
No início de meus estudos, fazia até alguns cursos presenciais, mas com o avanço da tecnologia, as aulas foram migrando para o modo online e fui acompanhando essa mudança, até pela facilidade de estudar em casa e em qualquer horário.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso?
Alexsandro: Por causa da quantidade de disciplinas e de assuntos, é necessário ter um plano de estudos. Aí que entra o famigerado Ciclo de Estudos, divulgado pelo Alexandre Meireles, pois ele é uma maneira de organizar a quantidade de disciplinas. Dependendo da minha disponibilidade diária para estudos, consigo estudar até umas 4 disciplinas por dia, no máximo 1h30min em cada uma delas.
Sempre fiz resumos manuscritos e é por eles que faço as minhas revisões. Há quem diga que fazer os resumos manuscritos é “perda de tempo”, mas prefiro fazê-los, pois ao ler os assuntos teóricos e ter que resumi-los, o cérebro faz algumas conexões e isso é importante para a compreensão e fixação dos assuntos.
E sempre gostei da seguinte ordem nos estudos: teoria, com alguns exercícios apenas para ajudar na fixação do conteúdo, focar em exercícios após finalizar a teoria e, paralelo a isso, leitura dos meus resumos manuscritos como revisão. Durante os exercícios, eu consigo identificar os assuntos em que não estou tendo um bom desempenho, aí é o momento de voltar na teoria e reforçar.
Quando trabalhava, estudava certa de 20 a 25 horas na semana, o que dava algo em torno de 3 a 4h/dia. Como não estou trabalhando mais, eu me obrigo a estudar 40h/semana, como se fosse a minha jornada de trabalho.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma disciplina? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Alexsandro: Praticamente em toda disciplina tive alguma dificuldade (e ainda tenho em algumas). Mas, se elas estão no edital, tenho que estudá-las. Seguindo a dica de teoria, exercícios e revisão, aos poucos vamos avançando nos assuntos. Algumas requererem mais tempo para a assimilação do conteúdo, como a Contabilidade Geral e a Pública, outras consigo avançar mais rápido, como Direito Administrativo, AFO, RLM.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Alexsandro: Sempre fui desses que estudam até o dia que antecede a prova, mas nunca fui de me estressar por causa disso. Sempre vi os estudos para concursos como algo recompensador, benéfico para meu futuro, e isso não me estressava.
Quando eu faço as provas somente como teste, que foi o caso do concurso do CRQ, eu sigo, na semana que a antecede, meu planejamento normal de estudos para o meu cargo alvo, que atualmente é o de Auditor do TCM/RJ. Quando estudo especificamente para a prova, na semana que a antecede, eu fico lendo meus resumos, as leis, entendo que não é o momento de aprender coisas novas.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Alexsandro: No caso do CRQ, teve prova discursiva e foi um estudo de caso. Como em alguns períodos da minha vida trabalhei fazendo relatórios, pareceres, além de gostar de escrever, provas discursivas nunca me assustaram. E, como esse era um concurso que fiz como teste, não tive nenhuma preparação específica para a discursiva. Para minha sorte, o tema da prova discursiva foi algo que estava vivendo na vida profissional, que era como uma empresa deveria informar aos empregados a necessidade de cortes de pessoal que deveria fazer. No meu caso profissional, estava havendo cortes de pessoal, alguns com incentivos financeiros, outros não, na Petrobras Distribuidora em virtude da privatização – foi por isso que optei em sair dela e me dedicar mais aos estudos.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Alexsandro: Começarei pelos acertos que, apesar de poucos, foram, e são, fundamentais para uma boa preparação. Ter um planejamento, estudar por ciclos e usar um ótimo material, entendo terem sido os meus melhores acertos. Além disso, aí já não entra como acerto, mas sim como importante para a preparação, é ter uma inteligência emocional. Quem considera que não a tem, tente desenvolvê-la, pois é importante para ajudar nessa vida de concurseiro – aliás, ela é importante para a vida em geral.
Dos diversos erros que tive, alguns ainda tenho, destacaria a dificuldade em me manter no foco. Até eu decidir em qual área focar, levou meses. Quando percebi que era realmente necessário voltar a estudar, em virtude da iminência da privatização da empresa, ora eu queria me dedicar ao TRT, ora ao TRE, ao MPU, ao TRF… praticamente mudava o planejamento a cada 15 dias (risos). Nisso, perdi boas oportunidades de concursos aqui no Rio, como os tribunais federais e o MPU. Até fiz todos eles, mas como não estava estudando com foco, fui eliminado em todos.
Manter-se no foco é um trabalho diário para mim.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Alexsandro: A parte mais difícil é manter o foco. Foi e continua sendo a minha maior dificuldade. Como eu disse, é um trabalho diário manter-se no foco.
Por saber que o concurso público é a única maneira em que eu posso sair do zero até os 20 mil reais (remuneração/benefícios para auditor do TCM/RJ), sem depender de ninguém, nunca pensei em desistir dos concursos. Nem mesmo quando iniciei nessa jornada, há cerca de alguns anos, pensei em desistir. E conforme fui obtendo as aprovações, trabalhando na administração pública, é que fui percebendo que era isso que queria para mim, e que não iria desistir até estar no cargo em que eu me sinta tranquilo para cessar a minha vida de concurseiro.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Alexsandro: Motivação é o que mais tenho (risos). A principal delas é a busca por um excelente salário que me permita ajudar melhor meus pais, irmãos, iniciar outros projetos de vida…
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Alexsandro: O meu conselho é o que coloco diariamente em meu perfil voltado para concursos no Instagram (@dezalex_concurseiro), sempre que inicio um período de: “Estudar, meu povo!”.
Quem está iniciando os estudos para concursos deverá saber que tem que estudar muito. Mas tem que ser um estudo qualitativo, com técnicas de estudos, fazendo revisões, exercícios, lendo leis… E nesse “muito” que disse, não necessariamente ele se refere à quantidade de horas estudadas, é um “muito” funcionando como um advérbio de intensidade, tem que estudar com vontade mesmo, afinal, é o futuro que está em jogo. Se sentou para estudar, deixe o celular em outro cômodo da casa ou até mesmo desligado.
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