Aprovado no concurso CREFITO 3
“Já duvidei que poderia ser aprovado diversas vezes e questionei muito se valeria a pena deixar de ir a um churrasco ou almoço com amigos no domingo para estudar na reta final. Nessas horas eu respirava fundo, dizia para mim mesmo que aquilo era passageiro e pensava nas vantagens que teria no futuro, após a aprovação”
Confira nossa entrevista com Helder Brito Andrade, aprovado em 1º lugar no concurso CREFITO 3 no cargo de Fiscal (Presidente Prudente):
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Helder Brito Andrade: Sou formado em Fisioterapia. Tenho 29 anos e sou natural de Vitória da Conquista, na Bahia, mas resido em São Paulo, capital.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Helder: A possibilidade de ter um emprego estável, com um salário justo, muitas vezes melhor que no mercado privado.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Helder: Sim. Sempre estive trabalhando e/ou estudando. Adotei estratégias diferentes ao longo do tempo. Nos dois últimos anos, comecei a acordar entre 04:30 e 5:00 da manhã, para estudar entre 1 e 2 horas antes de sair para o trabalho. Nos fins de semana mantinha essa rotina, pois tenho um filho pequeno que também exige meu tempo e dedicação.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Helder: Quatro concursos. O primeiro é antigo, do final de 2009, quando eu estava terminando meu ensino médio. Era para um cargo de assistente administrativo, pela Empresa Baiana de Águas e Saneamento (EMBASA). Eram 12 vagas e eu fiquei em 28°, mas fui convocado 4 anos depois (não assumi).
Recentemente, fiz o concurso para Fisioterapeuta da UNICAMP, no qual fiquei na 7ª colocação, mas o certame ofereceu uma única vaga. Fiquei em 1º lugar para o cargo de Fisioterapeuta Ortopédico da prefeitura de Itapevi. O último foi o do CREFITO, no qual fiquei também em 1º lugar para a vaga de Agente Fiscal da região de Presidente Prudente.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Helder: De muita euforia e satisfação. É muito gratificante ver seu esforço valer a pena. Ver todo aquele medo, de que as horas de estudo não servirão para nada, se dissipar.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Helder: Nunca tive uma vida social muito agitada, mas durante muitos momentos tive sim que abrir mão de eventos sociais para estudar. Os momentos mais radicais ocorreram durante períodos muito curtos, então não eram regra.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Helder: Sou casado e tenho um filho de 3 anos. Moro com ele e minha esposa. Minha esposa sempre me apoiou. Ela teve, por exemplo, que ficar com nosso filho durante as semanas ou dias próximos às provas, para que eu pudesse estudar. Além do apoio moral, ao me estimular quando eu duvidava da minha capacidade. O apoio dela foi essencial.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Helder: Eu acho que fazer provas que exigem conteúdos muitos diferentes do concurso que é seu objetivo, acaba sendo prejudicial, no sentido de alcançar sua meta. Eu acho inclusive, que manter algum foco me ajudou nos meus resultados nos últimos dois anos.
O concurso da UNICAMP, por exemplo, foi organizado pela VUNESP, tinha uma prova objetiva de conhecimentos gerais e específicos e uma prova dissertativa. Essa prova foi minha principal meta no período ao qual me dediquei a ela e não tentei nenhuma outra. Apesar de não ter ficado em primeiro lugar, a 7ª colocação me deixou muito orgulhoso e me deu uma injeção de ânimo, pois estudei para ela somente no período entre a liberação do edital e a prova (um período de aproximadamente 3 meses), e a concorrência estava alta.
Três meses depois fiz a prova para Fisioterapeuta Ortopédico da prefeitura de Itapevi. Não estudei para esta prova, mas a banca era a mesma e o conteúdo cobrado praticamente idêntico. Fiquei em 1°.
Para a prova do CREFITO, apesar de a prova específica e dissertativa terem conteúdos muito diferentes destas outras provas, a de conhecimentos gerais cobrava os mesmos assuntos e a banca também era VUNESP. Mais um sucesso. Por isso acho que vale a pena ter foco na hora de escolher as provas.
Por hora não tentarei outros concursos. Estou satisfeito com minha aprovação mais recente, mas pretendo tentar outras provas no futuro.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Helder: Para o concurso do CREFITO, de forma exclusiva, só consegui estudar por 1 mês, no meu período de férias, pois antes disso estava conciliando CH de trabalho na residência e finalizando meu trabalho de conclusão.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Helder: Não. Só estudei após o edital.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Helder: Basicamente, as apostilas em PDF do Estratégia para a prova de legislação do conselho e direito administrativo, e resumos de conteúdos repetidos de concursos passados (conhecimentos gerais). Para a prova de legislação, eu lia as apostilas e resumia o conteúdo em flash cards. Levava eles para todo canto e revisava até a assimilação.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Helder: Como meu tempo estava curto, eu pesquisei no Google sobre cursos para o concurso do CREFITO. Daí fiquei sabendo que o Estratégia tinha desenvolvido um curso específico.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Helder: Eu não estudei todo o conteúdo. As disciplinas de conhecimentos gerais eu apenas revisei o quanto foi possível, dado o tempo reduzido. Aqui falou alto a experiência prévia que eu tinha com a banca. Eu já sabia como a VUNESP cobrava esses conteúdos, então tudo ficou mais tranquilo. Já havia feito outras provas da banca e, principalmente, já havia resolvido incontáveis questões de outras provas da organizadora nessa parte de conhecimentos gerais.
Ademais, sempre tive facilidade com Português e Informática (eu sou técnico em informática também). Não chego a ter dificuldade em matemática, mas normalmente demoro mais resolvendo essas questões. Por isso a experiência com provas pregressas também me ajudou a organizar a ordem da resolução das questões, e isso me ajudou muito.
Fiquei quase toda a minha atenção em estudar o que não sabia: Legislação e Direito Administrativo. Não as estudei ao mesmo tempo. “Zerei” a disciplina de Direito primeiro. Depois “zerei” a Legislação, resumindo tudo em flash cards enquanto estudava. Foi um plano de estudos bem simples, então. Depois revisei repetidas vezes.
Infelizmente, havia somente uma prova anterior para o mesmo cargo organizada pela mesma banca. Considero a resolução de questões a melhor forma de estudar, mas nessa parte de conhecimentos específicos isto não foi possível. Creio que estudava em média 3 horas por dia, mas isso é um cálculo raso, pois variava enormemente. Alguns dias pegava entre 6 e 8h direto, em outros estudava 1h ou 2h.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Helder: Somente na parte específica mesmo, pois nunca havia estudado Legislação e Direito. Tive que ter muita paciência, pois o estudo destes assuntos requer extensas sessões de leitura monótona, com termos pouco usuais na linguagem cotidiana. A escolha do horário e local de estudos nesse caso é importante. Não adianta querer estudar quando se está com sono, em cima da cama.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Helder: Foi uma semana muito intensa, pois ainda havia assuntos pendentes e revisões necessárias a serem feitas. Dessa forma, foi uma semana na qual estudei mais horas diárias.
A véspera foi de estudos. Ainda estava revisando assuntos nos quais não estava 100% confiante.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Helder: Eu já havia feito uma prova discursiva da VUNESP antes (da UNICAMP). Então tinha uma noção de como a banca cobrava essas questões. Não havia achado, no entanto, nenhuma prova discursiva para resolver de um cargo similar, com questões envolvendo Legislação e Direito Administrativo. Dessa forma, tive que confiar no que havia estudado de teoria para a prova objetiva e na minha capacidade de escrita.
Acho que a melhor forma de estudar é, sem dúvida, resolver questões de provas pregressas, se isso for possível. Senão, é importante focar em ter o conteúdo bem afiado e, se o candidato não tem uma boa escrita, com uma gramática e estrutura de texto corretas, é importante dar uma atenção especial a isso.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS.
Helder: Essa é uma pergunta difícil. É difícil avaliar nossos próprios erros e acertos. Mas eu diria que o maior erro foi na administração do tempo. Como eu disse, foi bem apertado. Eu estudei de forma consistente por um período de tempo muito curto. Isso deixa tudo muito tenso, frenético. Apesar de ter prioridades para lidar pré-edital ou logo depois da liberação do mesmo, eu poderia ter me organizado melhor para estudar menos a cada dia, durante um período mais longo, ao invés de estudar várias horas no curto período que estudei antes da prova. Usando uma expressão que está em voga: poderia ter “achatado a minha curva” de estudos (risos).
Creio que o meu principal acerto foi ter sido preciso nas minhas escolhas e não ter atirado para todos os lados, fazendo todas as provas que apareciam. Foquei em cargos semelhantes, provas semelhantes, da mesma banca. Isso me ajudou desde o princípio, mesmo eu não tendo sido aprovado no concurso que era meu objetivo inicial, no médio prazo eu colhi os frutos e fui aprovado em outros certames.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Helder: Sem dúvida. Já duvidei que poderia ser aprovado diversas vezes e questionei muito se valeria a pena deixar de ir a um churrasco ou almoço com amigos no domingo para estudar na reta final. Nessas horas eu respirava fundo, dizia para mim mesmo que aquilo era passageiro e pensava nas vantagens que teria no futuro, após a aprovação. Conversar e contar com minha família, além de pensar em garantir mais estabilidade para meu filho no futuro também me ajudavam a me manter nos trilhos. Além disso, parar eventualmente, ouvir uma música que gosto, assistir um filme, ler um livro, ou simplesmente não fazer nada, ajudam a descarregar essa onda de negatividade que assola o candidato vez ou outra.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Helder: Como disse, minha família e o foco nos frutos que colheria no futuro, após a aprovação.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Helder: Em primeiro lugar, manter a serenidade, sempre; se preparar de forma sólida e consistente e, fechando a tríade, ter confiança.
Só para vocês terem uma ideia, eu moro na cidade de São Paulo. Havia vagas para minha cidade e também para o interior. Por achar que a concorrência seria muito alta para a capital (como de fato, foi) e que minhas chances eram pequenas, eu tentei para a cidade do interior que considerei que teria a menor concorrência. Creio que foi uma aposta acertada, pois não tinha como saber de antemão e eu não vejo problema em me mudar. Mas ao sair o resultado, vi que teria passado com minha nota na capital também. Ou seja: faltou um pouco de confiança. Creio que muita gente acaba evitando determinadas provas por temer a concorrência. Eu já fiz isso diversas vezes. Mas se a pessoa está bem preparada, mantém a serenidade apesar de adversidades (como uma concorrência alta) e confia em sua capacidade e sua preparação, as chances dela são altíssimas.
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Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: [email protected]
Um abraço,
Thaís Mendes